História Boy Toy - Home Sweet Hell

CAPÍTULO 4 – HOME SWEET HELL

 

TAEMIN POV’S ON

- TERRA FIRME!!! EU TE AMO!!! – Gritava ajoelhado no chão levantando as mãos para o céu após sair do carro de Amber.

- Nossa Taemin, ás vezes você é tão dramático. – Disse Amber passando por mim e tocando o interfone do prédio de apartamentos onde eu moraria.

- Solar place, em que posso ser útil..? – Falava uma voz masculina o outro lado do interfone.

- SeHun, aqui é a Amber. Abre aí! – Disse Amber mostrando muita intimidade com o porteiro do prédio.

- Amber você Sabe muito bem que sou proibido de abrir esse portão depois das 00:00hs. O que você quer!? – Falava o tal SeHun nervoso do outro lado do interfone.

- Deixa de ser um pé SeHun-ee, me deixa entrar logo se não amanhã você vai se ver comigo. – Ameaçava o cara do outro lado do interfone.

- Ok... Vou destravar o portão. – Respondeu SeHun destravando o portão.

- Bom garoto... Taemin levanta logo desse chão e entra. – Disse Amber se virando para trás me vendo ainda ajoelhado no chão.

Amber era muito agressiva quando ela queria alguma coisa, ela não era do tipo Candy Girl... Ela tava mais pra Fiona do que para uma Cinderella, mas eu amava esse jeitão dela. Ela podia ser meio louca, mas se eu precisasse de qualquer coisa a qualquer momento, sabia que podia contar com ela. Ela era uma grande amiga e, até hoje não me arrependo de ter virado seu amigo.

- Fala! Gande SeHun... Como vai essa força mano.. – Disse Amber ao entrar no lobi do prédio desferindo socos de leve no braço do tal SeHun.

- PARA AMBER, ISSO MACHUCA! – Gritou o tal SeHun esquivando de sés socos.

- Beleza! Taemin esse é o SeHun, SeHun esse é o Taemin e ele é quem vai morar naquele apê que estava vago. – Dizia Amber nos apresentando enquanto estava escorada no balcão do segurança futucando algumas correspondências.

- LARGA ISSO AMBER! – Gritou SeHun tomando as correspondências de sua mão.

- Nhê nhê nhê... – Balbuciava Amber batendo em seu boné o abaixando.

- Nossa Amber como você é infantil. – Atestou SeHun.

- Disse isso pra ela mais cedo. – Falei finalmente. - É um prazer te conhecer SeHun. – Disse esticando a mão para cumprimentá-lo.

- É um prazer Taemin... – Respondeu ele apertando minha mão enquanto dava um tapa na mão de Amber que voltara a futucar na correspondência dos moradores.

- E então Taemin, você está se mudando de onde? – Perguntou SeHun gentilmente.

- Eu estou me mudando de GwangJu. – Respondi.

- GwangJu é uma cidade linda, mas por que se mudar para esse inferno chamado Seul? – Perguntou curioso.

- Trabalho. – Respondi desanimado.

- E por que escolhe viver em Gangdong-gu? – Perguntou ainda mais curioso.

- Por que a Amber é a única pessoa que conheço que mora aqui em Seul e, como ela mora aqui, quis me mudar para perto dela. – Respondi animado.

- E você tem alguém...? – Perguntou muito curioso e interessado.

- Bom eu... – Comecei a responder, mas fui interrompido por Amber que já estava irritada com tantas perguntas.

- Isso por acaso é uma entrevista de emprego é, pra que você quer saber se ele tem alguém... Já se esqueceu que você é casado. – Disse Amber dando um cascudo em SeHun.

- Ei! Perguntar não ofendde, além do mais o LuHan não está aqui e o que os olhos não veem... – Falava sendo interrompido por Amber.

- As amigas contam. – Respondeu seca.

- Aish! Como você é estraga prazeres... Só queria conhecer o garoto. – Disse SeHun sem graça.

- Tá, sei... – Respondeu Amber com tom de desconfiança.

- Tá, uma última pergunta e essa é muito importante. Como você conheceu essa praga aqui? – Perguntou SeHun apontando para Amber que, deu um tapa em seu dedo.

- Fizemos faculdade juntos. – Respondi.

- Ela foi pra faculdade? – Perguntou surpreso.

- E tenho até o meu diploma. – Respondeu ela rindo.

- Não creio... Daebak!– Disse surpreso.

- E você, como vocês se conhecem? – Perguntei para ele.

- Ela é Dj numa boate em Sinchon em Hongdae e o meu marido se tornou amigo dela e, aconteceu dela ser nossa madrinha de casamento – Disse ele abaixando sua cabeça acenando em negação.

- ELA É SUA MADRINHA!!! COMO ISSO ACONTECEU!!! – Perguntei incrédulo.

- É tudo culpa do meu marido. – Respondeu ele parecendo irritado.

- Já chega de conversa, vamos subir Taemin... Amanhã você tem que acordar cedo para trabalhar e, eu preciso te ensinar a usar o metrô. – Disse Amber me puxando pelo braço em direção ao elevador.

- FOI UM PRAZER TE CONHECER! – Gritei me despedindo de SeHun.

- Pra mim também... – Respondeu SeHun acenando enquanto entravamos no elevador.

- Em qual andar é o meu apartamento? – Perguntei a Amber.

- O seu apê é o 802, não é muito grande, mas é bem confortável e, como é só pra você, mas acho que vai suprir todas as suas necessidades. – Respondeu Amber quando o elevador parou no 8º andar abrindo suas portas.

- Quantas pessoas moram nesse andar? – Perguntei depois de sair do elevador e seguindo pelo corredor em busca do meu apartamento.

- Nesse andar moram mais duas pessoas e tem mais dois apartamentos livres para aluguel. – Responde Amber destrancando a porta do meu apartamento. - E Voilà... – Disse Amber abrindo a porta e me entregando as chaves.

- Ual! Até que não é tão ruim... – Disse ao entrar no apartamento, ligando as luzes e vendo como ele era espaçoso por dentro.

- Está entregue... Passo aqui amanhã às 7:00 pra te levar até o metrô e não me faça esperar se você chegar lá no lobi às 7:01, eu vou sem você... – Disse Amber saindo do meu apartamento.

