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História Boss - Entre vícios


Escrita por: AllyMannEvans

Notas do Autor


Oie! Não demorei tanto dessa vez, huh? Eu ia postar ontem, antes do ano acabar, mas tava toda família junta, não tive nem cara de abrir meu note na frente deles e mergulhar no nosso mundinho. Mas eis qie estou aqui, e estou viajando, então talvez o próximo venha tipo, semana que vem ou algo assim. Um feliz 2017 pra todos vocês, amores do meu coração. Então, onde eu tô não tem internet, ou seja, tô usando o celular com 3G. Por isso, a formatação do capítulo tem a possibilidade de ficar falha, e eu quero pedie desculpa por isso. Mesmo. Nesse capítulo a Luna vai mentir, mas acho que vocês vão notar que o motivo é nobre.
O nome do capítulo eu vou deixar no ar, cada um interpreta como quiser. Gostaria que vocês colocassem suas interpretações nos comentários, pra ver se fecham com a minha. Comentem, favoritem e tudo mais! Beijoooo! Bom ano s2

Capítulo 8 - Entre vícios


Durante a semana, senti a preocupação de Draco aumentar diariamente. E, apesar de querer muito fazer algo, eu não tinha nem ideia do que dizer quando nem mesmo Luna conseguia acalmá-lo.

    Sábado de manhã, quando cheguei n’A Toca, notei o motivo de toda preocupação. Esse era o primeiro natal depois de anos que seus rostos pareciam verdadeiramente felizes, contando até mesmo Jorge. E eu arranjei um jeito de arruinar tudo colocando um Malfoy dentro da casa.

    Boa, Granger. Cadê meu bicho papão do terceiro ano para dizer que eu rodei na matéria de fazer as pazes entre pessoas? Bad timing simplesmente me persegue.

    Sentamos todos na sala conversando sobre banalidades, mas era perceptível o meu nervosismo e o de Gina. Já havia feito o meu próprio café ao chegar, e me sentara num canto ao lado da árvore de natal, no chão.

    - E os preparativos, Mione? Como estão? - pergunta Jorge, com um sorriso sincero. Não era de hoje que eu havia notado que a felicidade do gêmeo se baseava na nossa.

    Se estávamos bem, então ele também estava.

    - Bem… Há uma ligeira demora nas respostas de Pansy sobre as flores, por algum motivo. Ronald diz que está tentando apressá-la todas as vezes que vai lá, mas ela simplesmente não está facilitando. Não acha, Ron? - pergunto com um sorriso, e percebo uma leve troca de olhares entre meu namorado e meu melhor amigo, pouco antes de abrir um sorriso e assentir.

    Franzo as sobrancelhas em leve confusão ao notar a mão de Harry aperta a de Gina com força, e esta evita olhar para mim. O tempo que passo com Draco me tem feito melhor em notar detalhes, mas não tenho certeza se isso é bom.

    - Algum problema? - pergunto.

    - Não. Problema algum. - meu namorado fala, me dando um selinho e se levantando - Ainda estou de pijamas, vou colocar uma roupa.

    Em nenhum momento ele olhou em meus olhos, e a pequena chama de desconfiança aumenta ainda mais em meu peito por esse motivo. Harry estava claramente escondendo algo de mim desde o dia que havia tomado vinho lá em casa e tentara de forma clara me fazer desistir de meu casamento. Eles estavam escondendo algo, e eu tenho a impressão de que estou tão perto de descobrir quanto estou de me machucar.

    Meus pensamentos são atrapalhados pelo barulho de batidas na porta, e sei que enquanto todos acham que é Neville, na verdade é Draco lá fora. Até mesmo sua presença é algo familiar. Ninguém dá muita bola para a porta além da Sra. Weasley, e meu olhar se cruza com o de Gina por alguns segundos antes que fingíssemos estar rindo de alguma piada sem graça contada pelo Sr. Weasley.

    Olho para mim mesma para ver se tudo está certo, por algum motivo. Minha blusa listrada em preto e cinza e meu jeans está normal, porém sei que meu cabelo deve estar um desastre: é um dia de chuva e meu cabelo é cacheado. Tento arrumá-lo, nem que seja um pouco, e tento deixar meus braços relaxados em cima das pernas.

    A primeira coisa que vejo na porta é a cabeleira longa e impecável de Luna, que apesar de estar até agora na chuva, não parece ter nenhum problema. A segunda, é sua suéter rosa claro, calças jeans e botas da mesma cor que o suéter.

