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História Bom Menino - paperhat - Capítulo 6


Escrita por: Carszl

Notas do Autor


EAE MEU POVO DO <3 PREPARADO PARA OS FEELS?
Primeiramente eu quero pedir desculpas pelo delay, estou muito ocupada com o TCC ><

Capítulo 6 - Capítulo 6


Os dígitos do polegar e do indicador brincaram em silencio, se esfregando num movimento circular. A curiosidade na expressão do íncubo diante do líquido viscoso entre eles era quase verídica.

– Que fiasco – ele resmungou, calmo, sem esboçar emoção. Deslizou a mão pela borda molhada de acrílico antes de levantar.

A camada flutuante de espuma na superfície da banheira não ocultava os filamentos, a secreção vermelha que timidamente escapava mais a baixo, se misturando à água turva.

– Você chora como uma menininha – Phantom completou. De costas para ele, o cientista não tentou fingir indiferença: tremendo, passou a antebraço no rosto úmido e envergonhado, limpando as lágrimas salgadas que, teimosas, insistiam em derramar contra sua vontade.

O pânico o havia abandonado, deixando em seu lugar o rastro de uma angustia asfixiante.

A dor ainda estava lá, não tão intensa quanto antes, porém impiedosa como de costume.

O menor movimento ardia, aparentemente terminando de rasgar o que restou para trás; o pulsar torturante persistia, se recusando a lhe dar qualquer segundo de descanso.

Apesar da moléstia física, no entanto, a mente do dr. Flug estava temporariamente grata: os dedos não estavam mais lá. Por deus eles não estavam mais lá e isso era o suficiente.

– Mas não se preocupe, – Phantom continuou ao pegar a toalha de cima da tampa do vaso – eu me acostumo rápido com essas coisas, sabe... Ver as pessoas gritar, espernear... Morrer.

Flug segurou a respiração.

Com os joelhos dobrados contra o peito e o olhar embaçado fixo na parede de lajota encardida, ele lutou internamente para continuar em branco, para ignorar as palavras cruéis que vinham do demônio.

Independente do esforço que fizesse, a criatura parecia saber onde acertá-lo:

– Você sabe que não vai durar muito tempo na minha mão, não sabe? – ainda de costas, o íncubo perguntou com frieza, olhando para fora, distante, através da porta do banheiro.

O cientista, calado, apenas fungou, soltando o ar trêmulo pela boca.

Phantom não podia ver aquele rosto arruinado do ângulo em que se encontrava, mas podia sentir o cheiro do medo inundar o quarto.

Embora intoxicante, inspirador, era pouco estímulo para ele.

As emoções humanas não o satisfazem, a reação, por outro lado, é deliciosa.

Infligir dor, assistir sua vítima agonizar ao toque como uma gazela sob as garras de um leão: essa é a natureza de um íncubo, a luxúria: quando o prazer se torna sofrimento.

É a única forma que Phantom conhece de se sentir vivo.

Ao se virar, no entanto, ele se pegou surpreso ao ouvir de Flug uma resposta:

– ...Eu sei.

E como sabia.

Sua experiência com demônios nos últimos anos podia ter se limitado a Black Hat, mas após certo tempo de convívio, o cientista se acostumou a sempre esperar pelo pior.

Flug nunca acreditou que fosse ser diferente com Phantom, ele só não esperava que aceitar o destino não fosse lhe ajudar em nada:

Não levou o medo embora ou diminuiu a dor quando seu sangue foi derramado.

Em resumo, não havia refúgio físico ou emocional: ele estava perdido mesmo abraçando sua morte iminente.

E não havia nada mais assustador do que sequer ter a escolha de não se importar.

– Então não deveria estar tentando aproveitar seus últimos momentos, doutor? – o demônio gracejou, trazendo o sorriso malicioso de volta aos lábios pálidos – ...Se você não fosse tão teimoso, talvez até começasse a gostar dos meus carinhos.

Flug deslizou pela parede de acrílico, afundando na água.

Phantom deu uma risada. A melancolia humana era o seu humor favorito.

– De qualquer forma, – ele resmungou, limpando a garganta audivelmente antes de afastar os braços, estendendo a toalha quase por completo no espaço vago entre às garras – você não vai ficar o dia inteiro de molho nessa banheira, vai?

Hesitante, o cientista se esforçou para se mover.

Com cuidado, ele apoiou um cotovelo na borda da banheira e se virou lentamente, não querendo provocar qualquer sofrimento desnecessário.

Ao olhar de relance para Phantom com aqueles olhos cansados e tristes, foi recebido por um sorriso tão maldoso e exagerado quanto do gato Cheshire.

