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História Born To Die - Dangerous Woman


Escrita por: SkyWithDiamond

Notas do Autor


olá, olá.
Boa leitura;.

Capítulo 6 - Dangerous Woman


...

Lexa rapidamente se pôs diante do homem e o segurou pela a gola de sua camisa social, ela o pressionou contra parede ao lado da porta, o médico estava começando a ficar vermelho e Clarke encostou sua mão no ombro da namorada, porém Lexa não parecia ceder, ela pressionava seu antebraço contra a garganta do homem e Clarke percebeu que a qualquer momento ele poderia apagar.

- Lexa! Por favor... – pediu dessa vez com sua mão no braço da garota, Clarke olhou para trás e viu Aden apavorado, e mais uma vez voltou para Lexa – Lexa... – Lexa tirou seu braço do homem, ele de imediato se abaixou e tossiu algumas vezes, ele precisava desesperadamente de ar, quando voltou a ficar em sua posição ereta Lexa deu um soco no homem que o apagou de imediato – LEXA! – repreendeu olhando para os lados daquele corredor do lado de fora do apartamento. A loira guardou suas repreensões e segurando as mãos do homem, que estava chão, ela o arrastou até o apartamento, porém Lexa a impediu –

- Mas que porra você acha que está fazendo, Clarke? – Aden assistia tudo, mas Lexa parecia não se importar –

- Ele claramente tem algo para contar, e se você não quiser ouvir tudo bem, mas eu quero – Clarke continuou a arrastar o homem para seu apartamento, e Lexa se viu em uma situação onde seria inútil discutir com a mulher –

- Você, garoto, já para o quarto! – ordenou fechando a porta atrás de si quando Clarke terminou de entrar –

- Mas –

- Você vai por vontade própria, ou eu posso fazer com você o mesmo que fiz com ele, estou dando chance de escolha – Aden apenas concordou com um balançar de cabeça amedrontado e saiu da sala, Lexa suspirou e voltou para Clarke que tentava acordar o homem com o cheiro de seu forte perfume no pequeno frasco – Não acredito que você colocou esse estranho aqui, Clarke? Perdeu o juízo?! – a voz de Lexa estava a um momento de se elevar, Clarke podia sentir a raiva da namorada –

- É seu pa –

- EU NÃO TENHO PAI! – gritou causando um susto em Clarke, a loira de imediato olhou para Lexa. A mulher estava com ódio em seus olhos, porém Clarke enxergou além do ódio, ela viu dor e até medo – Ele não é meu pai porque eu não tenho nenhum! Assim como eu não tenho uma mãe! Eu não estou guardando aquele moleque porque eu me importo com ele ou com a morte de sua mãe, eu estou fazendo isso porque tudo isso está ligado a mim e eu não posso permitir que pessoas que eu me importo sejam castigadas por isso -  Lexa estava cansada de esclarecer isso, e Clarke entendia o lado da mulher –

- Hum... e – a atenção das duas foram para o homem ao sofá, ele parecia tonto e piscou algumas vezes ao olhar para Lexa –

- Cuide disso! – disse olhando unicamente para Clarke. Lexa ignorou o homem e saiu do apartamento, fazendo questão de bater à porta o mais forte que pôde. Clarke soltou um longo suspiro e olhou para o homem ao sofá –

- Becca – a única palavra saiu de Clarke sem sentindo algum, ela simplesmente queria ver a reação do homem. Sua expressão passou de nauseante para surpresa ao ouvir o nome da filha, foi então que Clarke soube que ele realmente eram quem dizia ser –

- Você conheceu minha filha? – perguntou ansioso, as memorias de Becca permaneciam sempre na mente do homem, ele ainda não conseguia acreditar que sua filha havia cometido tanta barbaridade. Clarke agradeceu aos céus por nunca ter visto o homem antes, caso contrário sua identidade estaria em perigo –

- Quem não conhece Becca? O seu envolvimento no caso que matou o Capitão Jacob Griffin foi noticiado para o mundo inteiro, acho que cheguei a ver algo sobre você nos noticiários – mentiu descaradamente, Clarke sentou ao lado do homem e ele pareceu envergonhado –

