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História Blur - Dolência


Escrita por: UchihaSpears

Notas do Autor


Hello

Capítulo 5 - Dolência


O tempo na vida dele era precioso, pois tempo, para os Uchihas, nada mais que significa dinheiro. Era o lema, desde pequeno sabia. Aos trinta anos estava no topo. Tinha a capa da revista Time emoldurada na parede. Podia dizer que era o seu maior fã.

“A nova cara da advocacia Americana.”

Entrevista essa, que lhe rendeu a primeira capa e duas folhas e meia de um alto ego explícito. Se houvesse um pódio em competições de vaidade, ele era o primeiro, segundo e o terceiro. Deixou bem claro nas entrelinhas.

Era vítima de um amor-próprio sem limites.

E cá estava ele na esquina do Mercy Hospital, comendo uma salada de frutas com uma cobertura de amêndoas, granola e bem gelada, em uma barraquinha do lado do hospital. O dono do estabelecimento falava sobre o jogo do Chicago Bulls, de ontem á noite, onde perderam por pouco e no tempo final conseguiram uma virada.

Sasuke não assistiu ao jogo, estava muito empolgado lendo as aventuras de Lucy por terras desconhecidas, em busca da sua segunda parte do medalhão. Não era o seu tipo de leitura preferido, nem de longe. De ficção ele só leu O Senhor dos Anéis, na escola e um livro do Edgar Allan Poe, no ensino médio, forçado. Preferia livros penais, autobiografias de homens bem-sucedidos e claro, revistas sobre automóveis. Sua paixão.

— O Carter-Williams vacilou demais no jogo. — o vendedor referia-se ao armador das jogadas principais do time. — Um dos piores jogos que vi na vida e ainda ganham milhões para fazer aquilo.

— Ao menos os Lakers estão piores. — o Uchiha sorriu ao lembrar que o time de Los Angeles estava em situação muito pior.

— Verdade. Saudade do tempo do Jordan. Ele era uma lenda e ainda é.

— Tempos que não voltam meu caro e, aliás, ótima salada. — Sasuke deu uma cédula de cinquenta para o pagamento.

— É apenas cinco, senhor.

— Fica com o troco, quem sabe eu não volto. — o homem sorriu satisfeito e o vendedor agradeceu. Sasuke avistou Naruto, agora no seu devido carro um Rolls-Royce modelo Wraith de cor azul marinho. 

— Pensei que tinha vendido esse carro.

— Ainda não, não consigo deixá-lo. Meu lorde inglês. Boa tarde. — disse, guardando a chave do carro, seu orgulho. O loiro não escondia sua paixão por carros e principalmente os fabricados na terra de vossa majestade.

— Igualmente.

— Não consegui vir cedo. Tinha umas licitações para fazer e sabe como isso leva tempo. — Naruto também era o diretor do asilo Arkham, um asilo federal qual acolhia os mais diversos criminosos com problemas mentais do estado. Estava no cargo há pouco tempo, esse emprego lhe consumia a cabeça definitivamente.

O Mercy Hospital tinha virado uma espécie de pentágono onde eles se encontravam para falar um assunto de suma importância: Sakura.

Há dois dias que Sasuke não a via, dois dias antes a It não quis receber visitar de ninguém e ontem, tinha aceitado uma breve conversa com o Naruto, que explicou que essas personalidades, quando apareciam, ficavam por um curto espaço de tempo ou, ás vezes diante de situações adversas, alguns dias. Havia um bom tempo que isso não acontecia, devido ao tratamento intensivo com a Sakura, que conseguia aos poucos controlar os seus apagões.

— O livro dois, das Desventuras de uma Viagem, o segundo é sobre a It. — disse o Uchiha enquanto entrava no elevador. — É a It, eu percebi pelo o jeito que ela relata de uma forma sútil e o lado de aventura.

— Sim, o segundo livro dela fala sobre a It. Você entendeu como surgiu?

— A Lucy queria ser aceita no navio do Corsário Jellal, então ela se misturou com a tripulação e até assistiu, sem dizer nada, quando o capitão achou um intruso e o mandou andar na prancha, ela poderia ter o defendido.

