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História Boulevard of broken dreams - Ride


Escrita por: belalugosisdead

Notas do Autor


Relouuu minha gente!!! Olha quem resolveu postar uma fanfic de TWD!
Faz muito tempo que penso em escrever uma fic desse seriado, mas confesso que faltou-me inspiração, mas aqui estou eu. Depois desse episódio da sétima temporada, uma criatividade me atingiu em cheio e eu resolvi pôr minhas mãos na massa.
Alguns personagens são de minha autoria, incluindo a principal. Não seguirei a série à risca, alguns personagens que morreram podem continuar vivos aqui e os que não morreram podem morrer.
Espero que gostem e comentem, eu amo comentários e os acho totalmente fundamentais.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Ride


I’ve been out on that open road

You can be my full time, daddy

White and gold

          ***

 

Nós havíamos acabado de enterrar Bob. O choro de Sasha ainda ecoava em minha mente e eu podia sentir a dor dela, todos nós podíamos sentir. Rick estava distante, com medo dos olhares questionadores e repreendedores de alguns integrantes do grupo. Michonne, que conseguira recuperar sua espada, estava sentada conversando com meu pai, com certeza debatendo as ações preocupantes de Rick nos últimos dias. 

 

Carl me evitava o tempo todo e eu não fazia ideia do por quê, visto que, antes da invasão da prisão, nós estávamos bem. Meu pai disse que era para dar um tempo para ele, tinha passado por momentos difíceis com Rick quando fugiram, mas e eu? Eu também tinha passado por momentos horríveis enquanto fugia.

 

Ainda tinha lembranças claras do dia em que quase fui estuprada por um grupo de motoqueiros que encontrei na estrada, logo após fui saber que meu pai havia juntado-se a eles e através disso encontrou com Rick, Michonne e Carl. Guardava para mim aquela má lembrança, apenas Maggie e Sasha sabiam, afinal, foram as duas junto a Bob que me salvaram. Se Carl precisava de um tempo, eu também precisava, muito. 

 

Estava encostada na lataria do trailer observando o vai e vem das pessoas. Maggie não desgrudava de Glenn e eu a entendia completamente, Glenn estava muito doente quando tudo aconteceu e mesmo assim ela continuou a acreditar que ele estava vivo e que iriam se reencontrar. Para mim, tanto meu pai quanto Carl já estavam mortos, ou eu morreria antes de conseguir encontrá-los.

 

- O que tanto passa em sua cabeça, passarinho? - ouvi a voz de Carol e forcei um sorriso para ela. - É o Carl, não é?

 

- Achei que depois do que passamos, iríamos ficar bem, sabe? - resmunguei e descruzei os braços, encarando Carl, que estava de costas para mim. - Ele está me dando um gelo desde quando saímos do Terminus.

 

- Ele passou por muita coisa, o pai enlouquecendo, a dúvida se Judith estava ou não viva ... Dê um tempo para ele. - ela segurou meu braço.

 

- Daryl disse a mesma coisa. - ela fez uma careta quando me referi a meu pai pelo nome. - Não me olhe desse jeito, ainda estou puta com ele por ter agido que nem um marica ontem. 

 

- Ele não pôde fazer nada, na verdade, não deu tempo de fazer nada. Rick matou Gareth muito rápido. - e lá estava ela, sempre o defendendo.

 

Dei uma desculpa qualquer à ela e entrei no trailer, tirando a pistola do coldre e a colocando em cima da mesinha de madeira. Sentei-me no banco da frente e estiquei as pernas doloridas, soltando um suspiro de alívio ao me deitar no banco macio. 

 

Olhei para minhas mãos e vi o quanto elas estavam ressecadas e feridas, haviam inúmeros arranhões e machucados em meus braços, assim como em minhas pernas. O dia estava quente e eu me esforçava ao máximo para tentar não ligar para o cheiro horrível do meu corpo. Há quantos dias eu não tomava um banho? Meu cabelo vivia preso por ser longo demais, minhas pernas viviam escondidas debaixo da calça jeans, eu sequer tive tempo de fazer uma bolsa com roupas confortáveis, fugi com a roupa do corpo e com algumas armas.