- Eu sei que isso é tudo muito complicado, principalmente para Lexa, mas.... mas eu acabei de perder minha outra filha, e por mais que eu tivesse procurado por Lexa eu simplesmente não conseguia encontrá-la, eu soube que Lucy a havia entregado para a adoção, apenas isso, eu a procurei por um tempo e então aceitei o fato de que nunca iria encontrar minha filha... Então do nada alguém me aparece dizendo saber a localização de Lexa t –

- Espera, espera – Clarke imediatamente o parou – Alguém lhe deu a localização de Lexa? –

- Sim, mas isso não é importante – cortou Robert, ele olhou para Clarke como se silenciosamente a implorasse por algo – Eu não a abandonei, quando eu descobri que ela estava grávida ela já havia sumido, eu iria assumi minhas responsabilidades, porém Lucy simplesmente desapareceu, é quase inacreditável eu dizer isso, mas só de saber que eu tinha outra filha eu a amei, mesmo sem nunca ter nenhum contato – de um jeito estranho Clarke acreditava nas palavras do homem –

- Você não tem ideia do quanto Lexa passou nessa vida, e mesmo assim ela sobreviveu a tudo sem ajuda ou presença dos pais. Sinto muito dizer isso, mas a sua presença não vai fazer com que Lexa crie algum vínculo com você – Robert continuava a olhar para a bela moça –

- Não importa o quão difícil seja, o meu sangue circula nas veias dela, anos a amando de longe, eu finalmente posso fazer o certo agora –

- Acredite, será uma perda de tempo, Deus sabe o quanto eu gostaria que Lexa aceitasse sua presença ou de qualquer outra pessoa que seja de sua família, mas eu a conheço melhor do que ninguém... Ela não vai abrir espaço para você – Robert não acreditava nas palavras da loira, ele esperava estar tendo aquela conversa com Lexa, mesmo que de forma complicada, ele esperava a presença da filha –

- Eu não posso simplesmente seguir minha vida como se não soubesse do que sei agora, eu não me importo em como será essa aproximação, mas eu vou tentar de alguma forma – disse decidido, Clarke suspirou –

- Vamos fazer o seguinte, não volte a aparecer aqui novamente até eu dizer que sim, eu vou falar com Lexa e ver o que posso fazer, o que acha? – Robert sorriu esperançoso, Clarke mantinha sua expressão séria, ela não estava achando que iria conseguir algo da namorada – Agora eu realmente preciso saber quem falou de Lexa para você, eu sou muito boa em saber quando alguém está mentindo, então não tente fazer isso – Robert apenas concordou, ele não via problema algum em dizer como havia encontrado a filha –

- Eu não sei o nome, mas era uma jovem, estatura mediana, cabelos negros, olhos expressivos, se vestia formalmente –

- Ótimo, você acabou de descrever metade das mulheres de New York – disse girando os olhos, Robert não sabia como ajudar ainda mais – Algo único? Alguma marca no rosto, tatuagem, algo mais fácil de identificar? –

- Hum, não, a não ser um corte na mão direita, quando ela jogou os papéis no banco eu pude observar isso, entre o polegar e o indicador tinha um corte que acredite, deixará uma cicatriz quando sarar – informou e Clarke pareceu mais satisfeita com a resposta – Você irá me ajudar, certo? Eu só preciso de um momento para me explicar, só isso... – Clarke levantou e Robert entendeu que a conversa havia encerrado, então o médico acompanhou o movimento de Clarke –

- Eu farei o possível, mas não crie tantas expectativas, okay? – Robert concordou e Clarke começou a andar para a saída, Robert a acompanhou e os dois seguiram lado a lado – Só me prometa que não irá aparecer sem eu entrar em contato, okay? – Robert abriu a boca para falar algo, mas Clarke parecia saber o que era – Não sei preocupe, eu sei como encontrá-lo, confie em mim – Robert concordou, era a única coisa que ele podia fazer –

- Obrigado - o homem nem ao menos quis saber o nome de Clarke, ele foi embora e a loira fechou a porta –

Clarke naquele momento agradeceu a Murphy e Raven por não terem divulgado o nome de Lexa na imprensa, a identificação de Lexa para a mídia havia sido apenas como “comandante da morte”, e não Alexandria Woods. A loira se jogou no sofá e ouviu leves passos se aproximando.