    A terceira coisa que vejo me faz desejar que fosse a primeira. Os cabelos de Draco estão bagunçados e não arrumados como eram em Hogwarts, e ele está usando um suéter cinza, uma calça e sapatos. Algo casual, mas não consigo evitar que esse estilo folgado é muito mais bonito que os ternos que usa no escritório.

    Ele olha fundo em meus olhos, e antes que eu mergulhasse naquela imensidão azul, volto a realidade com a voz de Gina na minha cabeça falando que arruinei tudo. Era para estar surpresa, não abobada. Respiro fundo.

    - Malfoy? - pergunto, mas não consigo deixar de dar um sorriso bem escondido nos cantos do lábio.

    Ele dá cerca de um passo para frente, e meus capturam nesse mesmo momento o braço de Luna se movendo junto. E é então que eu vejo: seus dedos entrelaçados, quase imperceptível por baixo da manga do suéter cinza e branco que usam.

    Por algum motivo, sinto uma pontada desconfortável no coração. Desvio o olhar para Jorge, que está atônito, mas não consigo parar de pensar nisso. Se eles não namoram, como seguram mãos? Eles não sabem que amigos não podem entrelaçar os dedos enquanto seguram mãos? Isso só casais fazem, eles não deveriam ser um casal.

    Antes de concluir meu pensamento, ouço a voz gélida de Ronald atrás de Malfoy, e prendo a respiração olhando para Gina.

    - O que esse bastardo faz na nossa casa? - ele pergunta.

    Olho em desespero para Gina, e ela para de segurar as mãos de Harry e se levanta, olhando para Draco e Luna e então os puxando para perto de si, com um sorriso que só eu, que conheço Gina como a mim mesma, sei que é forçado e cheio de medo. O sorriso que Ginevra Weasley dá para intimidar quando ela mesma se sente intimidada.

    - Oras, Ronald! Malfoy é a cara dos pais dele, e todos sabemos que é um puro-sangue. Bastardo é a única coisa que ele não pode ser. - ela revira os olhos, ainda segurando o braço de Draco perto de si.

    - Você sabia disso? - Jorge praticamente cospe as palavras em Gina, então a vejo indefesa.

    Ela sempre o respeitou, ainda mais depois de Fred.

    - Eu… Eu… - ela olha em seus olhos, mas percebo que perde ligeiramente a linha de pensamento.

    - Óbvio que Gina não sabia disso, não seja bobo, Jorge. - rio, me levantando e indo ao lado de Luna, pegando em seu braço também - Acho que de fato, ninguém aqui sabia. Que tal se Malfoy explicasse por si mesmo? Nem mesmo a chefe dele sabia que passaria a véspera junto da companhia incrível desse… Ahm… Dessa… Enfim. - balanço a cabeça, tentando voltar ao meu raciocínio - Que tal, pode me explicar?

    - Bem, eu… - Draco começa.

    - Ninguém vai explicar nada aqui! - Ronald grita, chamando a atenção de Percy, Carlinhos e Gui, que estavam na cozinha com a Sra. Weasley e vieram praticamente correndo - Esse canalha hipócrita vai sair daqui agora. Luna, se quiser ficar, à vontade. Mas na minha casa um Malfoy não pisa! - ele grita, e vejo Luna largando a mão de Draco e rindo.

    - Estou vivendo com Draco agora, e ele é meu irmão. - ela diz olhando fundo nos olhos de Ronald - Se ele tem que ir embora, então sinto dizer que estão cortando relações com minha pessoa também, e eu realmente não queria.

    - Olha, eu sei que vocês todos têm o direito de não me querer aqui dentro, mas eu só vim realmente porque queria pedir perdão por tudo que os Malfoys já fizeram. Nunca fomos uma família boa, e eu realmente estou tentando mudar isso. - ele parece receoso.

    - Ah, conta outra! - ouço a voz de Jorge e seus olhos estão lacrimejando - Um Malfoy tentando ser bom? Ele está te enganando, Luna!

    Victoire e Teddy, as crianças mais velhas da família e que haviam se encarregado de tomar conta dos bebês, no andar de cima da casa, vieram até a escada para observar a briga. Ouvimos o choro de Roxanne, e Fleur subindo as escadas para levá-los de volta para o quarto até que a briga acabasse.

- A casa, até onde eu sei, é minha e de Molly. - se intromete o Sr. Weasley - E se minha esposa deixou que ele entrasse, devemos todos respeitar essa decisão.

