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História Blues Moon - O Louco


Escrita por: Alekz

Capítulo 4 - O Louco


Fanfic / Fanfiction Blues Moon - O Louco

Penumbra

— Quem é você?

— Quem é você? — a sombra repetiu.

Será que ele ainda se encontra dentro de um sonho, ele pensava, jurava que aquilo não era real, perdeu até mais medo, sentia meio encorajado, porém com um pé atrás ainda. Ele deu primeiro passo, e a sombra imóvel, dava o segundo, a sombra ainda estava lá, o terceiro de frente a ele tão próximo que não preferia mais arriscar. Ele observara que a sombra ao seu centro onde fica o peito normalmente, havia uma pequena esfera de uma luz bem fraca, quase que apagando, parecia que era coberto por diversos tecidos de sombras.

Como aquela sombra não se movia, sem nenhuma manifestação, pensou bem ele se aproximar ainda mais do espectro. Agora só havia aquilo em seu caminho para ir até a cozinha, Hector levanta a mão para tocá-lo, a sombra também levanta a mão para tocá-lo... Ele sentiu seu corpo gelar, pensava que este ser por algum momento fosse um aspecto da morte, mas ainda estava preso em sonho? Não teria problema, mas se fosse realidade, e mesmo se fosse, saberia desde já que a morte não seria o fim, eis sua conclusão... Mas, esse pensar assim...

— Estarei atrás de você... — Soou tenebrosa dessa vez, que parecia ecoar por todo ambiente - logo em seguida a sombra avança, como se atravessasse por ele, no entanto, despertara um longo cansaço que caíra sobre o rapaz, um sono convidativo. Seus olhos vacilaram; e...

“Onde estou? Será que este sonho não acaba, ou cá estou morto e nem percebi... Não, olha só como é escuro aqui, estou com frio, não vejo o céu, parece ser uma floresta, mata densa, e nenhum barulho. O que seria aquela sombra, nunca ouvi dizer algo parecido com aquilo, será um anjo da morte mesmo: por que não acordo agora? De alguma forma, vou ver aonde vou chegar, não posso ver nada direito, um mundo de sombras, nem escuto meus passos, será que vou encontrar algum monstro? Será que isso não é uma loucura? Ah, e deus cadê meu? E agora o que faço, se há algum ser bondoso, me livra disso logo, ou aqui estou no inferno? Não sei se sou o mesmo ainda, mas, acho que o passado quer me cobrar algo que deixei, ou... Não sei, fui inocente, não seria aquela sombra do Luc, não, não, não o seria. Acho que cheguei ao meu limite, as noites tenho sonhado com Ariane, mas, ela não sabe o que faria por ela, era tudo o que eu queria, mas... mas ele... – onde estou? Não há fim, cada passo que dou, uma luz! De onde será que ela vem, vou lá mesmo, este caminho parece levar até lá, que foi isso? Está atrás de mim, não, de novo não, vou correr! Está perto, mais rápido, caramba, estou cansado, não posso desistir,estou chegando perto! Ali está, uma casa... vou ver o que está... Ah!”

Hector já tinha saído da mata que o cercava antes, tinha olhado para trás, mas só percebeu o brilho de grandes olhos atrás, que tinha uma cor azulada e muito penetrante, e viu recuar aquele estranho ser que o perseguira. Logo adentrou no jardim de uma casa, passando no jardim, sua entrada com um pequeno portão de ferro enferrujado, que rinchou ao abrir. Via um jardim enorme, este sonho parecia não ter fim.

Reflexões

Sentia um cheiro estranho, algo amargo com azedo, lembrando putrefação, a vontade era de vomitar, aí percebera que seus sentidos estavam de certa forma às tonas. Não teria mais vontade de voltar, era um jardim feio, para não dizer horrível, mas não teria tanto tempo para observar ao seu redor. Sentia o peso do clima, tensão e mal estar, isso o levaria em prontidão a porta. Encontrava-se no dilema, batia ou não na porta, contudo ao ouvir um som que parecia ter vindo de algum canto do jardim, não pensaria duas vezes, abre a porta e fecha rapidamente. Dentro do recinto, sem perceber, ao redor apenas era iluminado por velas de cor cinza, parecia que até o momento não viu nenhuma cor viva em todo o ambiente que atravessou, era realmente assombroso.

Em sua frente havia uma escada que levava para o segundo andar, neste andar parecia desmobiliado, com aparência de abandono, as velas denunciavam que havia algo estranho ali. Encostado ainda na porta, com medo de algo de fora entrar, observara bem ao seu redor, logo a sua direita havia um acesso para outra parte da casa. Sentia a corrente de ar que havia lá dentro, quando percebeu as velas iam se apagando uma a uma, ficando no total escuro. Um momento de silêncio, seu coração batia mais forte, e sua respiração ofegante pelo pavor que lhe sucedia no instante, até gelar sua espinha ao repercutir uma risada que não se sabe sua origem.

