História Born to be wild (Imagine Minhyuk) - Capítulo Único

"Por que ela não quer lutar? Será que não sou suficiente para ela? Não sou um motivo para ela continuar aqui? Eu não sei mais o que fazer..." estava perdido em meus pensamentos quando escuto ela me chamar. 
- Shownu 
- o que foi amor? - me aproximei de sua cama 
- eu... eu quero terminar - Yura praticamente cuspiu aquelas palavras 
"Na realidade eu não queria terminar, eu amava muito o Shownu, ele sempre ficou do meu lado, sempre me apoiou, mas eu sinto que estou prendendo ele a mim, estou impedindo ele de viver a própria vida e também estou sendo falsa com ele. De uns tempos pra cá, meu coração começou a palpitar mais rápido toda vez que vejo o enfermeiro que cuida de mim, já não sei mais o que esta acontecendo comigo, talvez eu possa estar delirando, nas condições que eu me encontro essa é a única palavra que descreve totalmente a minha vida. Delírio." a mente daquela menina era tão barulhenta para uma boca tão silenciosa. 
O garoto, que se encontrava pensativo, caiu na gargalhada. 
- você só pode estar brincando, nunca perde o senso de humor né? 
- Shownu - ela respirou fundo - eu não estou brincando 
- qual é o seu problema Yura? Eu sempre estive aqui do seu lado... 
O enfermeiro de Yura, Minhyuk estava indo fazer os procedimentos diários, quando escutou a discussão e resolveu ficar atrás da porta. 
- ... eu nunca te abandonei, como os outros fizeram. Todos te deixaram aqui sozinha, todos te largaram, mas EU continuei, quer mesmo fazer isso? 
- sim Shownu, e eu nunca te obriguei a ficar, a porta está destrancada, pode ir, assim como todos os outros - ela não falou mais nada, então o garoto, furioso, se retirou do quarto. 
Aquela garota não ia chorar por causa daquilo - apesar de uma pequena lágrima conseguir escapar - ela tinha problemas maiores para resolver. 
- oi Yura, como está se sentindo? - Minhyuk adentrou o quarto 
- estou ótima - ela sorriu, mas estava mentindo 
Após ele ter terminado de medicar Yura e trocar alguns curativos, a menina respirou fundo, fechou os olhos e tentou descansar. Deveria ser mais um dia normal em que ela escutaria a porta ser fechada e os passos dele irem se afastando aos poucos, porém, sentiu alguém tocar-lhe o rosto e fazer carinho 
- por favor Yura, seja forte, não desista agora, há muitas pessoas que gostam de você - Minhyuk deixou a frase no ar e se retirou. Um largo sorriso se formou no rosto daquela garota. 
"Ai meu Deus, ele tocou em mim, tipo, não de uma forma profissional, e sim de uma forma... carinhosa, afetiva. Respira. Só respira. Eu ainda não consigo acreditar. Preciso descansar." então Yura fechou os olhos e caiu em um sono profundo. 
Todos os dias, Minhyuk ia visitar ela - manhã, tarde, noite, não somente no período de trabalho - e era evidente que o diagnóstico dela estava melhorando. Mas para que ela conseguisse 100% de melhora, teria que fazer fisioterapia. 
- por mim tudo bem. Quando vou começar? - Yura perguntou para o mais velho 
- olha - ele saiu um pouco do quarto e voltou trazendo uma cadeira de rodas - que tal hoje? 
"Claro que aquilo ali foi um choque, mas eu já sabia o que estava por vir, eu ja sabia das consequências daquele acidente. Provavelmente, eu nunca mais voltaria a andar, mas todos os médicos tinham esperanças de que eu recuperasse os movimentos das pernas. Não coloco muita fé nisso, afinal, eu ja deveria ter morrido. Maldita hora que fui andar de carro com meus pais. Maldita hora que eles foram discutir." 
Enquanto Minhyuk me levava pelo corredor, comecei a relembrar o que tinha acontecido naquela manhã de sábado, quando tudo aconteceu. 
Flashback on 
Como era feito todo sábado, acordávamos de manhã e íamos para a cidade. Eu sempre ficava no trabalho do meu pai, já que era a única filha e teria que assumir as empresas KimAh. Porém, no meio do caminho meus pais começaram a discutir. Achei que seria mais uma daquelas discussões chatas sobre serviço, então coloquei meus fones de ouvido, só que escutei algo sobre "traição" e acabei nem soltando a música. Descobri que minha mãe estava traindo meu pai e roubando dinheiro da empresa, aquilo não entrava na minha cabeça, eu não conseguia acreditar. 
