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História Blues Moon - A Festa


Escrita por: Alekz

Capítulo 7 - A Festa


Fanfic / Fanfiction Blues Moon - A Festa

A Entrada

Na noite de sábado, estava ele, Hector, em frente de uma mansão praticamente, o local era mais próximo do centro da cidade, parecia pertencer a uma pessoa importante que aparente ser dono de uma empresa, e ainda nem soubera o porquê de ser convidado. Estranhamente lhe trouxera ele até ali, no convite o tema da festa a fantasia de tema histórico clássico, uma observação era clara, os convidados deveriam estar mascarados, foi o que tirou o peso de não ser conhecido e nem reconhecido, dando-lhe sim uma certa curiosidade para levá-lo até a festa.

Estava lá logo fantasiado de bobo da corte, preto e branco, que foi uma surpresa muito grande, pois tinha pedido para a irmã comprar para ele uma fantasia, brigou com ela por também pensar que ela queria caçoar dele, o que lhe fez muitos questionamentos sobre a questão daquele sonho que teve, e do por que aquela escolha seria tamanha coincidência. O convite era da companhia chamada Starhealing, o qual nunca ouvira antes, soubera que tinha ligações com diversos ramos, e mercado de produtos voltados para medicina. O que levantava suspeitas para ele.

A apresentação, e, o ambiente da festa eram de todos os pontos requintados, lembrava muito o clima de uma época vitoriana, os mordomos a caráter cheio de classe, e, elegância tal, com meia máscara veneziana cada, em branco com bordas realçadas com linhas delineadas que lembravam ramos de flores. Seu convite foi entregue na entrada sem muita burocracia, além de ter caminhado pelo jardim majestoso, com a piscina iluminada com quedas d´águas, pareciam mesmo que via pequenos grupos de conversas a fofocar em alegrias, teria certeza que de qualquer forma não conhecia ninguém.

O ambiente era tomado aos fundos por música clássica, em frente à entrada que levava direto ao salão, que por sinal era enorme, via amontoado de gente, não chegara tão cedo, algumas pessoas em pé reunidas no meio, com muitas mesas nas laterais do salão, um palco com um apresentador fantasiado de indiano com uma máscara dourada de meio sol junto com um turbante. Naquele momento ele chamava alguém que ia tocar jazz, com uma banda de fundo, estava lá uma pessoa com uma pequena máscara preta, com uma guitarra strato de cor azul-ciano; aquela pessoa era familiar, sim e era - ele percebeu ao olhar nos olhos, aquele era o senhor Zatumba, que tocava e cantava muito bem, por isso Hector dera meia-volta de imediato, pôs-se em direção num canto mais escuro do salão que era muito enfeitado com frutas.

— Ele toca bem, né? — suou uma voz feminina marcante atrás dele. Quando se depara com uma fantasia de Lolita de tons escuros, com uma máscara de gato toda enfeitada, e o tom vermelho forte do batom lhe dava um ar do gracejo, que parecia lhe afastar do ambiente ao seu redor, olho a olho se mantivera os dois, parecia um encontro de muita sorte e irreal para ele, seus lábios travaram, e ele não sabia o que responder.

A Dança

— Sim, concordo. Apesar que eu também toco, acho que ele me supera, dá para ver a suavidade de seus movimentos, sua guitarra parece conversar com ele, e sua expressão mostra sua sintonia que o faz movimentar suas mãos, é um tanto magnífico no mínimo, superou minhas expectativas.

— Nossa... — a elegante moça lhe oferece um sorriso encantador, — Me parece que entende mesmo do assunto, ou... Talvez seja um pouco exibido. — os dois riram a toa, doravante que Hector se mostrava um pouco sem graça.

— Posso saber seu nome, madame...

— Quanta cerimônia de sua parte, relaxa, mas não irei te contar agora, até por que estamos ocultando nossas identidades não é, mas olhe pra minha máscara, pode me chamar de gatinha a vontade, Miau! — Riram novamente, e ele parecia gostar mais do envolvimento.