    - Não! - Jorge contestou - Foi gente da laia dele que matou Tonks. Que matou Remus. Lilá. Sirius. Cedrico. Dobby. Edwiges. Fred… Fred não estaria morto se gente da laia dele não tivesse a insanidade de começar uma guerra! A tia dele tentou matar a sua filha! - ele gritou, e Gina o olhou gélida.

    - A tia. Não ele. - ela falou - Ele está pedindo perdão, e acho que já passou mais do que da hora de seguirmos em frente.

    - Seguir em frente?! - Ronald disse - Preciso lembrar que Hermione foi torturada por Bellatrix na frente dele e ele não fez nada?

    Olho para Ronald chocada.

    - Você não tem que ressentir as coisas que eu tenho para perdoar ou não, Ronald. A dívida de Draco comigo já foi paga, tudo está bem!

    - Luna. - diz Gui, olhando-a com os mesmos olhos gentis que sempre teve. Vejo uma fagulha de esperança. Todos escutam Gui.

    - Sim?

    - Você tem certeza da mudança dele? - ele pergunta calmo, olhando em seu olhos.

    Luna sorri.

    - Claro que eu tenho. Draco fez muitas coisas erradas no passado, óbvio que fez. Mas tudo que eu o vejo fazendo ultimamente é mudar para melhor, e eu realmente queria que vocês vissem esse lado dele hoje quando tive a ideia de trazê-lo para cá…

    - Luna, olhe para mim. - Jorge disse, pegando em seu rosto e olhando fundo em seus olhos - Você sempre foi inocente, sempre foi a que viu somente o bem nas pessoas. Se Voldemort aparecesse na sua frente, você o perdoaria.

    - Não diga essas coisas de forma tão leviana, Jorge! - a loira retrucou, e pela primeira vez realmente parecia zangada - Voldemort matou pessoas em nome de um ideal que nunca foi o certo. Draco nunca fez isso. Ele só teve a infelicidade de nascer na família que nasceu e fez coisas por pura influência. Pessoas mudam pessoas. Draco nunca teve alguma pessoa em casa que o ajudasse a mudar.

    - Ah, não venha tentar fazê-lo a vítima da história, Luna. Pode parando! - Ronald gritou, apontando seu dedo para Draco - Sirius também teve a infelicidade de nascer em uma família ruim, e não foi por isso que se tornou alguém mau! Você faz suas próprias escolhas.

    - É, Ronald?! Engraçado você falar sobre fazer suas próprias escolhas, não acha? - ela gritou de volta.

    - Luna, não vale a pena… - Draco começou, olhando para mim de soslaio.

    Sinto meu olhar confuso voltar ao rosto.

    - Draco errou e está disposto a assumir os próprios erros e recomeçar. Você alguma vez teve tamanha coragem, Ronald? - ela estava o desafiando, e isso era notório.

    Rony parece ter ficado depois do argumento de Luna, pois seus músculos tensos passaram para uma atitude mais defensiva do que de ataque.

    - Não mude o tópico! - ele tenta parecer confiante, mas todos sabem que Luna havia o ganhado em argumento, por algum motivo.

    - Sirius nasceu sim, em uma família horrível. Mas ele teve James e Remus para guiar o próprio caminho. Draco, você teve algum amigo que não fizesse parte de uma linhagem de comensais? - pergunta.

    - Eu… Bem, não. Tenho amigos que escolheram um rumo diferente depois de absolvidos, mas todos eram de famílias que apoiavam o Lorde das Trevas. - ele fala, tentando amenizar a situação de alguma maneira.

    - Como que um barco pode se guiar para a costa se não tem farol? - ela pergunta, dessa vez olhando para Jorge - Por favor. - ela pede - Não tenho esperança com Ronald, porque o coração dele já se encheu de rancor faz tempo. Mas você, Jorge, sempre foi o que via o lado bom das coisas.

    - Luna… - ele tenta, mas sinto que suas forças estão indo ao chão - Como pode ter certeza que esse cara mudou mesmo? Como pode saber que ele não vai te matar enquanto dorme?

    - Porque não temos dormido muito ultimamente. - ela fala, e todos a olham com certa surpresa pelo comentário.

    Sinto uma pontada. Não precisava saber sobre a vida sexual dos dois. Digo, ver as mãos dadas já era o suficiente para deixar claro que estavam juntos.

    - Acho que já está na hora que saibam que… - ela começa.

    - Luna… - Draco parece apreensivo, e noto que talvez não seja bem o que estou pensando.

    - … o motivo de não estarmos dormindo muito é porque Draco tem me ajudado com um problema de bebida que adquiri na França.