- Tá... Vai com cuidado. Te vejo amanhã. – Me despedi dela no momento em que o elevador chegou. 

Depois que a Amber saiu, peguei a caixa onde estava o meu colchão inflável, o enchi e me deitei... Amanhã seria um longo dia.

 

...............

 

- Droga! Tõ atrasado! – Gritei ao acordar.

Já eram 6:40 da manhã quando entrei no banho, tomei um banho rápido e corri para me arrumar. Me arrumei em 10 minutos e desci correndo pelas escadas já que o elevador estava parado no 3º andar.

- Nossa Taemin, seu cabelo está uma bagunça. – Atestou Amber quando cheguei ao térreo.

- A culpa é sua, agora vamos. – Disse para ela saindo pelo portão de entrada.

- Vamos seu chato... – Disse Amber me seguindo.

Caminhamos até a estação do metrô, atravessamos a catraca e fomos até a plataforma. Quando o trem do metrô parou, fomos empurrados por uma multidão para entrar no vagão.

- Isso aqui vem sempre tão lotado. – Dizia espremido entre as pessoas dentro do vagão.

- Ou você compra um carro ou vai se acostumando com essa lata de sardinha. – Disse Amber dando uma cotovelada em um cara que a estava encoxando.

Seguimos até a estação de Ogeum onde descemos.

- Aqui é a nossa estação. Lá fora eu te explico como você vai ir para o trabalho todos os dias. – Disse Amber descendo do vagão.

- Tudo bem, A estação de Gangdong só tem uma linha: A linha 5 e a estação Gangdong-gu Office só tem uma linha: a linha 8... Se você pegar a linha 5 você pode descer nas estações de Ogeum, que faz interseção coma linha 3 do metro, aqui você pode pegar a linha de Bundang voltando e descer entre as estações 349 à 344, se você pegar a linha 8 que faz interseção com a linha 3 e descer na estação do Mercado Garake, você pode pegar um trem que vá para a estação 349 ou qualquer trem da linha de Bundang ou Shinbundang e descer nas estações de acesso a Gangnam. Entendeu tudo? – Me perguntou após a explicação.

- Entendi, mas você podia me fazer um mapa... Acho que sem isso não vou conseguir viver aqui. – Disse totalmente confuso.

- Com o tempo você se acostuma, seu trem está chegando... Nos vemos mais tarde. – Gritou Amber correndo em direção a outro trem que estava parado na plataforma oposta a minha, me largando naquele lugar.

- AMBER VOLTA!!! EU NÃO SEI ONDE DESCER!!! – Gritava desesperado vendo-a ir embora no outro trem.

- Tô perdido... – Suspirei baixo enquanto era carregado por uma multidão para dentro do vagão do metro que acabara de estacionar.

Depois de rodar por quase uma hora sem saber para onde ir pelo metrô, me cansei de tanto rodar e desci em uma estação qualquer e chamei um táxi, dei o endereço para o taxista e me recostei.

- O senhor está muito atrasado? – Perguntou o taxista ao notar que tremia a minha perna muito.

- Bom, se eu conseguir chegar ao meu trabalho até às 10:00 não, mas se me atrasar mais que isso, vou estar enrascado. – Respondi, olhando para a janela.

- Se segura aí, vou pisar no acelerador. – Disse o cara acelerando o carro.

Ele correu tanto que consegui chegar ao escritório às 9:45.

- Valeu cara, você me salvou mesmo. – Agradeci a ele.

- De nada, aqui está o meu cartão caso tenha mais problemas como esse. – Disse ele me entregando um cartão.

- Valeu mesmo Lay. Vou te ligar sim... – Agradeci dando um sorriso de canto de boca me virando para entrar no escritório enquanto o tal de Lay saía cantando pneu.

- Você de ser Lee Taemin o arquiteto transferido de GwangJu... – Disse um cara engomadinho todo ensebado.

- Sim... E você é...? – Perguntei a ele.

- Eu me chamo Kim Jun Myeon. – Respondeu com um ar esnobe.

- Ok... – Disse percebendo que ele me olhava de cima a baixo me analisando.

- SuHo o patrão está chegando, leve esse cara para a sala de reuniões onde os outros empregados estão antes que ele chegue. – Disse um cara alto e mal encarado que mais parecia um Gangster.

- E esse quem é? – Sussurrei enquanto seguia o tal SuHo até a sala de reuniões.

- Ele se chama Wu YiFan e é o responsável pelo seu setor aqui na empresa. – Respondeu SuHo sem me encarar.

- Quantos setores, exatamente, têm nesse prédio? – Perguntei ao tal SuHo.

- Exatamente... 30! Um em cada andar. O seu é no 17º andar. Chegamos! Disse ele quando chegamos a uma sala de vidro que estava com as persianas fechadas. - Entre. – Disse ele abrindo a porta para mim.

- Obrigado. – Agradeci entrando na sala e sendo encarado por mais oito pessoas que já estavam ali.

- Esses são: Kim Minseok, Kim Jong Dae, Lu Han, Huang ZiTao, Lee KwangSo, Sòng Qian, Lee SeungHwan, Park MinWoo. – Me apresentou aos outros integrantes na sala.

- Muito prazer me chamo Lee Taemin. – Me apresentei a eles apertando suas mãos.

 - Pode me chamar de Xiumin. – Respondeu Minseok após apertar minha mão.

- Pode me Chamar de Chen. – Disse Jong Dae apertando minha mão.

- Muito prazer. – Disse LuHan apertando minha mão.

- Pode me chamar de Tao. – Disse Huang ZiTao me cumprimentando.

- Muito prazer... – Disse Kwang Soo sorrindo largamente enquanto apertava minha mão.

- Pode me chamar de Victória. – A garota de cabelos compridos e lisos me cumprimentou.

- Prazer, pode me chamar de KangJoon – Se apresentou SeungHwan.

- Prazer... – Disse MinWoo.

- Agora que todos se conhecem vou me apresentar, me chamo Choi MinHo e sou o CEO dessa e de várias outras empresas pela Coreia e pelo mundo. – Disse um cara atrás de mim, já que eu estava de costas para a porta.