– Você vem? – convidou, balançando o tecido de linho algumas vezes.

Flug desviou o rosto, tomando um instante para respirar.

A vontade que tinha era de mergulhar e daquela água imunda nunca mais sair, mas sabia que se ousasse testar a paciência frágil de Phantom de novo, o demônio viria com aquelas garras pouco amigáveis direito no seu pescoço.

Maldito seja o fetiche do íncubo por estrangulá-lo.

Sem alternativa, ele apoiou as mãos na borda da banheira e se ergueu com dificuldade.

Passou um joelho após o outro pela beira escorregadia, lutando para ser cuidadoso e rápido ao mesmo tempo.

Então, de pé sobre o piso encharcado, o cientista não se atreveu a levantar a cabeça.

Correndo ao longo dos fios de cabelo vermelho, as gotas frias escorriam pelo corpo esbranquiçado.

Abraçou os próprios braços, trêmulo, e engoliu a ânsia por calor e roupas secas.

A toalha nas garras de Phantom soava tentadora, mas peça alguma de linho o defenderia do desejo insaciável daquele sádico.

O demônio revirou os olhos, encenando um suspiro mal humorado.

Se aproximou, envolvendo a toalha sobre a cabeça do menor, e a esfregou com força.

Os dedos esqueléticos não eram cuidadosos, mas também não pareciam ter a intenção de machuca-lo. Seja o propósito, contudo, que eles inicialmente tiveram, o couro de Flug não agradeceu às fincadas sobre as lesões sensíveis, ainda muito recentes.

Ao terminar de secar as últimas mechas com alguma insistência, o demônio desceu a toalha úmida para o pescoço marcado e depois os ombros, enxugando suavemente.

Os olhos esféricos, de pupilas vermelhas, brilharam com uma intenção oculta, se recusando a deixar o cientista por um único segundo.

Fixo em seus pés pálidos, observando os dedos se contraírem sobre o piso gelado, Flug lutou mentalmente para não ter que olhar naquelas órbitas malignas de novo.

Mas, como se pudesse ler seus pensamentos, uma das garras gentilmente tocou seu pescoço, enviando um arrepio pela sua espinha.

Dois dos dedos esqueléticos deslizaram para cima, parando logo a baixo do queixo. Uma vez lá, empurraram, levantando a cabeça de Flug.

Ao ter que encarar aquele par de cavidades profundas tão de perto, sob a luz de uma lâmpada branca, o cientista engoliu em seco.

Embora fosse um esqueleto, Phantom fazia jus ao seu nome: os olhos pareciam mortos, fantasmagóricos. Se alguma coisa existia dentro daquela estranha estrutura, Flug tinha certeza que não podia ser chamada de alma.

– Olha só para isso... – o demônio murmurou, quebrando o silêncio. Não havia fúria ou um sorriso malicioso em seu rosto, apenas uma inexpressividade preocupante – ...De onde você saiu, hum?

A mão esquelética que apoiava o queixo foi subindo vagarosamente.

Alcançou o rosto e cutucou com cuidado as cicatrizes avermelhadas, salientes sobre a pele enrugada.

Flug fez um som irritado e recuou, jogando a cabeça para fugir dos dedos de Phantom.

Ele não queria ser tocado- Ele nunca quis, especialmente naquele lugar.

O demônio, contudo, simplesmente o agarrou de trás, pela nuca, e enrolou algumas das garras nos cabelos vermelhos, o imobilizando com facilidade.

Estreitou os olhos, dando um olhar afiado para Flug.

Não precisou dizer uma única palavra desta vez: o cientista sabia que era uma ameaça.

De volta ao seu ponto, Phantom girou a cabeça suavemente, acompanhando os detalhes que perdeu anteriormente. Flug apenas deixou os olhos caírem, suspirando tristemente.

– Sabe, vocês humanos são criaturas tão simétricas... – ele comentou, empurrando a cabeça do cientista para o lado, querendo seguir as cicatrizes estranhas que se espalhavam sob a pele pálida, se enovelando como veias expostas, talvez uma doença que deixou sua marca para trás – Os jovens têm rostos bonitos, com contornos suaves... São quase feitos de porcelana.

E virou, trazendo o rosto de Flug de volta para frente.

A mão segurava o lado enquanto o polegar carinhosamente afagou a bochecha arruinada.

– Mas você, doutor, é um desastre completo.

Em silencio, os dedos de Phantom insistiram em deslizar para cima e para baixo por um tempo, apreciando a sensação das dobras sutis, porém irregulares sob os dígitos.