— Me chame então de bobo, estou aqui para fazê-la rir a esta noite minha gatinha. — Colocou a mão em seu próprio peito, e se inclinou com um ar inspirado, com gesto de cavalheirismo em sua apresentação, ela bateria palma alegremente com esta pequena amostra de Hector.

— Me diga bobinho qual drink que me prefere acompanhar.

— Ér...

— Que foi? Uma gatinha comeu sua língua, Miau! — Ele riu sem jeito, e ela agitava o ar com gestos de garras.

— Vinho, ou a gatinha prefere leitinho? — riu com um ar de ironia, ela logo deu uma cutucada com um bico amarrado nos lábios que o fez dar um suposto ai de dor, mas que gostava daquilo depois mostrando no sorriso.

Os dois foram no outro canto, sentaram e encostaram na bancada, pediram ao barman vinho tinto suave, e os dois com um brinde à la vita, e conversavam nesse meio tempo. Observando as pessoas ao redor, ora, o show do Zatumba com uma banda de jazz ao fundo que o acompanhava, a voz dele casava muito bem ao estilo que cantava, parecia agradar muitos que até alguns ficaram imóveis em frente do palco.

— Olha, não tinha percebido que você estava usando uma corrente... Posso ver?

— Ah, sim... Claro. — Hector, retirou a corrente.

— É tão chamativo, olha só esse pingente, parece, parece tão encantador, não é mesmo?

— Ah! Então, é da família, sabe como que é né. — Quase se enrolou.

— A prata é uma cor muito lindo, brilha muito não é? Hum... Um pingente em forma de palheta, e no meio seria uma safira azul escuro, você deve ser de uma família estruturada, me parece tão familiar, eu posso ver como ficaria em mim?

— Éeeeer... Pode! Mas jura que vai me dar de volta né? - Riu.

— Sim, bobinho.

Ela com esforço não conseguia encaixar a corrente, Hector então lhe pede licença para colocar para ela, apesar do ambiente com pouca luz, foi aí que ele sentiu a pele macia que ela tinha, sentia os cabelos delas que deslizavam em suas mãos, tão sedosos, pele aveludada, um pescoço fino, e um agradável perfume, aquilo realmente o encantava, com aquela combinação impecável, e mesmo assim ele sem querer escorregou a mão no rosto dela suavemente como que enfeitiçado.

— Como fiquei?

— Mais gata! — os dois riram.

Não tinham percebido que tinha acabado a apresentação de Jazz, a luz do ambiente muda, quando percebe o meio do salão fica mais claro, e o apresentador anuncia que é hora de dançar, alguns casais já pareciam prontos para esse momento, até que começa música clássica, no ritmo de valsa, os dois observaram admirados os casais dançando. Hector parecia tomar coragem para convidar a moça para dançar, o estranho que nesse momento que ela parecia estar mais silenciosa, até que ele bufou de tanto segurar o ar, vira quase brusco em direção à ela, convida simplesmente para dançar:

— Quer dançar comigo?

— O pior é que não sei dançar isso... — ela falou tão acanhada, que abriu o sorriso de Hector, isso lhe quebrou o gelo.

— Então, a gente inventa! — dessa vez lhe despertara a confiança.

— Se eu pisar no seu pé não reclame depois.

— É melhor preocupar com os seus. — Os dois avançaram para o meio do salão rindo...

Eles entraram no exato momento que começou a tocar Voices of Spring, Strauss, no qual já reconheceram os dois à música, começando a dar os primeiros passos de valsas desengonçados, e iam pra lá, e pra cá rindo e sem ritmo, até que ao olhar os casais próximo pôde acompanhar melhor, e estavam entrando no compasso. Quando começavam pegar o jeito da coisa, era um dizendo ai, e outro respondendo ui, mas com alegria os dois se ajeitavam, pareciam formar um belo casal aos olhos de outros convidados, e começaram a se movimentar mais pelo salão, como os compassos dá a nota os dois se encontravam em harmonia mesmo sem querer, até com o Blue Danube. Uma noite maravilhosa naquele momento, e ele girava ela pra lá e pra cá, ela ria ao léu, talvez a bebida os deixaram um pouco mais afoitos, pareciam duas crianças, até que o tema que apareceu, parecia mesmo uma tocata pela mera coincidência, e era Wine, Woman and Song - só que dessa vez faltava mais um ingrediente, um beijo.

