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História Bom Menino - paperhat - Capítulo 5


Escrita por: Carszl

Capítulo 5 - Capítulo 5


Flug nao se mexeu. Por um longe período ficou ali, caído, como um corpo sem vida. 

A mente em branco, apenas dominado pela emoção, pelo medo em sua essência mais pura. 

Era como se o menor movimento fosse trazer Phantom e sua perversidade de volta. Reviver a agonia, o horror de ser violado, usado como um objeto e depois descartado. 

Sentia-se sujo, corrompido. Repudiava a si mesmo por não ter lutado mais, por ter se permitido passar por um absurdo daqueles, por ter sido tão estúpido. 

Por ter matado Black Hat. 

Embora não enxergasse nada além de escuridão, seus olhos úmidos se fecharam, apertados. Não queria pensar, não queria sentir, só queria desistir, simplesmente deixar de existir. 

Se morresse, a dor iria embora. A vergonha o abandonaria, assim como a culpa, as palavras cruéis que insistiam em atormentá-lo mentalmente, o punindo por ser um fraco, um fracasso. 

Era isso o que ele era. Era só isso o que ele sabia fazer. 

Fracassar, fracassar e fracassar. 

Black Hat não foi a melhor coisa que aconteceu na sua vida. Ele sequer era seu amigo- Amigo, aí esta uma coisa que Flug nunca teve. Mas pelo menos o demônio tinha o oferecido algo que ninguém jamais chegou perto: um propósito. 

Um sentido para viver. 

Agora, porém, sem ele, o cientista se sentia perdido, sem base, sem uma coluna para sustentá-lo. Voltou à estaca zero. Voltou ao fracasso, a ser um completo inútil- Apenas uma aberração de rosto marcado- Se é que aquela coisa asquerosa pode um dia ser chamada de rosto. 

Era isso o que ele era. Apenas isso. 

Apenas isso e mais nada... 

Piscou no escuro, sentindo os olhos arderem de novo. As lágrimas derramaram, contornando as bochechas magras, a pele arruinada, com riscos de unhas profundos de onde o sangue havia cansado de escorrer. 

Fechou os olhos, exausto demais para reagir à dor, a queimação do fluído salgado se misturando, invadindo as feridas mal coaguladas. 

Eu quero morrer. 

Por favor, eu só quero morrer. 

Seus desejos, por mais humildes, insignificantes que fossem, ele sabia: jamais seriam atendidos. 

Pelo menos não da maneira que gostaria que fossem. 

xxx

xxx

Horas, talvez um dia inteiro se passou, o doutor não podia dizer claramente. 

Procurou não contar, não se preocupar com o tempo, o que soava estranho, quase sobrenatural para alguém que vivia com os olhos colados no relógio, lutando contra cada segundo. 

Puxou o que sobrou das roupas para encobrir-se. 

Sentia frio e tremia muito sobre o piso de concreto puro. 

Tinha tentado se sentar, se mexer um pouco, mas desistiu da ideia, não suportando a dor, a carne rasgada reclamando impiedosamente logo abaixo. 

Não queria pensar no estrago, procurou até fingir que nada daquilo havia acontecido, ignorando a ardência, a sensação nojenta do líquido viscoso, do sangue sujo que corrompia seu íntimo, mas fosse o esforço que fizesse para imaginar outra coisa, terminou em vão. 

Flug respirou fundo, expulsando todo o ar acumulado dos pulmões. 

A vergonha o fez rolar o corpo com cuidado, deitando de lado. 

Levantou as mãos, trazendo-as até o rosto. Mesmo sozinho no escuro, queria tapa-lo para que ninguém jamais o visse de novo, mas às algemas, grandes e volumosas, não o deixavam tocar sem antes escovar as feridas, forçando Flug a recua-las. 

Lembrou-se, então, do jaleco branco mal apoiado, amassado nos ombros. Virou de barriga para cima, o pegou e o jogo sobre o rosto, enrolando de qualquer jeito. 

Por um momento, concentrado na respiração quente contra o tecido macio, Flug acalmou-se. 

As pálpebras fecharam, pesadas, e o corpo, dilacerado, relutantemente relaxou. 

