1. Spirit Fanfics >
  2. Boss >
  3. Teorias de Conspiração

História Boss - Teorias de Conspiração


Escrita por: AllyMannEvans

Notas do Autor


Oooooie! Cara, MUITA gente comentou nos últimos capítulos nos últimos dias e eu fiquei muito, muito, muito, muito contente. Porém ao mesmo tempo eu estava com muita pressa e tudo tava me matando, então não conseguia postar. Mas eis um tempinho agora, então: obrigada por tudooooo! Gente, vocês são simplesmente os melhores!

Nesse capítulo eu vou explicar direitinho tudo que aconteceu para a briga do Rony e do Draco, mas algumas pessoas já sacaram o que é suahsauhsua! Espero que gostem! Beijos! Comentem e favoriteeeem!

Capítulo 5 - Teorias de Conspiração


Depois de me deparar com a cena incrível que é ver Hermione Granger quase transando com o Weasley dentro da própria sala, decido ir até a tal floricultura de Pansy para espairecer.

- Estou precisando de uma amiga antiga. - falo no telefone,, levemente atordoado.

- Então sou quem procura, meu caro Watson. - Pansy responde animada - Trabalho até às dez hoje à noite porque estamos chegando perto do natal. O nome da floricultura é Lily’s Marriages. É uma nova aqui no Beco, atendemos até mesmo trouxas, acredita? Por isso temos telefone! - ela exclama - Estarei lhe esperando com um café. Beijo.

O café de Pansy é horrível e me deixa enjoado, mas a simples ideia de poder contar com alguém que vai me ajudar a esquecer tudo me deixa um pouco melhor.

Quando chego na frente do estabelecimento, percebo que é de certa forma exótico. Flores na parede de fora, vitrines e em todo o resto. Ao entrar, há diversas prateleiras com sementes e vasos com plantas que nunca vi.

Minha melhor amiga está me esperando atrás do balcão com um sorriso enorme. Havia me esquecido que a beleza de Pansy é tão exótica quanto o lugar. Há quem a chame de feia, mas particularmente acho que ela dota de uma beleza que poucos têm.

Um sorriso belíssimo que não é arrancado com facilidade. Um cabelo brilhante e longo e olhos claros como água., bem redondos e no meio do rosto, que é redondo também. É baixinha e magra, mas seus peitos são grandes.

Nos abraçamos por um longo período de tempo sem dizer nada. Quando nos olhamos de novo, ela está com os olhos marejados. Ri para mim revirando os olhos e me puxa pela mão até a parte de trás da loja, que é uma espécie de jardim, com uma mesa de piquenique e uma fonte. É bonito e tranquilo,. Podemos ver as estrelas no céu quando vamos para fora, e me sinto mais calmo.

- E então? O que te traz de volta para Londres? Ouvi dizer que estava na França. - fala confusa, sentando-se no chão ao lado da fonte.

- As coisas não deram certo como eu havia planejado. Encontrei Luna Lovegood no caminho. - digo, começando a contar a história, mesmo estando ciente de seus olhos indagadores e confusos - Sim, Luna. Acredite, ela foi de extrema ajuda e continua sendo. Estamos morando juntos agora e eu não…

- Espere. Está morando com a Di-Lua? - ela pergunta com um sorriso debochado, e sei que ela não está falando mal de Luna em si, mas sim de mim, que sempre enchi o saco de todos sobre o quanto a loira era maluca.

- Se eu dissesse como estou mudado por causa dela, você não acreditaria. - falo, e Pansy concorda.

- Luna é gentil. - ela admite, pois nunca teve nada contra a garota. Na realidade, Pansy era a única do nosso grupinho da Slytherin que não ficava implicando com todo o resto - E se está fazendo bem para você, então apoio. - fala convicta,.

- Obviamente não estamos namorando. Ela está gostando de outro e eu… - me calo na hora.

- Você… - pergunta Pansy travessa.

- Não estou interessado em ninguém no momento. - completo.

- Mentiroso. Não era isso que você ia dizer. - ela me desafia e depois revira os olhos - Mas se ainda não quer me contar, podemos mudar o assunto. Que tal me contar como foi parar no escritório da Granger?

- Ah. Isso. - falo - Digamos que… Fui fazer uma entrevista de emprego sem saber que ela seria minha chefe. No fim, consegui e até que estamos nos dando bem. Apesar de tudo.