 

Lembrar da prisão me fazia lembrar dos ótimos momentos que passei lá, como as noites de conforto e prazer nos braços de Carl, nos almoços com todo mundo junto ... Como eu sentia falta de tudo aquilo. Olhar para o colar em meu pescoço e não pensar em Beth era impossível, afinal, eu dera aquela singela corrente para ela no dia de seu aniversário e Maggie achou justo devolvê-la a mim depois do fatídico dia de sua morte.

 

Me inclinei um pouco para cima e tateei o bolso da calça, pegando meu isqueiro e o maço de cigarro que estava quase acabando. O que antes era apenas um ato de rebeldia que eu fazia para irritar minha mãe, havia se tornado um vício depois que ela foi mordida na minha frente. 

 

- Ei. - ouvi uma voz desconhecida e virei minha cabeça rapidamente, vendo Carl se aproximando. - Não é legal fumar num lugar abafado como esse. - sentou-se no banco do carona.

 

- Não é legal ignorar a namorada, também. - rebati e soltei a fumaça pela boca, tirando meu olhar dele.

 

- Eu não estava ignorando você, Sally, só precisava pôr meus pensamentos em dia. - falou, buscando meu olhar.

 

- É sempre a mesma desculpa, Carl. Estou cansada disso. - confessei, tragando mais uma vez a fumaça do cigarro. - Não é só você que teve problemas, todos nós tivemos, uns mais sérios que outros, mas não deixam de ser problemas. 

 

- Eu sei, eu sei ... Me desculpa, ok? Eu fui um babaca completo, me arrependo disso. - puxou minha mão livre e a apertou. - Eu não vou mais fazer isso, prometo.

 

- Eu não sei, Carl. Você não foi o único que passou por coisas ruins depois da queda da prisão. - remexi-me no banco, colocando as pernas para baixo.

 

- O quê houve com você, Sally? - segurou meu braço, fazendo-me encará-lo. - Com certeza ouviu de outras pessoas o que eu passei com meu pai, mas sempre que eu pergunto para alguém sobre o que aconteceu com você, Sasha e Maggie mudam de assunto.

 

- Carl ... Não aconteceu nada, só ...

 

- Você encontrou com os motoqueiros, não foi? - ele me interrompeu e eu engasguei com a fumaça do cigarro.

 

- O quê? De onde tirou isso? - joguei o cigarro pela janela.

 

Carl abaixou a cabeça e levou a mão até o bolso da calça, tirando de lá um pequeno anel de ouro com pedras vermelhas incrustadas.

 

- Como você ... - arregalei os olhos e pequei o anel da mão dele.

 

- Eu encontrei enquanto revistava um dos corpos, escondi antes que Daryl visse. - desviou o olhar do anel para mim. - Mil e uma coisas passaram na minha cabeça e eu desejei que todos voltassem à vida para matá-los de novo. - confessou. - O que eles fizeram com você?

 

Ponderei um pouco, tentando formular uma resposta coerente. O anel em minhas mãos parecia tão brilhante e leve que por um breve momento não quis desviar meu olhar para encarar os olhos inquisidores de Carl.

 

- Não aconteceu nada, eu juro. Eles tentaram, mas aí Maggie apareceu com Sasha e Bob. Trocamos alguns tiros e depois fugimos. - falei devagar, atenta a qualquer possível reação dele.

 

- Sally, eu tive vontade de gritar e chorar quando vi o anel, quis acreditar que era de outra pessoa, eu simplesmente não podia suportar o que poderia ter acontecido com você.

 

Ele levantou as mãos e colocou o anel em meu dedo. Foi impossível não lembrar de quando Carl me presenteou com o objeto. Tinha acabado de voltar de uma ronda diária e nós havíamos combinado de dormir juntos na torre de vigia. Na madrugada, quando apenas nossos suspiros eram ouvidos, ele me entregou o anel, simbolizando nossa secreta união, onde apenas a lua era nossa testemunha.