Quando me virei para ver que se tratava caí para trás em surpresa e espanto. MAIS É O ESTRANHO DO AVIÃO! DEUS!

- Tudo bem com você Taemin? – Perguntou KangJoon me ajudando a me levantar.

- Tudo, só me desequilibrei... – Respondi saindo do transe em que estava e me levantando com a ajuda de KangJoon.

- Vamos nos sentar para discutir sobre como são as coisas nesta empresa e como vocês vão trabalhar. – Disse MinHo indicando que nos sentássemos em torno da mesa de reuniões.

Me sentei o mais longe que consegui dele.

- Então, vamos começar! – Disse SuHo se levantando e iniciando a apresentação de slides.

 

...............

 

- Então isso é tudo e... – Começava SuHo a dizer quando foi interrompido por MinHo.

- Temos ainda uma coisa a tratar. – Disse MinHo olhando para SuHo.

- É verdade, esqueci de dizer uma coisa... Namoros na empresa não são proibidos, mas se afetar o trabalho dos envolvidos em algum momento os dois serão demitidos por justa causa e sem nenhum direito. – Disse SuHo.

- Agora que está tudo esclarecido, SuHo mostrará a vocês onde cada um vai trabalhar. – Disse MinHo se levantando e saindo da sala.

- Venham comigo... – Disse SuHo abrindo a porta e saindo, sendo seguido por todos nós.

Seguimos SuHo pela empresa enquanto ele explicava o que casa setor fazia e quem eram os responsáveis por cada setor, nos explicando que ele era o responsável pelo setor de RH onde o tal KwangSoo e LuHan iriam trabalhar.

- Chegamos, aqui é o seu setor Taemin. Você ficará sob os cuidados de Wu YiFan... Essa é a sua mesa e você já pode ir se instalando. – Disse SuHo após chegarmos ao  último andar do tour... O meu.

Me sentei em minha mesa para organizar minhas coisas e os papéis que eu havia trazido de GwangJu quando Wu YiFan se aproximou de mim.

- Taemin, você foi chamado pelo CEO. – Disse ele com um olhar suspeito sobre mim.

- Pra quê? – Perguntei com medo e curiosidade.

- Não sei, sua secretária ligou e pediu que eu o mandasse subir por que o CEO quer falar contigo. – Disse ele me avaliando com um olhar crítico e especulativo.

- Tudo bem, subo lá daqui uns 10 minutos. – Respondi, sendo repreendido por ele.

- Não, ele disse pra você ir agora por que ele terá uma reunião daqui a pouco. – Respondeu Wu YiFan.

- Tudo bem... – Respondi, me levantando e indo em direção aos elevadores sendo observado pelos outros funcionários. Me senti como um animal no zoológico.

Chamei o elevador e subi até o último andar onde se localizava a sala da presidência.

- Bom dia, o CEO pediu que eu viesse até aqui. – Disse a secretária da presidência que estava sentada em sua mesa ao lado da porta da sala da presidência.

- A sim, ele precisou dar uma saída rápida, mas você pode entrar e se acomodar. – Disse ela muito simpática, levantando-se de sua mesa e abrindo a porta da sala para que eu entrasse.

- Muito obrigado. – Agradeci e entrei na sala, enquanto ela fechava a porta após eu entrar na sala.

A sala era toda pintada em cinza ranjado de branco com uma parede em granito preto com um sofá vinho em couro escorado. Uma mesa em madeira com um tampo de vidro preto, com um mini bar no canto ao lado do sofá com várias bebidas e dois copos, uma parto em madeira (que, acredito eu, ser a porta de acesso para o banheiro) com uma janela panorâmica no lugar da parede atrás da mesa.

- Nossa sempre quis provar m Scott... – Sussurrei analisando a garrafa de Scott que eu acabará de pegar.

- Pode provar se quiser... – Disse uma voz atrás de mim, me fazendo tomar um susto deixando a garrafa cair.

O susto foi tanto que meu c* tranco na hora e perdi a força das pernas...

- Wow... Essa garrafa custa 500 dólares. – Disse MinHo segurando a garrafa antes que ela caísse no chão. Que puta reflexo ele tinha.

- Ai meu coração... Quase tive um infarto do miocárdio. – Disse me jogando no sofá.

- Quanto drama pra uma pessoa só... Você não devia ser arquiteto, deveria ser ator. – Disse MinHo colocando a garrafa de Scott no lugar e se posicionando em minha frente.

- Olha me desculpa, mas você quase me matou... Não estava te esperando. – Disse me levantando e me afastando dele.

- Você sabe que está na minha sala né...? – Perguntou ele em tom de sarcasmo.

- Que seja... Pra quê tu me chamou aqui? – Perguntei me virando para ele, após me recompor.

- Por nada. – Respondeu MinHo seco indo em direção a sua mesa.

- Olha... Aquilo que aconteceu no avião foi um equivoco de minha parte, como você mesmo disse eu sou muito dramático e, fiz aquilo sem pensar... Não foi minha intenção real fazer aquilo... A gente não pode fingir que esse único beijo entre a gente não aconteceu? – Perguntei sem pausa.

- E quem te disse que esse foi o nosso único beijo...? – Disse ele autoritário sentado em sua poltrona com as pernas cruzadas e com as mãos posicionadas sobre suas pernas.

- COMO? – Gritei surpreso.

- É... O beijo do avião, não foi o nosso primeiro beijo. – Disse ele muito tranquilo.

- MAIS É LÓGICO QUE FOI!!! EU NUNCA TE VI ANTES!!! – Gritei indignado.

- Abaixa o tom, aqui você é só um funcionário. Se alguém te escuta gritando assim, eu serei obrigado a te demitir. – Me repreendeu ele, me fazendo murchar como um cão que acabou de ser chutado.

- Mas é que você me irritou com a sua mentira. – Disse com a cabeça abaixada, não conseguindo encará-lo.

- Por acaso você se lembra de como chegou na sua casa após a balada de dois dias atrás? – Me indagou, me fazendo levantar a cabeça e encará-lo com olhar confuso e indagativo.

- Como... – Comecei a falar, quando fomos interrompidos pela secretária de MinHo.