- Ela implica muito com você? - pergunta. Olho para um ponto fixo e dou de ombros.

- Sim, mas acho que está mais para provocação do que implicância. Digo… Não vejo a ela como minha inimiga. Não mais. Ela me ajudou quando precisei, assim como Luna, e só tenho a agradecer por isso.

- Elas estão realmente mudando você. - Pansy fala,.

- Mas ela continua sendo a Granger chata de sempre. - reviro os olhos - Só devo admitir que ela é sim uma profissional competente pra caramba que está me ajudando bastante.

- E que é gostosa. - ela fala calmamente, e sinto meus músculos tensionarem - Ela nunca… Deu em cima de você? - indaga, e parece estar cheia de expectativa.

- Não, claro que não… - falo confuso.

- E você… Digo, ela não tenta lhe provocar? Andando com vestidos curtos e tal?

- Pansy? - pergunto sem entender - Ela anda sim com vestidos curtos, mas é porque se sente bem, não para provocar ninguém

- Claro, claro. - ela desiste - E você? O que acha dela?

- Uma profissional…

- Como mulher, Draco. Aparência. Físico.  - diz revirando os olhos.

- Hermione é gostosa. Todos sabem disso. - admito rindo - Tem pernas torneadas e olhos tentadores.

Pansy sorri maliciosa.

    - Já ficou excitado com ela? - pergunta e eu engasgo.

    - O quê?! - pergunto, querendo ter certeza de que ela realmente havia dito aquilo.

    - Excitado, Draco. Você já se masturbou pensando nela? - começo a rir.

    - Ela tem namorado, Pan. - digo entre risos - Óbvio que não me masturbei pensando nela. Olha o tipo de pergunta.

    Ela fica quieta. Assente e eu deixo meu riso morrer aos poucos. Nunca havia feito isso, realmente, mas a ideia como um todo já me deixa enojado. Me masturbar pensando na Granger seria quase um convite para minha própria morte, porque eu ficaria excitado só de lhe ver no outro dia e isso traria um problema enorme para mim. Além de tudo, a respeito muito por algum motivo. Não conseguiria fazer isso sem sua permissão, e não é como se eu fosse pedir isso. Imagina só.

    “Ei, Granger. Você me deixa me masturbar pensando em seus seios?”.

    Ganharia uma passagem só de ida para Azkaban por assédio.

    O que nunca vai acontecer.

    - Draco?

    - Ãn?

    - Você acha que ela é fiel?

    - Claro. - respondo sem pestanejar - Digo. Ela realmente ama aquele babaca que…

    - Alguém está lá na frente. - ela fala - Fique aqui. - sai logo depois.

    Pansy está apreensiva e percebo isso. Olha para mim quase implorando com os olhos para que eu ficasse aqui atrás, adentrando no local novamente. Ouço vozes baixas, e não consigo conter a curiosidade. Seria o namorado dela? Mas ela me apresentaria se fosse.

    Levanto e ando a passos lentos até a porta de entrada para o balcão. Estou escondido, olhando por uma fresta, sendo o mais silencioso que posso. Só consigo ver o rosto de Pansy e a silhueta de um homem. Ela está tensa, negando intensamente alguma coisa. Mas parece não fazer muito esforço para expulsá-lo de lá. Conheço minha amiga desde pequeno. Sei o quanto é forte, e sei que se realmente quisesse que ele fosse embora, ela iria tirá-lo de lá puxando-o pela orelha.

    Ela anda um pouco para trás, e a cena abre espaço para a segunda pessoa. Alto. Alto demais. Corpulento. Conheço ele e aquele sobretudo de algum lugar. Conheço aquele jeito de andar. Conheço até demais. Foi o corpo dele que estava colado ao de Granger hoje.

    O rosto de Ronald Weasley entra na cena quando ele puxa Pan mais para perto, tentando abraçá-la. Coloco instintivamente minha mão na boca para evitar fazer algum barulho de surpresa. Estou incrédulo.

    Ela vira seu rosto quando ele beija seu pescoço e suspira. O Weasley busca sua boca e ambos os lábios se encaixam em uma sincronia perfeita. Pansy parece relaxar o próprio corpo e coloca suas mãos gentilmente no rosto de Ronald, que começa a deslizar a alça de seu vestido para baixo.

