Numa biblioteca em Lisboa, dois jovens, mas muito mais velhos do que qualquer um de lá, estavam sentados em silêncio a ler. A Coimbra sentiu o tão habitual calor e tirou o seu casaco, revelando assim a pele branca dos braços. O rapaz, visivelmente mais jovem, decidiu perguntar.
- Então, Coimbra... Gosta de lugares calmos?
- Sim e tu, Funchal?
Oh, o Funchal tinha o seu charme de facto, o que chamava mais atenção nele eram os seus olhos... Olhos tão misteriosos, pois, a cor era um mistério: ora é azul esverdeado, ora é cinzento, ora é verde azulado. Outra coisa nele era o seu cabelo ligeiramente comprido e castanho claro. Algo que igualava ao seu pai.
- Gosto. É bom vivêre (viver) isolado dos outros.
Ele sorriu. Era verdade, ele era o único que vivia em Madeira, o mesmo não acontecia em Açores, já que viviam lá três distritos. E estes iam algumas –talvez poucas– vezes visitá-lo.
- E porquê?- Perguntou ela, ao ajeitar os óculos.
- Não sei bem.
E a conversa morreu ali, deixando o silêncio reinar novamente.
~Hetalia~
O Funchal chegou antes da reunião começar, de facto, tinha sido o primeiro a chegar. Sentou-se em seu lugar e encerrou os olhos: estava cansado. Entretanto entra Beja, uma rapariga baixinha de cabelos castanhos longos e encaracolados e de olhos castanhos escuros, que até podiam ser confundidos com pretos. Algo que todos reparariam nela eram as suas sardas na cara –e seus peitos grandes –. Ela não estava sozinha, a Braga estava com ela, e uma ideia passou pela cabeça da mais morena, nesta caso a Braga. Depois de um tempo, Funchal acorda de seu sono ao ouvir vários risos: uns baixinhos e outros que pareciam ser os últimos risos antes de morrer de tanto rir. Ele abriu os olhos aos poucos e vê todos os distritos a rir, menos os mais sérios, esses só riam mentalmente, alguns até tiravam fotos dele.
- O que passou-se?
O Leiria aproximou e mostrou a foto dele a dormir com... Maquilhagem e o cabelo preso em dois rabos de porco...?
- Quem fez iisso? (isso)- Ele perguntou, furioso.
- Hahahahaha! Foi a Braga e eu!- A Beja informou entre risadas.
- Hehehehe.
O Funchal riu e depois começou a correr atrás das culpadas. Depois de um tempo, Funchal encontrou a Coimbra e decidiu responder àquela pergunta.
- Lembras-te da perguunta (pergunta) que fizeste? A resposta é que não tenho ninguuém (ninguém) para chatear-me.
~Hetalia~
No fim daqueles três dias em Lisboa, o Portalegre, de cabelos um pouco compridos e castanhos escuros, olhos cor de mel e sardas no rosto, foi para a sua casa de férias numa pequena povoação raiana, para sermos exatos, em Marco ou El Marco para os espanhóis, para descansar. De manhã preparava o seu pequeno-almoço, tranquilamente, até ver um movimento estranho pelo canto do olho. Se fosse Badajoz, ele o mataria. Aproximou-se e não viu nada. Ao olhar novamente para a sua comida viu a criatura que muitos tinham medo... Uma barata... O que ele fez? Pegou num frasco e colocou-a dentro dele, tapou o topo com película aderente e furou um pouco, para o animal recebesse ar. Saiu de casa e atravessou a ponte da ribeira: agora estaria em territórios espanhóis. Dirigiu até à casa do Badajoz e entrou com a chave que a província espanhola tinha dado. Ele estava a dormir –e a ressonar–, o Portalegre não deixou de reparar no corpo do espanhol bem constituído. Ele cora ao perceber no que estava a pensar. Depois libertou o ser do submundo e voltou para casa. Ao preparar novamente o seu pequeno-almoço...
- AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
O espanhol gritou, e não foi um grito à menina, foi sim de macho.... Acho eu... O portalegrense sorriu vitorioso, até o Badajoz bater à porta.
- O que queres, chato?
- Há um monstro em minha casa!
O Badajoz era uma província espanhola, porém como têm a Olivença e Táliga –territórios portugueses, ocupados ilegalmente pelos espanhóis– sabe português. O rapaz possuía cabelos castanhos avermelhados curtos e lisos e olhos cinza. Possuía também uma cicatriz na bochecha esquerda –que tinha devido aos massacres que houve em suas terras–.
- Um rato?- ele perguntou.
- Achas eu teria medo de um rato? É muito piôri! (pior)
- O que é então?
- É um sêri (ser) do submundo! Uma barata!
- Ah isso? Não tenho interesse nenhum nesta conversa.- o portalegrense ria mentalmente.
- Oh! Eu faço o que tu quiseres! Mas tira aquele sêri!(ser)
- Até entregar os nossos territórios?
- ...- Ficou em silêncio- Não dá! Eu mato aquele monstro!
Ele sai dali, e poucos minutos depois ouve-se o espanhol a gritar... Aquele lugar já não era calmo, como Portalegre queria. No entanto gostava de ir àquela povoação, especialmente quando o espanhol estava lá.
- AAAAHHH! PORTALEGRE, NO QUE ESTÁS A PENSAR?!- gritou, extremamente corado.
- Oi?
Ele ao ouvir aquilo, olha para o lado e vê Lisboa impressionada com o grito do rapaz que habitualmente é calmo. Ela carregava um saco com uns livros de romance policiais... que ele tinha deixado no hotel...
- Eu vim trazer os teus livros... que esqueceste no hotel...- ela entregou-os a ele.- No que estavas a pensar?
- N-Nada em especial... Ah... Queres comer algo?
- Ah... Pode ser...
- Tenho pão, toucinho do céu, cereais...
- EU OUVI TOUCINHO DO CÉU!!
O Badajoz entrou e sentou na cadeira, como se estivesse a dizer que iria comer ali. Depois, ele e a Lisboa cruzaram o olhar e...
- Quem é ele/ela?- perguntaram ambos.
- Ah... Ele é Badajoz, uma província espanhola, e ela é Lisboa, a capital de Portugal.
- Porque raios uma província espanhola está em territórios portugueses?!
- Ora... Isto aqui é uma povoação raiana... Sabes o que é uma?- o Badajoz respondeu com outra pergunta.
- Sei!
- Não discutem!- o dono da casa ordenou e colocou uma fatia de toucinho do céu à frente do Badajoz.- O que queres comer, Lisboa?
- Pode ser isso também...
O dono da casa suspirou e logo pôs o doce à frente dela. Foi preparar o seu pão torrado e um pouco de café. Foi para a mesa, ao lado do Badajoz e finalmente comeu o seu bendito pequeno-almoço.
- Que tipo relacionamento vocês têm?- A Lisboa perguntou, mordendo no seu doce.
O coitado do Portalegre ao ouvir a pergunta engasgou-se.
- Ah? Somos só amigos!- Portalegre disse.- Ou nem isso somos!
- O que estás a dizêri (dizer)?- O Badajoz perguntou, fazendo assim a Lisboa começar a pensar em coisas que não devia e o portalegrense a ficar corado.- Somos melhores amigos, não é?
- QUEM TE DISSE ISSO?- o dono da casa perguntou, mas o outro não respondeu.
E a Lisboa parou de pensar no que estava a pensar antes. Pois... Boa sorte Portugal, pois, com espanhóis como estes a invadir os teus territórios, coisa boa não é.
Continuará...
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