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História Blur - Quadrilátero


Escrita por: UchihaSpears

Notas do Autor


Olá, como prometido Terça.
#ForçaChapecoense uma péssima notícia hoje, que Deus conforte os familiares :(

Capítulo 3 - Quadrilátero


Mais um novo dia amanheceu em Chicago. A temperatura estava amena, era o inicio do outono. Flores amareladas surgiam nas árvores, considerada uma cidade com um clima agradável.

Sasuke morava em um edifício no centro da cidade, e lá estava ele esparramado em sua cama coberto por um lençol de seda branco. Seu despertador tocou exatamente ás sete e quinze da manhã, causando aquele barulho estrondoso em seu quarto e o retirando de um sono profundo.

Ao contrário das outras noites, ele dormiu tranquilamente nessa e sem uso de remédio. Foi o resultado de madrugadas lendo processos e mais processos á base de energéticos. Espreguiçou-se na cama e bocejou. Bateu no despertador. Foi ao banheiro fazer sua higiene e em seguida foi à cozinha.

— Bom dia. — sua empregada estava presente. — Já fiz a sua vitamina. — desde que teve câncer Sasuke passou a cuidar do seu corpo em virtude da sua saúde, em alguns casos era até obsessivo. Deixou de lados frituras e refrigerante, tudo era natural e bem seletivo. — Vi o senhor na tv, ontem. — ele estava sentado na mesa enquanto bebia sua vitamina de maçã com laranja. — Naquele canal de finanças, não entendi nada do que falou.

— Depois te dou umas aulas. — ele morava sozinho desde os vinte anos. Gostava de ter sua independência, mas ás vezes aquele velho sentimento de solidão pairava. A empregada lhe entregou o telefone, já tão cedo e ele não parava de tocar.

Simplesmente detestava se conectar tão cedo. Olhou no visor e viu que era o Naruto. Tinha marcado de encontrá-lo no hospital.

— A senhorita do bracelete, ainda não a encontrou? — a empregada falou enquanto colocava as torradas com geleia em seu prato.

A mulher do bracelete.

— Não. — referiu-se a mulher com quem dormiu algumas semanas atrás. Ela simplesmente o deixou sozinho na cama.

— Devia colocar nas redes sociais, todo mundo acha alguém por lá.

— Não é necessário. Ótima vitamina, obrigado.

A mulher de cabelos rosados qual encontrou em uma festa, detentora de uma beleza única, sedutora e principalmente maluca. O Uchiha sentiu uma fascinação quando a olhou. Ela era inteligente e provocante, isso era o seu charme. Tudo nela combinava. Não tirava aquela pervertida de sua cabeça. Ela o deixou sem palavras e nocauteado, como nenhuma tinha conseguido.

Foi ao seu quarto para arrumar-se, não era algo modesto e sim o seu ritual. Vestiu uma camisa de manga branca, abriu sua gaveta de gravatas e sabia que iria ficar um bom tempo ali, era quase que uma meditação para escolher a gravata, por fim escolheu uma preta.

Colocou o colete preto e por cima o seu terno Dolce & Gabbana abotoou os dois botões frontais e ajustou sua manga. Era um metrossexual assumido e fazia questão de ser. Sua aparência em primeiro lugar. Ganhou até o apelido de David Beckham, de tanto prezar por sua beleza, não chegava a ser um narcisista, mas estava no caminho.

Na espaçosa pia de mármore italiano do seu banheiro, ele achou o creme para o seu rosto, enquanto aplicava ele observou o bracelete de ouro.

Sem pistas.

Ela não deixou o nome e apenas lembrança da noite em qual fodeu aquela mulher que o deixou extasiado. O quanto gemeu em seu ouvido, o arranhou e rebolou em predicado.

Não eram bons pensamentos para iniciar a manhã e principalmente se não tivesse um escape. Terminou de aplicar o creme e foi à gaveta dos relógios.

Que tarefa árdua!

Os prateados eram os seus favoritos. Herdou o costume com o seu avô, era um suíço apaixonado por relógios e veio tentar a vida na América, onde para pagar sua faculdade de Direito trabalhava em uma relojoaria. Adorava ouvir as histórias do patriarca do império.