- Ele é realmente o pai de Lexa? – questionou Aden sabendo que estava sendo intrometido. Clarke olhou para o jovem que tinha acabado de sentar na poltrona a sua frente –

- Aparentemente sim – Clarke soltou mais um suspiro – Sua irmã poderia ser um pouco mais fácil, isso tornaria minha vida menos complicada – Aden sorriu e isso chamou atenção da loira – O quê? –

- Você realmente a ama – comentou com um grande sorriso –

- Acredite, eu não estaria aqui senão amasse – algo em Aden o acalmou, era como se o fato de saber que Lexa tinha alguém que a amava incondicionalmente o deixava seguro de algo –

- Você acha que ela vai querer falar com o pai? Que vai deixá-lo se aproximar? – Clarke percebeu a urgência de Aden e isso a deixou curiosa – Será que algum dia ela vai me deixar fazer parte de verdade da vida dela? Não que eu esteja preocupado, é só que.... - Clarke saiu de sua posição deitada e ficou sentada, olhando fixamente para ele – Seria legal falar com ela sem me preocupar se vou ser agredido – Clarke sabia que não deveria sorrir, mas o fez mesmo assim. A loira se aproximou de Aden e sentou no braço da poltrona –

- Sinceramente? Eu não sei, mas com Lexa é tudo sempre difícil, e se realmente quer permanecer em sua vida você não pode desistir mesmo quando ela pensa em matar você – Aden não sabia se estava feliz com aquela resposta – Ela não agrediria você Aden, disso eu tenho certeza – o garoto acreditou nas palavras da loira e Clarke voltou para seu sofá –

- Hum, você não vai procurar por ela? Sabe, como naqueles filmes quando o casal discute e outro vai embora, algum deles sai para procurar e pedir desculpas – Clarke gargalhou alto e Aden não entendeu –

- Lexa e eu temos uma dinâmica diferente dos casais normais, ela precisa esfriar a cabeça e eu não posso invadir esse espaço - Aden apenas concordou e Clarke levantou – Vem, vamos preparar algo para comer – Aden seguiu a mulher até a cozinha e Clarke conversava com o jovem como se a vida ali fosse a mais normal possível –

...

Lexa estava há algumas quadras do apartamento, ela andava próximo a um estaleiro naval, naquele momento estava silencioso, as máquinas haviam parado, porém estava bem iluminado. A mulher estava fora de si, sua mente gritava tantas coisas incompreensíveis que Lexa realmente ficou com medo de enlouquecer, estava tudo acontecendo tão rápido, pessoas aparecendo em sua vida, pessoas morrendo, Lexa precisava colocar sua cabeça no lugar, ela precisava se manter sã para poder seguir.

Seus passos pelo o local eram vagarosos, ela trouxe sua atenção para o lado, onde havia um barco parado como se estivesse esperando seu dono embarcar. Ela seguiu seus passos pela a passarela que daria a entrada do barco, parou no meio do caminho e sentou-se ali, seus pés tocando a gélida água, ela acendeu um cigarro e na fumaça que saia dos seus lábios ela viajou em sua mente...

Lexa estava sentada próxima ao lago do parque, seus pés descansavam na água gélida e parada. A garotinha estava em seu décimo ano, e já não sabia qual era o número da família no qual estava, já havia passado por tantas e com tão pouca idade, que já não sabia se algum dia teria uma família. A garotinha olhou para trás e naquela tarde ensolarada ela avistou sua nova família, pai, mãe e duas gêmeas de doze anos. Lexa estava há pouco tempo com eles, mas já os odiava, ela não se conectava com nenhum, era apenas mais uma estranha que caiu de paraquedas em uma família perfeita.

