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História Boss - Você se importa com ela


Escrita por: AllyMannEvans

Notas do Autor


Oiiie! Quero primeiramente agradecer por todos os favoritos do cap passado, eu amo vocês, sério mesmo, continuem assim! <3 Em segundo lugar, preciso ressaltar que esse cap ficou extremamente enorme, quando eu vi já tava nas 4000 palavras. Desculpa! Porém eu, pessoalmente, amei esse capítulo do fundo do meu coração. Principalmente o final! Espero que gostem também.

Ps: para quem ainda não percebeu, eu vou usar sim bastante linguagem imprópria e de conotação sexual nas histórias. Não sou a menina com a boca mais limpa da história, então preciso deixar claro que não vou ser a politicamente correta nas histórias! Até porque eu avisei que tinha linguagem imprópria! Espero que gostem mesmo assim da história!

Capítulo 3 - Você se importa com ela


    Luna Lovegood estava me esperando no térreo do ministério assim que saí da sala de Hermione Granger. Lembro-me que ela se vestia da maneira mais engraçada quando estava na escola, mas aparentemente ao se formar em medi-bruxaria, se obrigou a mudar o próprio armário. As roupas que Luna usam agora são muito mais profissionais dos que as usadas por ela antigamente, e devo admitir, as novas valorizam muito mais o corpo que ela tem. Além disso, ela parece ter decidido de vez arrumar o cabelo, pois está cacheado e definido agora, coisa que não era na época de Hogwarts.

    Quando a vejo, ela está usando uma calça preta de couro, com uma blusa branca de mangas compridas com um buraco entre os seios, apesar de ser delicada. Um sapato de salto extremamente alto e os cabelos atados altos na cabeça. Ela não usa maquiagem, e parece ansiosa ao me ver.

    - E então? - ela pergunta e percebo que está muito curiosa.

    - Você poderia ter me avisado do detalhe surpresa nessa entrevista. - digo um pouco contrariado, mas ela permanece impassível.

    - Pensei em dizer. - ela admite - Mas notei que você desistiria quase que imediatamente se eu lhe contasse, então resolvi ficar quieta. Como você foi? - ela pergunta.

    Olho em seus olhos e sinto um carinho imenso que fazia tempo que não sentia por alguém. Ela realmente parece preocupada comigo e isso me deixa feliz porque pela primeira vez depois da guerra, outra pessoa além de minha mãe demonstrou preocupação comigo.

    - Apesar das provocações, Granger acha que o emprego é meu. - falo e Luna dá pulos de alegria antes que eu termine - Mas não é nada certo! - tento acalmá-la, mas também estou rindo.

    - Eu estou muito feliz, Draco. Muito mesmo! - ela fala e eu me permito a um sorriso sincero. Arqueio uma sobrancelha logo depois, a olhando no fundo dos olhos com leve confusão.

    - Não deveria estar trabalhando? - pergunto, porque querendo ou não, Luna mora na França. Ela sorri.

    - Eu lhe explico tudo no almoço. - fala e eu a encaro confuso.

    - Almoço? - pergunto.

    - Sim, Draco. Você vai almoçar comigo. Precisamos conversar.

    ***

    Luna Lovegood me deu um telefone durante o almoço. É um aparelho engraçado, e devo admitir que não fiquei muito contente de recebê-lo no início, mas ela insiste que é muito mais eficiente que uma coruja, então peguei. Ela explicou tudo que estava acontecendo muito bem, e agora sou o mais novo colega de apartamento dela. Sim, estou morando com Luna Lovegood.

    A loira deixou muito claro para mim que não tem segundas intenções, e honestamente, eu acreditei cegamente nela, porque que ela está apaixonada é perceptível, mas não é por mim. Ela acha que conviver com pessoas diferentes, que não sejam da minha família, vai me ajudar a me reiterar à sociedade bruxa. Então, ela tirou férias do hospital da França, assim, num estalar de dedos.

    Devo admitir que concordei, uma porque gosto da garota, outra porque não quero voltar para casa sem dinheiro no bolso. Ela também diz que quer me ajudar com meu vício em bebida, e estou surpreso com a determinação da menina em tentar me fazer alguém melhor.

    Se eu conseguir, nunca poderei agradecer o suficiente.

    Agora, estou em seu apartamento, no quarto de hóspedes, arrumando minhas coisas no armário. É um local pequeno e simples, sem muitos detalhes específicos. O próprio apartamento de Luna é pequeno e rústico, mas não posso deixar de pensar que não poderia combinar mais com ela.