— Teorias? — respondeu Naruto, animado. Estava gostado de ver o Uchiha empenhado nesse caso, totalmente alheio á sua vida comum e sem mencionar que estava passando um bom tempo com o amigo, tempo esse que não tinham desde a faculdade.

Aquilo seria de uma maneira gratificante para Sasuke, Naruto apostava nisso. Ele o conhecia de tantos tempos, sempre lidou bem com a prepotência do seu amigo e o jeito esnobe de tratar as pessoas, mas sabia que aquilo era uma capa de se proteger.

Ele, definitivamente, o conhecia bem, mesmo não sendo ético, Naruto fez um perfil do seu amigo. “Jogue a primeira pedra alguém, do ramo da psicologia, que nunca traçou e estudou seus amigos e familiares em silêncio.”. Era a desculpa que o Uzumaki dava para si mesmo.

Sasuke tinha o seu lado, no entanto, para o amigo ele nunca agia de tal forma. Sempre o defendia, desde quando o pequeno Naruto caiu no pátio da escola e vieram uns garotos o sacanear, Sasuke estava ali e o defendeu. Ele sempre rirá ao lembrar-se do que o moreno marrento disse: “Eu serei um advogado futuramente e eu irei defender a todos.”.

Era ali o inicio da amizade. Nos bons momentos e nos péssimos, ele e Naruto estavam unidos. Quando Sasuke enfrentou sua fase mais difícil durante o tempo que ele teve câncer no Sistema Linfático, o amigo ia religiosamente ao hospital visitá-lo e nas segundas levava as HQ´s.

Passavam a tarde falando das aventuras do Batman e seus inimigos. Sasuke logo disse que era o Batman. O justiceiro de Gotham enchia o imaginário do menino e o amigo não deixava de lado seu fascínio pelo o Coringa. A insanidade tinha seu lado atrativo ás vezes.

— Ela criou essa personalidade para ser aceita em algum momento da vida.

— Foi a primeira, ela criou para ser aceita no colegial. Não foi muito bem- sucedida. E o cara da prancha, bem, foi uma menina que foi massacrada por umas das meninas malvadas de lá. Sasuke só observou em silêncio. — Naruto pausou a conversa e deu um breve espirro. — Por acaso, tomou banho de perfume?

— Faz favor, Uzumaki. — tinha uma explicação para o aparente exagero, o homem esperava ver hoje a Cherry Bomb, durantes os dois dias ele aguardou vê-la, mas suas altas expectativas caíram por terra. — Miss Bomb estará hoje?

O Uzumaki tirou um lenço de seda azul marinho do bolso. — Tem um padrão, pode ser ela, a It ou voltar a Shakespeariana. Por isso veio arrumado, como fosse estrelar a capa da Vogue. Interesses na bomba de libido.

— Touché. — disse animado.

A porta do quarto estava sendo vigiada por dois policiais federais a ordem da própria presidente, como uma medida de segurança. Os dois brutamontes do FBI, revezavam a cada seis horas com outros agentes e a única informação passada era a de proteger a filha da mulher mais poderosa do planeta. Agora não sabiam de quê, necessariamente, detalhes não foram revelados.

  O Uzumaki e o Uchiha solicitaram autorização e entraram. Tinham que mostrar as credenciais. Sasuke considerava aquilo irritante. Ao chegarem ao quarto, encontraram a cama vazia e o lençol bagunçado, os dois olharam inspecionando o quarto, ela estava no banheiro.

Sasuke tinha voltado com suas expectativas mais altas, teria que ser ela. Pensou no que diria para a senhorita Bomb, mas recordou que estava em um caso e não poderia flertar com ela.

A mulher de cabelos róseos bagunçados e de bata branca saiu do banheiro. Estava pálida. Seus cabelos não tão brilhosos, olheiras eram percebidas e um abatimento era notável. Ela observou os dois homens parados a beira da sua cama. Como num vídeo de uma triste canção tocando.

O olhou esguio. — Shakespeariana. — afirmou o Naruto. Sasuke não escondeu sua decepção.

— Quem o matou? — disse aparentemente brava.

“A psicologia é incrível.” Pensou Naruto. Ela estava na segunda fase do luto: a raiva. Ela passou do estado de negação e agora não se conformava com aquela perda de um outro modo. — Como está?