    Finalmente noto o que está acontecendo. Ronald está traindo Hermione com Pansy. Por isso tantas perguntas? Por isso Pansy queria saber se ela era fiel? Para se sentir melhor em relação ao caso dos dois?

    Uma raiva toma conta de mim. Ela realmente estava tentando jogar a culpa para cima de Hermione também? Insinuando que ela provocava outros homens, que ela dava em cima de mim…

    - Mas que merda é essa, Parkinson? - pergunto com uma ira incontrolável, entrando no estabelecimento e recebendo um olhar assustado do Weasley e um apavorado de Pansy.

    - Draco… - ela começa com um fiapo de voz, com a mão em sua gargantilha e  os olhos cheios d’água.

    Caminho em direção ao Weasley, o empurrando em cima de vários vasos. Ele cai, quebrando três deles e arranjando um corte profundo no braço. Pansy corre em sua direção para socorrer, e eu os encaro. Sinto meu rosto formar uma expressão de nojo.

    - Você vai terminar seu casamento com a Granger. - sibilo - Ou eu mesmo vou me encarregar de fazê-la descobrir tudo.

    Ao dizer isso, saio da loja apressado,. Tento controlar minha raiva, mas não consigo. Ouço os passos de minha amiga logo atrás de mim, mas não tenho certeza se quero olhar para ela. Esta segura meus ombros aflita e me obriga a olhar no fundo de seus olhos esverdeados. Estão úmidos.

    - Draco… Por favor. - ela sussurra - Ele a ama…

    - Se amasse, não estaria lhe beijando. - retruco.

    - Ele a ama, mas sente que ela é distante. Ele sempre deixou claro que está somente me usando, Draco… Por favor. - murmura, agarrando meu terno com nervosismo - Você estará destruindo uma história de amor.

    - Ela já está destruída. Não percebe? - estou no ápice - Aquela garota é fiel a ele todas as horas do dia!. E ele vem até aqui para transar com você!

    - Eu prometo que se não contar para ela, Ronald nunca mais vai pisar na floricultura.

    - Pansy! Ele está usando vocês duas, não percebe?!

    - Eu sei! - ela já está chorando - Sei disso… Mas eu o amo. - sussurra - Draco, por favor… A Granger ficará arrasada. Ela não precisa que o casamento termine assim. Ela é amiga da família dele, imagine o que acontecerá! O problema não é seu, Draco. Não é sua obrigação contar…

    - Eu convivo com uma garota que está sendo iludida e deveria calar minha boca sobre isso?! - pergunto.

    - Você a ama. - ouço a voz do Weasley atrás de Pansy e ele está sendo claramente debochado - Você está apaixonado pela minha namorada! - o ruivo ri, e sinto meu estômago embrulhar com nojo - Precisava só disso para ela ceder, não é?

    Sinto-me enjoado.

- Draco… Por favor… Eu resolvo essa situação. - Pansy sussurra - Não conte a ela, por favor. Eu juro que resolvo.

    - Malfoy… Eu amo minha namorada e…

    - Eu não vou abrir minha boca sobre isso. - falo, e nesse momento sinto nojo de mim mesmo - Mas se eu souber que continuam se vendo, ela ficará sabendo imediatamente. E eu só não contarei em consideração à Granger, porque ela realmente lhe ama e não merece tamanha decepção perto do casamento. Mas você está por um fio, Weasley. - sibilo, antes de aparatar para o apartamento de Luna, a pessoa com quem eu dividiria toda a história e aquela que pararia minha intensa vontade de me afogar na bebida aquela noite.

    ***

Lembro direitinho da frase dita pelo meu professor de medi-bruxaria para começar seu discurso para nossa turma de formandos: cérebro e coração dependem um do outro. Não querendo soar convencido ou algo do tipo, mas duvido muito que aquela frase tenha feito tanto efeito nos outros como fez em mim.

    Os opostos que se completam. Sempre fui fascinado por como coisas tão distantes poderiam se complementar em um piscar de olhos. O cérebro, aquele que cuida da razão. O coração, aquele que cuida dos sentimentos.

    Quando estamos com medo ou raiva, é o cérebro que dá o comando para a liberação da adrenalina através de seus impulsos nervosos. E é o coração que se encarrega de fazer com que os efeitos aconteçam como devem, mesmo que isso signifique fazer com que eles machuquem a si mesmo.

