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História Born to Die - Prólogo


Escrita por: deusatena

Notas do Autor


Olá!
Hoje começo a minha terceira fic stydia, e essa estória está me deixando bastante animada. A idéia me veio a cabeça e um amigo me ajudou bastante, o Hélio. Então eu apenas espero que gostem, e nos vemos nas notas finais.

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction Born to Die - Prólogo

Pés, não me falhem agora
Me levem até a linha de chegada
Oh, meu coração, ele se parte a cada passo que dou

 

Sentia meu corpo se endurecer. Engasgava com o meu próprio sangue no qual eu não conseguia parar de cuspir. Sentia todos os meus ossos sem força nenhuma, alguns com certeza estavam quebrados como gravetos. Com uma força esforçada, chutava a porta metálica preta várias vezes até que ela se abra. Rastejava para fora do carro, pegando impulso com os meus braços finos e machucados. Meu choro era intensificado, enquanto eu sentia inúmeras dores por todo o meu corpo. Não tinha ninguém que ouvisse meus gritos, ninguém que pudesse socorrer alguém sozinha e abandonada na estrada.

 

Hoje

Meu corpo é sacudido sem nenhuma delicadeza. Desperto-me de mais um pesadelo, na verdade, o mesmo de sempre. Quando abro meus olhos, encaro os seus azuis. Aqueles que me deixava com medo e com nojo. Ele pega a bolsa em mãos, agora percebo que o avião já havia aterrisado. Minha respiração é forte e descompensada, bem, eu havia chegado. A famosa Beacon Hills. Eu não sabia o que me esperava aqui, mas com certeza eu estava com medo.

Uma das vantagens de ter alguém que você conhece na escola ou cidade para qual você está sendo novata é que, provavelmente, não estará sozinha. Em meu caso minha prima, Allison Argent, estuda e mora aqui desde que se conhece por gente. Ela me visitava em Atlanta, na Geórgia, — lugar no qual nasci e morei por um logo tempo —, todos os natais e algumas ações de graça. Mas agora, eu estou visitando-a e dessa vez, é permanente.

— Lydia, você está dormindo? Levante logo!

Ele se afasta de mim, o que me faz levantar da poltrona. O tempo parecia estável, mas mesmo assim, eu tinha a incrível habilidade de suar, por isso eu deixei duas garrafas de água para beber no caminho, e o engraçado é que ambas estão vazias.

Encontro minha mala azulada na esteira, puxando-a firmamente. Em sequência, vejo Roger chamar um táxi e colocar as nossas duas malas. Eu realmente não tinha muita coisa e muito menos ele. Não sabia o que a mudança poderia me proporcionar. Até ontem, não sabia o colégio que ficaria e ainda tenho a curiosidade de como é a casa onde moraria agora. Assim que paramos em frente à uma casa simples, branca com uma porta tradicionalmente marrom, não me dou por surpresa. Descemos do carro e assim que paro em frente à casa, meu “pai” move a maçaneta, mostrando a casa por dentro, onde tudo era completamente mobiliado.

— Seu quarto é o segundo do corredor. Suba e veja, depois desça aqui para conversamos.

Seu tom firme me faz perder o controle das pernas, estremecendo e engolindo seco. Balanço a cabeça, puxo minha mala e subo as escadas brancas e sem nenhuma sujeira sequer. Pude ver o banheiro, um primeiro quarto e o último, no caso, o meu. Ao abrir a porta, encaro cada centímetro do ambiente. Havia um armário branco e simples encostado na parede, uma cama de casal com uma escrivaninha ao lado, um banheiro e um grande tapete. Havia também uma janela que deixava o quarto um pouco mais fresco. Caminho até ela, vendo que estava próxima ao telhado e ao simples jardim. Coloco a mala por cima da cama, abrindo-a e tirando peça por peça de roupa, guardando tudo em seu devido lugar. Termino em cerca de vinte a trinta minutos, ouvindo meu nome ser protestado. Respiro fundo, me preparando para qualquer coisa que pudesse acontecer.

