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História Bolinhas de Papel - Hiatus - Bait


Escrita por: sixxxy

Notas do Autor


Finalmente o último capítulo :0
Agora, sim, poderei dar início à próxima fic. (link nas notas finais)
Ela não vai ser tão fluffy quanto essa, talvez até um pouco macabra, mas eu não podia escrevê-la sem ter colocado os detalhes importantes dessa primeiro.
Novamente, não me matem.
E obrigada por terem me acompanhado até aqui. É nós que voa, bruxão.

Capítulo 6 - Bait


Fanfic / Fanfiction Bolinhas de Papel - Hiatus - Bait

 

 

O rosto de Yoohyeon era iluminado apenas por uma vela que ela mesma segurava. Em sua outra mão, Siyeon podia ver um coelho de pelúcia. Engoliu seco, se perguntando como ela havia entrado em seu quarto. Não sabia que horas eram, mas a madrugada era evidente.

 

— Você achou que eu não viria? 

 

— Como você entrou no meu quarto? 

 

— Para nós, é bem fácil invadir lugares os quais já visitamos.

 

— Nós?

 

— Nós, sonhos.
 

 

Siyeon entreabriu os lábios, incrédula. Como assim "sonhos"? Será que tudo que ela passou com Yoohyeon, na verdade, era uma fantasia? Saiu de seus pensamentos quando percebeu que a maior se aproximava em passos lentos e calmamente sentou-se à beira da cama, fazendo Siyeon recuar o corpo até que suas costas tocassem a cabeceira. 

 

— Aqui, Siyeonnie. — levou o coelho na direção de Siyeon, que hesitante, o abraçou contra seu corpo. Só naquele momento pôde ver melhor o rosto da "garota" à sua frente. Ela não parecia a mesma de sempre. Seus olhos se sobressaíam no escuro e pela luz da vela, podia ver que os fios dela já não eram mais castanhos, além de que ela parecia muito mais alta.

 

Sentiu-se esgotada, de forma que, aos poucos, sua consciência foi se esvaindo até que sua cabeça repousasse sobre o travesseiro e sua visão se tornasse extremamente embaçada. Via vultos e borrões pelo espaço que os olhos entreabertos a permitiam ver, mas aquela grande sombra se aproximando de si era inconfundível. Terminou de esconder as orbes castanhas para não ver o que provavelmente aconteceria consigo, mas a única coisa que sentiu foi uma leve pressão sobre seus lábios. Era algo frio e tinha o formato de um par de lábios, o que lançou uma onda de calafrios por todo o seu corpo. Não teve coragem de retribuir ou abrir os olhos, apenas fora completamente dominada pela exaustão e desmaiou, ali mesmo, em sua cama. 
 



 

Me perdoe, Siyeon.
 


 

...

 

 

 

Abriu os olhos devagar, imaginando que veria a luz do sol. Sua cabeça doía, mas ao olhar pela janela - que estava aberta - viu que ainda era madrugada. Não era de seu feitio, mas podia sentir uma pontada de medo daquela situação. Será que apenas havia tido um sonho ruim e acordado no meio da noite? 

 

Apoiou-se com os cotovelos na cama e olhou para o lado, tendo seu alívio completamente morto ao notar que a pelúcia estava ali...

 

 

Levantou-se, ajeitou a camisola branca e segurou o coelho pelo braço, o carregando consigo enquanto saía de casa com passos lentos e calmos. Seus pais já dormiam e tinham um sono bem pesado, tanto que sequer escutaram a porta da frente se abrir com um chiado assustador. Siyeon viu que fazia frio, mas precisava descobrir o que estava acontecendo ou  se aquilo era ou não real, ainda que pudesse congelar lá fora.
 

 

Precisava procurar Yoohyeon. Precisava saber onde ela estava, onde morava, quem era ela, ou melhor, o que era ela. 
 

 

Não tinha muitas pistas por agora, então, se dirigiu pelas ruas escuras e vazias até a praça onde tivera sua última memória com ela. Sentou-se em um dos bancos, abraçando o coelho de pelúcia em seus braços e recapitulando aquele dia;

 

"Você não tem que ir pra casa? Já está escurecendo. "
 

 

"...eu tenho que ir. Você não?"
 

 

"Hm? Ah! Não. Eu moro aqui por perto... "
 

 

Aqui por perto...
 

 

A floresta...
 

 

Ergueu-se do banco e fitou a floresta que ficava logo à frente. Estava tão escura que pouco se podia enxergar por dentro dela. Haviam diversos boatos de histórias sobre aquela floresta, mas não passavam de lendas que os moradores locais criavam para que seus filhos não fossem até lá e se perdessem. A verdade é que ninguém nunca havia explorado aquele local a fundo, afinal, todos sabiam que era perigoso. Mas Siyeon era teimosa e o que complementava perfeitamente sua teimosia, era sua curiosidade. 

 

Com os pés pequenos que se arrastavam pelo chão em passos lentos, Lee penetrava a floresta enquanto observava atentamente tudo ao seu redor, que era predominantemente galhos e árvores. Abraçou a pelúcia mais forte em seus braços, sendo ela sua única companhia na floresta sombria e tenebrosa.

 

Não haviam barulhos de bichos, sequer corujas ou algum animal que poderia habitar qualquer floresta comum, nem mesmo o som de algum galho se quebrando para assustar uma criança qualquer que entrasse lá ou os morcegos dando seu passeio noturno. Aquele lugar era, simplesmente, morto.

 

 

Não vá, Siyeonnie...
 

 

"Você não trouxe lanche, unnie? Você pode pegar o meu." 

 

 

Por favor, volte para casa...
 

 

 "Não se preocupe, eu apenas irei ajudá-la a chegar ao banheiro e te deixarei sozinha."
 

 

"Eu quero que tome banho comigo."
 

 

Não continue...
 

 

"Só estou preocupada com você." 
 

 

"Você parece minha mãe."
 

 

Por favor...
 

 

"Está tudo bem, não precisa... "
 

 

"Não! Me deixe cuidar de você também..." 
 

 

 

As vozes se repetiam em sua mente como se a incentivassem a continuar, enquanto a mesma voz a dizia para voltar. Era como o próprio anjo e o diabo sussurrando em sua consciência, mas ela não sabia quem era quem, qual era qual, o que era o quê, ela apenas continuava andando por aquele caminho que mais parecia sem fim, onde no final haveria um abismo onde ela se deixaria cair. Seus sensos já não estavam funcionando, nem sua mente. Não pensava direito e praticamente se movia em automático em direção àquele conjunto de prédios que se tornava visível aos poucos em meio à escuridão. Era um grande campo aberto no meio da floresta, tendo no centro, algo semelhante a um internato. Parou frente ao portão e ergueu o olhar para a longa estrutura metálica, segurando nas barras com a mão livre e apertando o braço do coelho com a outra. 
 

 

Não havia visto quando o sol havia começado a se pôr, nem quando havia iniciado o amanhecer e tampouco quando os pássaros apareceram e preencheram seus ouvidos com uma melodia alegre, apenas lembrava-se de uma última fala de uma voz extremamente familiar.

 

 

 

— Você veio, unnie!
 

 

 

 


Notas Finais




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