    Se o armário dela deu espaço à uma vida profissional, a casa dela tentou remeter tudo que ela acreditava em Hogwarts. Filtros dos sonhos, plantas, pinturas, tudo que combina com Luna tem na casa dela. Sorrio de leve enquanto coloco uma camisa social no cabide. Ela bate de leve na porta e está usando uma roupa diferente: calça moletom com uma camisa de manga longa com listras.

    - Entre. - digo e ela se senta na cama enquanto ajeito minhas coisas - Qual é a da mudança de roupa? - pergunto e ela ri.

    - Quando saio de casa eu meio que me obrigo a vestir algo bonito. A sociedade cobra demais, acredite. Ainda mais eu, que tenho um curso muito bom.     

    - Imagino que sim. - respondo vagamente, me lembrando por algum motivo da Granger, que usava uma roupa bem diferente das que usava em Hogwarts, apesar de estar absurdamente linda.

    - Mas eu odeio. Acho desconfortável, salto dói, essas calças também. Argh, eu odeio usar isso. Mas não tenho muitas opções. Sair assim na rua não posso. - ela mostra a si mesma enquanto deita a cabeça no travesseiro e eu me permito a uma risada.

    - Nunca pensei que veria Luna Lovegood odiando alguma coisa. - falo e visualizo a menina revirando os olhos.

    - Eu só odeio ter que andar na rua assim. Ronald até mesmo me disse uma vez que nem parece comigo. Se bem que Ronald nunca sabe o que dizer, ele é um babaca. Eu odeio ele. Nossa, como eu odeio ele. Como Hermione suporta?

    - Hum. - respondo com um sorriso debochado, olhando-a de canto.

    - O que? - ela pergunta incrédula.

    - Tanto ódio assim pelo namoradinho da Granger? - pergunto olhando-a como se dissesse “fala sério, não venha com essa para cima de mim” - Território proibido, Luna. Ele está com sua amiga.

    - Que?! - ela pergunta surpresa - Não estou afim do Ronald!

    - Não, só está louca para foder com ele. - reviro os olhos e sinto um travesseiro me atingindo nas costas.

    - Draco! - ela me xinga, mas ri logo depois.

    - Tanto ódio assim é tesão reprimido, Luna. Aprenda. - digo sabiamente e a vejo revirar os olhos, sem me responder.

    

    Ouço o telefone dela tocando e ela faz um som animado ao olhá-lo, me fazendo ficar curioso. Ela me encara com um sorriso travesso enquanto senta prontamente na cama.

    - Hermione. - ela fala antes de atender, e me sinto ficar apreensivo - Oi! O Draco? Sim, ele está aqui sim. Não. É uma história longa, quando nos encontrarmos eu conto. Não estamos namorando. Hermione, só passa a porcaria do resultado porque estamos ansiosos.

    - Credo, até parece que vão ter um bebê e querem saber o sexo! - ouço a outra gritar do outro lado da linha e rio debochado, pois a referência de fato foi engraçada.

    - Qual o resultado? - Luna pergunta de novo e eu me sento na cama ao lado dela, encarando seus olhos azuis enquanto ouço a Granger falar alguma coisa baixinho, sem poder ouvir de fato. A loira revira os olhos e parece contrariada quando me alcança o celular num suspiro - Ela quer falar com você. - ela murmura e parece uma criança de cinco anos que não pode ir ao parque de diversões - Dê logo seu número para ela, eu não vou ser coruja de ninguém. - fecha os olhos emburrada, se jogando no travesseiro. Sorrio, olhando o aparelho na minha frente e respirando fundo, fazendo como Luna havia me ensinado e o colocando na orelha.

    - Sim? - pergunto, e sinto minha voz ficar mais fria ao falar com a Granger. Levemente mais sarcástica, talvez.

    - Qual é a sua com a Luna? - ouço sua voz do outro lado e ela parece meio irritada - Desde quando Lovegoods e Malfoys se dão bem?

    - Desde nunca. - respondo meio indignado - Por que não podemos virar amigos do nada?

    - Só é estranho. - parece meio envergonhada do que fala, mas além disso, não está nada mais do que absurdamente contrariada. Bufo e sinto uma enorme irritação nascer no meu peito quando falo, sem nem mesmo notar:

    - Estranho é você gostar daquele babaca do Weasley. - ao proferir essas palavras, sinto-me calar quase que imediatamente quando a ouço arfar irritada do outro lado.