- Senhor, sua reunião com os acionistas vai começar... Todos já estão te esperando na sala de reuniões... – Disse a secretária.

- Obrigado Luna, diga a eles que já estou indo. – Agradeceu MinHo enquanto sua secretaria saia da sala e fechava a porta.

- Fica ai pensando nisso... Agora eu tenho uma reunião, se me der licença. – Disse MinHo se levantando de sua cadeira, fechando o único botão de seu terno e andando em direção a porta. – Pode beber uma dose de Scott se quiser... – Disse MinHo saindo de sua sala.

Fiquei tão atordoado e surpreso com a revelação feita por MinHo que nem consegui me concentrar no trabalho, minha mente ficou perdida em uma névoa de um vórtice temporal que sugou minhas memórias sobre aquele dia.

- Taemin, é hora do almoço... Vamos sair para comer? – Ouvi uma voz me perguntando.

- Já...? – Perguntei, voltando para o planeta terra e notando que o relógio marcava duas da tarde.

- Sim, e ai... Vamos comer? – Perguntou novamente Seo KangJoon, recebendo minha atenção.

- É claro. – Respondi ainda um pouco absorto em meus pensamentos.

- Então tá, que tal a gente comer naquele restaurante aqui em frente? – Perguntou ele animado enquanto me levantava de minha mesa, guardando a minha carteira e meu celular no bolso.

- Pode ser. – Respondi enquanto caminhávamos em direção aos elevadores.

- Ouvi dizer que a sopa fermentada de soja e o Jjajangmyeon de lá são ÓTIMOS... – Falava KangJoon animado enquanto entrávamos no elevador.

- Que bom... – Falei um pouco desanimado por ainda estar pensando no que MinHo havia me dito.

- Dizem que o cocô de galinha de lá também é ótimo. – Disse KangJoon sarcástico.

- Nossa que bom, vamos provar esse. – Respondi no automático por não estar prestando atenção.

- TAEMIN!!! – Gritou ele me fazendo sair, a força, do transe em que estava.

- Me desculpa KangJoon, é que eu recebi uma notícia que me deixou um pouco transtornado. – Respondi diminuindo um pouco da raiva que ele sentia naquele momento de mim.

- Deve ter sido uma coisa muito rim mesmo pra te deixar no mundo da lua. – Disse KangJoon enquanto a porta do elevador se abria no térreo.

- Desculpa, vou te dar mais atenção a partir de agora. – Respondi lhe dando um abraço na cintura, enquanto ele agarrava meu pescoço me fazendo um cafuné.

- Não faz isso, sinto como se eu fosse um filhote. – O repreendi retirando sua mão de minha cabeça.

Eu odiava aquilo, mas por que todo mundo gostava de fazer aquilo comigo.

- Mas você tem cara de filhote... – Disse KangJoon enquanto saíamos pela porta indo em direção ao restaurante.

Chegando ao restaurante, logo fomos atendidos por uma garçonete muito simpática.  Ambos pedimos Jjajangmyeon e churrasco de barriga de porco e pedindo soda como acompanhamento.

O almoço transcorria bem, KangJoon me contava algumas histórias da época em que ele morava em Busam e em resposta eu contava histórias de GwangJu, mas as minhas histórias não eram tão intensas quanto as de KangJoon.

Estávamos rindo descontroladamente de uma história que KangJoon-ee havia contado quando meu celular começou a tocar descontroladamente.

- Não vai atender? – Perguntou KangJoon enquanto meu telefone continuava a tocar.

- Me dá licença um minuto. – Disse me levantando da mesa e indo atender ao telefone no lado de fora do restaurante.

 

“- Alô...? – Disse atendendo ao telefone.”

“- ATÉ QUE ENFIM!!! ACHEI QUE VOCÊ TIVESSE SIDO SEQUESTRADO OU PIOR: MORTO A ESSAS ALTURAS... – Gritava Key do outro lado da linha.”

“- Nossa quanta desespero... Você sabe que sou um adulto de 25 anos né? – Perguntei a ele.”

“- Sei, e sei também que você não sabe se virar sozinho e ainda está num local que você não conhece. – Disse ele ao outro lado do telefone.”

“- Você se preocupa demais... – Falei dando um sorrisinho.”

“- E a culpa é de quem? Quem foi que me disse que assim que chegasse em Seul iria me ligar...? – Me questionou irritado.”

“- Desculpa, esqueci de telefonar... Não se preocupe, eu estou bem. Nada vai me acontecer... – Respondi tentando acalmá-lo ao ouvi-lo suspirar no outro lado do telefone.”

“- Tudo bem... Mas vê se não esquece de me ligar de novo, tá bem...? Fico preocupado sem ter notícias suas... – Disse Key no outro lado da linha.”

“- Ah, Hyung... Posso te perguntar uma coisa? – O questionei lembrando-me de perguntá-lo sobre o incidente de dois dias atrás.”

“- Pode... – Disse ele desconfiado.”

“- Naquele dia em que fomos à boate, o que acontece? – Perguntei.”

“- Você ficou pra lá de bêbado e deu muito trabalho. – Respondeu vago.”

“- Foi só isso? – Indaguei novamente.”

“- Não, mas não vou te conta nada... Você tem que lembrar por si só, esse é o seu castigo. – Me repreendeu ele.”

“- Tá, mas me responde mais uma coisa? – Perguntei novamente.”

“-Claro, o que você quer saber? – Indagou Key.”

“- Naquele dia um cara alto, moreno, muito bem educado e muito bem vestido nos deu carona até em casa? – Perguntei, com medo da resposta.”

“- Vejo que você finalmente começou a se lembrar de alguma coisa. – Disse ele rindo do outro lado da linha.”

“- Pode se dizer que sim... Mas eu não me lembro do nome dele. – Insisti tentando colher ainda mais informações.”

“- Ai é que tá, o cara foi embora SM dizer o nome – Disse Key com ar de quem percebe algo.”

“- Valeu hyung... – Agradeci, meio atordoado.”

“- Me liga mais tarde pra me contar como foi o seu primeiro dia ai em Seul tá. – Disse.”