***

— Atrasado. — foi a primeira palavra que ouviu quando encontrou com o Naruto em frente o hospital. — Se arrumando Beckham? — eis quem o presenteou com tão delicado apelido. Sasuke até gostava da comparação, o inglês tinha classe.

— Eu não tenho culpa de ter estilo. — retirou seus óculos de sol. — Se cuidar é coisa de homem, Naruto. — o amigo o olhou por cima, Naruto não era muito interessado no assunto de beleza. — Como está a sua amiga, a maluca?

— Eu não sei, ainda não entrei. Vamos. — o loiro tinha olheiras em seu rosto, fruto de uma péssima noite acordado lendo livros e artigos na Internet.

Aquela velha angustia se apossou de Sasuke. Corredores frios e sem vida. Sua infância passava como um velho vídeo indesejado. Lembrou-se dos tratamentos, dos sofrimentos e até do momento de “desesperança”.

— Eu venci. — repetia para si mesmo. — Eu venci.

— Não sei se irei encontrar com a Sakura. — falou e o Uchiha o olhou. — Personalidades, Uchiha. Tem semanas que não a vejo. Mas, cortando o assunto, sábado tem um aniversário de um casal que conheço com a Hinata, cancelarei a corrida.

— Fuleiro. — os dois chegaram à porta do quarto e o médico os aguardava.

— Bom dia, ela acordou e tem algo errado com ela. — o médico qual a estava acompanhando disse aparentemente nervoso. — Ela não se lembra de nada e perguntou pelo namorado, então uma enfermeira infelizmente contou o ocorrido. — Naruto levou a mão ao cenho, não deveriam ter contado assim. — Ela parece outra pessoa, a mãe dela disse que o senhor entenderia.

— Sim. — não era a Sakura, constatou o Uzumaki. — Vamos conhecer a Shakespeariana, Sasuke.

— Quem? — os dois entraram no quarto. Sakura tinha sido transferida para um quarto próprio e espaçoso, pareceria um quarto de hotel, a não ser pelos os equipamentos hospitalares. — Shakespeariana? — Naruto a chamou calmamente, ela estava no banheiro. Sasuke demonstrou tédio. — Sou eu, o Dr. Uzumaki. — ele ouviu soluços e gemidos dela vindo do banheiro.

Sasuke riu debochado. — Que bela perca de tempo. — disse, recebendo um olhar repreensível do amigo.

— Shakespeariana, eu vou lhe ajudar venha aqui, por favor. — ele disse encostado na porta. Naruto mal tinha conseguido dormir na noite passada, ele estava avançando com a Sakura no seu tratamento, mas agora diante de tal tragédia não sabia quais seriam as proporções. O que aconteceria como avanço que teve?

— Sou eu, não irei te machucar. — falou pacificamente, já Sasuke sentou-se no sofá. Seu celular vibrou e era Ino, provavelmente querendo saber do atraso, já que tinha uma importante reunião.

“Seu progresso está arruinado” era o pessimismo instaurado na mente do Naruto. Ela por fim, resolveu abrir a porta do banheiro. — Eu sei o quanto é difícil.

— O mataram, elas o mataram. — ela se jogou em cima do Naruto. — O mataram.

Sasuke deu um pulo do sofá. — Você! — Sasuke disse admirado, era ela. — Você, é você.

Naruto o olhou sem entender e a mulher de cabelos róseos limpava as lágrimas de seus olhos com as mãos. — Você a conhece?

— A mulher que me deixou, é ela. — Naruto passou a fitar o seu sapato e se a situação não fosse tão trágica, ele sorriria da ocasião. — O vestido vermelho decotado, o batom vermelho. É você, a bebida, você pediu o Martini batido.

— Quem é ele? — disse acanhada, olhando Naruto sem entender o que se passava.

— Nem vem com isso, é você. Você foi para o meu apartamento, nem vem. Dormimos juntos.

— Qual a possibilidade disso acontecer? — perguntou Naruto.

— É ela! — seus olhos brilharam e nem percebeu que mordeu seus lábios. — Vai dizer que não lembra que dormiu comigo?

— Quem é esse, Naruto? — ela segurou firme o braço do psiquiatra.

— Sasuke, você não prestou atenção no que eu falei ontem? — a Shakespeariana estava acanhada e cética diante da situação, aliás, não era a primeira vez que isso acontecia. — Não são as mesmas mulheres, você provavelmente saiu com a Dama da Noite.