O peito subiu e caiu cada vez mais lentamente. 

Estava funcionando. 

Estava. 

A porta de metal rangeu indiscretamente. 

O cientista não segurou um gemido trêmulo. 

A estrutura pesada foi empurrada, arrastando sobre o piso num movimento brusco. 

A luz esbranquiçada invadiu o quarto. Flug podia vê-la através do tecido fino. 

Ele se encolheu, trazendo os membros em direção ao corpo, lutando para ficar calmo. 

O som dos passos leves, os sapatos elegantes de couro cada vez mais perto. 

Flug não aguentou: se sentou, esgueirando-se cegamente até a parede. Segurou o jaleco com força, espremendo-o no rosto. 

A respiração engatou, rasa. Os pés cessaram a caminhada, parando logo à frente. 

A calma antes tão preciosa, acolhedora, deu lugar ao medo, a insegurança. 

E ao horror com o que veio a seguir: 

– Bom dia, doutor! – Phantom cantarolou, feliz, com um grande sorriso na boca – Como foi a sua noite, dormiu bem? 

Flug se recusou a responder. Apertou o uniforme entre os dedos, deixando o corpo ceder até os joelhos dobrados. 

– Ah, não faz assim – o demônio fez beicinho, fingindo pesar, como se estivesse lidando com um filhote assustado – Vem aqui, vem – e se abaixou, caçando o cientista gentilmente do braço. Flug deu um grito abafado, se encolhendo ainda mais – Você esta com fome, não esta? Porque o seu chefinho preparou um café da manhã especial para você! 

O cientista não se mexeu, nem tentou lutar, só ficou no canto, aterrorizado, tremendo muito. 

Segurou a respiração numa tentativa patética de não deixar nenhum ruído escapar pela garganta. 

Phantom, então, sem cerimônias o puxou, trazendo-o para perto, passando uma mão por baixo dos joelhos e outra na axila, erguendo seu prisioneiro como uma princesinha nos braços. 

A aproximação, a sensação do demônio sobre ele. 

Os dedos esqueléticos o tocando, o explorando sem sua permissão. 

Flug rosnou, deixando o jaleco deslizar, cair, revelar seu rosto nojento de novo. 

Se debateu nas garras de Phantom que, surpreso, por pouco o deixou escapar. 

Os pés do cientista tocaram o chão, mas um dos braços nunca se libertou do domínio do seu agressor. 

O esqueleto agarrou Flug facilmente pela garganta, o içando no ar. 

– Nós vamos fazer o seguinte: – ele retrucou, irritado, observando sua presa agonizar no seu aperto sem esboçar qualquer empatia – Você não vai resistir e eu não vou te matar, tudo bem? 

A ponta dos dedos se esforçaram para tocar o piso de concreto. As mãos algemadas agarraram as de Phantom enquanto a boca, aberta, lutava para respirar. 

Tudo bem? – com os olhos fundos, enegrecidos, o demônio insistiu. 

Após algumas tentativas, o cientista conseguiu acenar com a cabeça. 

Phantom sorriu, dando-lhe uma olhada amorosa, soltando o pescoço marcado por hematomas arroxeados para pegá-lo de novo nos braços. 

– Bom menino! – elogiou, ignorando as golfadas irregulares do cientista. 

O esqueleto então marchou, querendo deixar o quarto desagradável, mas parou ao sentir a corrente puxar seu prisioneiro dos pulsos de volta à parede. 

Olhou para trás, sem entender, e aí se lembrou que havia o prendido. 

– Ah, ta... Pequeno erro de cálculos!  

Levantou uma das asas de ossos e, num movimento rápido, porém potente, a golpeou contra a corrente de aço esticada, a espatifando em grandes pedaços. 

Flug se abaixou, assustado com o barulho alto. 

Phantom o levou para fora da sala escura, além da porta de metal pesada, em direção à luz branca, ofuscante. 

Ao atravessá-la, precisou apertar as pálpebras, desacostumado depois de tanto tempo no breu. 

Abriu e fechou os olhos algumas vezes para ver mais do que figuras distorcidas, embaçadas. 

Sentiu os leves solavancos sob o corpo conforme seu torturador subia o que deduziu ser uma pequena escadaria. 

