História Borderline Love - Doente!?

Acordamos ás 06:30 da manhã, o por que? Infelizmente as aulas voltariam hoje.
- Bom dia baixinha - Sonny beijou minha bochecha.
- Bom dia amor - sorri sonolenta.
- Eu não quero ir - resmungou.
- Nem eu - fiz manha.
- Queria acordar ao seu lado todo dia - me abraçou.
- Aw eu também - beijei sua bochecha - Ok, vamos logo ou vamos no atrasar!

Nos levantamos e fizemos nossas higienes pessoais. Eu fui até a minha mala e peguei para vestir um shorts preto rasgadinho, minha camiseta da Owsla e calcei meus amados all star pretos. Sonny vestia uma calça jeans preta e sua camiseta da Owsla também.
Resolvi passar pouca maquiagem, e deixar meu cabelo solto como de costume.
- Não vai ajeitar essa jubinha? - digo rindo ao olhar para o cabelo dele.
- Tá tão ruim assim?
- Bom... Tá... Legal!
- Mentirosa! Já entendi, volto em 5 minutos - rolou os olhos rindo.
- Foi mal amor - ri.

Eu estava feliz e serena por fora, mas por dentro eu me sentia desesperada! Não me sentia preparada para ver Anthony e Charmaine novamente. É realmente necessário ir a escola todos os dias? Arrg que coisa mais chata!
Só de pensar nisso minhas pernas já começam a tremer.
- Estou oficialmente pronto! - Sonny apareceu na sala.
- Hum, tá gato! - ri.
- Obrigado, você também - sorriu e pegou minha mão direita e me levantou do sofá.
- Vamos?
- Sim

Saimos da casa de Sonny e entramos em seu carro.
- Quero mais férias - fiz manha.
- Eu também baixinha - suspirou.

Sonny dirigiu calmamente até a escola, assim que avistei-a minhas pernas já começaram a vacilar... Droga.
Isso me deixava extremamente estressada! Anthony não enviou mais mensagens, isso era ótimo, porém muito ruim. E se ele teve uma recaída e voltou a usar drogas? Espantei esses pensamentos antes que eu abrisse a porta do carro e saisse correndo de volta pra casa.
- Vamos entrar?
- Ah, claro! - digo.
Saimos do carro, Sonny o trancou e caminhamos até a entrada de mãos dadas, logo avistamos Nick, Mija e...  ALICE!
Soltei a mão de Sonny e sai correndo pra ir abraça-la, logo que ela me viu e fez o mesmo, nós pareciamos duas odiotas correndo uma na direção da outra, só faltava o efeito em câmera lenta.
- OIII VACAA! PUTA MERDA QUE SAUDADE! - Alice gritou enquanto me abraçava.
- OII BOMBOM DA MAY! MUITA SAUDADE CARA! - apertei-a forte a fazendo tossir.
- Não me aperta puta!
- Desculpa! - nos soltamos.
- Oi Sonny! - abraçou ele também.
- Oi Ali!
- E ai gente - beijei a bochecha da Mija e do Nick.
- Oi baixinha.
- Como foi as suas férias Ali? - perguntei.
- Eu estava contando aqui pra eles, foi incrível! A casa de praia dos pais do James é maravilhosa! Curtimos muito e namoramos bastante - fez cara de maliciosa ao final da frase.
- Hummm sei! Tu tá nega guria!
- Sim, tá toda bronzeada! - Mija disse rindo.
- Mal reconheci - Nick disse rindo - Eu fiquei tipo, quem é essa peste me abraçando? - rimos.
- Ah parem! Não exagerem - riu.