    - Ronald é extremamente bom de beijo e cama. - ela fala como se fosse normal, e uma raiva me consome por certo motivo - Além de ser extremamente legal. Nosso relacionamento é ótimo, obrigada.

    - É, vai lutando para me fazer acreditar que você vive em um relacionamento perfeito. A propósito, não estou interessado na sua vida sexual, Granger. - respondo e me sinto ríspido.

    - Só porque você nunca conseguiu viver um relacionamento perfeito, não quer dizer que o meu não seja. E fico feliz que não queira saber sobre minha vida sexual, porque teria tanta coisa para falar que ficaríamos aqui o dia inteiro.

    - Tanta coisa só se for ruim, não é? - respondo e percebo que ela ficou sem palavras. Rio internamente e percebo que Luna está me encarando com grandes olhos azuis arregalados, prestando extrema atenção aos nossos assuntos.

    Ouço-a bufar irritada.

    - O emprego é seu, Malfoy. Esteja aqui às oito e meia em ponto amanhã. Sem atrasos, ou está demitido. - então ela desliga na minha cara.

    Sinto meu rosto se abrir em um sorriso travesso enquanto entrego o celular para Luna, que me encara estática, totalmente sem reação.

    - Como eu odeio a Granger. - digo alto, antes de continuar - O emprego é meu. - falo, e ela abre o sorriso mais bonito que já vi na minha vida enquanto pula para me abraçar.

Não consigo explicar como gosto de Luna. Só me sinto bem de estar ao seu lado, e sinto como se com ela, não precisasse expressar todos esses sentimentos. Ela só está ali, e sei que ela sabe que sou grato pelo que ela está fazendo.

    - Estou tão feliz por você, Draco! - ela exclama - Você vai ver! Vai ser complicado no início, mas vai tudo mudar para melhor na sua vida. O nome Malfoy vai voltar a ser sinônimo de respeito. - ela fala certa de si e eu sinto uma esperança, mesmo que pequena, brotar no meu peito.

    - É o que eu espero. - falo sinceramente para ela, que sorri animada e se levanta, rodopiando e saltitando até a porta.

    - Vou fazer um café para mim e um chá para você, porque eu sei que meu café não está aos seus gostos. Botei uns biscoitos para assar, devem ficar prontos dentro de quinze minutos. Já são quatro da tarde, hora de comer! Mas então… Só te dando um conselho. - ela me olha e eu correspondo com a mesma intensidade quando ela sorri travessa - Um sábio uma vez me disse que tanto ódio assim por uma pessoa é tesão reprimido. - a encaro indignado e ela continua com o sorrisinho.

- Esse sábio é um idiota! - retruco.

- Se ela não estivesse com o Ronald, eu diria que está afim da Mione.

    - Não estou afim da Granger! - retruco meio indignado e ela ri, revirando os olhos e saindo, gritando do corredor:

    - Claro que não está! Só está louco para fodê-la!

    Como é amargo o sabor do nosso próprio veneno.

    ***

    Levanto às sete horas cansado. Havia acordado umas quatro vezes essa noite com vontade de tomar conhaque, de preferência com muito gelo. Me levantei pelas quatro da manhã decidido a sair para comprar, e já até havia pego meu casaco quando Luna ligou a luz da sala com um sorriso triste e uma xícara enorme de chá na mão. Ficamos acordados até às cinco horas quando eu decidi que estava pronto para me deitar novamente. Mas mesmo tendo dormido, eu sei que ela não dormiu.

    Por isso mesmo que quando vou tomar café, ela já está de pé com seu pijama enorme e comendo um sanduíche de algo que misturava doce e salgado. Parece feliz, e eu me sinto bom em acordar com uma pessoa que faz o dia parecer melhor.

    Chego ao ministério pelas 08:15, e na sala de recepção da Granger pelas 08:20. Estou vestido com um terno que não usava há um certo tempo, sendo com toda certeza o mais bonito que eu tenho. Preciso causar uma boa primeira impressão.

    - Está atrasado. - ouço a voz da Granger ao abrir a porta da própria sala e sair de lá usando um sapato preto de salto alto e um vestido preto com alças finas e um decote generoso, indo até o vale dos seios. Ela usa um batom vermelho e os cabelos estão soltos, sem nenhum detalhe a mais. Ela está muito bonita.

    - Não estou, não! - retruco indignado, olhando o relógio na sala. 08:25.

    - Pedi para que estivesse aqui às oito. - ela afirmou convencida.