Roger Martin é o meu pai, na verdade, esse é apenas o termo biológico dele, ele nem ao menos age como um. A morte da minha mãe quando eu tinha praticamente onze anos foi completamente dolorosa. Ela atingiu todos e principalmente, o meu pai. Ele passou a dormir fora, a não me alimentar, não cuidar das minhas roupas, não me ajudar nos deveres e tudo pra ele era que eu tinha culpa, de alguma forma. Roger afundou em um mundo de bebidas, drogas, apostas e prostitutas. Dessa forma ele se descontrolava e me feria. Desde os meus doze anos ele me xinga, me bate e como bate. Ele não mede a força para ter o prazer de me atingir de alguma forma. Com os anos, fui me fechando para não ser humilhada pelas pancadas e cortes. Sem os seus cuidados, eu vivia com o básico que eu mesma poderia cuidar, ou até mesmo, eu ficava na casa da minha avó, fugindo. Mas sempre que eu voltava, com a esperança que aquele meu antigo herói estava de volta, ele me espancava. Não poderia ameaçar contar, pois nunca dava certo e a surra dobrava. Já parei no hospital centenas de vezes, alguns ferimentos deixava claro para os médicos a grande dúvida, fazendo com que eles chamassem os policiais. Porém, como eu tenho apenas dezessete anos, precisavam me interrogar na presença do meu pai, no caso, ele nunca me deixava sozinha com qualquer pessoa que pudesse ferrar com sua vida.

Os machucados doem tanto, que eu adquiri uma certa resistência contra isso, mas não o bastante.

Desço as escadas acanhada, vendo-o sentado no banco em frente à bancada que ligava a cozinha e a sala.

— Estúpida! Parece surda. — Ele revira os olhos, eu abaixo um pouco a cabeça. — Amanhã começará seu primeiro dia de aula naquela escola fajuta. Comprei os materiais necessários, espero que arranje um emprego por aqui para me pagar cada centavo. Com exceção da vadia da sua prima, não quero ver você com mais ninguém. Nem aqui, nem em qualquer lugar. É de casa para escola e vice versa, quero seus horários na minha mão para eu acompanhar atrasos. A diretora me disse que suas aulas são de 9h às 4:30pm, eu trabalharei das sete às oito da noite. Mas isso não vai lhe dar nem ao menos a vantagem de sair sem consentimento meu, estou sendo claro? — Ele diz rápido demais, o que me deixa atordoada. — Lenta! Eu perguntei se estou claro!

Ele junta um bolo de cabelo meu, proveniente da minha raiz ruiva, puxando o meu cabelo pra trás com força. Sinto alguns fios serem arrancados de mim. Aquilo era mole perto de como ele ficava quando bebia.

— S-sim.

— Sim o que, Lydia?

— Sim senhor.

Ele larga minha cabeça, se distanciando. Pelo horário, pude ver que eram seis da tarde. Poderia encontrar Allison caso ela não estivesse em Minnesota ainda, aproveitando o restante das férias de verão. Ela voltará no segundo ou terceiro dia de aula. Sinto minhas pálpebras se fecharem, eu estava realmente cansada. Quando estava indo subir as escadas novamente, vejo de relance o canto da casa, onde pude ver um piano pequeno marrom. Tudo o que eu precisava. Ponho um risco na minha boca, rindo baixinho.

Adoraria ser a primeira a tocá-lo.

Dia seguinte, 8:30am.

Abro os olhos, sentindo meu corpo todo relaxado. A noite no avião foi mal dormida e aqui eu pude relaxar. Respiro fundo, me espreguiçando na cama. Arrasto meu corpo até o banheiro, onde pude tirar o pijama e tomar um banho morno, mais para acordar. Lavo meus cabelos com delicadeza, sentindo um alívio maior na região capilar. Após sair do banheiro, me seco por inteira, vestindo uma calça preta e uma regata azul escura. Visto um casaco de lã branco, calçando meus velhos tênis. Basicamente, todas essas roupas são velhas e habituais. Pego uma pequena bolsa de maquiagem, escondendo as marcas do meu pescoço e dos meus braços, já que a água tinha tirado o disfarce. Respiro fundo, tendo um resultado mais satisfatório. Recolho a minha mochila que estava perto da mesa branca que tinha no quarto, na qual eu usaria para estudar. Roger colocou-a de noite, sem se importar se me acordaria ou não. Dentro da mochila, tinha dois fichários e um estojo, meus livros estavam organizados no armário do colégio. Desço as escadas, meu humor não estava tão ruim, até porque, acordaria com Roger já no trabalho. Vou até a geladeira encontrando-a com coisas basicamente preenchidas. Tomo um suco de laranja e faço algumas torradas, derretendo a manteiga e jogando por cima; minha mãe fazia muito isso e eu sempre gostei.