    Os átrios se abrem, os ventrículos se comprimem, impulsionando o sangue rico em oxigênio das câmaras esquerdas para o corpo através da aorta e o sangue rico em gás carbônico das câmaras direitas para os pulmões através das veias cavas.

Enquanto isso acontece, a adrenalina provoca seus efeitos no coração. Ele acelera deixando que todas os nutrientes e glicose sejam distribuídos pelo corpo inteiro para que possamos encarar a situação da maneira apropriada.

Suando, tremendo, arfando.

Essa me parecia uma reação muito apropriada, realmente, até eu me encontrar nesse estado dentro do banheiro do ministério, me sentindo a pessoa mais estúpida do mundo por precisar afrouxar a gravata e desabotoar alguns botões da camisa para conseguir respirar melhor.

A cena me lembra do meu sexto ano. O ano sombrio. O sectumsempra do Potter. A dor de sentir minha pele ser rasgada por uma espada invisível. Snape me curando. Sinto algumas lágrimas virem aos meus olhos, mas não choro. Um homem que está dentro do banheiro me olha, mas não fala nada. Somente sai apressado.

Olho meus olhos azuis, me lembrando novamente da cena que estava me incomodando desde o dia anterior, depois de limpar as lágrimas da Granger e sair do trabalho.

Levanto as mãos prestes a dar um soco no espelho, mas uma mão gentil me para. Ao olhar o reflexo atrás de mim, vejo Hermione. Cerro os punhos, mas coloco-os para baixo me rendendo. Respiro fundo, olhando em seus olhos âmbar através do reflexo. Está preocupada, ainda segurando minha mão.

- Quer mesmo se demitir? - pergunta, e sua voz corta meu coração em mil pedaços. Ela não merece isso. Não ela.

- Não. - respondo com a voz rouca e ela assente, com um sorriso de canto.

- Foi o que pensei. Falamos coisas bobas na hora da raiva. - revira os olhos, me virando de frente para ela e me obrigando a encarar aqueles orbes enormes que olhavam curiosamente para mim.

- Sinto muito. - e ao dizer isso, quero dizer por tudo. Por esconder a verdade que ela tem todo o direito de saber. Que no fundo ela sabe, mas não admite para si mesma - Você o ama mesmo? - quando percebo, já havia dito.

Ela fica tensa.

- Eu… - começa.

- Srta. Granger? - pergunta um homem na porta do banheiro. Ela sobressalta, mas ri, colocando a mão no meu rosto.

- Olá, Sr. Candman. - fala singelamente, pegando um papel e umedecendo na torneira - Sinto muito por estar aqui. Draco estava passando mal, tive que trazê-lo até aqui para molhar a nuca, senão ele desmaiaria. Mas já estávamos de saída. Certo, Malfoy?

Olho para seu sorriso. Forço um de volta, porque ela merece pessoas boas ao seu redor. Não sou alguém bom, bem longe disso, mas se vou ficar ao lado dela, posso tentar o meu melhor. Assinto, saindo do local sem dar tchau ao homem parado confuso na porta.

Andamos juntos, porém em silêncio, até sua sala. Quando entramos e eu me sento em minha mesa, noto que o papel que eu havia escrito o mantra que não funcionou muito bem não está mais lá. Franzo a sobrancelha, olhando para o lixo e vendo o papel jogado lá dentro. Sinto-me aliviado. Ela não deseja mais falar sobre isso.

- Malfoy! - fala animada, batendo a mão na bancada na frente de minha mesa e me fazendo sobressaltar levemente assustado - Luna tinha um compromisso, por esse motivo foi embora. Pediu para avisar que hoje quem faz a janta é você. Não sabia que cozinhava.

- Não cozinho. Ela só quis dizer que hoje a função de ocupar nossas mentes é minha. Acho que vou pedir uma pizza.

- Um sangue-puro feito você comendo uma comida trouxa? - fala debochada, colocando uma mecha atrás da orelha - Luna Lovegood realmente está conseguindo amolecer seu coração.

- Luna é sangue-puro. - digo sério - Se alguém está amolecendo meu coração, não é ela.

- Ah, vai. - ela ri, revirando os olhos e indo até uma mesa de canto que contém minha cafeteira em cima - Admita que gosta dela.

- Gosto. Gosto sim. - digo - Pare de tentar agir normalmente, Granger. - me irrito.

- Estou tentando amenizar o clima. - fala, e sua voz realmente está calma - Não quer falar sobre aquilo, e eu entendo. Falo com Ronald mais tarde, como você mesmo me pediu. Café?