O sinal do inicio das aulas tocou, indicando que teriamos que nos dirigir a pior e mais chata aula de todas, matemática. Só pode ser algum tipo de tortura deixar a aula de matemática como a primeiro em plena Segunda-feira!
- Ai droga, matemática! - Mija disse.
- Tava morrendo de saudades do nosso amado professor John - zombei.
- Nem me fale! Não tava aguentando mais de tanta saudade da cara de Bulldog dele! - Nick zombou também nos fazendo rir.
- Eu tava com saudade é da professora da Química que vive com batom nos dentes! - Sonny continuou.
- Siim! Socorro! - Alice disse rindo.
- Sora Neide sempre arrasando - falei.
- Sempre! - Mija riu.
- Ok vamos logo, não estou afim de ficar de castigo de novo! - digo.
- Ninguém mandou nadar no lago peixinha - Nick disse rindo.
- Ai amigo o seu nariz é tão lindinho, eu não quero quebra-lo com o soco que eu iria te dar
- Brincadeira! - fez sinal de rendição.
- Vamos

E lá fomos nós para a aula mais tediante de todas. Eu já estava com vontade de rasgar meu caderno inteiro após ver todos os exercícios que teriamos que fazer da página 132 do livro. Bufei.
- Gente eu não estou entendendo nada! - cochichei para eles.
- Eu também não! - Mija disse.
- Nem me perguntem! - Alice disse.
- O Nick tá dormindo? - ri.
- Acho que sim... Ou morreu sei lá - Mija respondeu rindo.
- Isso é muito fácil! É só vocês... - Sonny foi interrompido pela voz do nosso carinhoso professor.
- Quietos ai atrás!
- Desculpe - digo.
- Desculpe? É isso que você me diz Srta. Maya? Seu papinho em grupo está atrapalhando quem quer realmente aprender! - disse irritado. Eu hein, quer um calmante Sor?
- Eu também quero! Por isso estavamos falando sobre a matéria professor - rebati.
- É mesmo? Então qual é a resposta da questão 12?
- Da 12? Humm... Eu, não...- fui interrompida.
- Vinte e quatro ao quadrado mais cinco X - uma voz atrás de mim respondeu rapidamente, obrigada Sonny!
- Eu falei com a Srta. Maya!
- Idaí? Eu apenas respondi! Estou aqui para aprender não!? - disse Sonny.
- Espertinho - riu - Resultado correto
Suspirei aliviada.

