No meio da noite ela veio. Como um som alto de uma orelha a outra, passando pelos olhos castanhos e os mantendo abertos, assustados. E como ele a odiava.
Lentamente os pés pequeninos foram de encontro ao chão frio já que ele havia esquecido as pantufas outra vez, do lado oposto da cama. Mas nada fez além de bufar e caminhar até o a porta, ficar na ponta dos pés e agarrar a maçaneta. Ele saiu, os olhinhos atentos a qualquer objeto, as mãos tateando a parede em meio à escuridão do corredor até alcançar a maçaneta do último quarto. Segurou-a e girou, soltando o tranco da porta em um ruído mínimo.
E logo passou devagar para dentro do quarto, tentando não tropeçar no pijama azul bebé que usava e cobria seus pés, por ser um pouquinho maior do que o necessário. E logo o pequeno corpo conseguiu, com muito esforço, subir na cama grande e fofinha, engatinhando sobre o corpo adormecido que ali estava.
As mãos pequeninas puxaram as cobertas grossas até que o rosto fosse revelado, os óculos de leitura no rosto, os lábios entreabertos, os cabelos loiros bagunçados e um livro jogado sobre o peito. O pequeno riu, dando tapinhas nas bochechas do coreano.
— Appa, appa...
A voz era baixinha e suave, característica de uma criança de apenas quatro anos, e o tom doce soava como música aos ouvidos do mais velho, mas este nem ao menos se mexeu. O pequeno inclinou a cabeça para o lado, pensando em como faria para acordar o pai, e depois de morder suas bochechas, puxar seus cabelos e cílios e até mesmo puxar os lábios do pai, acabou desistindo e atravessando por cima do corpo, tocando o braço que saia pelas cobertas e rodeava a cintura do loiro.
— Appa...— Ele chamou, ao que o moreno abriu os olhos de imediato, diminuindo o aperto de seu braço em volta da cintura do marido. Mas ao focar o pequeno lhe observando com aqueles olhos brilhantes tratou de sentar sobre a cama, vestindo a camisa largada sobre a cama e dando atenção imediata ao pequeno.
— O que houve, Hyunnie? — Perguntou, enquanto viu o filho coçar os olhos com o dorso das mãos.
— Tô com sono... — Respondeu manhoso, formando um bico adorável nos lábios que fez Jongin rir e cutucar Minseok com o cotovelo, acordando-o e levantando um pouco o edredom.
— Você pode dormir aqui se quiser, Baekkie. — Falou baixinho, logo vendo os bracinhos curtos em sua direção, pedindo para ser carregado até ali, se acomodando entre os pais.
Era a segunda noite de Baekhyun naquela casa, era também a segunda vez que tirava os óculos de Minseok e colocava sobre a cômoda antes de se acomodar encolhido no colo de Jongin, pouco notando que agora, ambos adultos estavam acordados.
Era a primeira vez que o escritor dormira durante a leitura, assim como fora o primeiro dia em que sentiu uma sensação diferente dentro de si. E julgado o sorriso de Jongin a observar o pequeno, soube que ele compartilhava daquela nova sensação.
Com a chegada de Baekhyun tudo era diferente, era divertido, era novo. Inclusive, a satisfação de finalmente sentir que estava completo.
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