Uma luz clareou do nada, apenas um ponto no meio da sala, ali havia uma figura, que de espanto se pôs logo a fitar boquiaberto. Era uma iluminação de palco, parecia uma pessoa de costa com uma vestimenta peculiar, começaria descrever tal figura: Havia um bastão na mão direita, no seu ombro esquerdo estava uma vara apoiada com um gato amarrado pelo rabo na extremidade que poderia estar morto; vestido como um bobo da corte, todo preto e branco nos diversos quadrículos pequenos que se intercalariam até em suas sapatilhas negras, assim como as luvas das mãos também eram. Seu gorro lembrava a forma de uma estrela de cinco pontas, este era tudo branco, e, pontiagudos nas pontas da cobertura onde saíam fitas negras numa cada.

— De onde viemos? Quem somos? Para onde iremos? — Estas palavras dirigidas ao Hector, que fitava aquela figura virar lentamente, logo visualizaria ele por completo, os olhos arregalaram ao notar que:

— Sou eu... — falou abalado. Era um espanto, ao ver seu rosto sorrindo exatamente em outro corpo que se sabe lá se era ele mesmo. Contudo, Hector, perplexo da situação, ainda observara a figura, que na altura do peito, o tecido desenhado com um coração enorme que se dividia ao meio em preto, e na outra parte branco. Dentro dele mesmo, pensava, agora queria perguntar mais vezes mesmo “quem sou eu realmente?”.

— O que há de temer, a temer a si mesmo? — riu a figura desproporcionalmente.

— Acho que a loucura se aproximou demais, se ainda tenho medo, prova que estou vivo ainda. — declarou impaciente.

— Vale a pena viver? Mesmo com tantos sofrimentos, sabendo que um dia irá morrer de qualquer jeito? — Dessa vez falou com certa malicia ao sussurrar estas questões, e mantivera seu sorriso largo com olhos arregalados, ansioso a ouvir uma resposta. Eram perguntas difíceis para Hector naquele momento, colocou-se a refletir por um instante, não parecia haver uma resposta simples. Um breve insight decola em sua mente, ele levanta o braço direito, e aponta o dedo a figura com seus olhos convictos:

— E quem disse que a morte é o fim?

Despertar

— Há há há há há há... Muito bom, mas ainda é incerto, como os olhos que não podem ver o lado de dentro. Escolha o seu caminho, e eu estarei lá em todas. Suba a escada, algo o espera por lá, lembra-te que não há respostas para o que não existe. Mas o que é deveras existir? Até mais jovem rapaz! Há há há há há... — Desaparece ao apertar o rabo do gato, num miado some através de uma fumaça ninja, a luz se apaga...

— Não é possível! Estou ficando louco mesmo? Que estranho, por que eu não acordo! Isto não é simplesmente um sonho lúcido, não! Nunca aconteceu comigo, isso está além, será que aquela sombra era a morte em pessoa!? — refletiu após se indagar, de frente a escada: — Engraçado, agora estou nervoso, nem medo estou sentido, vou dar porrada em quem aparecer!

Determinado agora partia com sua reação tempestuosa, subia cada degrau no escuro demarcando através do som o que sentia, virou para direita na metade da subida, havia uma porta no final que em suas frestas mostravam claridade que vinham do outro lado. Girou a maçaneta, a luz incomoda seus olhos, mas agora o que achava estranho era o cheiro que lembrava rosas pelo ar, adentrou, se viu num corredor todo amarelo, no seu final com uma porta entreaberta que emanava toda iluminação, ainda ouvia uma melodia suave que poderia estar saindo de lá.

Enfim, ele se decidiu suprir a curiosidade que lhe atingira, agora os nervos ameno, mais cuidadoso ainda com seus passos, o ambiente interferiu os sentimentos anteriores - rente a porta encosta levemente sua mão para abri-la, o suficiente para o atravessar; fechou os olhos pela intensidade que clareava mais ainda, próximo da brancura total, passou, sentia como se a sua alma fosse invadida por uma energia pomposa. Tentou recuar, é - mas a porta havia sumido, ao tocá-la ali sentia apenas uma parede lisa.

— Olá criança, seja bem vindo.

— Quem está aí? — Hector imediatamente questiona.

— Abra seus olhos, deixe-me vê-los.

— Está muito claro, não consigo, me diga quem é você?

Hector sente um dedo tocar no centro de sua testa, a luz perdeu-se seu efeito para ele, ao abrir os olhos, enxerga a palma de uma mão muito clara, contudo nessa palma havia ali um grande olho no meio, que deslocava sua íris para lá e pra cá, para ver os seus próprios olhos. Eram olhos de cor azul envolvente que hipnotizava. Então sua vista começava a embaçar, luta contra o desfoque daquela visão, a mão saía da sua frente, observara apenas a forma de alguém todo de branco, e sua face lembrava quem a tinha uma máscara branca sem expressão, nesse momento sua visão ofuscada se força a fechar novamente aos olhos...

— Acorde!



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