— O que acha? — respondeu em um tom aborrecido. — Elas sempre me odiaram de algum modo, elas sempre tiveram esse tipo de desafeto e quando enfim eu encontro uma paz, o sentimento de inveja é consumido e elas destroem. — disse revoltada. — Por que fizeram isso comigo? — continuou furiosa. — Será que eu não merecia ser feliz? — trincou seu maxilar.

— Acalme-se.

— Suas palavras de falso consolo não irão me ajudar. Não finja e nem mostre pena. Elas o tiraram de mim.

— O que lembra, de quando estava com ele? — Sasuke tomou a palavra a desconcentrando. — Iam jantar, não era? — ele fez um dossiê sobre Sabaku No Gaara na noite passada, mandou um de seus funcionários procurarem informações e das mais sigilosas. — Trinta e dois anos, divorciado e filho do atual Senador do estado, trabalhava com finanças.

Ela o encarou, incerta e assustada, e apenas assentiu. — Vamos iniciar. Como o conheceu? — ela caminhou até a cama e sentou-se, mesmo não se lembrando do estupro seu corpo doía, sentia as consequências. — Sou seu advogado, responda-me.

— Sasuke, ela está em um estado frágil. — tentou argumentar o amigo, demonstrando compaixão pela mulher fragilizada à sua frente.

— Não temos tempo, quanto mais rápido eu montar esse caso, logo o resolveremos. — rebateu duro. — Eu aceitei o seu caso, seu e o das outras. — ainda era confuso para ele. — Serei o seu advogado, para a justiça a Sakura matou alguém, porém, para a psicologia foi uma de vocês ou a própria Sakura. Entre as quatro há uma personalidade assassina, qual apunhalou o Gaara por doze vezes. — a Shakespeariana levou sua mão à boca em choque. — Alguma de vocês não gostava dele. Confie em mim e diga. Quanto mais rápido, logo resolveremos.

Suas lágrimas eram visíveis. Naruto repreendeu o Sasuke por tal ato. Era cruel.

— Em um café de uma livraria. — enfim respondeu. – Tem um ano e um mês.

— Prossiga. — ele puxou uma poltrona e sentou-se a olhando, iria iniciar seu interrogatório.

— Eu estava lendo um livro e percebi que ele estava me observando da outra mesa, eu achei até que era fruto de minha imaginação. — ela pausou e passou a observar o cateter intravenoso na sua mão para ministrar alguns antibióticos. — Ele se aproximou e veio falar comigo. Começamos a falar sobre livros e assuntos atuais, ele pediu o meu celular, e eu dei o da Sakura, na época eu não tinha, já que não mantinha contato com ninguém. Então, alguns dias depois eu li que ele tinha me ligado.

— Leu? Aonde você leu? — inquiriu.

— A Sakura sabe de suas personalidades há um bom tempo, então ela fez um esquema de um diário, onde cada uma tinha que escrever o que fez durante o dia. Um dia ela acordou em Paris, graças a Shakespeariana que foi à uma convenção de artes no Louvre. Então, elas anotam e é uma espécie de controle. — Naruto respondeu por ela.

— Vou precisar desse diário, onde o encontro?

— No apartamento da Sakura, creio eu. Mas, lá está interditado.

— Sem problemas. Continue, por favor. — ele estava acostumado no seu dia a dia com empresários de grandes empresas falando de finanças e lacunas de contrato, traçava metas e estratégias com seus clientes, sempre visando entregar um serviço jurídico de qualidade. No entanto, ele estava empenhado e fascinado. Estava saindo de sua zona de conforto e com estilo.

Aquela mulher à sua frente o intrigava. Mal conhecia e ela já estava tirando seu sono, estava mergulhando em universo qual não conhecia: a mente humana.

— Eu retornei a ligação e então, ele marcou comigo no mesmo local da primeira vez.

— E as personalidades, como ele soube?

— Eu o enrolei por uns dois meses e nessa época comprei um celular próprio, então, disse que tinha uma irmã gêmea. Custou fazê-lo acreditar, mas quando eu mostrei o blog da It, ele acreditou por um curto período, logo depois a situação ficou incontrolável e eu tive que contar, primeiramente a Sakura disse. Ela é sempre temperada e o mandou se afastar. Eu gostava dele, aos poucos fui me acostumando com os seus trejeitos e do modo como me olhava.

