História Boss - O Baile de dia dos namorados-parte I

-Não chega tão perto (Seu nome)... tenha uma boa noite-desejei abrindo a porta de casa, sem ao menos ver sua última expressão.

(...)

Inferno, eu não ligo se é psicótico demais não conseguir dormir e invadir a casa de uma adolescente, ficar observando-a igual uma serial killer em frente a sua cama, agachada com as mãos no colchão.

Precisava fazer isso ou não dormiria por dias, mas e se eu dissesse que se passou uma semana e continuo a cometer esse ato? Sim, desde aquela noite tenho feito isso, e percebido que tudo o que faço por (seu nome) não passa de atração, o que de certa forma sempre soube.

 Em um momento de idiotice pensei que pudesse estar a tratando bem demais e não sei por que, por isso nessa última semana a tratei como sempre fiz, com frieza.

Um exemplo é agora em que passava pelo corredor a olhando com minha pose superior e séria, não deixei de notar que a garota estava cansada, parecia ser isso, aquele sorriso com um semblante sempre alegre havia sumido e só aparecia quando conversava com Ariana ou Sam.

Passei reto e parei no final do corretor encarando o chão, virei o rosto apenas para uma última olhada e a mesma fechava o armário suspirando, neguei voltando a prestar atenção no caminho.

Ela é só uma garota petulante.

Continuei em direção a minha sala para começar aquele maldito trabalho, projetar testes, dar F, corrigir lições de casa... Até parece que é a unica coisa que sei fazer da minha vida. Ficaria até tarde hoje na escola por motivos de que quero terminar isso logo, o sinal já havia tocado e tudo que eu menos quero nesse momento é encontra-la no meio daqueles adolescentes.Tudo isso estava me estressando, tantas decorações espalhadas pelo colégio inteiro, faixas divulgando sobre esse maldito baile que por sinal era hoje... espera, É HOJE, O QUE ESTOU FAZENDO AQUI AINDA?! Preciso me arrumar o mais rápido possível para ficar de babá desses garotos, e da (seu nome).

Fechei todos os livros e pastas deixando-os jogados em cima da mesa, pensei em minhas chaves com a intenção de deixar tudo trancado aqui dentro não tenho tempo para guardar em meu carro.

18:10 p.m e eu aqui procurando as malditas chaves da sala, nota mental: Seria ótimo se usasse um chaveiro para tudo Demetria. Por coincidência vi uma pessoa andar a passos largos pelo corredor, o vidro da porta me permitiu “reconhecer” quem era já que as persianas estavam abertas, sai da sala sem pensar duas vezes e quando estava no meio do corredor vi a garota pegar um envelope em seu armário o que mais parecia ser os convites do baile, ela ia mesmo... como essa garota entrou aqui? A escola já fechou, preciso me lembrar de dar um tapa naquele guarda. (Seu nome) passou por mim sem expressão desviando o olhar para o chão, aproveitei que estava muito perto e a puxei pelo braço, colocando a mesma entre mim e uma parede o que a provocou certo susto.

-O que você quer?-perguntou baixo, parecendo cansada de mim e da minha persistência.

-Por que anda me evitando?-Olhei em seus olhos ao questionar, mas era tão idiota quanto perguntar se peixe vive fora d’água, eu estava a evitando e não o contrário.

-Pergunte a si mesma.-Fechei mais a cara a lançando um olhar mais sério do que o normal, a vi fraquejar e ficar amedrontada, era tudo o que eu queria, analisei toda sua expressão facial incluindo encarar os lábios e lentamente levei minha boca até seu ouvido.

-Está com medo garotinha?-perguntei com a voz rouca e mais ameaçadora que pude.

-N-não.-tentou enganar a si mesma.

-E eu sou a mulher maravilha.-resmunguei em seu ouvido voltando a fitar seus olhos, sem dizer nada a garota parecia captar cada expressão minha com o olhar, franzindo o cenho confusa.

-Você está diferente...-afirmou e por um momento vendo que realmente não estava a afetando como antigamente travei a mandíbula sem saber o que fazer, apenas bati no armário que tinha ao lado.

-O que ainda está fazendo aqui?-Pronto, perdi a pose, inferno Demetria, até a voz ficou mais calma.-Por que ainda não está se arrumando? O baile é daqui a duas horas, não que eu espere te ver...

-Esqueci os convites, não posso entrar sem eles.-neguei com tamanha lerdeza.

-Não perde a cabeça porque é grudada no corpo.-ela sorriu fraco.

-Estará aqui certo?-assenti sentindo sua atenção sobre mim, novamente um sorriso fraco.-Até mais tarde senhorita Lovato.

