1. Spirit Fanfics >
  2. Blues Moon >
  3. Moonday

História Blues Moon - Moonday


Escrita por: Alekz

Capítulo 5 - Moonday


Fanfic / Fanfiction Blues Moon - Moonday

Allegro

“Tamanho mistério da vida, contos que ressonam as noites, bela virtude, faz-me cair no sono, como serpes que voam a invadir seu campo. Que sonido farfalha aos pés do ouvido, alvorecer dourado, em nome das flores sigilosas, que geram perfumes de alva acepção. Um outro eu, como se fosse a noite e o dia, a mesma voz, não com as mesmas razões. Diz quem sou, direi quem tu és...”

Ouviam-se os cantarilhos dos passarinhos, pois ainda era primavera, o amor que cantam soa como se fossem de Elísios. Novembro está a se despedir, a flecha do amor continua em seus ciclos, porém tamanha dolorosa era esta estação para Hector, o que mantivera guardado em outras fases que seu olhar já fora mais alegre? Mas, hoje, nesta segunda-feira, tinha um quê de agradável, a nostalgia revoga seu estado anterior, pois é assim, que outrora vezes ao seu despertar se contentara mais. Nunca percebeu que às vezes nos levantamos com ideias, soluções, tão novas, perto de encontro do seu alter ego; parece tudo ficar mais claro, como sempre estivera ali e não pudesse ver, e por um brilho de passagem parece descobrir um novo mundo, entretanto, nunca o deixara de ser trivial.

Não importa o seu lar, onde amanheça todos os dias, seu lugar sempre teve um ar que vem dalgum outro lugar, mas onde? Isto cabe a cada um saber, porém, desse jovem rapaz há muito tempo pressente algo desse tipo - tudo não passara de um sonho porventura, ou, quem indaga o quê sobre a sensibilidade das ideias, na interpretação do que seja real, uma longa vida sem ser explicado. O sol quase lhe toca o rosto, Hector amanhece inspirado, no chão claro, derrubado por uma sombra talvez, nesta hora sua memória desabilita de um modo estranho o que passara e, faz querer voltar a sua rotina.

Apagou a luz da sacada, aproveitou o momento para vislumbrar o sol que amarelava o dia, céu aberto, o azul se revelava suntuosamente, levá-lo-ia a rua com sua bicicleta, a vontade encheu com muito ar seu peito. Fora até o banheiro, ao passar perto dali, deu para ouvir o ronco de sua irmã que ainda se encontrava bela adormecida, era de estranhar, sempre enérgica, nesta hora raras vezes ainda se manteria na cama. Pegou suas coisas logo após, ir partir por um dia de promessas que o mesmo sentia. De bicicleta deu uma volta, respirou o ar tênue, na padaria pegaria os pãezinhos, logo, logo tomaria seu café.

Planejava o dia em sua cabeça, a entrega do trabalho o deixaria mais tranquilo, estava disposto a tudo naquele dia, preparou até o café, Elaine ficaria surpresa com aquilo e ainda vê-lo daquele jeito. Dito, curiosa como é ela, perguntava o que havia acontecido com ele, chegou colocar a mão na testa dele para ver se ele estava mesmo bem, terminaram o café brincando. Assim passou o dia de acordo com os seus conformes, o teu bom humor era raro que fez questão de ir acompanhar sua irmã até a casa de sua amiga. Sua amiga Ana, que particularmente lhe agradara, parecia ser uma boa pessoa, mas o que não sabia antes era que ela tivesse uma irmã, que chamaria atenção ao esbarrar por ele. Ela pediu desculpas sem graça, Ana disse que ela era meio da lua mesmo, e seu nome marcou a memória dele, Samanta.

Con Brio

“Agora neste momento estou em frente dela, acho que agora percebi quando ela aparece – bem, desde que voltei da casa da Samanta...”

Samanta tinha marcado a cena naquele momento do acaso, ao caso talvez, aquela trombada que dera na entrada da sua casa com irmão de Elaine. Nem se quer deu um oi, a Ana disse que era normal dela, tímida demais, mas passou tão ligeira, que apenas deixou uma desculpa e entrou logo, antes mesmo de Hector responder. Foi o suficiente para ele ter notado que ela usava óculos, mantivera sua cabeça baixa, roupas escuras, desviara seu rosto ao passar por ele, cabelos curtos até o ombro, quase caíra tropeçando pelo caminho, dois laços de fita rosa nas laterais de sua cabeça. Tum! A porta se fecha com certa força demonstrando que ficou sem graça, e foi justamente por isso que chamou atenção dele, do estilo streetwear dela no calor do dia a beira da praia, talvez fosse para cobrir mais sua aparência, apesar de magra, mas lhe parecia cheio de volume, o que atraiu um pouco Hector.