— Suas personalidades não aceitavam? — ela meneou a cabeça negativamente. — E por que continuou?

— Ele me entendia, ele conseguia enxergar através dos meus olhos e me trazia á vida. Tínhamos essa conectividade, então tudo se tornou sério. Ele passou a entender pelo que eu passava e me amou daquele jeito, ele simplesmente me amou. Mesmo sabendo de tudo.

— A Sakura não apoiava?

— Não, nenhuma delas e principalmente a... — ela pausou. — A Cherry.

— Tem problemas com ela? — Sasuke continuou seu curto interrogatório.

— Todas nós temos. Porém, a Sakura sempre sofre mais. Deve ser difícil para ela acordar em outras camas. Nada que eu falar aqui vai trazer ele de volta, isso não é justo!

— A última vez que o viu?

— Estávamos bem. Tínhamos planos. Eu não quero falar mais, por favor. Eu estou exausta, eu estou sendo dopada por remédios, eu não tenho mais nada. Perdi meu alicerce.

— Ele estuprou a It. — ela o encarou séria.

— Mentira, mentira. Ela é uma mentirosa! — respondeu alterada.

— Exames comprovaram. Era o sêmen dele.

— Eu disse que quero ficar só. Ele era tudo para mim, vocês não entendem. Nunca perderam alguém que amavam.

— Por fim, quem você acha que o matou?

— Eu não sei, pode ser qualquer uma. A Cherry Bomb o detestava junto com a It, e a Sakura o odiava.  

— Um nome, uma possível assassina.

— Ela, a Sakura.

***

Streeterville localizada na zona leste de Chicago. É considerado um bairro calmo e um dos mais caros da região. Sakura morava em um apartamento em frente ao famoso Lago Michigan.

Os dois se deslocaram para casa da vítima alguns minutos depois de saírem do hospital. Precisariam do diário dela.

Convenceram o síndico do prédio a entregar as chaves do apartamento e para tal façanha, fingiram ser agentes do governo. Quem desconfiaria de dois homens de terno e bem distintos?

Depois do encontro com a Cherry Bomb, sempre se passava pela cabeça do Uchiha onde aquele furacão de cabelos rosados poderia morar. Todos os dias ele passava pela frente daquele prédio, já que era caminho para o seu trabalho.

“Cidade pequena.” Concluiu.

Entraram no apartamento, o Uzumaki ligou as luzes e viu fitas amarelas com o aviso de “Não ultrapasse“ próximo ao tapete, com algumas manchas de sangue do Sabaku.

— Quando éramos moleques, um lugar desses seria como se diz “irado”. — o Uzumaki disse, mas não negou seu sentimento de repulsa. Ali uma mulher foi estuprada e um homem morto. Um sentimento de entejo foi criado por ambos.

— CSI Chicago. — Sasuke disse, enquanto observava minuciosamente o local. O apartamento era espaçoso e tinha uma decoração no mínimo diferente, uma mistura de eclético, sofisticado e reservado.

Chutaria fácil que mais de uma pessoa vivia ali. Andavam com bastante cuidado para não tocar ou mexer algo e atrapalhar o trabalho da perícia. Sasuke fitou a enorme estante de livros que cobria uma parede, diferente da sua estante de livros, essa possuía uma imensa coleção de clássicos e romances.

— Sasuke. — Naruto apontou para a superfície de vidro apoiada sobre duas colunas jônicas, onde tinham alguns porta-retratos. — Consegue identificar quem é quem? — o Uchiha se aproximou das fotografias.

— A que está escalando nessa montanha é a It. — Naruto assentiu. — A de vestido comportado e em Paris é a Shakespeariana e nessa com as flores também. — observou a mulher em um jardim. — Essa é a Cherry Bomb. — olhou a mulher numa praia com um biquíni vermelho, óculo escuro e um chapéu de palha. — A Sakura é linda.

— Sim, é uma mulher lindíssima. Seus olhos verdes chamativos. Parece uma boneca.