-Ninguém garante que vou estar aqui só para vigiar vocês.-tentei novamente, mas já era, só continuo séria porque isso sou eu.Outro sorriso fraco, sua mão direita alisou meu rosto e calmamente deslizou sobre o meu braço inteiro, o tirando para que pudesse passar.

-Eu sei... tenha uma boa noite.-e saiu andando.

Mas que porra foi essa, a intenção não era ignora-la?

(Seu nome) P.O.V

Acabei esquecendo os convites dentro do meu armário e precisei voltar, claro, Demetria chegou a me abordar no corredor... Por que eu sabia que ela faria isso, não é? Apesar de toda a raiva que estou sentindo dela por me tratar como lixo a semana inteira, percebi que em seu olhar não havia mais ódio de verdade, ao menos não por mim, naquele momento em que a mesma tentava me assustar era perceptível que foi algo forjado.

 Já não havia mais aquela imensidão castanho avermelhada que parecia pegar fogo em seus olhos. Simplesmente sumiu e apesar de Demetria ter tentado reascender, tudo o que ficou pareceu... medo? Isso me deixou confusa, ela não consegue mais intimidar ou assustar naturalmente? Precisa se esforçar para isso?

Quando percebi isso tentei ser carinhosa e dei alguns sorrisos, por mais falsos que fossem e ainda estivesse magoada e com raiva dela, Senhorita Lovato pareceu sair da pose de durona a cada vez que me via tentar algo mais “próximo” digamos assim, que invadisse seu limite.

Ok, isso foi estranho, tudo o que sei é que... aguardamos as cenas dos próximos capítulos, que seria então no baile.

Resolvi que iria com Ariana mesmo no final das contas, apesar de todos aqueles convites percebi no dia das apresentações de músicas que se não fosse com Ariel ela não me olharia na cara por umas duas semanas.

Voltei para casa o mais rápido que pude ouvindo os desesperos da minha mãe de que iria me atrasar, ri do seu nervosismo afinal eu iria ao baile e não ela.

-Mamãe, se acalme eu já separei o vestido, ok?-A tranquilizei segurando em seu ombro.

-Eu só quero que tudo dê certo hoje a noite filha... vai dormir em casa?-perguntou me abraçando e alisando meu braço.

-Voltar a noite sozinha pode ser perigoso então talvez eu vá para a casa do Sam.-ela assentiu, mamãe sempre confiou em Sam e eu amo isso, talvez seja pela sua longa ficha de coisas boas e confiança que ele tem desde que ela o conheceu quando foi a primeira vez ao orfanato.

-Agora vai tomar banho, anda, anda.-Dava leves tapinhas na minha bunda ao dizer.

-Mamãe.-coloquei as mãos em frente pra que ela parasse, mas a quem eu estou enganando?

Ri me despindo ao chegar no quarto, não poderia demorar muito, 18:30 p.m nem ao menos tomei banho, ainda bem que não farei nada demais no cabelo a não ser babyliss já que ele está crescendo rápido, na altura dos seios talvez só um pouco abaixo e deixarei crescer.

O vestido que escolhi não era nada extravagante até porque isso é um baile e não um Met Gala, ele é rosa claro com alças... droga, rosa destaca tanto minha pele, é um vestido de baile simples e vou assim mesmo se reclamar coloco calça jeans e tênis.

A maior dúvida era o que calçar...vai ter que ser salto mesmo? Não sei andar de salto entretanto tudo o que farei é balançar para lá e para cá, então basicamente não irei andar muito só me equilibrar, optei por um da mesma cor do vestido que achei no fundo do armário da minha mãe.

-Não sabia que isso ainda existia.-fiz careta, ao menos não era tão alto quanto imaginava... e é bem fechado.-Melhor que nada-falava para mim mesma.

Fiz algumas ondas no cabelo e minha mãe insistiu para passar maquiagem em mim, tive que deixar, estava bem leve, ainda assim posso dizer que me pegaria.

-Precisa disso mesmo? -Perguntei ao vê-la com uma câmera semi-profissional nas mãos.-Mamãe terá que fazer isso no baile de fim de ano de novo, deixe para esse dia.

-Sim, agora vá até os degraus da escada e sorria, quanto mais fotos para o albúm da sua avó melhor.-Após 2 fotos a campainha soa pela casa e minha mãe vai atender, Lori puxou Ariana com tudo pedindo para que tirássemos fotos juntas, arregalei os olhos ao vê-la.