Nem precisou lembrar, ele foi de encontro aos lábios dela, os dois congelaram o tempo naquele instante, como se só houvesse os dois pombinhos na cena de um filme. Era um momento mágico, até que o ritmo da música se acelerava para chegar ao seu fim, se intensificando, e os dois se apertavam mais forte conforme o ritmo da música, com um final de uma peça, a luz se apagou e se desprendem no mesmo instante para respirar um ar que não havia décadas. Todas as luzes se acendem logo após, só que onde estava ela? Foi assim que Hector se colocou a pensar imediatamente, e gira para ver todo o ambiente, mas não a encontrava, até que ele bufou com a certeza de um bobo:

— Miau, cadê você... - E se congela naquele instante. E sairia dali para fora, para procurar ela.

— Boa noite senhoras e senhores, vamos anunciar o casal desta noite, ei espere, poxa vida eles acabaram de sair correndo daqui...

A Fuga

“Você não me entende, nunca entenderá, me deixa mais confusa, não sei o que sinto, esta dor é insistente, o que queira de mim eu nunca poderia te dar... Como você sabe muito bem, acho que não serei capaz de ser eu mesma novamente, e você é o que mais se aproxima dessa culpa, se puder não apareça mais na minha vida, sinto muito... Mas acho você culpado, me desculpe – então Hector, adeus.”

Suas lembranças voltaram com tudo dessa vez, era esta mesma nota que persistia na maioria dos tempos, todo som ao seu redor aumentava, muitas vozes, e via o mundo girar, o ambiente se tornava sépia em seu olhar. Esse momento foi marcado em suas memórias, a voz da Ariane é um disco riscado, tudo que andava tão alegre até esse momento, num breve instante um relento em sabor amargo.

“Hector…”

Ele acorda de um transe repentino, andava por fora do salão procurando por ela, logo à frente, ele viu as orelhas de gato se movendo, pôs-se logo a se mover em direção a ela. Correria nos trancos e barrancos; era um menino que tropeçava como se tivesse aprendendo a correr, as bandejas caíam, atenção de alguns por ver a cena dele causaria risos, deveriam pensar que ele estivesse bêbado, até ver a suspeita cruzar a área mais externa, e logo estaria fora...

— Ou, ou, ou, parado aí! Hey, ei calminha...

— Me solta! — O segurança da entrada o esbarra impedindo de sair, por ter visto o ocorrido.

— Que foi? Relaxa!

— A, a, aquela ali, que, que acabou de passar aqui, ela pegou minha corrente de prata, caramba, que merda!

— Espera, espera aí. O Carlão! Vê aquela moça por favor, que acabou de passar por aqui, parece que ela furtou um dos convidados. O chefe não vai gostar de saber sobre isso... - e logo eles agiriam.

— Ricardo, nós estamos com ela, disse que ela não fez nada, peço-lhe para aguardar um pouco senhor. — disse outro segurança ao Hector.

E um outro segurança aproxima com a garota, percebe que não era ela, ao reparar que tinha mais pessoas com aquelas máscaras, desconsolado, e com vergonha, pede desculpa, e relata as características, e o motivo da confusão. Mas um dos seguranças levanta suspeita de ter visto o perfil saindo com uma outra mulher, um pouco antes desse evento ter acontecido. Ele mais uma vez pede desculpa a moça, e disse que vai procurar a outra, o segurança que viu também ia dar uma volta no quarteirão para ajudá-lo, e Hector deixa seu número com ele, caso viesse ter encontrado ou qualquer notícia sobre, ele retornaria. Então sai para fora, mas lembra-se que conhecera pouco ali, enquanto que ele foi por um lado, e o segurança foi pelo outro.

Infelizmente não encontraria aquela que no começo tinha lhe dado noite de luzes, que agora virou escuro como breu, já estaria tarde para aquela noite, conhecia pouco por ali da região do centro, pegou um táxi, e foi pra casa.



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