“- Pode deixar hyung, ligo sim. – Disse, desligando o telefone em seguida.”

 

Então era verdade, meu encontro com Choi MinHo no avião não foi o nosso primeiro encontro. PODE SER QUE ELE TAMBÉM ESTEJA FALANDO A VERDADE SOBRE O BEIJO...

Fiquei parado ali pensativo e transtornado por cerca de dez minutos após a ligação reveladora de Key quando fui surpreendido por KangJoon que acabara de sair do restaurante.

- Nossa, que cara é essa? – Perguntou ao se aproximar.

- Não é nada. – Disse me livrando da minha cara de espanto colocando um sorriso amarelo no rosto.

- Você tá assustador. – Sibilou KangJoon, me fazendo rir de verdade com a forma cômica com a qual ele falou aquelas palavras.

- Agora sim, bem melhor... – Disse ele enquanto sorriamos em frente ao restaurante.

- Senhor, o senhor precisa pagar sua conta. – Nos interrompeu o gerente do estabelecimento.

- A sim... – Respondeu KangJoon-ee indo em direção ao balcão.

- Aqui KangJoon, minha parte. – Disse estendendo uma nota de 25000 wons que acabara de retirar de minha carteira.

- Não precisa a próxima você paga. – Disse ele sorrindo rejeitando, gentilmente, minha nota. - Me espere aqui um minuto enquanto eu pago a conta. – Disse ele entrando novamente no restaurante.

Fiquei ali esperando por KangJoon quando fui surpreendido por MinHo que seguia em direção aquele restaurante com mais dois executivos.

Automaticamente meu rosto corou ao me lembra do que ele havia dito mais cedo, coisa que foi confirmada por Key durante nossa conversa ao telefone.

- Boa tarde. – Disse ele com um autocontrole e uma poker face de dar inveja a qualquer jogador de carteado.

- B-Boa... – Gaguejei não conseguindo me controlar.

- Parece que a sua fama de malvado já se espalhou entre os funcionários novos... – Disse um dos executivos que estava ao seu lado.

- Acho que não é isso. – Disse ele me encarando com um olhar suspeito.

- Vamos Taemin! – Dizia KangJoon eufórico saindo do restaurante. - Me desculpa a interrupção, boa tarde senhor Choi. – Disse KangJoon ao perceber que MinHo estava a nossa frente.

- Sem problemas senhor Lee Seung Hwan. – Disse MinHo com um leve tom de sarcasmo.

- Bom, nós temos que voltar ao trabalho então... Até qualquer hora. – Disse fazendo uma reverência em 90º e saindo de cabeça baixa puxando KangJoon pelo braço.

- Nossa Taemin, quanta pressa. – Dizia KangJoon enquanto eu o arrastava de volta para o edifício onde trabalhávamos.

- É que to cheio de coisa pra fazer. – Respondi o puxando para dentro do elevador.

Depois do almoço, me despedi de KangJoon-ee e fui para meu andar, me sentei em minha mesa e comecei a rever uns projetos que eu havia trazido de GwangJu. Passei a minha tarde mexendo com esses papéis e quando estava próximo ao nosso horário de saída às 19:30 quando escutamos uma gritaria vindo do elevador.

O elevador parou em nosso andar e lá de dentro uma mulher totalmente histérica gritando e esbravejando, ela parou meu supervisor e lhe fez umas perguntas e, em seguida, veio em minha direção comum olhar de ódio que me assustou.

Ela parou em minha frente e ficou me encarando bufando.

- Boa noite, posso te ajudar? – Perguntei me levantando de minha mesa e ficando cara a cara com ela.

- Não... – Disse ela ainda me encarando com um olhar de ódio e me analisando.

- Moça, você está bem...? – Perguntei com medo da resposta.

Ela continuou me encarando e quando, finalmente MinHo e dois seguranças chegaram, ela se virou, o encarou, se voltou para mim e deferiu um tapa em meu rosto deixando a marca de seus dedos em minha face e todos no local atônitos com tal ato.

- Mas, por quê...? – Indaguei com as mãos cobrindo meu rosto que ardia e latejava por causa da agressão recém-sofrida.

...................

TAEMIN POV’S OFF

 

MINHO POV’S ON

Após chegar a minha casa depois daquele voo cansativo, notei que todos os funcionários já haviam ido para suas casas e me senti muito solitário naquela casa enorme e vazia... Todos estavam em suas casas com seus familiares enquanto eu, estava sentado a mesa do escritório sob a luz do abajur observando os corredores vazios da casa.

Não que antes fosse muito diferente, mas após perceber que Sulli não estaria mais ali, um sentimento de solidão tomou meus pensamentos e pude ver o quão vazia minha vida estava naquele momento.

Percebi que o único momento em que não me senti triste e solitário foi dentro daquele avião ao lado de Taemin, mesmo depois do seu pânico por causa do beijo, não me senti em nenhum momento sozinho. Eu realmente precisava dele em minha vida naquele momento.

Subi as escadas até meu quarto, coloquei minhas malas no chão do closet, tirei minhas roupas e fui tomar um banho quente para poder dormir.

Ao acordar no outro dia, após me arrumar, desci as escadas e fui em direção a sala de jantar para poder tomar meu café da manhã antes de sair.

- Bom dia MinHo, dormiu bem? – Me perguntou a senhora Kim, minha governanta, melhor amiga e mãe nas horas vagas. Ela era uma das poucas coisas boas que haviam acontecido em minha vida e na vida de Sulli.

Foi ela quem me ajudou com a Sulli quando a levei para morar comigo. A senhora Kim estava comigo desde a época em que eu era só mais um estudante universitário com um grande sonho de ser um homem de negócios. A melhor conselheira que alguém poderia ter, não sei o que seria da minha vida sem ela.

- Dormi maravilhosamente bem... – Respondi com um sorriso amarelo no rosto enquanto me sentava a mesa.

- Ás vezes você consegue ser tão mentiroso... – Disse ela terminando de por a mesa do café da manhã.

- Não vou vir para almoçar em casa hoje, tenho duas reuniões e vou estar meio enrolado com algumas coisas então, não precisa se preocupar com o almoço. – Disse tomando uma xícara de chá preto.