    - Oito e meia. - respondo, percebendo que ela estava somente tentando me provocar. Ela olha no fundo dos meus olhos e sorri de canto.

    - Vai contrariar sua chefe? - pergunta.

    Sinto-me abrir um sorriso quase que involuntariamente.     

    - Que nada. Estava só querendo, hum, sabe, fazer uma crítica construtiva para que melhore seu desempenho. Está claro que ainda não sabe desempenhar bem sua liderança.

    - E acha que um assistente que vai conseguir me ajudar? - ela parece surpresa, mas sei que sua surpresa é falsa e puramente sarcástica - Não acha que se eu quisesse dicas de liderança deveria perguntar ao ministro, que é o único que manda acima de mim? - okay, agora ela foi arrogante.

    Solto uma risada debochada.

    - Peça dicas ao Weasley. Aposto que ele deixa você mandar…

    - Hermione, eu estava precisando…

    - … na hora do sexo. - termino e vejo o olhar surpreso e sem reação da minha chefe ao olhar para a porta da recepção e perceber que alguém havia entrado.

    Esse alguém, no caso, era o namorado dela, Ronald Weasley. Puta que pariu, eu sou a pessoa mais inoportuna da face da terra. Eu arranjo um emprego e vou conseguir perder ele no primeiro dia por causa do meu comentário totalmente fora de hora. Vejo que a Granger está vermelha e tento me controlar para não rir.

    - O que o Malfoy está fazendo aqui? - ouço o Weasley perguntar e arregalo meus olhos para a Granger.

    - Uau! A heroína de guerra não contou pro namoradinho que contratou um ex-comensal como assistente? - pergunto surpreso, apesar de soar mais debochado do que de fato surpreso.

    - Assistente? - ele pergunta para Hermione, e pela primeira vez sinto pena da garota - Quer falar sobre isso comigo? - o garoto está irritado, e estou com um pouco de medo sobre o que ele pode fazer com ela se eles se trancarem naquela sala. Nunca o vi tão vermelho.

    Mas ela me surpreende como sempre.

    - Não. - responde calma, voltando-se para mim - Continuando, Draco. Eu não preciso da permissão dele, porque eu já mando. - arregalo os olhos abrindo um sorriso.

    Essa é minha garota.

- Tudo bem. - não fico com a menor vontade de contrariá-la, pois o que ela diz nunca pareceu tão certo. - Talvez eu simplesmente deva me adaptar com o fato de quem manda em mim agora.

- HERMIONE! - o Weasley grita - Você vai me explicar agora o que está acontecendo. - reviro os olhos.

- Não vou, não. - ela permanece impassível - Não preciso me explicar sobre quem eu contrato ou deixo de contratar. Agora, se não quer nada comigo, tenho muito a fazer e Draco também tem.

- Draco? - ele responde e percebo que está perdendo o controle - Então ele é Draco para você, agora?

- Ronald… - ela começa irritada.

- Óbvio que não sou Draco para ela agora, Weasley. - reviro os olhos, defendo a menina sei lá o motivo - Ela está falando meu nome com puro sarcasmo, não vê? - apesar de não estar, me convenço que ela está - Você deveria é ficar feliz por ter uma namorada gentil que contratou um ex-comensal para o trabalho. Eu praticamente implorei para ela.

Ele parece considerar o que eu digo, apesar de nem metade disso ser verdade. Respira fundo olhando para Hermione relaxando um pouco os ombros, entregando-a alguns papéis e indo de novo em direção à porta da recepção.

- Falamos em casa. - ele diz, virando-se - Vou até a floricultura depois ver os arranjos que chegaram e pedir para a menina lhe ligar.

- Lírios. - a Granger responde, e vejo que ela está magoada com o ruivo.

- Certo. - ele responde saindo.

Ela me olha. Encaro seus olhos âmbar, cor extremamente rara. Estão aguados, mas sei que é de raiva. Seus ombros estão tensos, e não consigo evitar pensar que conheço a garota que está na minha frente. Esse é o mesmo olhar que ela sempre direcionou a mim em Hogwarts, além do nojo e pena, que não vejo hoje em seu rosto. Me permito a sorrir, proferindo o que sempre pensava ao vê-la desse jeito em Hogwarts, seja por mim ou pelos amigos patéticos que ela tem:

- Relaxe os ombros um pouco. - digo a ela.

A garota sorri.

- Obrigada por me defender, Malfoy. Talvez você tenha um coração. - ela faz piada e eu reviro os olhos, olhando as agendas e canetas na minha frente.