Olho em seus olhos âmbar. Não consigo evitar um sorriso.

- Claro.

***

Uma semana se passou desde então. Hermione não parece estar no melhor dos humores quando o assunto é o Weasley, mas sei que ele não contou nada para ela. Conheço o suficiente aquele coração para saber que uma chance é o suficiente e que traição é algo intolerável.

Ela tem ficado trancada a maior parte do tempo na própria sala, pedindo para não ser interrompida. Ouvi ela falar no telefone dois dias atrás que havia chegado um problema dos grandes e que ela não tinha muita certeza de como deveria resolver.

Apesar disso, tem sido dias calmos. Não falei com Pansy nenhuma vez durante a semana inteira, mas ela está fazendo questão de informar Luna de que o Weasley bastardo não havia aparecido lá sequer uma vez durante os sete dias além de ter ligado cinco vezes para o escritório, às quais respondi com um telefone batendo no gancho.     

Estava irado.

Na sexta-feira, estou fazendo algumas anotações sobre o Sistema Nervoso quando Hermione entra apressada no escritório com seus cabelos cacheados em um coque bem preso, um vestido azul até os joelhos e mangas caídas e saltos pretos altos e elegantes. Parecia estar vindo de uma reunião importante, pois cheirava a conhaque e estava impecável.

Uma coisa que esqueci de avisar: notei ao longo do tempo que estivemos juntos que quando Hermione saía a negócios com estrangeiros, voltava sempre fedendo a álcool. Quando perguntei a ela sobre o motivo, a Granger simplesmente disse que búlgaros gostavam de uma bebida forte. Ajudava a pensar.

Ela para no balcão a minha frente, escorando os próprios braços e olhando. Paro o que estou fazendo, largando a caneta (outra coisa que Luna havia me ensinado a usar) e encarando-a de volta. Era o primeiro dia desde a minha briga com o Weasley que ela fazia algum contato.

- Estou precisando de algo que só você pode me dar, Malfoy. - ela me falou séria. Sorri.

- Pensei que ia demorar para notar que somente eu consigo te dar uma noite decente na cama. - falo e ela solta uma risada gostosa de se ouvir.

- Só se a cama sobre qual falamos estiver situada na lua. - me obriguei a rir.

- Não, lá a gravidade é muito baixa. - respondo - Estava pensando em uma lugar mais simples, tipo meu quarto.

- É, vai sonhando. - ela sorri e eu me permito a um leve sorriso também - Preciso de um café decente. Me deram dois copos de conhaque, estou meio zonza.

- Por que não faz o seu? - pergunto confuso e ela olha para baixo, as bochechas corando levemente.

- Preguiça…

- Ahan… - respondo, mas não prolongo o assunto.

Sei que está mentindo. Ela é a pior mentirosa que eu conheço, e isso me dá pena, porque enquanto ela é tão honesta consigo mesma, o marido dela estava beijando Pansy. Me pergunto se foram só beijos.

A julgar pelo modo como estava baixando a alça de sua blusa e beijando seu pescoço, deduzo que não. E isso embrulha meu estômago. Me levanto quieto e caminho até a cafeteira, colocando café e água e me virando logo depois, escorado na mesinha de canto e a olhando.

- O que foi? - ela pergunta.

- Fico feliz que esteja feliz. - admito - Estava bastante ocupada e… - olho e seus olhos - Distante ultimamente. - completo.

- Ah, aquilo. - ela fala, olhando para o chão - Só estou muito atarefada com o casamento. Meio estressada. Sua ajuda está sendo mais do que bem recebida, Malfoy.

- Disponha. - sorrio.

- Você realmente mudou. - ela mostra os dentes no que eu não sei se poderia considerar um sorriso de tão pequeno e rápido que fora o ato - Luna está fazendo um bom trabalho. Me diga… Estão juntos? - ela pergunta confusa - Aquele outro dia… O jeito como segurou ela atrás de si mesmo. Protegendo-a de Ronald… Não posso perguntar o motivo, sei que não quer falar sobre isso. Mas ficou na minha cabeça e fiquei me perguntando se estavam ou não juntos. - estava séria, olhando com aqueles olhos âmbar bem no fundo dos meus olhos. Senti a necessidade de responder com a mesma intensidade.