Saio de casa por cerca de dez para às nove. A escola era duas quadras da minha casa, totalizando uns dez minutos, dependendo da minha disposição de andar. Logo a rua começa a ter mais pessoas, e assim percebo que havia chegado na escola. O estacionamento estava cheio de carros e pessoas, alguns garotos e garotas olhavam para mim a cada passo que eu dava, e eu nem ao menos sabia se a expressão que faziam era boa ou ruim, provavelmente, esnobe. Solto o meu cabelo do coque, sem querer deixar evidente algumas marcas do meu pescoço palido. Fico completamente perdida na escola, os corredores estavam cheios e eu não sabia por onde começar. Decido procurar pela sala da diretora, assim ela poderia me auxiliar.

— Novo pedaço de carne na área!

Ouço alguém gritar e se esbarrar em mim, apenas suspiro andando nos cantos, até que de tanto procurar, os corredores ficam vazios e eu acho a sala da diretoria.

— Bom dia, eu estou procurando a diretora da escola.

— Última sala no centro.

Sussurro um agradecimento, estava tão nervosa e envergonhada que nem podia ser capaz de encarar as pessoas. Bato duas vezes na porta, ouvindo um “entre”

— Bom dia, diretora…

— Kippning.

— Certo, eu procuro algumas informações sobre as aulas, armários, e tudo mais. Sou novata e estou perdida. — Digo baixo, porém, alto o bastante para que ela possa ouvir.

— Nome e idade, por favor.

— Lydia Martin, 17.

Logo ela me entrega uma folha branca, sem nem ao menos me encarar. Percebo que ela parece ranzinza. Deixo a sala, esbarrando com tudo em um corpo maior e mais firme. Caio no chão, deixando a folha voar um pouco longe de mim.

Levanto o rosto, encarando um garoto alto, com a expressão sínica. Belos olhos de amêndoas.

— Cuidado aí, ruiva.

Ele sai caminhando despreocupado, o que me deixa confusa do quanto as pessoas podem ser drasticamente grosserias aqui. Felizmente ou não, havia pegado apenas o segundo horário, já que no primeiro me atrasei demais. Entro na sala praticamente vazia, pelo o que eu entendi do meu horário, estaria na aula de física.

Estava voada na aula, minha amargamente, comer em uma mesa afastada e sozinha. Tal fato não me deixava triste, eu realmente queria ficar sozinha.

Encaro todos aqueles rostos, pareciam vidrados em mim. Alguns me encaravam em forma de nojo, outros de forma esnobe, eu sei que estavam. Sentia as risadas altas em meu ouvido, parecia que todos sabiam o que eu passava e riam de mim, por ser submissa e aceitar. Minha cabeça começava a doer, não aguentava tamanha pressão. Aquela maldita sensação me fez estremecer por completo e deixar a bandeja por cima da mesa, não aguentando mais um mero segundo no refeitório. O percurso para o banheiro me fez ouvir varias vezes altas e caminhar loucamente, com as mãos nas orelhas tentando impedir que tudo fique mais alto. Entro em uma cabine, queria que tudo ficasse mais quieto. Abraço minhas pernas, chorando e forçando o corpo pra frente e para trás, abafando os barulhos assustados que eu queria fazer. A sensação dolorida, vozes e imagens levadas ao Roger. Choro em descompensação, tentando aliviar a tensão que tive desde que embarquei para cá. Passo as mãos agressivamente pelo pescoço, tentando de alguma forma, buscar uma melhor respiração, Deus! Eu estava sufocada. Encosto minha cabeça por cima do joelho, sentindo o choro intensificar minha dor de cabeça e me fazer relaxar o corpo para dormir.

Point of View — Stiles Stilinski

Biblioteca.

Eram muitos livros. Livros de matérias diferentes, com vários cadernos de anotações diferentes e em minha frente, Scott. Queria socá-lo por me dar mais trabalho que o suficiente, apenas para me ver sofrendo.

— Não vem com essa cara de assassino, estou te ajudando. — Ele diz, levantando as mãos. — São exatamente duas da tarde, você tem mais duas horas para por, pelo menos, a matéria de química, física e espanhol na sua cabeça.

— Eu sei exatamente o que tenho que fazer, Scott.

— É, e ainda sim precisa de passar de ano para voltar a treinar na academia de luta.

— Cara, como está lá?