Depois dessa aula tivemos Gramática e História. Encontrei com o Anthony no corredor duas vezes, apenas abaixei o rosto e tentei me esconder. Logo o sinal para o recreio tocou.
- Que cara desgraçado! Quase me fudeu - digo me referindo ao professor de matemática.
- Pois é! Ele foi muito ridiculo! Sermão desnecessário - Alice disse.
- Hey obrigada amor! - beijei sua bochecha - Você precisa me ensinar isso
- Por nada baixinha, só queria te proteger, ele foi um cuzão com você! E pode deixar que eu te ensino - sorriu.
- Aww! Deixa eu ver... Sonny e Maya na mesma casa indo "estudar". Não vai dar certo! - Mija zombou.
- Só se for pra estudar quanto tempo se demora pra ter um orgasmo! - Nick disse gargalhando.
- Parem! Vão se ferrar! - Ri.
- Concordo com eles, isso me parece mais interessante que matemática - Sonny disse rindo.
- Ui - Alice disse maliciosa.
- Para Sonny!
- Ok ok desculpe! Não precisa ficar vermelha assim - riu.
- Babaca - dei-lhe um selinho - Gente eu preciso ir ao banheiro, ja volto.
Mentira minha, eu decidi que preciso encontrar o Anthony e esclarecer as coisas.
Procurei bastante mas não o achei, provável que ele tenha ido embora.
Senti alguém puxar o meu braço e me levar para dentro da salinha de vassouras.
- Ei! - gritei.
- Sou eu! Desculpe! Nós precisamos conversar - era ele.
- Precisamos mesmo! Olha aqui seu safado, para de me mandar mensagens! Você tem noção de como eu fiquei nessas férias!? Eu quase me suicidei por sua culpa DE NOVO! Tá vendo essa porra na minha testa? SUA CULPA! Eu não dormi por quase uma semana POR SUA CULPA - empurrei-o - TEM NOÇÃO DO QUE EU PASSEI!?
- Por favor não grite!
- NÃO GRITAR!? VAI SE... - ele tapou minha boca com a mão.
- Suicidio? Ah qual é Maya, desculpe! Foram só mensagens de perdão, o que há de mal nisso?
- Só mensagens? Só mensagens? Filho da puta - rosnei.
- Sim, só mensagens! Bebeu água sanitária de novo?
Sem pensar duas vezes eu dei um belo tapa estalado em sua face.
- Caramba eu estava só brincando! Ficou doida!?
- Talvez! POR SUA CULPA!
- Para de gritar! Olha me desculpa! O que há de tão ruim nas mensagens!?
- Você é um puta mentiroso Anthony! Acha que acredito nessas suas bobagens!? HA! Me poupe, se poupe, nos poupe.
- Não há mentira Maya! Eu estou limpo agora, eu juro! Estou diferente, me sinto diferente!
- Acabou de me insultar babaca!
- Desculpe, era apenas uma brincadeira!
- De muito mal gosto, idiota! Eu poderia estar morta por sua culpa!
- Ok ok eu já entendi que sou o culpado! Eu sinto muito! - pegou meus ombros - Muito, muito mesmo!
- MENTIROSO!
- NÃO! Não estou mentindo! Sobre eu te amar!? É verdade também ok!! Eu te amo Maya, mas fico feliz por você estar namorando o Sonny! Vocês são felizes e se completam! - Dei-lhe outro tapa - QUER PARAR DE ME BATER?
- NÃO! EU QUERIA TE DAR UMA SURRA AGORA! SEU IDIOTA, BABACA, INÚTIL - dava socos em seu peitoral a cada insulto - SEM CORAÇÃO! POR QUE FAZ ISSO COMIGO!? POR QUE?
- EU ERA UM DROGADO MAYA! Eu não tinha reação sobre as minhas ações! - segurou meus pulsos - Eu tenho um coração, ele está bem aqui - colocou minha mão esquerda em seu peito, onde pude sentir seu coração batendo fortemente - Ele está doente, com certeza está... Eu consegui me estragar com todas as merdas que eu usava... E agora estou doente. Eu... Eu estou com câncer Maya- disse cabisbaixo.
- O que? Você o que?
- Eu estou com um tumor nos pulmões, os médicos falaram que eu tenho câncer de pulmão - uma lágrima escorreu pelo seu olho esquerdo, em meio a um sorriso fraco, desajeitado e envergonhado.
- Eu sinto muito - fiquei chocada, paralisada.
- Não sinta - sorriu - Todos vamos morrer um dia não? - após essa frase que a ficha finalmente caiu, e eu desabei em lágrimas. Não entendi bem o porquê do choro, mas aquela notícia me destruiu por dentro. Anthony me envolveu em um abraço que fortificou minha alma, percebi o quão ele estava precisando daquele abraço também, mesmo sendo desajeitado.
- Só não quero que você se vá antes de mim, tirando sua própria vida - completou.
- E-Eu... E-eu - as palavras não saiam de meus lábios, meu corpo estava todo trêmulo, por algum motivo isso me atingiu como uma bomba.
- Eu só quero que você seja feliz, tenha muitos amigos, uma família... Aproveite a sua vida sabe? - desfez o abraço e secou suas lágrimas - Desculpe - suspirou soluçando.
- Eu... Não sei o que dizer - limpei minhas lágrimas também.
- Tudo bem - sorriu fraco - Bom, eu queria te contar que a Charmaine se mudou novamente! Sinta-se livre! - sorriu.
- O que? Isso é sério!?
- É sim - sorriu.
- Meu deus! - sorri boba - Obrigada meu Deus!
Ele apenas assistia minha animação com um sorriso em seus lábios, após encara-lo eu percebi o quão acabado ele estava, pele pálida, estava muito mais magro, com olheiras profundas, lábios rachados e olhos vermelhos provavelmente por conta de algum medicamento forte.
- Você esta fazendo algum tratamento? - perguntei timida.
- Radioterapia.
- Nossa... Ainda estou sem o que dizer sobre isso...
- Não precisa dizer nada, apenas... Aproveite os limões que a vida lhe dá! Eu plantei sementes podres e colhi limões podres... Não se pode fazer uma limonada com limões podres Maya - suspirou.
Concordei com a cabeça, ainda sem saber o que falar.
- Eu... Vou indo - me surpreendeu com um beijo na bochecha e sorriu saindo da pequena e apertada salinha de vassouras, me deixando sozinha em meio a milhões de pensamentos.
Sai também e fui ao banheiro olhar meu real estado no espelho. Meu deus, eu não estava destruida apenas por dentro, eu também estava por fora. Lavei meu rosto com a água fria e fiquei me encarando por alguns minutos até minha cabeça processar o acontecimento passado.
Sai do banheiro e fui procurar meus amigos.
- Hey baixinha foi cagar? - Nick zombou.
- Engraçadinho! Eu não, mas a menina que estava na minha frente na fila do banheiro pelo jeito sim! - ri.
- Porra que demora! - Mija disse rindo.
- Estava ficando preocupado já - Sonny me abraçou.
- Relaxa baixinho - ri.
- Pegamos uma maçã pra você! - Alice me entregou-a.
- Hum, obrigada!