- Não. - sorrio - Luna é minha companheira. Me ajudou quando achei que não houvesse saída. Nunca vi pessoa mais pura. E justamente por me ajudar tanto o tempo inteiro, que me apeguei a única pessoa que está aqui para mim a todos os momentos. Sinto a necessidade de retribuir de alguma forma, mas não sou bom expressando meus sentimentos. Coisas banais, materiais, são muito bobas para alguém com um intelecto tão forte como o dela. Então a maneira que eu achei de compensar de alguma forma aquela intensa necessidade de mostrar minha gratidão sem saber como, passei a tratá-la como minha irmã mais nova. Implicamos um com o outro o tempo inteiro, mas eu sinto a necessidade enorme de protegê-la de tudo. Foi instinto colocá-la atrás de mim. E no fundo… - paro. Já havia começado a falar demais.

Viro-me, pegando uma xícara e servindo café.

- E no fundo…? - ela diz com expectativa e eu suspiro.

- Queria te puxar também. Pode não acreditar nisso, Granger, mas eu mudei. E o atual Malfoy se preocupa com o estado físico e psicológico da sua própria chefe. Sou leal. - admito, levando a xícara até sua mão.

- Ronald não é nenhuma ameaça, Draco.

- Não custa prevenir. Os Weasleys sempre são meio esquentados e delinquentes - faço piada, indo pegar mais café pra mim, mesmo quando a frase surtiu um efeito enjoativo no estômago. “Delinquentes. Aham. São sem-vergonhas, isso sim!”.

- São mesmo, é, Malfoy? - entra uma cabeleira ruiva e lisa dentro do local, a passos longos e com o rosto tão vermelho quanto o cabelo - Que bom que sabe, que bom que sabe! - fala irritada.

- Calma, Gina. - diz Hermione rindo, e eu olho a cena um pouco assustado pensando que havia dito alto meus pensamentos e ela ouvira.

- Desculpe. - ela respira - Desculpe-me, Malfoy. Só que parece ser uma teoria de conspiração: toda vez que entro num cômodo, algo sobre os Weasleys está sendo dito. Entrei agora na sala do Harry e ouvi o Tom do Departamento de Regulamentação das Leis Mágicas falando que eu tinha belas pernas e peitos, e meu marido ficou parado com cara de paisagem. EU tive que bater nele. EU. Aí eu entro aqui para desabafar, e o Malfoy tá falando que Weasleys são esquentados e delinquentes. Não somos. Se eu deixei ele meio ensanguentado, a culpa é dele. Isso só pode ser uma teoria de conspiração.

Hermione ri, dando seu café para Gina e indo pegar mais para ela mesma.

- Eu acredito que haja alguma teoria de conspiração que diz que tudo que eu tento mentir, acaba sendo descoberto dois minutos depois. Deus, Merlin proclamou, sei lá. - fala minha chefe e eu solto uma risada.

- Mas é óbvio, Granger. Você não sabe mentir.

Ela ri e revira os olhos, dando um tapa em meu ombro e se escorando na mesinha de canto ao meu lado, me olhando pelo canto de seus olhos âmbar.

- E você, Malfoy? Acredita em alguma teoria de conspiração?

Prendo minha respiração por um motivo desconhecido. Penso sobre Pansy e o Weasley se beijando, e como a irmã dele entrou na sala bem quando estava associando o caso ao geral dos Weasley. Penso sobre como estudei três anos para parar embriagado e com um braço quebrado no hospital de uma país que nem era o meu. Penso em como as pessoas têm o dom de entrar bem quando estou em momentos constrangedores com a Granger. Penso no dia em descobri que ela seria minha chefe.

Talvez de tudo, Luna ainda fosse o melhor efeito colateral.

Então quando minha digníssima chefe me perguntou se eu acreditava em qualquer teoria de conspiração, tudo que pude pensar foi que todas as ditas voltas que o mundo dá servem só para ferrar totalmente com minha vida. Além de me deixar velho, é claro.




 


Notas Finais


E aí? Gostaram? Espero que sim! Tenham um bom dia amanhã, bom Enem pra quem vai fazer e beijooooo na bunda até segunda uhauhsuahsua Mentira! Só uma pergunta! Alguém já leu Como eu era antes de você? Gente, terminei esse livro hoje e cara... Que livro triste. Nunca tinha chorado tanto com um livro depois de ler A menina que roubava livros. Enfim, espero que tenham gostado! Beijooos!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...