- Vê se não vai comer Rámen... Procure um restaurante e coma comida de gente. – Me repreendeu ela.

- Rámen é comida de gente... – Disse rindo, levando um pescotapa dela.

Tomei meu café da manhã e peguei meu carro indo em direção à empresa. Por incrível que pareça, o transito em Cheongdamdong-dang estava ótimo e, graças a isso, cheguei no tempo previsto para a reunião com os novos funcionários.

Enquanto me aproximava da sala de reuniões do setor de RH no 3º andar, escutei vozes de pessoas se apresentando no seu interior.

 - Agora que todos se conhecem vou me apresentar, me chamo Choi MinHo e sou o CEO dessa e de várias outras empresas pela Coreia e pelo mundo. – Disse ao entrar na sala e vendo a pessoa de costas para a porta se retesar. Sua postura me parecia muito familiar e quando o cara se virou pude ver o porquê era Lee Taemin.

Fiquei muito surpreso ao vê-lo, mas ele parece ter se surpreendido muito mais, pois ele acabou caindo para trás após me ver caindo no chão, sendo ajudado por um cara (o que me deixou nervoso, mas não podia expressar esse tipo de sentimento... Não naquela hora e, não naquele lugar).

- Vamos nos sentar para discutir sobre como são as coisas nesta empresa e como vocês vão trabalhar. – Disse indicando que nos sentássemos em torno da mesa de reuniões, me posicionando na cabeceira da mesa.

- Então, vamos começar! – Disse SuHo se levantando e iniciando a apresentação de slides.

 

...............

 

- Então isso é tudo e... – Começava SuHo a dizer quando foi interrompido por mim.

- Temos ainda uma coisa a tratar. – Disse olhando para SuHo, logo em seguida encarando um perplexo Taemin.

- É verdade, me esqueci de uma coisa... Namoros na empresa não são proibidos, mas se afetar o trabalho dos envolvidos em algum momento os dois serão demitidos por justa causa e sem nenhum direito. – Disse SuHo.

- Agora que está tudo esclarecido, SuHo mostrará a vocês onde cada um vai trabalhar. – Disse me levantando e saindo da sala em direção ao meu escritório.

Ao chegar ao meu andar, logo fui abordado por Luna.

- Senhor, o seu amigo Kim JongHyun ligou e disse que vai se atrasar para o coquetel do amigo de vocês... Ele disse que houveram uns problemas com algumas licenças de algumas de suas empresas e ele terá de ficar mais um dia em Boston para resolver. Os responsáveis pela clinica de reabilitação da sua irmã também entraram em contato, eles disseram que ela está progredindo bem e quem em duas semanas ela estará pronta para sair. E o diretor Park pediu que assim que o senhor chegasse é para o senhor ir a sua sala, pois ele tem alguns assuntos para tratar com o senhor antes da reunião com os acionistas. – Dizia Luna me repassando os recados enquanto seguia em direção a minha sala.

- Obrigado Luna... Remarque com o motorista a ida ao aeroporto para pegar JongHyun, ligue para o ramal do senhor Park e diga para ele que eu estou a caminho de sua sala... – Disse, após guardar minha maleta e sair de minha sala seguindo pelo corredor rumo a sala do senhor Park.

-Tudo bem. – Respondeu Luna se sentando em sua cadeira. -Ah, ligue para YiFan e diga para ele que mande o funcionário Lee Taemin vir até minha sala com urgência. – Disse ao parar no corredor.

Precisava acertar as coisas com Taemin... Antes eu não via necessidade disso, pois achava que nunca mais o veria de novo, mas agora que sabia que ele era um de meus funcionários, a história toda mudou de quadro. Precisava ser honesto com ele e dizer a verdade sobre o que já aconteceu entre nós e faria isso agora antes que as coisas se tornassem mais complicadas.

- MinHo! É muito bom te ver. – Esbravejava o senhor Park enquanto entrava em sua sala.

- Bom dia senhor Park... O que de tão importante você queria me dizer antes da reunião com os acionistas. – Disse me sentando na poltrona em frente a sua mesa, cruzando as pernas.

- Bom... O assunto não é muito amistoso. – Disse o senhor Park ficando sério repentinamente, se sentando em sua cadeira.

- Me diga o que está acontecendo. – Disse demonstrando preocupação.

- Eu soube por fontes seguras de que o seu tio juntamente com alguns sócios minoritários estão tentando te sabotar para tomar o controle da empresa, você tem que ficar esperto com os contratos que lhe trazem para serem assinados e fiscalizar de perto todo o trabalho que eles fazem para que você não seja pego de surpresa. – Me alertou o senhor Park, um dos poucos em quem eu confiava naquela empresa.

- Obrigado pela advertência, ficarei ainda mais atento as coisa a partir de agora. – Agradeci a ele me levantando e apertando sua mão.

- De nada, você sabe que pode sempre contar comigo. – Disse ele apertando minha mão em retribuição.

Saí de sua sala e segui pelo corredor em direção a minha sala.

- Senhor, o funcionário Lee o aguarda em sua sala. – Disse Luna ao ver me aproximar.

- Obrigado Luna. – Disse entrando silenciosamente em minha sala.

Vi Taemin de costas para a porta segurando a minha garrafa de Scott que eu havia ganhado de presente de 26 anos de JongHyun.

Me aproximei dele sem que ele percebesse e o ouvi sussurrar...

- Nossa sempre quis provar m Scott... – Sussurrou analisando a garrafa de Scott em suas mãos.

- Pode provar se quiser... – Disse ao pé do seu ouvido o fazendo tomar um susto e deixar a garrafa cair de suas mãos.

Ele tomou um susto tão grande que deixou meu Scott cair.

- Wow... Essa garrafa custa 500 dólares. – Disse segurando a garrafa antes que ela caísse no chão em um rápido reflexo.

- Ai meu coração... Quase tive um infarto do miocárdio. – Disse ele dramaticamente se lançando no sofá.

- Quanto drama pra uma pessoa só... Você não devia ser arquiteto, deveria ser ator. – Disse colocando a garrafa no lugar e me posicionando de pé em sua frente.

- Olha me desculpa, mas você quase me matou... Não estava te esperando. – Disse ele se levantando e caminhando pela sala para se afastar de mim.