Ele não esperava exatamente uma reação, então não se incomodou em não ser recompensado de imediato por uma.

Em algum momento, no entanto, as pálpebras do cientista pesaram, fechando sem esforço.

Não aparentava pânico ou medo, muito menos sossego. Ele estava arrasado.

E o demônio, de repente, o assistiu tremer sob seu toque.

Quando finalmente abriu os olhos, o dr. Flug já sentia as lágrimas queimarem, embaçando sua visão, e se atreveu a tentar se afastar.

Ele sabia que era um desastre.

Ele só não queria que alguém confirmasse isso para ele.

Incapaz de mover um único palmo para longe da criatura infernal que, impiedosa, teimava em segurá-lo, não lhe dando sequer um espaço para sofrer sozinho, o cientista deixou as lágrimas rolarem, piscando com força, querendo se controlar, mas não tendo forças para isso.

Respirou fundo, com dificuldade, até que Phantom finalmente sorriu.

– Ah, sempre tão emotivo! – ele debochou, acertando alguns tapinhas de leve na bochecha de Flug antes de soltá-lo.

Jogou, então, a toalha sobre os ombros do menor e se afastou.

Com o sorriso de tubarão ainda nos lábios, ele ronronou:

– Termine isso e venha, eu tenho uma coisa para você.

E desapareceu pela porta, arrastando as grandes asas atrás do corpo.

xxx

xxx

Assim que Flug decidiu sair do banheiro enrolado na toalha, chegou a pensar que teria um segundo precioso de solidão para contemplar, mas no que passou pela porta, ouviu aquela voz manhosa de novo e soube que estava enganado:

– Como você gosta do seu café da manhã, doutor?

A cabeça do cientista relutantemente virou, seguindo a origem do som.

Distante, porém não menos detestável. Vinha do salão principal, da igreja, logo algumas galerias adiante.

Olhou para os lados, ao entorno. Não tinha grandes expectativas ou energia para fugir, mas não custava nada procurar por uma janela para quebrar.

Ali, no entanto, naquela antiga sala escura, encontrou apenas paredes empoeiradas.

Não havia outro caminho senão aquele à frente.

Flug respirou fundo, deixando um dos ombros bater na batente de madeira.

Talvez... Só talvez se ele ficasse exatamente a onde estava, parado feito uma estátua de sal, fingindo que sequer existia, tivesse como estender seu tão ansiado momento de paz.

Mesmo que isso significasse um Phantom irado em seguida.

O cientista gemeu, sufocado pelo medo e pela incerteza.

Quando, contudo, veio outro chamado, este exagerado, decidiu que a decisão menos errada que podia tomar era simplesmente obedecer:

Doutooor Fluuug?!

Com o coração na mão, Flug reuniu suas últimas forças e se moveu.

Foi se esgueirando lentamente pelas colunas de tijolos, pelas paredes arruinadas pelo tempo, totalmente incapaz de se sustentar em pé sem algum apoio.

As algemas dificultavam o processo, pinicando, machucando, mas ele insistiu, ciente de que não tinha uma escolha.

Ao atravessar a última porta, chegando finalmente ao grande salão, congelou.

Ali, diante dele, atrás do belo altar colorido, uma figura inerte, de costas, aparentemente ao seu aguardo, lhe roubou o fôlego:

...Black Hat.

– Sabe, eu estive pensando... – a voz rouca que só podia pertencer ao chefe resmungou, se virando para revelar aquele sorriso largo, maléfico, de dentes afiados – ...Eu acho que sei um jeito de fazer você gostar dos meus carinhos, dr. Flug.

As pernas do cientista amoleceram.

E o ar escapou trêmulo pela boca.

Oh, não-

– Você deve estar faminto, não esta? – o demônio foi se aproximando, contornando a mesa do altar lentamente, com uma unha escura arrastando pela superfície lisa – ...Eu espero que você goste do que eu preparei para você.

Flug deslizou pela parede, caindo sentado no chão de madeira.

– Ah... – ele gemeu, aflito e chocado, incapaz de se mexer – P-por favor... Qualquer coisa- M-menos isso...

A figura foi chegando mais perto.

O ritmo dos sapatos não tinha a intenção de apressar o encontro inevitável.

Por entre os dentes do demônio, uma breve risada abafada escapou.

– Eu não acredito que você vai fazer desfeita comigo...

A cada centímetro mais próximo, Flug sentia como se parte do seu mundo caísse.

Ele não conseguia respirar e o seu pequeno coração já ameaçava atravessar as costelas.