- Lexa, cuidado! – ao ouvir isso Lexa foi empurrada para o lago, a suposta irmã gargalhou alto enquanto Lexa esbofeteava a água, ao ver isso o homem correu e tirou Lexa de dentro da água. -

- ALEXANDRIA! – gritou o homem ao retirar sua “filha” da água, Lexa chorava copiosamente, a irmã sorria como um demônio satisfeito, já o suposto pai parecia furioso – Quantas vezes vou ter que falar? Por que não escuta o que eu falo? – Lexa parecia se encolher ainda mais conforme o homem crescia –

- Ela não obedece, papai, eu disse que ela não é boa irmã! – comentou a garotinha –

- Não sei como foi nas outras famílias, Alexandria, mas aqui conosco você vai ter que me obedecer e seguir nossas regras, você já não é uma bastarda, então se comporte como uma garota familiar – ao ouvir a ordem do homem Lexa chorou ainda mais, o homem estava muito estressado para se sentir comovido, então apenas voltou para sua mulher e outra filha, e deixou Lexa e a gêmea ali –

- Sabe, papai não te ama, mamãe gosta de você, mas papai só tenta te aturar porque mamãe queria mais uma filha – a venenosa criança parecia sentir satisfação em ver Lexa chorar – Ninguém vai te amar, você vai ser para sempre a menina que ninguém quis, sua mãe e seu pai te abandonaram porque não queriam você, assim como papai não te quer... – Lexa não conseguia parar suas lágrimas, ela tremia de frio, mas ninguém parecia se importar –

A gêmea saiu e Lexa correu, ela não sabia para que direção iria, ela só correu o mais rápido que pôde, nem ao menos percebeu a sua “mãe” chamando por seu nome. Lexa não entendia porque todas as famílias que tentavam passar algum tempo com ela sempre a deixavam de volta ao orfanato, ela sabia que com aquela família também aconteceria isso. Talvez aquela garotinha estivesse certa, seu pai e sua mãe a abandonaram porque não a queriam... então por que outra pessoa iria querer?

Lexa jogou o cigarro sobre as águas e não se atreveu a enxugar a única lágrima que descia de um de seus olhos. Ela não esperava a aparição de seu pai, assim como não esperava a de Aden, porém com Robert havia sido diferente, ela sentiu algo diferente, quis dizer que era raiva, ódio, porém ela sabia que era mais do que isso, dor certamente, porém a vontade de ouvi-lo quase a deixou no apartamento, mas ela não iria fazer isso, seu orgulho era maior e ele logo a alertou de que Lexa não precisaria de um pai agora que todas as suas cicatrizes já sararam.

...

- Não, não – negou Raven tomando sua vigésima dose de café, já era tarde o suficiente para ela estar em seu escritório, mas simplesmente não conseguia ir embora sem concluir aquela teoria – Isso é impossível, Smith! Pensa novamente – disse frustrada, Raven reabriu a pasta do caso. Echo se aproximou da mulher e acompanhou o olhar da capitã aos papéis. O movimento no departamento era menor e mais calmo, porém Raven e Echo trabalhavam como se fosse o primeiro horário –

- Desculpa dizer isso Capitã, mas você que não está pensando direito – Echo tomou os papéis para si sem se importar se deixaria sua superior irritada – Pelo o que eu sei duas pessoas não podem estar em dois locais no exato mesmo momento, olha essas fotos! – Echo mostrou, mas Raven ainda não acreditava – Temos que descartar essa possibilidade de falsificação das imagens, Green já assegurou que são legitimas, o nosso assassino não é uma garota de vinte anos, meu palpite? O namorado – Raven foi até a máquina de café e voltou a encher sua xícara –

- O namorado é muito óbvio, vá além, procure por amigos, inimigos, familiares, cave o mais fundo possível a história dessa garota, porque minha aposta ainda é ela, e acredite.... Eu sou muito boa nisso – Echo não poderia argumentar contra isso, então apenas fechou a pasta com as evidências – Cem pratas como ela é a assassina – Echo gargalhou com a segurança e insistência da mulher –

