História Bored Games - LIXO HUMANO

- Ei garota! Estamos falando com você! Vamos diga algo!- eles a chutam brutalmente- Idiota! Acha mesmo que ficando calada vai se livrar de nós? Não se esqueça, você não serve pra nada, continua sendo algo descartável.- eles vão embora, finalmente. Me levantei, fui até o parquinho que havia em meu bairro, os lugares calmos sempre me agradam. A brisa batia em minha pele enquanto voava no balanço. Cada vez mais rápido e alto, até que cai. Feri meus joelhos e os observei por um tempo, o sangue vermelho e pegajoso me lembrava que eu ainda estava viva. Que isso não era nem 1% do que sofro. 

Ando pelo meu bairro até em casa, pelo aroma amargo no ar já sabia que estava perto. Abri a porta, minha mãe cozinhava enquanto meu irmão estava assistindo televisão, meu pai? Ha! Não estava em casa. 

-Hey baby! Já em casa?-pergunta minha mãe que se quer me olhava- Como foi a aula?

-Um túnel mamãe, escuro e sem saida-Digo tentando amenizar tudo o que ocorreu ao dia.

- O que é isso na sua perna? Sangue? Onde caiu?- minha mãe se assusta com a situação do meu joelho. estava como uma segunda camada de pele, só que vermelha.

- Não é de se preocupar mamãe! É apenas um arranhão.- Digo a ela que faz uma cara de decepção. Logo ela vasculha uma gaveta na cozinha.

- Vamos, pegue este band-aid e o algodão, cuide disso, tenho que sair por isso não faço pra você.

-Aonde vai?- Pergunta a olhando guardar uma garrafa prateada em sua bolsa.

- Vou resolver uma coisa, fique aqui com seu irmão. Ok?- Ela sai pela porta. Trato meu arranhão e guardo o que minha mãe me deu. Sentei-me ao lado de meu irmão que assistia filmes de terror.

- Oh! Que horrível! Como consegue assistir essas coisas?!-Pergunto a ele que olhava fixamente para a tela iluminada.

- É interessante. Pense bem, você poderia usar todos esses métodos para dar o fim em uma pessoa que é cheia de vida ou até aquela que ama, não acha?- ele se vira para mim esperando minha resposta, eu apenas concordei com a cabeça.

Passamos a tarde inteira assistindo os filmes, quando minha mãe volta um pouco alterada, ela vinha cambaleando e se apoiava nas coisas para recuperar o equilíbrio.

-Boa noite crianças.- Ela sorri e mal consegue abrir os olhos- Está na hora de irem para cama, não? Vão logo, as coisas vão ficar estranhas por aqui.- Nós obedecemos, meu irmão subiu correndo pelas escadas. Logo que fechei a porta e olhei pela janela meu pai chegava. Depois de me preparar para dormir, deitei me na cama e ouço meus pais gritarem no piso em baixo de mim. Parecia uma briga. Me cobri com os lençóis e fechei os olhos, pois sei que em meu mundo tudo será melhor. Tudo será como um bom doce dissolvendo em minha boca.