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História Bolinhas de Papel - Hiatus - Problemas para Siyeon


Escrita por: sixxxy

Notas do Autor


acho que pro que iria ser uma two-shot, isso vai ficar bem grande

Capítulo 2 - Problemas para Siyeon


Fanfic / Fanfiction Bolinhas de Papel - Hiatus - Problemas para Siyeon

 

 

Siyeon havia ligado para os seus pais para avisar que estaria no parque brincando com sua amiga, estes que ficaram extremamente surpresos em saber que alguém como ela havia conseguido fazer amizade com outra criança. Conheciam bem a filha que tinham, ou ao menos o que ela aparentava ser por fora.

 

— Você não precisa ligar para os seus pais? — perguntou à mais nova enquanto guardava o celular na mochila, a colocando novamente nas costas.

 

Yoohyeon abaixou a cabeça por um momento e, mesmo que seu rosto não demonstrasse, Siyeon pôde ver certa tristeza em seus olhos. A menina de cabelos castanhos ergueu novamente o olhar, rindo largo e na forma encantadora que sempre fazia.

 

— A-Anyo, unnie. Eu os avisei antes de sair. — a mais velha ergueu uma das sobrancelhas, não comprando o que a garota havia dito, mas resolveu deixar para lá. Sabia que nem todas as crianças tinham pais que se importavam, ou que elas queriam falar sobre.

 

Sempre que andava ao lado da garota, Siyeon percebia a diferença de altura entre as duas. Não era tanto, mas sim o suficiente para que ela tivesse que erguer levemente a cabeça para observá-la. "O maxilar dela é bonito", pensou enquanto analisava cada traço do perfil da menina que caminhava ao seu lado. Yoohyeon pareceu notar que estava sendo quase que vigiada, então olhou para o lado. Seus olhares se cruzaram por questão de segundos até Siyeon virar o rosto para o caminho em sua frente. 

 

O silêncio tomou conta das duas até o parque, tanto que desta vez elas nem estavam andando de mãos dadas. Ao chegarem, deixaram suas mochilas no chão próximo à grande árvore. Siyeon olhou para cima e sentiu seu estômago revirar só com aquela visão de baixo; ela tinha medo de altura, mas não queria demonstrar isso perto de ninguém. Não queria nunca demonstrar fraquezas, porque a primeira coisa que fariam era apontar elas.

 

A maior começou a subir pela escada feita de cordas e degraus de madeira, deixando a morena lá embaixo preocupada. Siyeon tinha um sexto sentido que sempre que a avisava que algo iria dar errado, era porque realmente iria.

 

Sentiu um pingo de chuva cair na ponta de seu nariz, e jurou não ter visto quando que o céu havia ficado tão nublado. Acenou para Yoohyeon que já estava na metade da subida para avisar a ela da chuva, mas Yoohyeon estava prestando atenção em tudo, menos no que ela queria dizer. A desastrada soltou a mão para acenar para Siyeon, e foi quando um relâmpago soou tão alto que acabou assustando-a. 

 

Ela havia caído de uns dois metros, causando uma nuvem de poeira no chão. Ainda tentou se levantar, sendo interrompida por uma Siyeon interiormente desesperada que a segurou pelos ombros e a sentou com as costas apoiadas em sua perna. Sequer conseguia perguntar se ela estava bem. De qualquer forma, a resposta era óbvia. 

 

— Apayo, unnie... — resmungou com uma cara de choro que serviu apenas para deixar Siyeon mais nervosa do que já estava. A morena não sabia o que fazer, tampouco em como iriam sair dali, afinal, eram as únicas no parque naquele momento. Parece que Yoohyeon havia torcido o pé, então não conseguia levantar ou andar. Lee respirou fundo, pedindo que ela esperasse ali. Retirou seu blazer e o vestiu na mais nova, em seguida, pegou a mochila de ambas e vestiu as alças na frente de seu corpo, reunindo coragem e forças para ajudar Yoohyeon a subir em suas costas.