- Se o culpado for o namorado dela, como eu tenho certeza de que é, você me paga uma bebida – sugeriu com um sorriso encantador que deixou Raven sem saber o que responder, e agradeceu aos céus quando ouviu duas batidas em sua porta –

- Entra – ordenou –

Raven sentiu seu coração acelerar um pouco quando viu Octavia entrar na sala, a advogada tinha um enorme sorriso que logo desapareceu ao ver Echo ali com sua noiva.

- Meu amor, o que faz aqui? – perguntou se sentindo desconfortável com aquela situação, Octavia voltou a sorrir e se aproximou de Raven, depositando um rápido selinho –

- São quase onze da noite, você não atende minhas ligações, fiquei preocupada – retrucou e voltou para Echo – Como vai, Smith? – haviam dois motivos no qual Octavia não gostava de Echo. Primeiro porque ela sempre estava envolvida em expor seus clientes, Octavia chegou até em pensar ser pessoal, e o segundo motivo, Echo deixava bem claro (pelo menos para Octavia) que estava interessada em Raven –

- Muito bem, Blake, obrigada. Amanhã será um grande dia, não acha? Lewis seu cliente finalmente vai pagar pelo o crime que cometeu – Raven sabia onde aquilo daria, e resolveu parar Octavia, mas a advogada tinha que responder –

- Acho engraçado como você continua a achar que eu perco algum caso, amanhã Lewis será um homem livre de qualquer acusação, espero encontrar você no tribunal, adoro ver como as pessoas ainda ficam surpresas ao ver o quão boa eu sou – Octavia piscou para a garota e soube naquele exato momento que a detetive queria sua cabeça rolando no chão – Te espero no carro, meu amor – Octavia deu um rápido selinho na capitã e voltou para a detetive – Até mais, Smith – Octavia andou como se fosse dona de tudo ali, ganhando a atenção das duas mulheres –

- Desculpa, mas eu odeio sua namorada, Capitã – Raven recebia comentários assim, não pelo o lado pessoal de Octavia, mas o que ela representava profissionalmente – Como ela consegue dormir sabendo que por culpa dela um criminoso volta as ruas? –

- Echo, eu não interfiro no trabalho da minha noiva, assim como ela não faz no meu – Raven procurou por seu celular descarregado na mesa e o guardou no bolso, deixou as chaves de seu carro na gaveta já que voltaria com Octavia, e voltou sua atenção para a detetive – Vá para casa, está tarde demais, acebei tomando seu tempo mais do que deveria –

- Tudo bem – Echo levantou e as duas seguiram juntas para fora da sala – Então, vou ganhar minha bebida? – perguntou antes que Raven pudesse fugir, Raven ouviu o barulho da buzina do carro de Octavia e percebeu que já estava hora de encerrar por aquele dia –

- Me mostre que está certa e voltamos a conversar – disse e logo saiu, Echo sorriu como se estivesse prestes a ganhar algum prêmio -

Raven correu para o carro que já tinha a porta aberta e entrou no veículo, Octavia travou a porta e deu partida.

- Eu odeio aquela mulher – disse sem papas na língua, suas mãos cobertas com luvas por conta do frio estavam segurando o volante forte demais. Mesmo sabendo de quem Octavia estava se referindo, Raven ficou calada – Claro que eu tenho que agradecê-la, já que metade dos meus clientes são pessoas no qual ela tenta incriminar, mas o fato dela estar sempre na sua cola me irrita – Raven já havia enfrentado situações relacionados aos ciúmes de Octavia, por isso não se importava tanto – E você parece gostar –

- Okay, agora eu tenho que falar – a capitã olhou para a noiva e Octavia mantinha sua atenção na estrada – Eu pareço gostar? Do que está falando? –

- Qual é Raven, qualquer um pode perceber que ela tem uma queda por você, e o fato de você não a confrontar sobre isso é um incentivo –

- Eu não vou discuti com você, tive um dia cheio, e provavelmente você também teve já que está descontando suas frustrações em assuntos desnecessários - Raven virou o rosto para sua janela, sua cabeça estava lotada de problemas, ela não iria começar outro –

- Eu não vou pedir desculpas pelo o que falei, Raven. Eu estou certa dessa vez – complementou, Raven simplesmente a ignorou e as duas seguiram todo o caminho caladas –

....