 

- Eu me odiei por não ter voltado e procurado por você, tudo teria sido tão diferente se tivéssemos ficado juntos. 

 

- Não foi sua culpa. - apressei-me em dizer. - Você teve que ajudar seu pai, não poderia ter voltado. - segurei suas mãos. - Carl, olhe para mim, - pedi. - não foi sua culpa.

 

Abracei-o e apertei seu corpo contra o meu, enterrando meu rosto em seu peito.

 

- Senti tanto a sua falta. - sussurrei.

 

- Eu também.

 

Não sei por quanto tempo ficamos nos beijando e nos acariciando, mas fomos interrompidos quando meu pai e Rick entraram no trailer, lado a lado. Os olhos verdes do Dixon pousaram em mim, demorando-se um pouco antes de locomoverem-se para Carl.

 

- Preciso conversar com Daryl à sós. - Rick falou, pousando seu machado em cima de um dos bancos acolchoados do trailer. 

 

Levantei-me na mesma hora e Carl fez o mesmo. Passei por meu pai sem ao menos olhá-lo, sabia que ele estava puto comigo, mas eu também estava puta com ele. Ao sairmos do trailer, percebi uma movimentação estranha no acampamento e Carl me lançou um olhar que eu conhecia muito bem. Ele foi andando na frente, parando ao lado de Glenn e Abraham.

 

- O que está acontecendo? 

 

-Um cara doido apareceu. Diz que tem uma cidade  não muito longe daqui e que está recrutando pessoas novas. - o ruivo disse, cruzando os braços.

 

- O quê? - soltei, passando por eles e ficando frente a frente com o tal cara. - Qual é o seu nome?

 

- Aaron. - falou rapidamente, ele parecia nervoso.

 

Analisei-o detalhadamente: estatura mediana, cabelos loiros enrolados, branco e parecia estar muito bem cuidado e limpo para quem vivia em meio ao apocalipse.

 

- Que lugar é esse que você está falando? - ouvi a voz de Maggie atrás de mim.

 

- Chamamos de Alexandria. - ele mudou o peso de uma perna para outra. - Nossa líder, Deanna, quer que recrutemos pessoas que sabem usar armas, que sabem como é a vida fora dos muros. Nossa população é composta basicamente por idosos e crianças. - explicou.

 

- Quem garante que não é uma armadilha, como o Terminus? - Carl parou ao meu lado, segurando minha cintura.

 

- O que é Terminus? - Aaron perguntou confuso.

 

- Um lugar ruim. - Rosita respondeu. 

 

- Eu prometo que Alexandria não é como esse lugar, vocês podem ir em seus carros, levarem suas armas. Tudo o que queremos é proteção. 

 

- Então é como uma troca? Nós protegemos seu pessoal e vocês nos deixam ficar? - Abraham parecia impaciente. 

 

- Não vejo outra condição melhor. Nós temos casas vazias, eletricidade... - foi interrompido pelo barulho da porta do trailer batendo.

 

- Aaron! - chamou Rick, que vinha acompanhado de meu pai. - Como pode ver, somos um grupo um pouco grande, haverá espaço para todos?

 

- Sim, eu lhe asseguro, Rick. - confirmou o outro.

 

- Meu pessoal vai acreditar na sua palavra, do contrário, vamos acabar com tudo e todos. Já fizemos isso antes. - ameaçou o xerife.

 

Quando o sol sumiu, todos já estavam prontos. Eu iria na SUV com Carl, Tara, Maggie, Glenn e Sasha, enquanto meu pai, Rick, Michonne, Carol e Judith iriam no trailer. Abraham, Gabriel, Rosita e Eugene iriam no caminhão. Aaron tinha seu próprio carro e dirigia mais à frente, para nos guiar pelo caminho. 

 

Maggie segurou minha mão e eu a encarei, percebi em seus olhos o medo misturado com ansiedade, exatamente da mesma maneira que eu me sentia. Tinha medo por meu pai, Carl, todos do grupo e eu, não queria passar pela mesma situação outra vez. Esperava do fundo do coração que Alexandria fosse um lugar bom para recomeçar.