    Olho confusa para ela, pois não consigo imaginar a serenidade de pessoa que é Luna, tendo algum problema com bebida. Aparentemente, o resto da família compartilha o mesmo pensamento que o meu. Draco e ela se olham momentaneamente, e vejo que ele também está surpreso. Talvez não tivesse imaginado que ela falaria sobre algo assim.

    - Como assim, Luna? - pergunta Gina - Como você não nos chamou? O que houve?

    Ela respira fundo, como se estivesse fazendo um esforço enorme para falar a sentença que seria sua resposta. Olha para Draco, puxando-o pela mão e sentando-se com ele no sofá, enquanto todos da família se sentavam em volta, curiosos para saber sobre isso.

    - Bem… O tempo que estive na França foi bem complicado. Acho que foi pressão depois da guerra, mas não estava feliz comigo mesma e com meu desempenho no mundo. Comecei com umas bebidas apenas, achei que…

    - Luna, você não precisa fazer isso. - Draco interrompe, parece não gostar do rumo da conversa.

    - Preciso sim. Comecei a beber porque me fazia esquecer, tirava um pouco de todo o peso. Não achei que fosse virar um vício, mas aos poucos a bebida foi se tornando necessária. Eu… Estava no fundo do poço. Foi nessa etapa que Draco apareceu, e desde então ele tem me ajudado em todas as noites em claro, com minhas crises. Estou me dando bem, ele está sempre do meu lado. Nesse tempo conseguimos compartilhar nossas frustrações, e ele me disse que o fantasma dos Malfoy o atormenta. Ele quer mudar. Ele está fazendo o melhor dele.

    - Oh, Draco… Obrigada por cuidar da nossa Luna, nunca imaginamos que isso estava acontecendo. - a Sra. Weasley fala, dando um beijo na testa de Malfoy que sorri sem graça.

    - É… Geralmente as pessoas não falam abertamente sobre isso. - ele responde, olhando para Luna enquanto proferia as palavras.

    - Eu sei. - ela diz - O motivo de eu falar sobre isso é que nem mesmo as coisas são o que parecem. Eu pareço uma garota muito calma, mas tenho um vício. Malfoy parece ruim, mas na verdade tem um coração do tamanho do mundo. - ela olha para o loiro ao seu lado e meus olhos não compram muito a história que ela conta, por algum motivo - Costumamos achar que é uma vergonha falar sobre isso, eu achava isso. Mas não é. É uma vergonha quando você tem problema e não admite para si mesmo que o tem. Não quando você tem e está lutando para se livrar dele. Não acha, Draco? - ela pergunta, e por algum motivo Malfoy me olha de canto.

    - É… Acho que sim. - ele responde, olhando para baixo.

    - A família Weasley é conhecida por acolher todo mundo, por ter essa capacidade incrível de perdoar. Jorge, não tenha tanto rancor no coração. Não seja assim, seja um Weasley. - Luna pede, e prendo a respiração, porque a aprovação de Jorge e de Rony eram as únicas que faltavam, mas sabíamos que meu namorado não iria aprovar.

    - Bem… Se Malfoy está te ajudando como diz, então acho que podemos arranjar espaço para alguém que se importa com uma amiga querida. - ele se rende, se levantando e estendendo a mão - Bem-vindo, Draco.

    Meu assistente sorri, se levantando e retribuindo o aperto de mão. Mesmo assim, não parece realmente o conforto em pessoa. Me pergunto o que Draco e Luna estão escondendo por trás dessa história da bebida. Sorrio de leve quando ele me olha ao se sentar, mas não digo nada, só sento novamente no chão.

    - Espere, então vocês vão todos aceitar ele aqui em casa? - Rony pergunta, e parece nervoso.

    - Sim, e eu acho que você deveria se aquietar se não está gostando, Ronald. - o Sr. Weasley fala ao que todos riem e a conversa volta normalmente na sala.

    Por algum tempo, o centro das atenções foi Draco. Todos queriam saber sobre ele, para testar sua confiança. Aos poucos, as pessoas foram se soltando, até mesmo o Malfoy, que a altura do almoço até mesmo ria das piadas de Gui. Meu namorado não saiu do meu lado nesse tempo, fazendo questão de até mesmo segurar minha mão para deixar claro que sou “sua” propriedade.

    Na hora do almoço, ele entra com um copo de cerveja na mão. Gina o olha zangada, sendo acompanhada pelo resto da família. Luna e Draco parecem sem graça, mas não falam nada. Olho para meu namorado, dando um leve tapa em sua perna para que olhasse para mim.

    - Acho indelicado da sua parte beber na frente de Luna. - digo - E todos aqui também acham.