Lexa entrou no apartamento e logo avistou Aden sentado no sofá olhando para o nada, seus olhos procuraram por Clarke, mas a loira não estava ali, um clima constrangedor se instalou na sala por alguns momentos. Aden olhou para a irmã e Lexa resolveu sair daquele ambiente.

- Leca – Lexa parou seus passos já na saída da sala e virou seu rosto para o garoto, ele sorria parecendo está lembrando de algo. Lexa continuava a olhar para ele sem entender nada – Foi a primeira palavra que eu falei, de acordo com minha mãe, ela nunca deixou você de lado sabe? Eu cresci ouvindo ela falar sobre você, em como ela a amava, e em como você deveria ter se tornado uma mulher incrível.... – Lexa não sabia por que as palavras daquele garoto estavam baixando sua guarda – Eu não sei exatamente os motivos por ela ter deixando você no orfanato, mas ela a amou todos os dias, era como se você sempre estivesse ali e apenas tivesse em férias, era como se eu tivesse vivido com você ali naquela casa – Lexa começou a andar em direção a Aden, e o garoto não tinha ideia do que a mulher iria fazer –

- Por que está me contando isso, garoto? – perguntou diante do jovem, o garoto engoliu a seco, Lexa realmente intimidava qualquer um com uma simples frase –

- Não sei, só achei que você deveria saber... – Lexa girou os olhos e deu as costas para voltar a andar, porém Aden em um momento de euforia segurou o braço de Lexa. A mulher olhou para a mão do jovem em seu braço e seguiu para os olhos dele – Eu sei que você não me queria na sua vida, mesmo apesar de eu sempre desejar você na minha – Aden soltou o braço de Lexa e a mulher continuou sua atenção no jovem – Eu sei que só estou aqui porque Clarke quer, mas eu não quero ficar se for contra sua vontade, então se você quiser eu posso ir embora agora e prometo nunca voltar para a vida de vocês – Lexa analisou o garoto e o coração de Aden estava tão acelerado com a demora da resposta que estava começando a suar –

- Vai para cama, garoto, isso não é hora de você estar acordado – foi tudo o que Lexa disse e saiu da sala, Aden abriu um sorriso tão largo que mesmo se Lexa o obrigasse ele não conseguiria tirar de seu rosto. Apesar de não admitir com as exatas palavras, Lexa queria o garoto ali –

Lexa tomou um rápido banho e caiu na cama, Clarke já estava adormecida e Lexa pareceu não se importar, tomou seu lugar na cama e ficou de lado, encarando a porta fechada, ela logo sentiu o braço de Clarke descansar sobre sua cintura e o corpo nu da loira pressionar em suas costas, a loira depositou um beijo no pescoço de Lexa e permaneceu com seus olhos fechados.

- Alguém sabe de você Lexa, sabe onde você está e sabe que está viva, uma mulher procurou seu pai e entregou uma espécie de dossiê sobre você, foi assim que Robert descobriu sobre você e onde estava – explicou tão calma, como se tivesse contando uma história para dormir – Uma mulher – Lexa continuava a olhar para a porta, Clarke podia sentir o corpo tenso da esposa – Alguma ex-namorada vingativa no qual você não me contou? – brincou e Lexa girou os olhos –

- A única namorada vingativa que eu tive está me segurando nesse exato momento - Clarke chutou Lexa e a garota voltou para Clarke, ficando de frente para a mulher –

Antes que Lexa pudesse falar mais alguma coisa, o celular de Lexa tocou, ela buscou o aparelho e viu que se tratava de Murphy, atendeu de imediato, para uma ligação naquela hora, algo deveria ser. Os olhos de Clarke estava atentos a sua namorada, nada tirava seu foco daquela mulher.