— Faz favor, você tem uma pinta bem naquele lugar.

— Sasuke!

— Por favor, respeite meu momento. Eu estou... Eu estou. — caiu em prantos. — O Gaara está morto, meu namorado e ainda por cima dizem que eu o matei. Como eu poderia ter o matado? Eu o amava!

— Tranquilize-se, por favor.

O Uchiha analisava cada detalhe do rosto da mulher e o seu corpo. Era ela, não tinha dúvidas. Era ela.

[...]

Era uma sexta-feira á noite normal em Chicago. Sasuke tinha acabado de sair do escritório e foi convidado por um amigo para o happy hour das cinco. O Uchiha tinha recusado, pois tinha uma festa importante para ir à noite, era aniversário de um cliente de longa data da família Uchiha. Começaria ás dez, aproveitou e ficou no seu apartamento assistindo o jogo do seu time de basquete, o Chicago Bulls. Ás oito e meia, iniciou seu ritual, estava com um breve descontentamento por sua equipe ter perdido para o Los Angeles Lakers, esse qual enfrentava uma péssima fase. A NBA sempre costumava aprontar dessas surpresas desagradáveis.

Pelo menos, não foi à arena.

Arrumou-se e entrou em seu carro, em vinte minutos já tinha chegado à recepção onde iria ocorrer a comemoração. Ele era o outdoor do escritório Uchiha, seu irmão estava em Washington onde trabalhava na suprema corte federal e seu pai, recém-aposentado por problemas de saúde, curtia as férias sem fim pela Europa com sua mãe. Ele estava no topo do legado.

Festas de idosos celebrando noventa anos não eram nem de longe as mais animadas, no entanto transcorria bem. Uma banda de jazz foi a escolha perfeita, sem dúvidas era a salvadora da noite, e quem sabe os canapés servidos.

A conversa fluía bem quando o assunto eram os índices de investimentos em países subdesenvolvidos, porém, ele não estava interessado em saber do próximo passo do magnata da construção civil e seu novo país de investimento, frustrante para uma sexta. Deveria ter ficado em casa ou ir à um pub, xingar com outros caras a derrota do time.  Bebeu sua segunda taça de espumante.

Estava entediado ao extremo.

— Ninguém de sua idade, neto? — seu avô sentou-se ao seu lado. — Que minha festa de noventa não seja esse desânimo, quero dançarinas de Vegas em poucos trajes. — Sasuke não deixou de sorri.

— Falta um pouquinho ainda, meu avô.

— Temática será Las Vegas. Incrível como se entregam a idade, deveria ter ficado em casa e jogando Poker online no Ipad. Eu sou bom naquilo.

— Queria seu ânimo.

— Olha. — apontou discretamente para uma bela mulher de cabelos róseos e vestido vermelho que ia ao bar. — Se você não for, eu vou. Vai se divertir, ela está entediada. Flerte um pouco.

Sasuke ponderou sobre a ideia dada pelo seu avô, não teria nada a perder e estava solteiro. Levantou-se e foi ao bar, se sua intenção foi ser discreto não conseguiu. Foi observado detalhadamente pelos orbes verdes da mulher ao lado. Qual julgou ser encantadora.

— Um Martini, batido não mexido. — falou a mulher de lábios vermelhos e de decote provocante.

— Ótimo pedido. — Sasuke disse e em seguida pediu o mesmo. Viu o discreto sorriso sensual no rosto dela. — Animada a festa.

— Nem me diga. — ela deu um gole. — Preferia qualquer outro lugar. E você?

— O mesmo. — Sasuke bebeu sua bebida e sorriu. — Desculpe, sou péssimo em flertar e olha que tenho lábia.

— Então o seu jogo é dizer que é péssimo em flerte. Ouch, que pena de você.

— Acredite.

— Não tem nada em mente?

— Tenho muitas coisas em mente, mas acho que não seria apropriado dizer.

— Quem sabe não compartilho das mesmas ideias? — ela virou-se em sua direção.

Madara não deixou de esboçar seu orgulho ao ver o neto sair de mãos dadas com a bela mulher de vermelho, ele ergueu a taça e piscou o olho para o neto.