— Você é o melhor lutador que temos após o professor Charles, então como ele não tem um ajudante, está dobrando os exercícios e fazendo mais lutas. São três a quatro horas de treino, tem vários tempos, é claro, mas saímos de la acabados.

— Charles é o melhor, não gosto de moleza. — Sorrio orgulhoso, estralando os dedos. — Bem, vou começar, vaza.

Ele ri e sai do ambiente quieto. Começo a ler os livros e as frases marcadas com marca texto, além de memorizar e tentar entender as anotações. Vejo que passa meia hora, acho que tenho algum tipo de relaxamento, certo? Deito a cabeça em um dos livros, sentindo o sono me consumir.

 

POV — Narrador

Estava tudo em um silêncio avassalador. As pessoas não demoraram um segundo após o sinal, deixando evidente o final das aulas. Logo, o lugar ficou quieto e sem ninguém, nem ao menos os funcionários quiseram e precisaram ficar mais um tempo no colégio. Ele era grande e cansativo demais, adiantaram tudo e deixaram algumas coisas pendentes para o dia seguinte. Dessa forma, a única pessoa autorizada e que costumava ficar na escola após 4h30pm, era o zelador. Ele dormia em um quartinho atrás da bancada do ginásio, acordava cedo para arrumar tudo. O pobre coitado de 70 anos descansava assim que os alunos saíam, colocando um fone de ouvido e adormecendo.

6h45pm, esse foi o horário que Lydia levantou-se assustada, suas costas estavam doloridas e a sua cabeça doía junto. Seus fios ruivos estavam grudados em suas bochechas, ela sentia o quanto seu rosto estava melado e grudento. A garota apoiou-se nas paredes para se manter de pé, e sair da cabine. Olhou seu reflexo no espelho, grunhindo de insatisfação e até de dor no pescoço e em seu corpo. Ela abre sua bolsa, pegando uma das caixas de remédio, colocando um comprimido em sua boca, lavando o rosto e aproveitando para tomar a água direto da torneira, não tinha a frescura de dispensar. Ela deixa o banheiro, arregalando os olhos por ver ninguém ali, nenhuma pessoa se quer. Ela anda mais um pouco, tendo a visão do grande relógio preso na parede. A garota ficou completamente assustada, estava escuro, vazio, e por mais que ela não tivesse medo de nada, sentia-se assustada o suficiente. Precisava estar em cada às oito, e se não estivesse lá… as coisas ficariam feias. Lydia não achou outra alternativa a não ser andar, não poderia ligar pra ninguém pois não possuía  telefone, ela estava completamente ferrada. Andou um tempo até achar portas duplas, onde via uma luz acesa. Quando as abre, vê o grande e extenso campo, onde jogavam lacrosse. As luzes das iluminarias refletia sobre seus grandes e verdes olhos. Ela achava aquilo incrivelmente legal. A garota começou a andar, vendo as arquibancadas, e como as estrelas estavam lindas. O fato de já estar escurecendo era algo preocupante, mas naquela hora? Ela só estava fascinada.

Quando Lydia forçou suas vistas, via um garoto à uns 8 metros dela, ele estava realmente longe. Ele jogava lacrosse, fazendo gols com bolas diferentes. Lydia andou mais em direção ao homem, sentia-se curiosa a cada passo. Quando estava próxima dele o suficiente, ele ainda não tinha percebido sua presença. Ele estava apenas um pouco longe da menina, que sentia uma sensação diferente, como se alguém estivesse próximo. O perfume dócil e natural invadiu suas narinas, mas como puro instinto, ele girou com o taco em mãos, tentando acertar a pessoa atrás dele. Até então, ele achou que a tal pessoa o machucaria, mas na verdade, aquele anjo não poderia fazer mal algum à ninguém. Stiles paralisou, já tinha visto ela quando se esbarraram, mas naquela hora, a sensação era indescritível. 


Notas Finais


Então, eu realmente achei esse capítulo chatinho, foi um prólogo então eu deixei muito na parte explicativa da coisa. Esses gêneros oesados sempre foram a minha paixão.
O foco da fic é focar nas dificuldades que os dois carregam, ambos obscuros, porém, a Lydia terá um foque maior. Por mais que ela sofra muito, ela quem trará a sanidade do Stiles de volta, e será ele a confortá-la.
Opa, chega de spoiler. Espero que gostem da fic, ao longo dela tudo terá uma explicação.
Beijo!


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