- Só estava te defendendo porque não gosto do que seu namorado babaca fala.

- No fundo ele é legal. - solto uma risada - O que foi? - ela pergunta.     

Olho em seus olhos.

- Até mesmo você faz uma força imensa para acreditar nisso.

***

Cinco dias se passaram desde a briga entre ela e o namorado, e apesar das constantes implicâncias comigo, nossa rotina está calma. Se considerarmos que anteontem eu nem vi ela e ontem ela ficou grande parte do dia em reunião.

Garota ocupada.

Devo admitir que o meu trabalho também é puxado. Granger passa para mim todas as pequenas coisas que não consegue fazer de imediato por causa das coisas mais importantes. É um trabalho que se aprende rápido, mas ainda assim é cansativo.

Já correm pelo ministério as fofocas de que Hermione Granger contratara um ex-comensal, e já despistei Rita Skeeter umas oito vezes nesses cinco dias. Fico feliz que eles ainda não saibam que moro com Luna, pois realmente não quero metê-la no meio disso tudo. Minha chefe também é esperta, e ainda não precisara dar nenhuma entrevista para ninguém em relação a isso, mas é inevitável no ministério que os burburinhos comecem quando ela ou eu passamos. Alguns dizem que eu a ameacei. Outros dizem que temos um caso. Em todas as circunstâncias, a imagem de Hermione é difamada.

Estou com pena dela. Mas obviamente, não deixarei transparecer.

Sou acordado de minhas divagações quando Ronald Weasley entra dentro da sala da recepção, me olha com deboche e entra na sala da Granger sem pedir permissão. Ouço leves vozes através da porta, mas luto contra minha vontade de ouvir e continuar minhas coisas. São 16:00, e meu expediente acaba às 18. Porém, já acabei todas as minhas coisas.

Me levanto, indo até a cafeteira da recepção (que Luna me ensinara a usar em seu apartamento) e comecei  a passar o café. Volto ao meu assento e olho o papel que estava pintando. Tenho um caderno desde a época em que me formei no meu curso em que faço pesquisas sobre a cardiologia e neurologia. Escrevo sobre doenças que ainda não acharam a cura e pesquiso o tempo inteiro sobre elas.

Sou simplesmente fascinado. No momento, pinto um desenho extremamente detalhista que fiz sobre o coração e seus tecidos, pois no momento estou estudando sobre uma doença que degenera os tecidos cardíacos. Ainda não se sabe bem o motivo. Respiro fundo, continuando a pintar em um vermelho sangue a artéria aorta.

O telefone toca e deixo o lápis em cima do caderno antes de atendê-lo.

- Escritório da Chefe de Execução das Leis Mágicas, Hermione Granger. Aqui é Draco Malfoy, em que posso ajudar? - pergunto sentindo minha voz arrastada em mais um momento em que me sinto extremamente humilhado ao ter que deixar claro que sou o secretário e ela é minha chefe.

- Draco? - pergunta a voz do outro lado da linha claramente desentendida - É você mesmo? - reconheço a voz em algum lugar no fundo de minha mente, e o reconhecimento da pessoa me acalma por alguns segundos.

- Pansy?

- O que faz atendendo os telefonemas da Granger? - ela pergunta.

- É uma longa história… - digo calmamente, voltando a pintar meu desenho - Que envolve totalmente meu passado de comensal. Faz tempo que não nos falamos! - digo, apesar de que ao proferir isso estou mais pensando nos tempos de Hogwarts em que depois de perder minha virgindade com ela, comecei a transar com todas as meninas da escola.

Passado sombrio.

    - É, você totalmente se afastou dos seus amigos da Slytherin… Deveríamos nos encontrar um dia desses para conversar. Sinto falta das nossas conversas.

    Acontece que depois que transamos umas dez vezes, percebemos que não éramos feitos um para o outro. Então Pansy passou a ser mais uma confidente do que de fato uma amiga colorida. Era com ela que eu dividia todas as minhas frustrações, além de Blaise. Depois de Hogwarts, me afastei totalmente dos dois, apesar de ter plena noção de que Blaise se casara com uma garota francesa. Por que todos escolhem a França como destino? Não sei.

    Sei somente que ele me enviou o convite, esperando com todas as esperanças que eu fosse, e ainda mais pedindo para que eu fosse o padrinho. Estava afogado na bebida naquele tempo, mas tive a decência de mandar uma resposta parabenizando, porém negando tudo. Ele me mandou uma carta dizendo que estava lá quando eu estivesse pronto para voltar a ter relações.