— De olho na paciente? — o Uchiha pegou um quadro onde a mulher estava com a Tsunade. — Essa é ela, não é?

— Sim, com a Tsunade. Olhe o olhar dela, é vago. E... Não estou de olho nela, não deixo de dizer que é uma mulher fabulosa, mas sou um homem comprometido. Muito bem comprometido.

— Cachorrão. — bateu no ombro do amigo. — Estou feliz por você. Darei de presente à ela o livro da Miss Bomb, não me agradeça.

— Você é único, mas estou satisfeito com a performance sexual da Hinata. E muito, aliás. — Sasuke seguiu para a janela e puxou a persiana. — Sakura não abre essa janela, ela tem um trauma de lagos, já que a sua irmã morreu em um.

— Essa morte desencadeou tudo isso nela, não foi?

— Sim, teve outros fatores também. O abandono da mãe biológica, a perda do padrasto Dan. O fato é que a Sakura nunca se aceitou e isso eu não compreendo. Aconteceu alguma coisa naquele lago, além da morte da gêmea, porém, ela não consegue dizer, ela se fecha.

— As personalidades sabem? 

— Apenas a It sabe da morte da Sayuri.

— Como ela chegou até você? — os dois caminharam até o quarto. 

— A Sakura chegou até mim, devastada psicologicamente. Depois da Cherry Bomb, essa é a mais novas das personalidades. Ela acordou na cama de um homem e a Sakura não entendia. Ela sabia que tinha algo errado, pois ela fazia atividades, viagens e tudo mais, no entanto, não conseguia lembrar. Então, expliquei a ela sobre esse transtorno e ela custou a acreditar, mas depois fez todo o sentido. — os dois entraram no quarto. — Como disse, ela já criava uma fuga da realidade fingindo ser outra pessoa.

Sasuke admirou-se com a quantidade de remédios controlados sobre o criado-mudo.

— É para o tratamento dela, prescrevo esses remédios. Vim conseguindo uma melhora, mas depois do acontecido, não sei como será.

— Miau. — um gato branco bastante felpudo pulou sobre a cama.

— De quem é esse gato? — Sasuke perguntou.

— Senhor Chandler, é o gato da It. Sakura não concordou muito, já que ela prefere cachorros. Ela tinha um pastor alemão, o senhor Joey, mas morreu idoso. Coitado, está com fome. Vou à cozinha procurar algo para alimentá-lo, procure o diário.

Sasuke começou a procurar pelo diário, seria de extrema importância. Praticamente o caso da Sakura, era um jogo de peças sendo arquitetado. Legítima defesa, ela apenas se defendeu do estupro? Porém, existia a parte psicológica, Será que foi na hora do ato? Poderia ter evitado?

Quem fez?

Se apenas um foi estuprada e as outras não sabiam. Isso deveria ser esclarecido. Ele estava montando aos poucos o quebra-cabeça.

A Shakespeariana acusou a Sakura. Seria? Ela sem duvidas é uma mulher perturbada, tem seus problemas e até imaginou o quão horrível seria para ela acordar na cama de outros. Provavelmente, foi ela quem acordou na sua cama.

It, ela foi estuprada. Ela teria os motivos para assassiná-lo.

Shakespeariana, por que não?  Nem sempre os que parecem inocentes, de fato, são.

Cherry Bomb? Ela deixou vácuo, não queria imaginar aquela personalidade como uma assassina. 

Na primeira gaveta do criado-mudo, ele encontrou o diário por baixo de caixas de remédios. Passaria por um livro qualquer de capa preta, ele o abriu e viu que era uma agenda.

Prático.

— Naruto, encontrei. — seguiu para cozinha, onde o Uzumaki lavava o seu braço e espirrava. — O gato te arranhou?

— Sim, e eu lembrei que sou alérgico a gatos. Droga. Encontrou?

— Sim. É uma agenda, facilita bastante. Arranhado por um gato. — zombou. 

— Faminto, faminto. A agenda pode inocentá-la?

— Eu estou montando o perfil dela, e sim, preciso do seu laudo.

— Esqueci, desculpa. Sasuke, alguém vai ter que ficar com o gato. — Sasuke o encarou. — Eu tenho alergia, oras.