 

Com muita dor e esforço, Siyeon carregava a maior segurando firme em suas coxas enquanto ela estava com os braços envolvidos em torno de seu pescoço por aquela longa estrada. Estava tão quietinha que parecia ter dormido, mas às vezes era possível ouvir seus resmungos por conta da dor. A chuva que banhava as duas apenas tornava tudo mais desconfortável ainda, deixando suas roupas grudentas.
Decidira que levaria Yoohyeon à sua casa, já que era mais perto e não sabia ao certo onde a outra morava. Ao chegar, sacudiu levemente a garota em suas costas.

 

– Yohyeonnie? Está acordada? – indagou-a, sacudindo o rosto brevemente para se livrar os pingos de chuva que estavam pendurados em seus cílios, franja e nariz.

 

– Hm..? – 

 

– Pode tocar a campainha para mim? –

 

A mais nova assentiu, tocando o botão com os longos dedos. Tocou uma vez... Duas... Três... Parece que não havia ninguém em casa. Lee suspirou em derrota. 

 

– Você consegue ficar em pé? –

 

– Acho que sim... –

 

Siyeon desceu lenta e cuidadosamente as pernas de sua amiga até que seus pés tocassem o chão, então, deixou que suas mochilas caíssem, abrindo o zíper de sua bolsa e pegando as chaves enquanto Yoohyeon se apoiava em seu ombro. Abriu a porta e parecia ter um bilhete atrás, mas ela leria depois. Atirou as bolsas de ambas para dentro e passou o braço de Yoohyeon pelo seu ombro, a ajudando a entrar e fechando a porta atrás de si com o pé. 

 

Carregou a maior até o sofá e a sentou ali. Siyeon sabia que iria levar a maior bronca por ter molhado a casa e o sofá, mas era a última coisa que a preocupava agora. Tirou seu blazer encharcado de Yoohyeon e o deixou pelo chão, indo até a cozinha para pegar gelo. Encheu uma sacola com os cubos e retornou à mais nova, se agachando e colocando o pé dela sobre seu joelho, assim, pressionando o gelo no tornozelo levemente inchado. 

 

Yoohyeon apenas grunhia, e ainda que aquilo irritasse Siyeon, ela continuava pressionando os cubos para que o inchaço melhorasse e a dor alheia se esvaísse logo. 

 

– Você vai pegar um resfriado se continuar com estas roupas... – a mais velha comentou em um sussurro. Estava exausta, ainda mais estando há quase dez minutos massageando o tornozelo da mais nova naquela posição. Suas costas e pernas doíam, assim como suas mãos por conta do gelo, mas ela continuou de forma diligente com a massagem – Precisa tomar um banho. Ainda dói muito? 

 

Yoohyeon esticou o pé e o tocou no chão, vendo que o inchaço havia diminuído consideravelmente e já não sentia tanta dor, ainda que a necessidade de ajuda para andar ainda fosse presente.

 

– Não dói tanto... – 

 

Siyeon percebeu certo incômodo no tom de voz da garota, ainda mais que seu rosto estava evidentemente corado. 

 

– O que foi? –

 

– Banho..? –

 

– Não se preocupe, eu apenas irei ajudá-la a chegar ao banheiro e te deixarei sozinha. –

 

– Eu quero que tome comigo. –

 

Agora fora a vez de Siyeon corar. Nunca havia tomado banho com uma amiga antes, e talvez ela fosse socialmente inadequada para tal situação, mas vendo o estado de Yoohyeon, não queria deixá-la sozinha, então acabou aceitando. 

 

O silêncio tomava conta do banheiro como o vapor da água quente tomava conta dos vidros e paredes. Siyeon estava quieta de um lado da banheira, assim como estava Yoohyeon na outra extremidade, porém, brincando com a espuma em suas mãos. Observava atenta a forma como a mais nova realmente agia como uma criança de sua idade, diferente de si, que agia como uma velha apenas tendo doze - quase treze - anos. Suspirou, acabando por ser notada pela outra garota.