- Eu encontrei o homem, o nome dele é Roan e é conhecido por King, um matador de aluguel. Vou te passar o endereço dele por mensagem – Murphy não esperou por Lexa e desligou a ligação, segundos depois a mulher recebeu uma mensagem com o endereço –

Lexa imediatamente levantou da cama e com toda a pressa trocou de roupa, Clarke apenas observava a mulher tentando ao máximo fazer tudo de uma vez só.

- Murphy encontrou o paradeiro de King, parece que o garoto estava certo, ele é uma espécie de matador de aluguel – Lexa pegou sua jaqueta preta sobre a cadeira e pôs em seu corpo, colocando os cabelos para trás da gola –

Clarke imediatamente levantou e fez o mesmo processo de se vesti.

- Clarke... –

- Nem tente argumentar, eu vou com você, Aden ficará bem sozinho – a loira se preparou muito mais rápido, já pronta ela abriu o armário e separou aquele mar de roupas, tirou uma maleta e a pôs sobre a cama, as duas se entreolharam e Lexa abriu o objeto metálico - Promete usar apenas se necessário? – sugeriu Clarke se referindo as armas naquela maleta, Lexa pegou sua favorita e olhou para Clarke –

- Tudo bem – assegurou e Clarke semicerrou os olhos –

**

Elas nem ao menos avisaram Aden, saíram sem fazer barulho sabendo que voltariam antes que o garoto se manifestasse. As duas dirigiram por menos de quarenta minutos, Lexa olhou ao redor, não havia ninguém na rua, o prédio no qual Murphy havia falado era mais velho do que o que Octavia havia conseguido para Lexa. As duas mulheres saíram do carro e andaram até o prédio, Clarke levantou seu capuz para a cabeça, ela já andara muito por ali e não queria arriscar ser reconhecida, já Lexa não se importava, andava com sua usual confiança, com armas escondidas as duas chegaram até o local e Lexa facilmente conseguiu abrir a porta de entrada, não havia ninguém ali para vigiar. As duas caminharam pela a entrada e usaram a escada para chegar até o apartamento.

- Se o incêndio no bar, a morte de Judy, e essa mulher que sabe tudo sobre você e a entregou para seu pai, se tudo isso estiver ligado, King será a chave para desvendarmos isso, Lexa – isso só incentivou Lexa a pôr suas mãos naquele homem – Lexa, não estraga tudo matando-o logo, okay? – Clarke sabia que Lexa poderia ser imprudente e isso estava lhe causando um certo nervosismo –

- Judy e o incêndio foram culpa de King, isso já sabemos – afirmou Lexa – E o que sabemos sobre essa tal mulher? –

- Só que ela tem um corte na mão, entre o polegar e indicador – disse repetindo as palavras de Robert. Lexa respirou fundo, mais um enigma –

...

- Octavia! – Raven bateu na porta do banheiro mais uma vez, Octavia estava demorando demais e isso estava preocupando a noiva –

- Só um minuto Raven! – retrucou e Raven não insistiu.  –

A advogada olhou para seu reflexo no espelho, era como se não se reconhecesse, seus olhos caíram para a pia de mármore estilizada, e ela abriu a torneira, Octavia levou suas mãos para a água, o corte em uma de suas mão voltou a sangrar e ela não queria preocupar Raven ou levantar questionamentos. Ela desligou a torneira e enxugou as mãos na toalha branca de rosto, ela pressionou o corte e quando viu que não havia sangue no pano branco, sorriu satisfeita. Jogou a tolha nova na lixeira e saiu do banheiro.

...

 


Notas Finais


;)
gnt, me façam um favor, quem vcs souberem que acompanhou Burn With You, avisem dessa continuação, muitos ainda não estão sabendo.
Ah, provavelmente o capítulo de WITS sai amanhã.
Bjors


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