Ariana usava um vestido preto meio decotado e pelo milagre de Deus seu cabelo estava solto, quer dizer, não totalmente já que ela prendeu de um lado o deixando sobre o ombro direito.

-Senhora Hill’s eu não quero apressar, mas nós realmente temos que ir.-Praticamente implorou para minha mãe após nos encher de flashes.

-Tudo bem deixarei as duas irem, divirtam-se e cuidado meninas.-Assentimos enquanto ela fechava a porta de casa.

-Achei que ela nunca mais fosse parar-sussurrou em meu ouvido.

-Acredite eu também.-rimos e ela abriu a porta do carona para mim, Ariana deve ter pego o carro emprestado do pai já que ele era um porsche cinza, resolvi não perguntar sobre.-Você está bem bonita.-disse antes de entrar.

-Obrigada gracinha-beijou minha bochecha dando a volta-A proposito, você está um arraso-ri negando vendo-a dar partida.

O local estava tão cheio e a música podia ser ouvida do lado de fora, la dentro encontrei todos os meus amigos incluindo Sam que não estava nada impressionante com aquele terno, não mesmo.

-Meu deus, que gato! -gritei o abraçando, ele estava acompanhado de Dinah que dançava e rebolava igual louca-Ela está bêbada? -Franzi o cenho.

-Não ainda.-riu.

-Imagina quando estiver.-como se soubesse o que ela ia responder, falei.

-Pois é, terei que aguentar a vergonha a noite toda, mas ela é minha amiga então não tem problema.-Olhei por todo o lugar e não consegui sinal da Senhorita Lovato em nenhum lugar.-Procurando alguém em especial Barbie? -Riu batendo em meu ombro.

-Não.-dei uma risada forçada.-Só estava vendo como a decoração ficou.

-Oi Sam.-disse Ariel estendo o braço para eu segurar.

-Oi ruiva.-sorriu apertando a bochecha dela que corou.

-Que anel é esse amorzinho?-perguntou Ariana segurando em minha mão e analisando o anel.

-Foi o Sam que me deu.-o mesmo sorriu vitorioso arrumando o paletó.

-Hum.-murmurou soltando minha mão e falei baixo para ela “É só um anel de plástico” a mesma me respondeu com um “Não parece”.

Realmente essa coisa é fácil de confundir, aposto que Demetria também confundiu.

-Então, qual de vocês vai colocar isso aqui no ponche? -Puck chegou perguntando e estendendo uma garrafa de grife com bebida alcoólica que guardava em seu paletó.

-Por que você não faz isso Noah? -Perguntei rindo de sua expressão indignada ao escutar isso.

-Está ficando louca (seu nome)? É a Demetria que está do lado dele, eu já não tenho muitos pontos com aquela mulher.-Resmungou desviando o olhar para o nada.

-Faz você (seu apelido)-pediu Santana que surgiu do além também, me assustando.

-Mas será que vocês estão brotando do chão? Meu deus Santanás!-coloquei a mão no peito-Não posso fazer isso, Demetria me odeia mais que odeia a vida, além do mais como colocarei isso aqui sem ela perceber?-tentei argumentar.

-Nós a distraímos-disse Puck junto com Artie que também surgiu do nada, semicerrei os olhos apontando para os dois.

-Vocês já tinham tudo planejado não é? -pensei alto-E, oh meu deus eu sou o pivô disso tudo.-Santana e Puck riram.

-Claro que é garota inocente, se me derem licença vou dançar com a Brittanny, faça logo isso Hill’s, ninguém aqui vai aguentar essa noite sem ficar de porre.-Bufei, pressionada pelos amigos, mais uma vez irei fazer besteira.

-Tá, me deem isso aqui. -Peguei da mão de Puck colocando atrás das costas.-Vai logo distrai-la ou esqueça isso.-Avisei para os dois que foram em direção ao ponche mas pararam mesmo antes de chegar perto, a mesma ainda não havia chegado, isso estava me preocupando, ela nunca se atrasa... atraso não existe quando a mesma quer infernizar alguém, nesse caso a todos nós.

-(Seu nome) não tem ninguém, me dá a garrafa antes que ela...-Puck mal completou a frase e vi a mesma indo em direção a mesa de comidas com aquele semblante superior super sexy, acho que senti algo como se não existisse oxigênio no ambiente, seu vestido era azul muito escuro bem decotado e com uma abertura que mostrava a perna direita inteira do começo da coxa até o final, ele tinha mangas e seu batom destacava os lábios de maneira absurdamente sexy, nos pés estavam seus inseparáveis saltos segurando uma bolsa de mão da mesma cor do vestido.

-Puta que pariu-falei baixo.