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História Body on Me - Tequila.


Escrita por: sandrabullock

Capítulo 4 - Tequila.


Entramos na boate juntas pela parte de trás do estabelecimento, tentando evitar ao máximo os fotógrafos que por alguma razão impossível e desconhecida, descobriram que iriamos frequentar esse lugar hoje.

O local era grande, as luzes eram baixas e coloridas, e haviam vários bares espalhados envolta de uma grande pista de dança no andar de baixo. O andar de cima, onde estávamos, tinham algumas mesas e estava mais vazio.

Me acomodei em uma das mesas e ela se sentou ao meu lado após pegar dois drinks para nós duas, mexendo em algo no celular e o colocando em sua pequena bolsa. Ela parecia irritada e o assunto do carro não foi algo muito agradável para ambas de nós.

Eu também não estava nada bem por dentro, mas não queria transmitir isso, até porque eu resolvi sair para tentar esquecer toda essa porcaria, e sabe-se lá deus se eu conseguiria e com quantos copos seria.

- Isso é muito estranho, sabia? – Disse e ela me encarou com os lábios entre o canudo de seu drink, me fazendo observar seus lábios instantaneamente.

- O que? – Falou após perceber que eu havia ficado muito tempo olhando pra ela.

- Isso tudo estar acontecendo com a gente. Modéstia parte, mas somos mulheres incríveis e maravilhosas. Olha pra você! – Ela gargalhou e eu fiz o mesmo, tentando não transparecer o meu nervoso. – Você é linda, e parece ser incrível. Eu não entendo os homens.

- Eu também não entendo. Eu tive inúmeras oportunidades de trair aquele inútil e eu não o fiz porque mesmo tendo vontade e atração por outras... – Ela pausou e eu a encarei, confusa. – Por outras pessoas – Continuou – eu não o fiz. Eu não o fiz porque eu coloquei a porcaria do meu casamento em crise acima de tudo, mas nós sempre passamos por cima de coisas que não passariam por nós.

- Eu sei... – Observei o celular e Bryan insistia na ligação pela terceira vez. Eu não tirava os olhos do maldito celular, eu queria atender.

- Você não vai atender, né? – Pressionei os lábios e levantei as sobrancelhas, em duvida do que realmente fazer. – Se depender de mim, você não vai atender. – Pegou o celular da mesa e desligou a chamada, colocando o celular dentro de sua bolsa. – Uma hora ele vai cansar, acredite em mim, e é bem melhor deixar ele imaginando coisas. – Sorriu e mordeu o lábio inferior, levantando em direção ao bar para pegar mais alguns drinks.

- Você bebe tequila? – Perguntei ao tomar um gole do frozen de menta. – Isso é ótimo, mas não me deixa bêbada. Precisamos de tequila. – Levantei e segurei em seu braço, descendo para a parte de baixo do lugar, onde a musica ficava mais alta.

- Mas eu nem respondi se bebo isso ou não! – Disse perto do meu ouvido para que eu pudesse escuta-la e aquilo me fez reagir.

- Bem... – Respirei fundo e peguei duas doses de tequila. – Se você não toma, vai começar hoje.

- Eu tomo, mas se a sua intenção é me embebedar... – Virei o copo de tequila e ela observou-me em cada mero detalhe. Aquilo estava ficando interessante, seja lá onde iriamos parar. – Você vai conseguir. – Virou o copo de tequila e a observei com os mesmos olhos semicerrados, pegando mais duas doses.

Depois de alguns drinks a mais, começamos a dançar. A musica era agradável e as pessoas também eram, por mais que vez ou outra fossemos reconhecidas e ouvíssemos um "oh meu deus, é a Sandra Bullock com a Cate Blanchett!" mas isso já era mais do que normal pra mim.

Nos misturamos o máximo possível com todos do local para que ninguém ficasse percebendo. Quanto mais nos privássemos, mais perceberiam, e eu não queria que isso acontecesse, pelo menos não hoje.

Depois de alguns, ou melhor, vários drinks, eu já não ligava para muita coisa a não ser me concentrar em ficar em pé e não lembrar do estupido do meu namorado.

Cate estava sempre do meu lado, preocupada com a besteira que eu poderia cometer a qualquer momento, mesmo dizendo a ela que mesmo se assaltássemos um banco, eu não lembraria no outro dia.