- O QUÊ? - gritei e ambos olharam para mim, mas logo minha mãe voltou o olhar para a estrada, pois estava dirigindo 
- filha, fica fora disso - meu pai sorriu como um pedido de desculpa 
Suspirei. Dessa vez, aumentei o volume no máximo para não escutar mais nada. Meu consciente queria chorar, todo meu corpo queria que eu chorasse, mas foi apenas uma única lágrima que escorreu pelo meu rosto. 
E depois disso, tudo ocorreu muito rápido. O carro derrapou na pista, um caminhão surgiu do nada, ouviu-se um estrondo muito alto e depois ficou tudo escuro." 
Flashback off 
Então acordei 7 meses depois do acidente, aqui no hospital. Descobri que meu pai faleceu e que aquela mulher que eu chamei de mãe, fugiu com o homem com quem estava traindo o meu pai. 
Os familiares que vieram me "visitar" só estavam interessados nas ações das empresas. Tentaram me convencer a passar os negócios da família para eles, mas eu não sou idiota. Eu não duvido nada que alguns desses parentes estão nesse exato momento torcendo pela minha morte. 
- chegamos - Minhyuk abriu uma porta onde dizia "Sala de Fisioterapia" - você vai fazer isso diariamente ok? 
Afirmei com a cabeça. 
Minhyuk me deixou ali e logo em seguida uma garota muito bonita entrou na sala. Ela vestia um jaleco e no crachá estava escrito "Kim Taeyeon". Seus cabelos eram loiros e caíam ondulados ate um pouco abaixo dos ombros. Era realmente muito linda, e acho que muito jovem também. 
- annyeong Yura, sou Taeyeon, a partir de hoje vou ser sua fisioterapeuta - ela me cumprimentou 
- você não é muito jovem para ser uma fisioterapeuta? - deixei escapar 
- eu aparento ser tão jovem assim? 
- sim, você não tem tipo, uns 17/18 anos? 
- não - ela riu - tenho 24, terminei a faculdade ano passado e agora estou estagiando aqui no hospital. 
- nossa, isso é inacreditável - dei risada 
(...) 
Foram semanas após semanas de tratamento, todos aqui no hospital eram muito gentis comigo, me tratavam como se eu fosse alguém da família. E sobre as minhas pernas, a cada dia melhora, agora eu já posso andar por aí sem o auxílio de nada. Minhyuk continuou a ser carinhoso comigo, até mais do que antes, parecia que éramos namorados. Mas só parecia mesmo. 
Quando acordei hoje de manhã, até pensei em contar dos meus sentimentos para ele, mas resolvi deixar para contar de noite, já que eu vou ir embora e é provável que eu não o veja novamente. 
Fiz minha sessão de fisioterapia pela última vez também. Já de roupa trocada, arrumei a cama que passei 12 meses deitada - 7 em coma e os outros 5 por causa da fisioterapia - e saí a procura de Minhyuk. Uma das enfermeiras me disse que ele estava na sala de fisioterapia. Então fui para lá. Quando abri a porta me deparei com uma cena, que eu não esperava ver. Taeyeon e Minhyuk abraçados parecendo um casal muito apaixonado. Quando ambos me viram, sorriram para mim. 
- olha só Yura - ela me mostrou o anel que estava em seu dedo - Minhyuk me pediu em namoro 
O tempo parecia ter parado naquele exato momento. Eu não conseguia, e nem queria acreditar naquilo. Fiquei ali paralisada, tentando digerir as coisas. Meu corpo pedia para que eu chorasse, minha mente e meu coração imploravam para que eu deixasse as lágrimas caírem. Mas como das outras vezes, apenas uma única gota escorreu pelo meu rosto. 
Eu me virei para a saída e comecei a correr, tudo estava em câmera lenta. Pude ouvir ele gritar meu nome, mas não dei bola, apenas corri, até sair pelas portas dupla do hospital com Minhyuk atrás de mim. Foi aí que tudo aconteceu muito rápido: fui atravessar a rua sem ao menos olhar para os lados e uma camioneta me acertou em cheio. Novamente eu mergulhei em uma escuridão. Talvez agora eu vá fazer companhia para o meu pai. 
18 meses depois 
Uma voz. Era isso que eu escutava. Uma voz. Dizendo que descobriu que eu era o amor de sua vida, e não a Taeyeon. Também senti uma mão segurando a minha. Não sei de onde tirei forças, mas consegui apertar a mão dele, em um sinal de eu tinha conseguido sobreviver. Forcei um pouco mais e consegui abrir os olhos. Minhyuk estava ali, me observando, surpreso mas muito feliz. Feliz por eu ter lutado e ficado aqui.