- Você sabe que está na minha sala né...? – Perguntei em tom de sarcasmo.

- Que seja... Pra quê tu me chamou aqui? – Perguntou se virando para mim, após me recompor.

- Por nada. – Respondi seco indo em direção a minha mesa.

- Olha... Aquilo que aconteceu no avião foi um equivoco de minha parte, como você mesmo disse eu sou muito dramático e, fiz aquilo sem pensar... Não foi minha intenção real fazer aquilo... A gente não pode fingir que esse único beijo entre a gente não aconteceu? – Perguntou sem pausa.

Aquilo me irritou de uma tal forma que não me contive.

- E quem te disse que esse foi o nosso único beijo...? – Disse autoritário sentado em minha poltrona com as pernas cruzadas e com as mãos posicionadas sobre suas pernas.

Não que eu planejasse contar as coisas daquele jeito, mas sua proposta de esquecer tudo foi tão absurdamente irritante que não consegui segurar minha língua dentro da boca.

- COMO? – Gritou surpreso.

- É... O beijo do avião, não foi o nosso primeiro beijo. – Disse jogando no ar o que aconteceu sem dar muitos detalhes.

- MAIS É LÓGICO QUE FOI!!! EU NUNCA TE VI ANTES!!! – Gritava ele indignado e perplexo.

- Abaixa o tom, aqui você é só mais um funcionário. Se alguém te escuta gritando assim, eu serei obrigado a te demitir. – O repreendi.

Por mais que eu gostasse dele, ele não tinha o direito de gritar e fazer aquele escândalo todo. Não poderia admitir ações anárquicas em minha empresa, independente de quem fosse o anarquista em questão, caso contrário, isso se tornaria um sinal de fraqueza e os meus inimigos declarados dentro da empresa poderiam se aproveitar disso de alguma forma.

- Mas é que você me irritou com as suas mentiras. – Disse ele com a cabeça abaixada evitando me encarar.

- Por acaso você se lembra de como chegou em casa após a balada de dois dias atrás? – Indaguei-o, fazendo-o levantar a cabeça e me encarar com um olhar de confusão e questionamento.

- Como... – Começou a falar, quando fomos interrompidos por Luna que acabara de entrar na sala.

- Senhor, sua reunião com os acionistas vai começar... Todos já estão te esperando na sala de reuniões... – Disse Luna.

- Obrigado Luna, diga a eles que já estou indo. – Agradeci enquanto Luna saia da sala e fechava a porta.

- Fica ai pensando nisso... Agora eu tenho uma reunião, se me der licença. – Disse me levantando, fechando o botão do meu terno e andando em direção à porta. - Pode beber uma dose de Scott se quiser... – Disse saindo da sala o deixando sozinho com seus pensamentos.

- Luna, me traz aqueles dossiês que estamos preparando há dois anos. – Sussurrei para ela assim que saímos de minha sala.

- Tudo bem. – Disse ela indo pegar os papéis que pedi.

- Bom dia senhores. – Disse ao entrar na sala de reuniões onde todos os acionistas estavam sentados me esperando.

- Bom dia... – Sendo respondido apenas pelo Senhor Park e pelo senhor Cho, os meus únicos aliados naquela sala.

- Primeiramente gostaria de agradecê-los por vir a essa reunião. – Dizia sendo interrompido por um dos acionistas.

- Não há pelo que agradecer, estamos aqui para garantir os seus interesses. – Disse ele mal-humorado.

- Tudo bem... – Dizia quando Luna entrou na sala nos interrompendo.

- Senhor, me desculpe interromper... Aqui estão os papéis que o senhor me pediu. – Disse ela me entregando cerca de 20 pastas com documentos.

- O que são esses documentos? – Me questionou um deles intrigado.

- Abram. – Disse jogando cada uma das pastas em direção aos acionistas confusos.

Vi o sangue de seus rostos desaparecerem e todos se mostrarem chocados com o que liam em suas pastas.

- Vocês acharam mesmo que poderiam tramar pelas minhas costas sem que eu ficasse sabendo? Vocês realmente acharam que eu não iria me prevenir contra os seus ataques... São uns tolos de pensar isso. – Disse de pé os encarando, vendo seus olhares de medo.

- Você não tem o direito de nos ameaçar desse jeito. – Disse um dos acionistas, rasgando a pasta que continha as suas informações.

- Não posso? Vocês se esquecem que eu possuo 80% das ações dessa empresa, sendo o acionista majoritário... Eu não só posso ameaçá-los, como posso cumprir com a minha ameaça, então não me testem... Além do mais essas são apenas cópias de algumas coisas que eu possuo sobre vocês. – Disse recebendo um olhar de ódio do acionista que estava rasgando as folhas. - Vocês não acreditam mesmo que eu faria negócios com vocês sem antes os investigar não é mesmo. – Disse os encarando, colocando minhas mãos sobre a mesa.

Me sentei em minha cadeira rindo, fazendo com que o acionista que rasgava os papéis parasse para me encarar.

- Vocês não acharam que eu seria idiota o bastante para trazer os documentos originais para vocês né? – Disse rindo da cara deles. - Não sejam patéticos, eu nunca traria os originais sabendo o que vocês poderiam fazer... Ah, vocês não precisam se preocupar, as pastas que foram entregues a cada um de você só possuem as suas próprias informações, o único nesta sala que sabe de todos os podres de todos sou eu. – Disse ao perceber que eles se encaravam interrogativos.

Percebi que o senhor Cho e o senhor Park, meus únicos aliados ali, se mostravam mais relaxados após meu ato de enfrentar meus inimigos na reunião.

- Agora que já esclarecemos as coisas, podemos dar início a nossa reunião. – Disse calmo cruzando minhas mãos, enquanto o senhor park dava início a reunião para explanação financeira da empresa atualmente.

 

.........................

 

A reunião teve seu fim às 13:40 e, após sair da reunião, resolvi descer até o setor onde Taemin trabalhava para convidá-lo para o almoço para terminar a nossa conversa de mais cedo.

- Senhor, o senhor aqui? Alguma coisa errada? – Perguntou YiFan quando me viu sair do elevador.