Ela estava bêbada também, provavelmente não tanto quanto eu, mas estava. Eu já havia dado uns três foras, e me arrependi perdidamente alguns segundos depois, mas algo me bloqueava e eu sabia exatamente o que era. Eu odiava isso, odiava esse sentimento, e me sentia vazia.

Em um momento na pista de dança eu estava dançando a frente de Cate, movimentando os quadris sobre as mãos dela, e em poucos segundos ela estava agarrada com outra mulher. Como aquilo aconteceu, só Deus sabe, porque o meu cérebro bêbado não estava capacitado para pensar.

- Eu precisava disso! – Disse ao meu ouvido, segurando meu pulso e me carregando até o banheiro.

- Eu pensei que... – Segurei o riso e coloquei o copo sobre a pia assim que ela trancou a porta. – Eu pensei que você era hetero.

- Eu sou bi. – Abriu a bolsa e pegou o bato, repassando em seus lábios após tentar desborrar o estrago que estava em seu rosto. – Aposto que você também é, eu sei... você observou muitas mulheres hoje.

- Observei, é? – Ri e me escorei na porta, olhando pra ela, seu quadril empinado enquanto ela retocava o batom. – Eu estou bêbada, isso não conta.

- Geralmente, as pessoas são quem elas querem ser quando estão bêbadas, sabia? – Me olhou de canto de olhou e puxou meu braço. – Senta ai, você ta toda suada! Eca! – Ri e me sentei na pia com as pernas entreabertas. Ela pegou um pedaço de papel e passou sobre meu rosto. Aquilo não foi uma boa ideia.

Eu a encarei friamente, e sabe-se de onde eu tirei tamanha coragem. Ela continuou passando o papel sobre o meu rosto e eu forcei meus lábios uns contra os outros ao encarar os lábios dela. Respirei fundo assim que ela se encaixou mais sobre minhas pernas e aquilo estava mais do que na cara.

- Está melhor? – Perguntei e ela olhou pra mim, finalmente. Aquilo nos deixou desconfortáveis, mas ambas olhamos para o mesmo lugar juntas: os lábios.

- Está. – Ela abriu vagamente a boca e eu prendi a respiração, mas uma batida na porta nos interrompeu. – Eu acho que já estamos aqui há muito tempo.

- Com certeza sim, você está perdendo tempo. Sua garota deve estar lá fora! – Rimos juntas e ela negou com o rosto.

- Claro, lá fora... – Abriu a porta, saindo comigo logo atrás dela.

Eu precisava me sentar, e disse a ela que estaria na mesma mesa que estávamos no início da festa. Ela estava feliz demais pegando alguém nesse momento, e eu espero que isso não a faça ficar mal amanhã. Eu queria estar fazendo a mesma coisa, mas só conseguia ficar mal com tudo que estava acontecendo na porcaria do meu relacionamento.

A bolsa dela estava comigo e eu peguei o meu celular para olhar as notificações e haviam umas 70 chamadas perdidas de Bryan. Por um lado, aquilo me irritava, porque ele saia sem horário pra voltar e se eu perguntasse já era um motivo de discussão, mas eu gostava dele... muito.

Abri a aba de nossas mensagens e não soube o que escrever. Eu estava bêbada e precisava de um banho, daqui a pouco o meu estomago começaria a revirar.

Digitei um "eu te amo" completamente inútil ás 04:22 AM e coloquei o celular de volta na minha bolsa, pedindo mais um drink de menta e esperando a boa vontade da Cate de largar a boca daquela mulher e voltar pra podermos ir embora.

Depois de uns 40 minutos á procura dela e muita dificuldade para não cair, eu a encontrei. Ela percebeu que eu não estava nada bem e ligou imediatamente para o motorista.

- Você não está nada melhor, não é? – Disse pra mim quando já estávamos na parte de fora, em um local isolado. – Me desculpa.

- Você não tem de me pedir desculpas, você me divertiu muito hoje! – Sorri e a encarei. – Você é muito bonita mesmo... – Coloquei o cabelo dela atrás da orelha, observando melhor o seu rosto.

- Você também é, acredite. – Segurou uma de minhas mãos e eu permaneci com uma de minhas mãos envolta de seu cabelo. Ela se aproximou de mim e eu senti meu corpo inteiro queimar, e meu coração acelerar. Eu realmente esperei por um beijo, eu senti os nossos lábios próximos, mas nada aconteceu. O motorista chegou bem na hora, e eu não sabia se aquilo era bom ou ruim, mas nem me importa agora, porque eu não lembraria de nada disso.



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