E, quando enfim tudo ficou nítido, o queixo de Flug caiu. 

Se deparou com um grande salão temático, decorado por pinturas à mão, figuras religiosas estampadas nas paredes rachadas, arruinadas pelo descaso.  

Ao fundo, cadeiras de madeira de carvalho escuras, aparentemente sujas, encontravam-se perfeitamente enfileiradas, distribuídas de cada lado, preenchendo o grande espaço vazio. 

As estátuas de cera despedaçadas e os vitrais bonitos, coloridos, que iluminavam o ambiente com sua luz avermelhada, dando ao lugar uma atmosfera acolhedora, eram a parte mais irônica: tinham desenhos de santos, anjos, protetores... Até Jesus

Estava em uma igreja. Na porcaria de uma igreja, e nos braços de um demônio! 

Se isso não fosse pura chacota do destino, então Flug não sabia o que era. 

– Lindo, não é, doutor? – Phantom sorriu, levantando a cabeça para dar uma contemplada no seu novo e distinto lar – Você tinha que ver esse lugar há uns trezentos anos... Era fabuloso! – e olhou para Flug que, nervoso, desviou o rosto machucado, odiando a ideia de ter qualquer tipo de contato com o esqueleto, mesmo visual – Mas ai eu, bem... Você sabe- Inventei de matar a cidade inteira e isso aqui ficou para as traças. 

O cientista só conseguiu olhar para baixo, em silêncio, sentindo o corpo tremer sobre as garras do demônio de chifres. 

– Bem, onde nós estávamos? Oh, sim, o café da manhã! – Phantom estalou e, cuidadosamente, colocou Flug de pé no chão, segurando-o por de baixo dos braços – Mas antes... – e agarrou-lhe com uma mão do queixo redondo, o levantando, querendo ver aquelas grandes orbitas úmidas, cansadas e tristes – eu vou dar um jeito nessa bagunça. 

As pernas finas, quase totalmente expostas, sacolejaram. 

Flug não tinha forças para se sustentar em pé, muito menos sob o olhar atento do íncubo. 

Quis, no entanto, de alguma forma parecer forte, capaz de resistir à dor e a fraqueza muscular, tudo para que Phantom não o tocasse de novo. 

Mas fracassou. 

No que já ia pendendo em direção ao assoalho, o esqueleto o pegou. 

– Hm, doutor, se você queria um colinho era só pedir – ele ronronou, desta vez o jogando para o ombro. 

E no que o ajeitou, saiu andando, arrastando as grandes asas dobradas que desciam até o chão. 

Passou por uma porta e depois outra. Flug nem tentou memorizar a arquitetura do lugar arcaico, ocupado demais tentando se equilibrar, evitar o contato físico de alguma forma. 

Quando percebeu, já estava no banheiro- Um banheiro muito moderno para uma igreja de trezentos anos. 

O piso e pelo menos metade da parede eram ornados por azulejos brancos. 

Lá, havia um vaso sanitário, uma pia quebrada e uma banheira sem cortina.

O quarto, no entanto, não parecia ter sido usado por pelos menos uma década: estava encardido, com uma camada grossa, escura de poeira que se misturou a umidade, ao limo esverdeado.

Phantom se aproximou do vaso e deixou Flug escorregar, o sentando na tampa de plástico.

Deu-lhe as costas, indo até a banheira, onde se abaixou para ligar a torneira.

Com os olhos fixados no grande par de algemas envolta dos pulsos, estas caídas no colo, Flug observou seus pulsos machucados, com marcas vermelhas. As mãos tremiam, ansiosas, enquanto a mente, mergulhada em turbulência, o fez soltar um suspiro mudo, levantando a cabeça para olhar os azulejos sujos da parede...

Antes de se virar e encarar Phantom. As costas de Phantom.

O coração do cientista pulou pela garganta.

Ok- Ok- Alguma coisa- Qualquer coisa para enfiar na cabeça desse filho da puta-

E procurou, sentindo-se estranhamente corajoso, aproveitando que o demônio cantarolava de boca fechada, distraído, medindo a temperatura da água.