Os dois foram ao estacionamento e antes do motorista trazer o carro, Sasuke desfrutava dos beijos acalorados daquela mulher, qual nem tinha perguntado o seu primeiro nome. Encostou-a na parede e agarrou sua cintura, não conseguia desgrudar daqueles lábios, eram macios e com gosto de Martini. Viciantes.

Sua cantada de não saber flertar ainda funcionava. Mas, de fato ele não sabia cantar, ele não precisava.

Entraram no carro e o único destino era o apartamento dele. Acelerou como nunca, pouco estava se importando com a multa que viria pelos correios na manhã seguinte. A mulher estava radiante e extasiada com a sensação de velocidade, ela adorava desafiar o perigo. Ele constatou pelo o olhar sedento e exibindo uma lascívia sem tamanhos.

A mulher desceu sua mão para a calça do homem e o olhou sedutoramente lambendo seus lábios, levou seu dedo a boca e o lambeu o provocando. Sasuke estava solteiro há alguns dias e já não sentia ou se lembrava da ex. Estava pronto para embarcar numa loucura com uma desconhecida, desde a faculdade não participava de uma.

Relembrar é viver.

O sinal vermelho apareceu no semáforo e ele desprendeu a fivela do seu cinto, dando um passe livre para ela, qual não se intimidou.

[...]

Seu lampejo esvaiu-se, Naruto tinha acalmado a mulher chorosa. Fisicamente era ela, disso não duvidada, mas suas atitudes e o jeito de encará-lo era realmente outro.

Chutaria gêmeas, se não a conhecesse.

— Ele nunca faria isso, Naruto. Nunca. Gaara é um cavalheiro, um homem único e ele não faria isso. Ele não fez.

— A Sakura acordou aqui ensanguentada e estamos esperando o exame do instituto legal, aparentemente ocorreu.

— Ele não fez isso. — espremia sua mão uma na outra. — Ele me ama, ele me ama.

Ainda não aceitava a morte do Gaara, constatou Naruto. Estava no primeiro estado de luto, a negação. Mordia as unhas tentando se apegar a uma realidade, cercada de lembranças.

— Na terça nos vimos, na quinta iriamos à um recital de poesias. Ele gosta de artes. Que dia é hoje?

— Sexta. — ela desabou em choro novamente.

— Ele não.

***

Os dois foram em café próximo do hospital. Naruto exagerou no açúcar de seu café, seu amigo estava preocupado. — Sua diabete agradece. — ele tirou o copo do amigo e pediu um amargo para ele.

— É o efeito Sakura. — ele riu nervoso. — Você dormiu com a bomba de cereja, miss Cherry Bomb.

— Elas têm nomes? — o advogado perguntou, não queria afirmar o quão estava fascinado com o caso, e mais ainda em saber que dormiu com uma delas.

— Sim, é uma nova personalidade. — Naruto falava entusiasmado da história, era o seu caso especial. — A Shakespeariana, ela é doce, afável e extremamente romântica. Ama cultura, livros e tem uma visão diferente de ver a vida, é filantrópica, é adorável e melosa. Aquelas mulheres românticas quais choram depois de ler qualquer um livro do Nicholas Sparks. — Sasuke o olhou confuso, já que não entendera a referência. — Um autor de livros românticos. A Shakespeariana me indicou um para a Hinata. Ela é sensível demais.

— E a Cherry Bomb? — não pode negar o quanto estava interessado nesta.

— Que cidade pequena, você dormiu com ela. Inacreditável. Enfim, ela é impulsiva e rebelde, faz o que vem na cabeça e exagera em sua sensualidade para conseguir o que quer, ela não tem limites e nem pudor.

— E fode bem. — Sasuke sorriu sacana. — Pervertida e puta que pariu, chupa bem.

— Poupe-me dos detalhes, mas a conheço bem e sei o quanto é descarada. Quase que perdi meu noivado com a Hinata, graças a ela.

— Esses casos legais você nunca me diz, agora maluco que toca fogo no corpo, você fala.

— Não posso falar de todos meus pacientes, ética profissional e você sabe.

— Hmm. E a outra?

— A It.

— Que merda de nome é It?

— Não tenho a mínima ideia. Essa é a divertida e com qual mais converso, ela é de boa com a vida, aventureira e bem mais humana. Mês passado ela foi escalar no Grand Caynon e sem falar que é uma ótima fotógrafa, fez um book do meu noivado.