Então, finalmente à frente do prisioneiro pálido, prestes a entrar em pânico, a criatura parou.

Se abaixou lentamente, querendo encará-lo da mesma linha de visão.

Fingiu uma inocência em seu olhar e, num sussurro, ronronou:

– Você não vai nem ao menos provar para descobrir se gosta...?

O cientista inflou os pulmões de ar com força, sofrendo para espirá-lo de volta.

Sua estrutura fina foi diminuindo, encolhendo, querendo desaparecer contra a parede fria.

Os olhos horrorizados pestanejaram algumas vezes, já sentindo as lágrimas picarem.

Desta vez, ele sequer se deu ao trabalho de tentar segurar o choro.

Os lábios rachados torceram, tremendo, e a garganta contraiu em agonia, implorando por um grito, um pedido de socorro.

Mas Flug não gritou.

Ele apenas chorou e chorou audivelmente, deixando as lágrimas rolarem, paralisado, sabendo que aquele seria o fim.

Logo por ele.

Deus, logo por ele-

...Até que as garras escuras daquela mão tão familiar vieram vagarosamente ao seu encontro, querendo tocá-lo, querendo iniciar a sessão de horror, e ele reagiu sem pensar.

Flug deu um berro assustado, apoiou os dedos de qualquer jeito no chão e se levantou num movimento brusco, cambaleando numa corrida confusa.

Ainda com a voz e a forma de Black Hat, Phantom arregalou os olhos, surpreso.

Deu uma risada divertida, no entanto, ao assistir sua vítima cair pateticamente no chão.

– Você é definitivamente um desastre, dr. Flug! – ele gritou, animado, se erguendo com um sorriso mal intencionado no rosto.

O cientista gemeu, odiando sua estupidez, e foi se arrastando até conseguir se levantar de novo.

Segurou a toalha ao mesmo tempo que tentou se esgueirar no que havia pela frente, se esforçando para ignorar as pernas frágeis, oscilantes, que ameaçavam desabá-lo a qualquer momento.

Phantom o seguiu em sua fuga lenta, atrapalhada, com pisadas curtas e despreocupadas.

Sentia sua excitação crescer com fúria à medida que se aproximava.

Flug era como uma presa.

E não havia outra coisa que um predador como Phantom apreciasse mais do que perseguir alguém como ele.

Quando o menor chegou ao centro do salão da igreja, já tendo a vista acolhedora dos portões da igreja abertos adiante, a quem sabe uns dez metros, derramando a luz amarela do dia, da liberdade sobre o ambiente hostil, o demônio acelerou.

Flug olhou de relance para trás só para ver a figura de Black Hat vindo correndo, cheia de fome em sua direção e, em pânico, cambaleou na direção contrária dos portões.

Não teve tempo para questionar suas ações: quando percebeu, tropeçou acidentalmente nos degraus e caiu por cima do altar.

A mesa virou e os jarros de barro antigo voaram longe, quebrando no assoalho.

– Ah, olha o que você fez! – o demônio lamentou sem tirar a alegria dos lábios.

De bruços, com a cara mergulhada no chão, o cientista rolou com dificuldade.

No que virou de barriga para cima, engoliu o que restou do seu fôlego, pois Phantom já estava em cima dele.

– Shhh, – o demônio chiou, caçando sua presa do rosto, apertando as unhas nas bochechas macias – não é assim que você gostaria que ele te fodesse, não é?

De joelhos, a forma de Black Hat foi descendo a cabeça, trazendo o rosto para perto.

O único olho visível ardia num brilho maníaco.

– ...Vamos fazer isso como você sempre sonhou, dr. Flug.

E, antes que o cientista tivesse a chance de pensar em protestar, a boca cheia de dentes estava na dele, o beijando ferozmente.

Os lábios abriam e fechavam com selvageria, lambuzando e sugando os do menor, deixando um rastro imundo de saliva esverdeada.

Flug apertou os olhos e se contorceu por baixo do demônio, balançando a cabeça e chutando com as pernas.

Tentou espremer a boca, não deixar que a língua desagradável entrasse como da outra vez.

Mas, ao sentir as mãos descerem explorando seu corpo, afundando as unhas e rasgando tudo em seu caminho, ele arregalou os olhos e gritou.

Ao fazer isso, duas coisas aconteceram:

Como infelizmente esperava, a figura de Black Hat mergulhou a língua de cobra molhada, enchendo sua boca quase por completo pelo comprimento exagerado.

Enjoado, o cientista virou a cabeça para o lado com força, escapando da boca que, teimosa, não perdeu tempo: atacou seu pescoço.