 

Não sei quanto tempo se passou, mas quando os carros pararam e Rick nos mandou ficar em alerta, meus olhos pousaram no portão de ferro de Alexandria. Aaron andou na frente, fazendo um sinal com as mãos para cima, levantei a cabeça e vi que tinha um vigia armado em uma torre, a arma estava apontada para nós.

 

- Abra o portão! - gritou o loiro, sendo acatado.

 

O portão se abriu e eu prendi minhas respiração, vendo meia dúzia de pessoas paradas com armas apontadas para nós. Nossa reação foi imediata, a pistola já estava destravada em minhas mãos e senti Carl me empurrar com os ombros para trás. Carol estava com Judith no colo e eu fui até elas, dando cobertura.

 

- Abaixem as armas! - ouvi uma voz feminina gritar e em questões de segundos, as pessoas do outro lado do portão baixaram as armas, dando espaço para uma senhora baixinha passar. - Não queremos ser grosseiros com nossos convidados. 

 

- Quem é você? - Rick perguntou, mirava sua arma no rosto da mulher.

 

- Sou Deanna, líder de Alexandria. - ela respondeu serenamente. - Pode abaixar a arma, por favor? Não somos uma ameaça. 

 

O ex-xerife pareceu hesitar por alguns segundos, mas acabou cedendo, abaixou a arma e a guardou no coldre, num sinal mudo para que nós fizéssemos o mesmo. 

 

- Bom trabalho, Aaron. - a velha disse olhou para o homem sorrindo, ela parecia verdadeira e meiga. - Você tem um grupo bem grande, ...

 

- Rick. - falou simplesmente, interrompendo a mulher.

 

- Rick. - ela concluiu. - Saiba que todos serão bem-vindos e bem acomodados. Alexandria precisa de vocês tanto quanto precisam dela.

 

- O que te faz pensar que precisamos desse lugar? - meu pai soltou, a besta estava pendurada em uma de suas mãos.

 

- Está nítido. 

 

Um silêncio horrível se instaurou no lugar, mas Deanna tratou de quebrá-lo.

 

- Por favor, não vamos ficar expostos, os outros devem aparecer logo. - ela se virou, pensando que Rick a seguiria, mas ele não o fez. - Preciso dizer mais alguma coisa para que entrem?

 

- Antes meu grupo precisa ter certeza de que não são pessoas loucas que querem nos matar. - Carl se pronunciou, atraindo olhares.

 

- Ah, por favor, se fôssemos fazer isso, não teriam apenas seis pessoas armadas aqui, concordam? Por que não entram para conversarmos em minha casa? Temos água gelada. - aquela última afirmação havia me dado uma ânsia incomum de beber água.

 

Rick olhou para meu pai e depois para Michonne, ambos fizeram um movimento afirmativo com a cabeça e nós entramos. Quando o portão se fechou atrás de mim, olhei ao redor, vendo as casas espalhadas pelas ruas e várias pessoas surgindo para nos ver. 

- Bem-vindos à Alexandria! 

 

Segurei a mão de Carl fortemente, transmitindo todo o meu nervosismo. Aaron tinha sido verdadeiro quando disse que a população de Alexandria era composta praticamente por idosos e crianças. Eles nos rodearam e nos lançaram olhares curiosos mesclados com medo, eu os entendia completamente. Rick nos mandou ficar em alerta perto do portão, enquanto ia até a casa de Deanna com Michonne e meu pai. 

 

- Você acha que esse lugar pode dar certo? - perguntei para Carl, que tinha Judith no colo.

 

- Não sei, espero que sim. - fez uma pausa e me olhou. - É um lugar para se formar uma família. Nossa família.

 

*****

 

 

 

 

 


Notas Finais


Sei que esse capítulo ficou um pouco chato por não ter ação nenhuma, mas os próximos terão! Espero que tenham gostado. Comentem, por favor! Quem sabe assim o segundo capítulo saia mais rápido?
Um grande abraço para todos, até o próximo!!


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