— Espera... Elas têm habilidades diferentes?

— Sim, cada uma tem sua habilidade particular, isso que me fascina. A Shakespeariana é uma ótima poetisa, a It uma excelente fotógrafa e a Cherry Bomb, bem...

— É uma ótima chupadora. Boquete de primeira, fode que é uma beleza.

— Sasuke, ela é desse jeito mesmo, avassaladora um saco de luxuria com lasciva. Incontrolável. Ela já me agarrou uma vez.

— Cachorrão.

— Não mesmo, não consigo lidar com essa personalidade. E agradeço quando não a vejo muitas vezes.

— E por fim, Sakura Haruno, a maluca por trás disso tudo. Procurei algumas coisas sobre ela na Internet, no entanto não encontrei muito. Ela é reservada, graduada em economia em Harvard, no entanto acabou se dedicando a escrever livros. É uma autora famosa e usa um pseudônimo de H.S

— Como ela é?

— Ela é genial, uma pessoa com um olhar para o futuro, no entanto o temperamento dela é tão ruim quanto o seu. Ela é geniosa e reservada uma versão Uchiha Sasuke feminina, ela é terrível. — ele bebeu um gole do seu café. – Porém, Sakura sofre de um complexo de inferioridade horrível, ela nunca olhará nos seus olhos para falar, ela se esconde. Ela criou todas essas personalidades, como uma válvula de escape.

— E como essa mulher criou tudo isso?

— Um trauma na infância, Sakura tinha uma irmã gêmea idêntica, Sayuri Haruno, ela morreu afogada em um lago tentando salvar a Sakura. Ela não fala muito sobre isso, quando comento ela fica furiosa e tem pequenos ataques e entra em surto.

— Entendi. Nem a Sakura, nem a Shakespeariana foram estupradas, resta a It e a Cherry, e sinceramente espero que não seja ela. Foi até bom esse cara ter sido assassinado, filho da puta.

— Temo pela Sakura. E, Sasuke, você está no caso? — o médico passou a encará-lo. — Sei que não é a sua área e tudo mais.

— Que bom que notou que não é a minha área, Naruto. — ele disse debochando do amigo. — Ela precisa de um advogado o mais rápido possível, o cara que ela assassinou é de uma família influente e o pai dele é senador. Estou no caso, por enquanto, mas eu preciso saber tudo dela/delas, sei lá.

— Providenciarei. — ele levou a mão ao rosto, estava exausto e ainda tinha que trabalhar o dia todo. A preocupação atingia indiretamente sua glicose.

— Me fale sobre os livros dela, cada personalidade escreve? Qual o livro da Cherry Bomb? — perguntou empolgado.

— Você não tem jeito, ela escreve livros de ficção e um deles é conhecido, um Best-seller. “Desventuras de uma viajante”, esse é a Sakura quem o escreve. Eu leio todos os livros, pois me ajudam a compreender quem é quem. A Shakespeariana escreve dramas românticos daqueles que te deixam mal e a Cherry Bomb adultos, por exemplo, “Como ser a Amante Perfeita”. — Sasuke sorriu sacana. – A única que não se aventura é a It, pois ama fotografias.

— Entendi. Gosta de ler os da Cherry?

— Não, não gosto de sexo explícito e linguagem de baixo calão. — Sasuke fez uma careta. Naruto era o mais erudito e reservado.

— Então cada uma tem um modo de escrever e você analisa. — Naruto assentiu. Aquilo era insano para o Uchiha. — Tira o dia de hoje pra descanso, cara. Você está pilhado. Relaxa.

— Farei isso ou surtarei. — ele levantou-se. — Mandarei para o seu escritório as papeladas da Sakura. Tchau e obrigado.

— Disponha sempre.

***

 Em seu fone de ouvido tocava Can’t Stop do Red Hot Chili Peppers. Batia numa bateria invisível enquanto andava, os presentes ali o cumprimentavam e educadamente ele retribuía. Cresceu naquele escritório, em parte da infância via seu pai trabalhando e Fugaku o oferecia alguns processos para ler. Ele quem o iniciou nesse mundo.

Depois que deixou Naruto no hospital, ele passou numa livraria no centro da cidade e foi diretamente procurar pelos os livros da tal H.S. comprou alguns e claro, o da Cherry Bomb encabeçou sua lista.