O clima estava legal entre os irmãos, geralmente viviam com birras, desta vez pareciam hippies unidos, paz e amor, tomara um café e um contragosto rápido na casa de Ana, e batiam papo do dia a dia, há tempos que não fazia isto. Claro, sentia falta disso, conhecera mãe de Ana, a simpática que queria tanto entupir ele de coisas guloseimas, sentia até um pouco incomodado, mas gostou da atenção aprazível que teve. Por isso, inventou uma desculpa para sair mais cedo, lembrando que tinha algo a fazer, que não deixava de ser uma lábia. Voltava caminhando a pensar no que ia fazer ao anoitecer. Indeciso, até que lhe custou a pensar no que passara a noite passada, surgiu uma dúvida, ela apareceria hoje novamente? Parou na esquina de frente ao mar para tomar algo e refrescar as ideias, até que apareceu um menino lhe entregou um panfleto:

“Traga seu amor de volta em sete dias, amarração pessoa amada, afastar rival, recuperar o ex, etc... Falar com pai Preto Zatumba.” Teve o desprazer de amassar o papel e jogar no lixo depois, não via utilidade nisso, sempre falava “vendo um terreno na lua, marte está em promoção.” Inclusive, falar de amor nesse momento era tabu, sabe, não era dor de cotovelo, mas parece que não era sua sorte na vida, sua conclusão nesse ponto o fazia acreditar nisso. Antes de entrar, passou na portaria do prédio, bateu um papo com seu Lindosmar, que era uma figura engraçada, uma pessoa já bem vivida, gostava de contar a vida lá no interior, na roça que era do seu compadre Tião. O assunto de hoje era os calangos, ora, assunto de lagarto, até parecia que era bicho de outro mundo.

Anoiteceu, em seu computador, pesquisa sobre psicologia, era um sinal de preocupação que passava sobre ele, sobretudo relacionado com esquizofrenia, pareidolia, alucinações, e assim por diante. Ficou desolado quando chegou ao assunto sobre Esquizoidia, deixou quieto, pois agora aqui o incomodava, pois parecia estar batendo os dados. Agora, então, não parava de pensar o que era a Sara, “que coisas são essas que acontece que a gente não consegue explicar...”, parecia obscuro tudo aquilo, metafísico, beirando ao ridículo para ele. Lembrou-se que ia ao psicólogo antes de mudar pra lá, e, fora recomendado pela família passar outras vezes, mas, desta vez passar por causa do que está acontecendo? Que achariam estranho se ele contasse. Tinha essa ideia claro na sua cabeça, pressupôs ao que todos concordariam que ele estivesse delirando mesmo, se revelasse então...

— Sara cadê você? — falou alto com certo anseio. Daí começou andar pela casa, indagando nome da sílfide, “Sara você está aí”, não havia respostas. Meio deprimido com isso, sentia antes que era algo especial, contudo, o fez pensar neste momento que fosse algum tipo de agir que estava realmente estava doente.

O celular toca, era sua irmã, a primeira vez que pediu para dormir na amiga. Não negou, estava tudo certo, desde que retornasse por qualquer problema que viesse a ocorrer. Ao despedir, se joga na cama, vê a Daisy no canto de seu quarto, pega a guitarra e começa dedilhar. Lembrou-se da época que tocava na banda, um barulho veio da sala interrompendo seu pensamento, estava escutando um bater de asas, logo invadiria seu quarto. Um pombo, aquele pombo era familiar... E pousou em sua cama, próximo dele, e começava encarar quando se movia.

— Vou te pegar! Ei, volte aqui! Onde está indo? Cru, cru, cru, cru! Isso pombinho, fique quietinho... Calma, psiu... “No três eu te pego, um, dois...”.

— Será que consegue pegá-la?

— Sara!

Sinfonia

Era um som belo, ela tocava uma flauta, de uma alegria contagiante que espelhava pelo ar, sua expressão era brilhante e tocante, um doce sensível para ser ouvida; a calma de um bosque encantado, a Flauta de Pã tocada por uma sílfide. Tanto o pombo, tanto Hector, ambos imóveis seguindo a canção que Sara tocava, acalmava, além de tudo parecia uma magia ao som.

Apenas cessou a Syrinx, a flauta, e como a luz da sala estava acessa, ela parecia brilhante e mais reluzente ainda, com semblante meigo:

— Esse é o nosso terceiro encontro, mas desta vez seja bem vindo à esfera sublunar.

— Esfera Sublunar?

— Sim, Monsieur. Sei que se sente constrangido, mas iremos ao seu ritmo, cautelosamente irá compreender. Nesse momento me vê, pois certos incidentes e causas levaram a esses fatores - estava próximo em sua presença já algum tempo, desde quando ingressou nesta moradia, portanto, da mesma forma eu poderia estar surpreso, mas eu sei que isso pode muito estranho acontecer, mas o que não esperava que fosse alguém como está em minha frente.

— Tem alguma coisa errado comigo?

— Não, querido. — ela sorriu magicamente. — Sabe, é perigoso eu estar aqui, mas, como posso dizer para entender, é como se houvesse uma canção tocando ao fundo, e quando mais me aproximasse, ficaria mais clara, até que cheguei aqui.