Por onde quer que vasculhasse visualmente, no entanto, não havia nada- Simplesmente nada. Nenhuma ferramenta ou objeto pesado o suficiente para partir o crânio de Phantom.

Então, sem alternativa, dominado por uma descarga súbita de adrenalina, o doutor se levantou e saiu correndo.

Sim, ele correu. E correu como nunca.

As pernas não reclamaram, os músculos trabalharam perfeitamente.

E atravessando porta por porta, cambaleando de volta ao grande salão da igreja, sem ter a mínima ideia de como diabo chegou ali tão rápido, Flug engasgou.

O ar trancou na garganta e não saiu.

Phantom estava ali, sentado em uma cadeira velha, avaliando suas unhas escuras, apenas esperando por ele.

– Vai a algum lugar? – ele baixou a garra, olhando para o cientista com órbitas fundas, de pupilas vermelhas e contraídas.

– Ahh...! E-espera, p-por favor – Flug tentou argumentar, recuando aterrorizado, tropeçando em suas pernas ao assistir o íncubo levantar com elegância, arqueando as asas, vindo em sua direção com passos vagarosos, quase calculados – E-eu não- Eu não...!

– Eu pensei que nós tivéssemos feito um acordo?

Flug bateu o calcanhar num dos degraus do altar e deslizou, caindo sentado.

Levantou as mãos até o peito, tremendo, querendo se defender, mas não sabendo como exatamente.

Não tinha mais energia para fugir, não sabia o que dizer, como se explicar. Sentia-se encurralado, como um rato diante de um gato esfomeado, totalmente a mercê da boa vontade do demônio.

À frente, Phantom apenas o encarou com um olhar penetrante, maldoso, e não disse nada.

Esperou, talvez querendo que seu prisioneiro lhe desse uma justificativa plausível para a sua desobediência, Flug não sabia dizer ao certo, e, então, quando nada além de um gemido assustado saiu da boca do cientista, ele rosnou e o caçou pelos cabelos.

Fincou as unhas com força, enrolando os dedos dolorosamente nas mechas cor de ferrugem, e o arrastou pelas galerias do santuário, trazendo-o de volta ao banheiro.

Flug gritou a viagem inteira, batendo as pernas inutilmente para se libertar. Em certa altura, sentiu algo morno escorrer suavemente pelo rosto e descobriu que era seu próprio sangue.

No que passou pela porta, Phantom se aproximou da banheira e o jogou de qualquer jeito.

A água morna transbordou, inundando o piso encardido.

A torneira ainda estava ligada, mas o demônio não se importou: estava mais preocupado com o sujeito sentado, parcialmente mergulhado dentro da banheira, o mirando com olhos arregalados.

Phantom se inclinou sobre ele, o caçando com uma mão do colarinho e o afundando com força, batendo a nuca de Flug na parede de acrílico.

As pernas do cientista se debateram, jorrando água para todos os lados. As mãos, carentes de mobilidade, não fizeram muito por ele.

Bolhas de ar escaparam, subindo a superfície conforme sua vítima se afogava.

O íncubo contou mais alguns segundos, querendo se certificar de que tinha o feito sofrer o suficiente, depois o puxou de volta sem soltá-lo, o assistindo tossir, esgotado, lutando para respirar.

– Você ia me dizer alguma coisa, doutor?

Ofegante, Flug vomitou um pouco de água na banheira. Phantom apenas revirou os olhos.

Tomou um instante precioso para encher os pulmões de ar e, desesperado, começou a falar:

– E-eu s-sinto muito – choramingou, trêmulo, de cabeça baixa – E-eu não vou mais f-fugir- E-eu prometo- Eu juro! S-só pelo amor de deus, n-não faça isso- Chega disso- P-por favor...!

– Você vai ser um bom menino?

– Eu vou! E-eu vou sim!

Phantom sorriu, desprendendo as garras da gola azul.

Passou uma mão carinhosa pelos cabelos molhados, vermelhos, observando o cientista amedrontado com uma expressão amorosa.

Flug fechou os olhos, mal conseguindo se aguentar.

– Hm... Bom – o demônio murmurou, dando-lhe tapinhas amigáveis em cima da cabeça – É assim que eu gosto.

E beliscou de leve a bochecha pálida, dando uma risada divertida.