— Atrasado.

— Eu sou o chefe, Ino. — sua estagiária bufou e revirou os olhos, triste vida de estagiária e ainda por cima do seu ex.

— Diga isso para o presidente da UBM International, eles estão precisando do seu aval sobre o contrato de bilhões de dólares.

— Está na minha mesa?

— Óbvio.

— Olha, até que ela é eficiente. — apertou a bochecha dela.

Ele não estava a culpando pelo fim do namoro, aliás, ela quem terminou, não era fácil namorar o chefe. Ela precisaria de alguém ao lado, não um viciado em trabalho. Seu defeito.

E, pobre Ino. Enganou-se achando que seria um pouco mais fácil como ex-namorada. Contudo, Ino não iria deixar aquele estágio dos sonhos no escritório, isso daria um up em seu lattes daqueles.

Olhou a papelada à sua frente, eram cláusulas de contrato. — Certo. — duas empresas do setor de comunicação iriam fazer uma fusão, fácil? Não. Complicação e das grandes. Leis de comércio, aquela burocracia de sempre.

No entanto sua mente estava longe.

[...]

— Seu apartamento é lindo. — disse a mulher. — Incrível a vista. — olhava pela janela as luzes dos prédios de Chicago, o apartamento do Uchiha era na cobertura, tinha espaço de sobra e o lixo sendo onipresente nos mínimos detalhes.

— Vinho? — ofereceu para ela, enquanto disfrutava da imagem ao lado daquela exuberante mulher. — Parece que gostou mesmo da vista.

— É fascinante. — ela colocou a taça sobre a borda da grade. Começou a desabotoar o terno dele, enquanto beijava seu pescoço. O homem a segurou pela silhueta e ela pulou sobre ele, ele a levou para o seu quarto, enquanto ela distribuía beijos ali. Adentrou ao cômodo e a jogou sobre a cama, encaixando-se no meio das pernas dela, a mulher pôde sentir tamanha excitação e sorriu.

— Vamos brincar um pouco. — disse ela.

[...]

As batidas na porta o interromperam seus devaneios.

— Ino. — disse de mau humor. — O que quer?

— Entregaram essas pastas e é para você. — ela colocou sobre a mesa dele. — Um novo caso? — ele pegou as pastas.

— Fique com a da UBM, sublinhe as partes importantes e me envie.

— Mas é seu.

— Tenho outras prioridades e eu estou ordenando. Faça.

— Como assim? O da UBM é a sua prioridade, sabe quantos milhões irá te render?

— Sei sim. Faça o que mandei. Agora! — não queria endossar aquela tarefa maçante para Ino, no entanto, sua mente martelava na criatura misteriosa ou perturbada de mais cedo.

— Isso é abuso de poder. — disse ela revoltada.

— Então me processe!

Abriu o dossiê de Sakura Haruno. Iria ser uma longa tarde, querendo ou não aquele caso aguçou sua curiosidade e além do mais, como alguém dormiu com ele e não lembrava?

***

 No quarto do hospital a mulher, autodenominada Shakespeariana, estava mergulhada em suas lembranças com seu ex-namorado. Não queria ir dormir, pois não sabia quando iria acordar novamente. Seu coração estava apertado e aquelas lembranças a machucavam.

“Gaara, Ó doçura da vida: Agonizar a toda a hora sob a pena da morte.”

Citou parte de um poema de Shakespeare. Quão lastimável!

Seu mundo tinha desabado. Essa era a segunda personalidade desenvolvida pela mente da Sakura, era sua parte triste. Refugiava-se nas poesias e em escrever seus romances.  Era a personalidade da Sakura mais acanhada, sempre aparecia quando a Sakura relutava com seus sentimentos e desabava. Quando sentia-se abandonada por todos, sempre silenciosa no seu canto. Prezava o afastamento, até o conhecer.  

Betado por Icunha


Notas Finais


A Shakesperiana citou uma frase do Shakespeare.
Gostaram da Miss Cherry Bomb?

Espero que tenham gostado e muito obrigada pelos favoritos, não esperava mesmo.

Bem, vocês tem teorias agora que conhecem um pouco delas , quem matou o Gaara ?
Beijos e até <3


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