    Talvez agora fosse o momento de nos encontrarmos.

    - Concordo, devemos totalmente nos encontrar. - digo com um sorriso - Só me diga aonde posso ir.

    - Estou trabalhando em uma floricultura bruxa. Aliás, liguei justamente para avisar à Granger que os possíveis arranjos do casamento dela com o Weasley já chegaram se ela quiser vir olhar para escolher algum. - vejo que seu tom de voz muda levemente ao proferir o nome “”Weasley”, pois conheço Pansy desde pequeno. Ela é como minha irmã mais nova. Mas não pergunto nada para ela já que estou em choque.

    - Casamento? - acreditava fielmente que o que Hermione e Ronald tinham era puramente platônico da parte dele, porque ela não o ama. Isso é visto.

    - Não sabia disso? - ela pergunta confusa - Daqui a dois meses.

    Prendo minha respiração por algum motivo, sem dar nenhum resposta a Pansy. Estou em choque. Casamento? Não pensei que estivessem tão sérios… Não que eu me importe com isso, mas Hermione merece alguém melhor do que ele. É por isso que ela está tão determinada a acreditar que o ama? Porque ele vai ser seu marido?

    - Draco?

    - Vou avisá-la, Pansy. - consigo arranjar forças para dizer - Seu número está gravado, ligo assim que puder. - e desligo.

    Me levanto, respirando fundo, e vou levemente cambaleante até a porta. Sacudo a cabeça tentando afastar esses pensamentos ridículos da cabeça. Mas é inevitável. Um casamento? Isso é a coisa mais patética que já ouvi em toda a história de Hermione Granger. Ela, a garota mais brilhante da sua geração, se casando com um merda como ele.

    Bato de leve na porta, mas não espero um “entre” para abrir. A cena que vejo dentro da sala é assustadora. Hermione, com a saia bege que antes ia até os joelhos bem para cima, aparecendo parte da calcinha rosa de renda. A blusa de mangas caídas estava amassada e aparecendo parte do sutiã da mesma cor da calcinha e o cabelo estava totalmente desgrenhado. Ela está ofegando quando me olha com os olhos arregaldos sentada com as pernas entrelaçadas na cintura do Weasley, que está sem a camisa que usava quando entrou na sala da recepção, mostrando uma barriga levemente cheia. Ele também ofega e está vermelho. Dou um passo para trás ao abrir a porta, totalmente estático, e sinto uma leve dor no peito.

    - Mas que merda….? - o Weasley fala, puxando Hermione para baixo enquanto ela coloca a saia e blusa de volta ao lugar.

    - Draco…

    - Eu… Ahm… - não sei bem o que falar. Franzo as sobrancelhas e a testa, olhando um pouco confuso para tudo - Me perdoem. - desvio o olhar - Pansy ligou dizendo que o arranjo para o casamento chegou se quiserem ir olhar. Não sabia que se casariam. Meus parabéns e desculpe interromper. - nem reconheço minha própria voz quando falo isso.

    Normalmente eu faria piada e debocharia da Granger, mas a situação inteira não parece nada engraçada. Fecho a porta atrás de mim ouvindo Hermione me chamar, mas não dou ouvidos. Ouço gritos dela com o Weasley, mas não sinto algo prazeroso ao ouví-la brigando com ele.

    Falar de sexo com Hermione parecia algo extremamente fácil e engraçado, mas ao vê-la fazendo isso, não sinto algo legal. Ela pode estar brigando com ele agora, mas sei que eles vão transar na cama dela hoje a noite. E de alguma maneira isso parece errado.

    Olho meu desenho na mesa e aquele coração parece ridículo. Os tecidos bem pintados que em cerca de meio ano se degeneram pela tal doença sem cura. Não sei o motivo de me sentir com tanta raiva, mas é inevitável o impasse entre o que meu coração diz e o que meu cérebro retruca:

    “Talvez você se importe com ela.”.

    “Você só agiu como qualquer pessoa agiria ao ver isso”.

    “Talvez eu me importe com ela”.

    “Qualquer pessoa agiria assim ao ver isso!”.

    “Eu me importo com ela?”

    “Não, você só…”

    “Sim, eu me importo com ela.”

    “Tudo bem, seu merda. Você venceu. E você se importa com ela.”.

 


Notas Finais


Eu amei <3 Comentem, por favor! Espero que tenham gostado, até cap que vem! Beijoooo!


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