– Agora tire essas roupas e se limpe – ordenou, desligando a torneira antes de se levantar devagar – Eu vou buscar uma toalha para você.

Assim que Phantom desapareceu pela porta, Flug afundou na água.

Sentiu as costas deslizar, escorregando até que apenas o nariz estivesse de fora.

As roupas em frangalhos boiaram, se recusando a acompanha-lo.

Nem tentou pensar no que poderia fazer. Só aceitou o destino, observando a água morna ganhar uma tonalidade rosa conforme se mesclava ao sangue de suas feridas.

Estava anestesiado, com a mente desligada, apenas sentindo a ondulação suave e as reclamações impetuosas dos novos machucados e os velhos reabertos.

Phantom não demorou. Voltou com uma toalha branca como o prometido e, ao ver seu prisioneiro ali, ainda de roupa, fez um som de estalo com a boca.

– Ué, ainda de roupa?

Flug se sentou bruscamente na banheira

– Hei, calma aí – balançou as mãos esqueléticas, sorrindo – Eu te ajudo com isso.

Largou a toalha em cima da tampa do vaso e veio na direção da banheira, se ajoelhando.

Não ouviu reclamação alguma, pelo contrário, o cientista cooperou todo o tempo. Levantou os braços para auxiliá-lo a tirar a t-shirt, que foi parar no chão encharcado, e até se inclinou um pouco para Phantom puxar o que sobrou das calças.

No fim, as meias também foram parar na pequena pilha de roupa suja e molhada.

Pegou o tubo de shampoo que estava no chão, ao lado, e despejou uma quantidade significativa sobre o cabelo de Flug, massageando-o.

A cabeça do cientista balançou ligeiramente a cada movimento. Apesar do desconforto, da dor dos cortes provocados pelas unhas de Phantom anteriormente, não houve qualquer reação física da parte do menor.

O demônio, então, o enxaguou com o chuveirinho, se divertindo, fazendo uma piada inocente ao ver o cabelo ensopado cobrir os olhos de Flug no processo.

Ele gentilmente se deu ao trabalho de reparti-lo, retirando os fios rebeldes da frente. Flug gritou internamente.

Foi, em seguida, para o corpo, esfregando os braços, depois o peito, ganhando, enfim, alguma reação: o cientista se encurvou, querendo evitar o contato.

Phantom sorriu, puxando Flug para perto, forçando-o a deitar a cabeça em seu ombro.

– Olha só para isso... – ele ronronou, passando as garras sobre as mãos de Flug, as erguendo com cuidado da água. As marcas vermelhas, já ameaçando rasgar em uma ferida, contrastavam com o resto da pele pálida – Vai ficar muito bonito quando isso cicatrizar.

Deu uma analisada no corpo mergulhado na água. A espuma cobria parte da superfície, mas não ocultava os lugares que Phantom queria ver.

Os quadris estavam uma bagunça, com ranhuras e hematomas escuros, exatamente onde os dedos do esqueleto haviam repousado na noite passada.

Mais a baixo, bem... Phantom virou a cabeça, querendo olhar para o rosto do cientista.

– Bem, eu acho que já esta bom, não é? – os dedos afiados subiram pela barriga macia, parando no peito de Flug, que subia e descia rapidamente – Com exceção de uma coisinha.

Flug arregalou os olhos.

As garras pontudas desceram apalpando, explorando, e ele sabia o que elas estavam procurando.

Quis se afastar, correr para o outro lado da banheira, mas no que jogou o peito para frente, tentando escapar do demônio, Phantom trouxe as garras de volta, o apertando numa espécie de abraço.

Deixou o queixo cair no ombro pálido e sussurrou:

– Shhh, não se preocupe. Eu vou limpar para você – e deixou os dedos caíram de novo – Você não quer pegar uma infecção, quer?

– N-não, por favor- Não faça isso – Flug mal conseguia respirar.

O íncubo sorriu e, quando o fez, o cientista se deparou com todas as razões do mundo para gritar.


Notas Finais


ola?
bem bem bem entao...
hum, belo dia, nao?
enfim... obrigada pelos comentários xd eles me incentivam a continuar, mto obg msmo!!


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