 

– Unnie está triste? – 

 

– Só estou preocupada com você. –

 

– Você parece minha mãe. –

 

– Falando nisso, você não deve avisar seus pais que está aqui? –

 

– Não se preocupe com isso... –

 

A menina dos cabelos castanhos abaixou a cabeça após a última frase e, novamente, o cômodo foi preenchido pelo silêncio até que ambas houvessem terminado o banho. Siyeon havia emprestado um de seus pijamas para a mais nova, e foi uma cena engraçada vê-la em suas roupas. Haviam ficado folgadas demais, pois Yoohyeon era muito magra e muito alta.

 

Comeram um lanche rápido no quarto de Siyeon, e a mais velha não pareceu se importar que Yoohyeon estivesse fazendo um chiqueiro com aqueles farelos, ainda que sempre ficasse irritada com o mínimo de sujeira que visse em seu território.
Cedeu sua cama à mais nova e enfaixou seu pé após ter passado um pouco de pomada. Provavelmente ela estaria bem melhor e já conseguiria andar amanhã. Nisso, voltou à porta da frente para pegar o papel que estava lá.

 

O bilhete era de seus pais, dizendo que haviam saído para uma reunião de última hora e teriam que resolver coisas no trabalho. Provavelmente só voltariam amanhã, segundo o que estava escrito. Isso deixou-a pensativa sobre os pais de Yoohyeon.

 

Retornou ao quarto e deitou-se ao lado da menina que vestia seu pijama favorito. Era azul - a cor favorita de Siyeon - com alguns desenhos do sol e nuvens. Encostou a cabeça no travesseiro e pôs-se a pensar no dia que tivera. Era um defeito dos Lee sempre aparentar estarem mal-humorados, ainda que estivessem felizes ou neutros.

 

– Obrigada por hoje, unnie... E me desculpe ter te feito passar por tanta coisa por minha causa... – a mais nova murmurou baixo o suficiente para que a garota que estava deitada ao seu lado ouvisse, se ajeitando minimamente na cama.

 

Em resposta, Siyeon soltou um espirro que fez todo seu corpo doer. Virou para a parede, ditou-a um breve "boa noite" e ignorou suas palavras. Se não tivesse vestido seu casaco nela, provavelmente não estaria ficando gripada agora, mas o fez sem pensar. Por algum motivo, sentia uma vontade enorme de cuidar da outra menina. Era como se apenas tivesse ela. Ela era a única que se aproximou de Siyeon sem esperar receber algo em troca; sem pedir cola nas provas; sem pedir para conhecer a casa luxuosa de seus pais; sem pedir dinheiro ou ajuda em algo. 

 

Yoohyeon formou um pequeno bico ao ser ignorada pela mais velha, mas no fundo sabia que Siyeon não o fizera por mal. A morena não sabia reagir a agradecimentos, tampouco já estivera próxima de alguém daquela forma. Tudo isso deixava Lee tensa, de forma que ela não sabia o que sentir ou como se expressar. A castanha não a conhecia, mas estava se esforçando para o fazer. Naquele momento, só conseguia pensar em como foi cuidada pela outra garota, ainda que só tivesse trazido problemas para ela. Estava determinada a compensá-la de alguma forma, só ainda não sabia como. 

 

Um trovão bem barulhento interrompeu os pensamentos de Yoohyeon, a fazendo se encolher. Siyeon, já adormecida, apenas se remexeu na cama. A mais nova não pôde evitar, aproximou-se aos poucos do corpo alheio e o abraçou, escondendo seu rosto entre os fios escuros na tentativa de espantar aquele medo bobo dos sons lá fora. Para a sua surpresa, a mais velha pôs ambas as mãos sobre as suas - que estavam em sua barriga - e as acariciou, o que fez um sorriso sereno se formar em seus lábios.


 


Notas Finais


see ya


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