História Boate Babilônia - 39

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Beatriz escolhe um vestido qualquer dentre os muitos que ela tem, tira a sua velha peruca-disfarce da caixa e vai até o tal botequim que a inimiga insiste que é bar.

o lugar é pequeno, escondido e abafado e mesmo assim está lotado de mulheres. sem aviso as luzes se apagam e os gritos tomam conta. beatriz consegue perceber a correria no escuro e aperta sua arma na bolsa. logo um unico estrobo led se acende e o tal amante misterioso aparece no palco sem anunciar. 

até o ultimo minuto beatriz quis acreditar que nao era ele mas nao tem mais como se enganar. mesmo usando uma máscara ela percebe, é ele sim, lindo, sedutor e cheio de malicia. 

diogo dança para as suas convidadas, provoca, se exibe, e finalmente se aproxima, ajoelhando a beira do palco e deixando que elas o explorem inteiro, como um idolo que se entrega ao sacrificio.

beatriz nao resiste e o acaricia tambem, sem medo e sem pudor. o espetaculo chega ao fim, rapido demais na opiniao da tenente, e ele levanta e se despede, aos gritos enlouquecidos da plateia, implorando por sua volta. 

ela sai mas nao pra ir embora. beatriz se esconde no carro, parado a uma distancia segura. duas longas horas se passam e finalmente ele sai, todo sorridente. acompanhado de ines. diogo entra no carro dela, do lado do motorista. a tenente nao consegue ignorar, ela os segue, ve quando ele entra com o carro no pequeno edificio onde ines mora. beatriz resolve esperar, imaginando que ele irá deixar a bruxa e depois sair levando o carro dela. mas uma hora se vai, duas, tres, e ele nao volta, o portao nao se abre, o carro nao aparece. 

derrrotada, beatriz volta pra casa, as lagrimas ofuscam sua visão mas por sorte, ela dirige muito bem. ela toma um calmante e um longo banho. o dia amanhece mas ela ainda está acordada. as cenas nao saem da sua cabeça. é como viver seu pior pesadelo, o homem que mais ama está com a mulher que mais odeia. ines finalmente conseguiu, tirou tudo dela.

mas no canto mais fundo do seu coração ela ainda sente que resta uma ultima esperança para lutar. ela nao se deixa vencer, ainda nao.

beatriz levanta da cama, se arruma e vai ate a casa de ines. como era de esperar, o carro nao está. é muito provavel que ela tenha saido para o pilates. até nisso ela imita beatriz.

o prédio é pequeno, sem portaria, muito facil de entrar. a tenente pega o elevador até o quarto andar, estranhamente faz uma pequena oração enquanto se dirige ao apartamento, tendo um ultimo desejo de nao encontra-lo la.

beatriz chega em frente ao numero que procura, respira fundo e toca a campainha com um dedo ligeiramente tremulo. um longo minuto depois ela ouve o som da chave girando. a porta se abre.