— Eu não irei ficar com esse gato.

***

Ele chamava atenção por onde passava, no escritório não era diferente, ele detinha uma beleza de traços únicos. Irresistível para as mulheres qual trabalhavam ali e além do mais, quando Uchiha Sasuke segurava um gato, despertou olhares curiosos.

Sua lábia não conseguiu superar o drama do seu amigo, que falou diversos termos da medicina os quais ele não entendeu.

“O que seria hipersensibilidade ao plasma seminal humano?” Perguntou-se. Estava irritado, tinha pelo de gato no seu terno fino.

A Yamanaka estava falando com outro advogado sobre processos consensuais, quando o viu com o bichano. O olhou torto, não sabia que o Uchiha apreciava bichos de estimação.

Ela sempre se culpou, não sabe muito sobre o Uchiha. O conheceu no estágio, na época foi contratada por Fugaku e permaneceu por lá quando o mais novo assumiu. Conversaram por pouco tempo e Sasuke começou a sair com ela. Ino sabia muito bem que era por sua beleza e usara bem disso, já que não tinham quase nada em comum com ele.

Pensou que tinha ganhado na loteria, um homem do status dele, porém, seu conto de fadas aos poucos foi desmoronando, Sasuke era compulsivo por seu trabalho. Viu-se esnobada e apenas a garota que aparecia nos eventos ao lado dele. Não era o que ela queria. Ser a namorada de capa de revista.

— Ino, preciso que compre uma... Aquilo. Uma casa para gatos, não sei o nome.

— Desde quando você gosta de animais?

— Gostei de você. — ele disse, enquanto tentava tirar os pelos da roupa.

— Um dia vou fazer você engolir tudo isso, Uchiha Sasuke.

— Me processa coisinha. Enfim, preciso disso. — Ino bufou irritada. — Mais alguma coisa? 

— Um detetive, o Maito Gai, esteve aqui e entregou um envelope. Você está atuando no ramo criminal?

— Não é da sua conta.

— Por favor, Uchiha. Eu que tenho que me virar com todos os executivos estressados e acham que sou a culpada. Você anda sumido e relapso, desde quando demora tanto para ler um contrato? E agora me pede para comprar uma caixa de gatos.

— Caixa, era isso. — estralou os dedos.

— Desde quando você virou irresponsável? — era um momento único, Yamanka Ino dando uma bronca no chefe. — Eu sou apenas a estagiária, estou aqui pelo meu currículo e apenas isso, não resolver seus abacaxis. O dono da UBM deu um prazo de vinte e quatro horas. Eu fiz o que pude.

Infelizmente a Yamanaka estava certa.  

— Resolve a caixa do gato. — ele disse sério. O bichano passeava pelo escritório e pulou sobre a mesa do Uchiha.

Olhou a agenda da Sakura, sua mão coçou para ler, mas deteve-se. Tinha um contrato e seus honorários seriam altos. O nome do seu escritório estava em jogo. A agenda ficaria para depois, esse era o plano.

Ele abriu a agenda, tinha um aviso inicial:

Caneta vermelha – Cherry

Preta – Sakura

Azul – It

Rosa – Shakespeariana. 

Assim não nos confundimos, okay?

30 de março

Evento com a Tsunade. Fotografei todo evento da Tsunade. Ela estava linda e reluzente. — It.

Sabe que ela tem um caso secreto com o vice? Tsu é das minhas. — Cherry.

02 de junho

Saí com o Gaara, fomos à uma galeria no centro da cidade. — Shakespeariana.

Eu disse para você acabar com ele, não disse? Dê um fim nesse relacionamento. — Sakura.

 

Folheava folha por folha, lendo cada relato. Se não a conhecesse pessoalmente e não soubesse do seu transtorno psicológico, juraria que seriam quatro distintas. Cada uma tinha sua mania, a It sempre anotava festas, tons de maquiagem e até qual cápsula de chá queria para a cafeteira express.

31 de agosto

Eu te avisei, larga esse cara ou eu irei fazer algo. — Sakura.

Eu o amo. — Shakespeariana.