— De onde vem essa canção?

— Isso é algo que não deva saber agora. — falou com um ar de seriedade, mas riu depois. — Acho que hoje só terei perguntas, néééé!?

— Tá, tá... Mas e esse pombo?

— Saiba que ela é sua vigilante agora.

— Hã? Vigilante!? — Indagou, viu a pomba encarar ele, coloca a mão na cabeça, e se senta. — Poxa, me diga, isto é, não, será que estou ficando louco, ou o mundo sempre foi assim? Acho que sofri bastante, como se ninguém sofresse, ou, será que é por isso estou passando por essas consequências, eu nem sei mais o que seja real - e eu, ninguém sabe como estou...

— Ninguém sabe daqui! É, acho que teve um encontro com ele?

— Ele quem? — levanta a cabeça imediatamente, olhando ao encontro dos olhos dela.

— Shadow! — Ela tem um semblante sério dessa vez, Hector faz cara de pergunta. — Aquele que vem do Povo Sombra. Sinto sua presença, mas neste exato momento não consegue se manifestar como deveras, por isso não afeta a quem aqui estiver. São sugadores também, mantivera alimentando-o, quem produz um medo intenso poderá vê-los, nictófobos atraem eles, por causa deles as pessoas podem ser potenciais suicidas, depressivas, ou, e até realmente coisas piores... Mas isso cada um está sujeito, não se preocupe com isso, é uma das coisas mais normais que se têm. Agora me diga como ele era?

— Não lembro muito bem, na hora parecia chocante, lembro mais de você ontem. Sei que essa sombra, foi depois do momento que despertei uma lembrança marcante que ela apareceu, me deparei com ela parado ali, parecia ter um monte de tecido de sombra ao redor dele, no centro do seu corpo havia uma luz fraca meio opaca, parecia ser até o coração dele. Ele estava parado, por isso me aproximei - ver se era real - quando ele me atravessou e, nessa hora estava perdendo os sentidos, quando deparei estava sonhando. Mas eu pensei que fizesse parte do que você estava fazendo, por isso que nem me preocupei com isso.

— Não, vamos dizer que foi um incidente, como isto não poderia ter acontecido também. Mas não se aproxime dele da próxima vez, muitas vezes ele não consegue chegar a você, a não ser que aceite. Bem, você teria uma reação ao dormir quando derramei o aquário sobre sua fronte, mas não sei o que isso implicaria com um shadow no meio. — Ela levanta a cabeça pra cima, como se fosse pensar. ­­— Fico surpreso por isso, um dos quais é difícil desses aparecer, ele se alimenta de suas sombras esses espectros, foi bom saber que fiz era uma boa escolha, eles são tipos de agentes, mas alguns são diferentes, mas de qualquer forma isto afastará um pouco qualquer coisa.

— Hummm... Mas era essencial fazer aquilo mesmo?

— Foi necessário! Era um grande risco, por isso que fiz o ver certas coisas inesperadas, lufa! Aquilo deixaria seus sonhos mais claros, para um melhor aprofundamento – estar lúcido, e visualizar o que tem no seu estado mais profundo. Deu tudo certo, de qualquer forma muitos hão de passar por isso um dia, isso prova a coragem que tem!

— Forçado? Desde quando tenho tal coragem? — Ele riu meio duvidoso. — Se não desse certo o que aconteceria comigo?

— Muitas coisas, bem, poderia ter ficado louco mesmo, nisso há diversos problemas, no pior dos seus casos, a morte - hummm, o que acho que é pouco ainda. — nesse momento Hector fez uma cara de desgosto, ela sorriu para ele, e continuou: — Acho que não precisa de respostas, sei que de qualquer forma vai correr atrás de qualquer questão, isso mostra o que estava escrito nas estrelas, e sabes muito bem que isso o move tanto em águas profundas, tanto ao vazio que não existe, contudo há perigos eminentes, mas há muitos que estão contigo, então viva e de seu melhor.

Da atenção ao pensativo, Hector colocou a mão no queixo, observou a pomba ciscando o nada, olhou ao seu redor, percebera a brisa suave que tocavam os objetos, e visualizou a sílfide ainda com o mesmo encanto, com os mesmo detalhes anteriores, sentia todas aquelas palavras suaves, como se viesse de um anjo como ele supôs antes, e mesmo assim estava tudo branco como se não adiantasse explicar o tanto para esclarecer, que nada entraria na sua mente naquele momento, sua sensação era de uma descoberta nova, perplexo e inseguro, decidira tirar uma dúvida que desde o começo questionava:

— Sara, de onde você veio? — com uma expressão solene levemente soturna.

— Não fique assim doce. Talvez deva conhecer, venho de um lugar chamado Reino de Paralda, especificamente num lugar de lá onde a sinfonia não cessa. Mas, a verdade que já vivi por aqui há muito tempo, eu era uma índia...



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...