Comemos e logo o sinal para o final do recreio tocou.
Aulas chatissimas se passaram até o final das aulas.
Eu e Sonny nos despedimos dos nossos amigos e fomos para a sua casa novamente.
Entramos e almoçamos juntos uma lasanha de microondas porque ALGUÉM não quis fazer o almoço.
- Se eu tivesse cozinhado teria ficado pior que essa lasanha!
- Para de se defender fracassado! - ri.
- Não custa tentar! - riu - Não está comendo por que está ruim ou não está se sentindo bem?
- Ah, por nada não, já estou satisfeita!
- Estava distraida com o que? - riu.
- Nada! Curioso!
- Sei - riu.
- Quer ir pra casa?
- Pode ser, preciso desfazer a minha mala quando chegar!
- Tem razão. Então vamos!

Sonny pegou a minha mala e colocou-a no carro, entramos e fomos a caminho do meu apartamento.
- Chegamos! Esta entregue - sorriu.
- Obrigada amorzinho - sorri e dei-lhe um beijo, invadindo sua boca com minha língua. Ficamos nos beijando por alguns minutos até faltar o ar.
- Sonny me deixar ir - ri ao sentir beijos molhados em meu pescoço.
- Ok ok - riu - Cuida dessa testa hein!
- Pode deixar papai! Tchau! - peguei minha mala no banco de trás
- Tchau baixinha!

Entrei no meu prédio e chamei o elevador, logo eu já estava dentro de casa. Abri todas as janelas e fui fazer meus deveres escolares, o que foi quase impossível por conta dos meus pensamentos  direcionados ao Anthony doente.
Terminei meus deveres, tomei um banho quente e demorado e logo após fui me deitar.
Meu corpo e mente estavam exaustos, não conseguia parar de pensar na frase "eu tenho câncer" saindo de seus lábios rachados.
Oh merda, não era isso que eu estava querendo dizer quando desejei que a vida dele se tornasse um inferno! Sabe... O mundo dá voltas e... Droga, ele vai morrer Maya!
- Sabe... Eu te odiava com todas as minhas forças, mas agora estou pedindo pra Deus te dar mais dias de vida - limpei uma lágrima - Isso... Isso é assustador!

Eu só espero que pelo menos uma vez na vida ele fique em paz, mas não sozinho.