Notou que as brigas devido o Gaara ganhavam tons pesados, antes Sakura reclamava e afirmava que ele era um aproveitador, em seguida a Cherry tomou sua posição. Em um dos relatos ela escreve que ele a cercou em uma festa. “Estava saindo do controle” afirmara a It.

21 de novembro

 It, eu terminei sua matéria para o blog sobre sexo e Sakura eu irei ao seu evento. Velhos chatos, credo... Talvez eu vá sexy e pronta para me divertir, aliás, Garotas apenas querem se divertir! — Miss Bomb.

Sasuke atentou-se a essa data, foi exatamente o dia que ele dormiu com ela. Viu que no dia vinte e dois tinha um recado:

22 de novembro

Estou definitivamente farta de acordar na cama de outros caras, Cherry. Não transforme minha vida em um inferno. — Sakura.

24 de novembro

Fui à Nova Iorque para, uma matéria para o blog, New York Fashion Week e conheci a Beyoncé. Poder feminino é isso ai! — It.

Agora ela vai virar feminista?  It, você precisa de um homem. SEXO. — Bomb.

Ele não cansava de folhear as páginas. Cada uma era uma nova surpresa. Ele nunca foi interessado na vida de outras pessoas antes, nem comprava revista de fofoca e não sabia quase nenhum site especializado nisso.

Talvez na do amigo Naruto, ele se interessasse. Era como um irmão para ele, porém, nenhuma antes o atraíra. Seu egocentrismo e a falta de solidariedade alheia, era a sua marca. Contudo, por ironia ou apenas um caso do destino, estava ele ali, focado em uma agenda, ao invés de terminar as cláusulas de um contrato. Ele estava perdendo dinheiro e não estava nem ai.

 Sasuke detectou algumas páginas rasgadas. Tinha algo errado ali. A situação com o Gaara tinha se tornado instável.

30 de novembro

Shakespeariana, acabe isso imediatamente!!! — Cherry.

Dei o último ultimato. — Sakura.

— Senhor Chandler, olha o que a sua dona está fazendo comigo. — pegou o gato e viu sua coleira onde tinha gravado o seu nome. Sasuke colocou o gato no colo e pegou o contrato da companhia.

Aparentemente, o senhor Chandler, criara certa afeição com o advogado, talvez fosse os cafunés, que o Sasuke, atento à sua leitura, fazia na cabeça do gato.

— Saudades da sua dona/donas? — o bichano deitou-se e Sasuke alisava sua barriga. — Chandler... Já ouvi esse nome antes.

— Aqui a caixa de transporte do seu gato. — a loira apareceu com uma caixa roxa com rosa. — E uma tigela de água e comida.

— Olha que eficiente. Não acha, senhor Chandler? — Ino o olhou e fez uma careta. — Vai ter um aumento por isso.

— Vai me dar um aumento por ajudar o seu gato? — disse boquiaberta e cética. — Você é insano, Uchiha Sasuke. Devia ir à um psiquiatra. — aquele aumento não era apenas pelo senhor Chandler, a loira tinha feito um trabalho excepcional e o ajudou. — Seu maníaco você e esse gato.

— Respeite o senhor Chandler. Agora pode ir, vai. Ino... Espera. — ela virou-se — Cadê o obrigado ao senhor Chandler? — a loira mostrou o dedo do meio. — Cadê a classe, mulher? — ele questionou para o gato.

***

Faltavam alguns minutos para às cinco da tarde. Enfim, ele pegou o contrato para desenvolver as clausulas do contrato em seu Macbook Pro. Ino tinha adiantado grande parte do trabalho, um alívio para ele. O gato dormia sobre uma papelada na superfície de sua mesa. Sua nova companhia, não era tão desagradável.

Com certeza ele ficaria ali até tarde. Lastimou-se pela curiosidade, no entanto, quatro personalidades em um único corpo era muito interessante.

Seu telefone tocou, olhou no visor e era Naruto.

— O que houve?

— Vim correndo para o Mercy Hospital, a Shakespeariana tentou suicídio. Preciso de você.

Betado por Icunha, ex-shipper SasuKarin


Notas Finais


Hmm Teorias sobre quem é a nossa assassina?
Espero que vocês tenham um ótimo ano novo e recheio de atualizações de fanfics

Beijos e adoraria ler as reviews de vocês.


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