Assim que bateu a lateral do rosto no assoalho e abriu os olhos, no entanto, Flug enxergou um crucifixo.

Sim, um velho crucifixo de madeira, caído a centímetros de distância, abandonado entre os cacos de barro seco.

E como uma estaca, tinha uma ponta afiada.

O cientista arregalou os olhos, já cogitando uma ideia tão desesperada quanto arriscada.

As garras, contudo, quebraram seus pensamentos, apertando a carne com força, fazendo-o solavancar o corpo em agonia.

Os quadris do demônio então empurraram entre suas pernas, pressionando a excitação dura repetidamente, ansiosa por estímulo.

Flug não ousou esperar nem mais um segundo: sem que o demônio, ocupado demais o mordendo, percebesse, conseguiu se torcer de leve e caçou o crucifixo entre os dedos escorregadios.

Não sabe como, mas quando aquela criatura detestável disfarçada de Black Hat levantou a cabeça, querendo dar-lhe uma olhada irônica, como se anunciasse, triunfante, a tortura iminente que estava por vir, Flug enfiou a estaca direto no olho descoberto dele.

– Argh! – Phantom tomou um susto, recuando com o crucifixo preso à órbita.

Sentou-se em silêncio, aparentemente chocado, e, em seguida, quando uma fumaça escura começou a escapar do olho perfurado, ele gritou de dor.

Levantou imediatamente e se afastou, tonto, agarrando a estaca com uma mão, se esforçando para tirá-la.

E o cientista, que se sentia estranhamente abismado com o seu sucesso, levou um tempo para cair na real e recomeçar sua fuga.

Ele se arrastou o mais rápido que conseguiu, deixando, sem perceber, um rastro de sangue por onde seu corpo ferido passou.

Apesar do seu empenho, Flug estava muito fraco e sequer chegou aos degraus do altar.

Phantom o caçou com uma mão do pescoço e o ergueu no ar.

Ainda com o objeto pontiagudo encravado no olho, o demônio, agora mais calmo, levou os dedos livres até a estaca e a arrancou com um puxão simples.

A cavidade perfurada sangrou com veemência, despejando uma secreção escura que escorreu pelo rosto do íncubo disfarçado.

– Isso... – ele começou, ofegante, balançando o crucifixo na direção de Flug, que apenas o fitou com olhos cheios de medo – É inaceitável.

Andou, arrastando os pés na direção do calabouço, do lugar onde havia mantido seu prisioneiro na noite passada.

E, ao descer os degraus da velha escadaria, abriu a porta de ferro pesada e arremessou o cientista com força para dentro.

Flug voou longe e saiu rolando sobre o piso de concreto puro.

Através de gemidos, ele apoiou as mãos trêmulas no chão manchado de vermelho, e virou a cabeça mal posicionada em direção à luz branca, a porta onde a figura de Black Hat ainda estava parada, o encarando com aquela órbita ensanguentada.

– Se você ainda estiver vivo quando eu voltar, – o demônio rosnou, zangado, agarrando a maçaneta da porta – ...É melhor você se preparar, doutor.

E fechou a porta.


Notas Finais


OPA PARA

PARAA TUUUUDOOOOO

Como vocês provavelmente querem me matar depois disso, eu vou me redimir oferecendo esse meme que define o estado atual do Flug depois dessa fanfic:

https://68.media.tumblr.com/48830cfcb28692830a61a1879468394b/tumblr_oqs91nwQdl1vt5vwoo1_500.png
ou assim
https://68.media.tumblr.com/8aa8b85824bfc8572e038d9c09bf1104/tumblr_oqdzxlEKAT1vxv5p9o1_500.png

não façam magia negra pra mim morrer ainda
eu prometo que as coisas vão tomar um rumo menos estupravel okasoak
e sim, alguém me perguntou em algum site ai que não sei agora, mas ta no finalzão já
E pfv não me culpem pelo crucifixo que aparece magicamente, minha criatividade é limitada, dsclp

Enfim, eu esqueci de colocar no spirit as imagens do OC do undertale que eu baseei o Phantom, saca só:

https://68.media.tumblr.com/b9b075c232136af11a457e728d42bdec/tumblr_nxq6x0IGeq1u47w89o1_500.png
https://img09.deviantart.net/5162/i/2015/307/6/6/___baskerville____by_traumlaterne-d9feshn.png

O nome dele é Baskerville e ele é um esqueleto fofo <3
Pelo amor de deeeus não odeiem o Baskerville por causa do Phantom, gente


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