    - Ah, pare. Você realmente comprou essa história de bebida? A Luna? - ele ri - E mesmo se fosse verdade, o problema é dela, não meu. Não vou deixar de tomar minha cerveja por conta dela.

    O olho zangada, encontrando os olhos de Luna e pedindo com os meus um sincero pedido de desculpa. Ela mexe a cabeça com um sorriso leve, como se não fosse um problema grande, mas o real desconforto parece estar com Draco. Ele segura as mãos da Lovegood com certa dominação, enquanto ela passa de leve o polegar em sua mão, como se estivesse tentando acalmá-lo. Talvez seja só raiva.

    - E então, Draco? Como é trabalhar com a temida Hermione Granger? - Percy pergunta fazendo piada, e dessa até mesmo eu tenho que rir.

    Ele se senta na mesa olhando para mim, e eu o encaro como se quisesse a resposta para já. Ele ri com nervosismo.

    - Bem menos temível do que parece. - ele responde, e eu o olho com falsa indignação.

    - Você vai ver na segunda. - retruco e todos parecem felizes.

    Menos Ronald.

    Eles ficam até cerca de duas da tarde por lá. Neville aparece pouco após o almoço, e tem uma reação muito mais calma que esperávamos. Quando vão embora, só comentários bons sobre Draco aparecem, e eu e Gina nos sentimos orgulhosas do quanto nosso plano deu certo, apesar de tudo.

    Ronald se enfurece com os comentários da própria família cerca de uma hora e meia depois que Luna e Draco vão embora. Pede para irmos embora para meu apartamento, e eu vou mesmo sem estar com muita vontade. De alguma maneira, sei que não foi Draco ou eu que arruinei o natal, e sim ele.

    Quando chegamos no meu apartamento, subo para meu quarto para escolher minha roupa para a festa de noite. Ele fica na sala, tomando mais um whiskey.

 Cerca de duas horas se passam sem que nos falássemos ou comentássemos sobre o acontecido. Ele sabe que eu o quero fora da minha casa, mas também sabe que eu não tenho coragem de mandá-lo embora. Sento-me na cama e aguardo silenciosamente para que pare com essa birra de criança de cinco anos.

 Ouço barulho na escada e volto a mexer no armário como se nem estivesse pensando nisso. Ele chega até a porta do quarto e se escora nas bordas com um copo de whiskey na mão, e sei imediatamente que ele bebeu demais.

  - Você deveria parar de beber. Temos uma festa para ir.

   - E seu amigo vai estar lá. - ele responde cínico - Por que eu tenho a constante impressão de que seu nome está por trás disso que aconteceu hoje? - ele me pergunta, e eu desvio o olhar para minhas roupas, pegando o vestido que usaria e estendendo-o na cama.

   - Porque você é um namorado paranoico que tem que culpar alguém quando quem você quer culpar, na real não tem culpa. - respondo serena, me admirando com minha incrível capacidade de mentira.

    - Seu namorado paranoico vai ser seu marido dentro de meio mês, Granger. - ele joga as palavras na minha cara, porém não consigo vê-lo com mais que puro desprezo - Contratar aquele canalha foi uma maneira péssima de começar nosso casamento.

    - A única pessoa que me conhece e vê malícia em minha relação com Draco é você. - respondo, apertando os punhos.

   - E Harry. Seu melhor amigo também acha estranho.

     - Foda-se! - respondo - Você, mais do que ninguém, deveria confiar em mim do mesmo jeito que eu confio em você!

    - Não tente virar o jogo! - retruca indignado e eu rio, parando de mexer nas roupas e mexendo no cabelo, tentando arranjar um jeito de deixar as coisas bem claras.

      - O jogo já está virado! Quem está em uma situação ruim é você, quem é o desequilibrado da história é você, quem esconde e mente para mim é você. Não é o Draco. É você. Então pare de tentar colocar a culpa em outro pessoa quando você mesmo está virando o jogo contra si. E pare de beber, temos uma festa para ir. - tiro a bebida de sua mão - Vá para casa. Não quero você no meu apartamento por hoje.

  Ele me olha e sei que não tem mais argumentos para lutar. Pega sua mochila em cima de minha cama, sem tirar seus olhos dos meus. Antes de sair, seus olhos lacrimejam e os meus instantaneamente o acompanham. Porém, permaneço impassível.

   - Como chegamos a esse ponto? - ele sussura antes de aparatar, e eu fico encarando o vazio sem ter ideia de quando nosso sentimento acabou.


Notas Finais


Beijo! Comentem!


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