- Não, só estou passando para ver como os novos funcionários estão se adaptando. – Respondi olhando por cima de seus ombros vendo o cara de mais cedo se aproximar de Taemin.

- Eles se adaptaram bem ao estilo de nossa empresa, pelo menos os três que foram mandados para o meu setor... KangJoon é muito pró ativo e desempenha com rapidez o que lhe for dado, Park MinWoo é um pouco caladão, mas se dá muito bem com o resto da equipe e Taemin é meio na dele também e, parece estar com um pouco de perdido, mas ele trabalha bem e sabe seguir ordens e eu, particularmente, gosto disso. – Dizia YiFan, porém eu não prestei muita atenção ao perceber que Taemin havia se levantado e seguia em minha direção com o tal de KangJoo...

Minha ideia inicial era levá-lo para almoçar, mas depois de vê-lo sair com o tal de KangJoon, me arrependi dessa ideia.

- Obrigado por me informar suas perspectivas sobre nossos novos funcionários YiFan, continue fazendo um ótimo trabalho e os vigiando. Quero que me mantenha informado sobre o que eles fazem durante esse período de adaptação... Aqueles que não se adaptarem serão demitidos. – Disse a YiFan enquanto entrava no elevador. Não queria que Taemin me visse ali, ainda mais na companhia de outro homem.

- Tudo bem senhor, o manterei informado. – Disse YiFan enquanto as portas do elevador se fechavam.

Subi até minha sala.

- Senhor, os diretores Park e Cho o esperam em sua sala. – Disse Luna assim que cheguei.

- Obrigado. – Agradeci abrindo a porta de minha sala, adentrando em seguida.

- OLHA ELE AI! – Exclamava o senhor Park assim que entrei na sala ficando de pé, sendo acompanhado pelo senhor Cho.

- Olá meu amigo, o que os traz aqui...? – Disse os cumprimentando de braços abertos.

- Você foi genial na reunião de hoje. – Disse o senhor Cho me abraçando em cumprimento.

- É bom que eles saibam bem com quem estão mexendo antes que façam alguma idiotice maior que conspirar pelas minhas costas. – Atestei abraçando o senhor Park o cumprimentando também.

- Foi muito esperto de sua parte os atacar primeiro. – Disse o senhor Park se sentando novamente.

- Mas eu acredito que não estejam aqui simplesmente para me parabenizar... Mais algum problema que queiram me informar? – Perguntei preocupado me sentando, enquanto o senhor Cho se sentava também.

- Não, na verdade viemos lhe convidar para almoçar conosco. – Disse o senhor Cho me tranquilizando. - A muito que não paramos para comer juntos e conversar.

- É verdade... Eu aceito a proposta de vocês. – Disse enquanto eles se levantavam e se dirigiam para a porta. - Encontro vocês em meia hora no saguão. – Disse enquanto ambos saiam pela porta conversando.

Terminei de avaliar alguns arquivos em meu computador e desci ao encontro do senhor Cho e do senhor Park com quem eu havia marcado de almoçar.

- Aí está ele... – Disse o senhor Park após eu ter saído do elevador.

- Vamos comer, estou faminto. – Disse me aproximando deles.

Saímos pela porta e logo avistei Taemin conversando com o tal de KangJoon do outro lado da rua em frente ao restaurante.

- Pensei que talvez pudéssemos almoçar no Francês no centro de Gangnam, o que acham? – Perguntava o senhor Park fazendo sinal para que um táxi parasse.

- Na verdade, estou a fim de comer uma comida mais caseira. – Disse observando que o tal KangJoon retornava ao interior do restaurante.

- Já que é assim, por que não comemos naquele restaurante do outro lado da rua...? Dizem que o Jjajangmyeon de lá é ótimo. – Disse o senhor Cho apontando ppara o restaurante no outro lado da rua.

- Ótima ideia. – Disse seguindo em direção ao restaurante, sendo seguido por eles.

- Boa tarde. – Cumprimentando Taemin depois que me aproximei.

- B-Boa... – Gaguejou corando em seguida.

- Parece que a sua fama de malvado já se espalhou entre os funcionários novos... – Disse o senhor Cho após nos aproximarmos.

- Acho que não é isso. – Disse encarando Taemin que se retraía com o comentário de Cho.

- Vamos Taemin! – Disse o tal de KangJoon eufórico saindo do restaurante. - Me desculpa a interrupção, boa tarde senhor Choi. – Disse ele após notar minha presença.

- Sem problemas senhor Lee Seung Hwan. – Disse com um leve tom de sarcasmo.

Na realidade eu queria voar no seu pescoço e o matar por estar ao lado do meu Taemin, mas seria um tanto quanto confuso para os outros presentes entenderem o meu ódio por ele.

- Bom, nós temos que voltar ao trabalho então... Até. – Disse Taemin fazendo uma reverência em 90º e saindo de cabeça baixa puxando KangJoon pelo braço.

O vi correr apressadamente para dentro do edifício, puxando KangJoon pela mão... Aquele deveria ser eu.

Entramos no restaurante e logo fomos atendidos, pedimos nossos pratos e começamos a comer e por o nosso papo em dia. Terminamos o almoço e voltamos para o escritório.

O senhor Park e o senhor Cho voltaram para suas salas enquanto eu seguia para minha sala.

- Senhor, tem uma moça lhe esperando em sua sala. – Disse Luna assim que cheguei.

- Quem é Luna? – Perguntei curioso.

- Ela não quis dizer o nome, mas disse que é uma amiga sua. – Respondeu ela em tom baixo.

- Obrigado. – Agradeci abrindo a porta de minha sala.

Ao entrar me deparei com uma silhueta familiar...

- Mas que droga. – Sussurrei ao perceber de quem se tratava. – Boa tarde Krystal... – A cumprimentei ao sentar em minha mesa, logo pegando alguns papéis.

- Boa tarde. Podemos conversar? – Perguntou.

- É muito importante? No momento estou ocupado. – Disse esperando me livrar dela logo.

- Tudo bem, eu posso esperar você terminar com os papéis. – Disse ela cruzando as pernas. Ela vestia uma saia tão curta que, não tampava o que precisava.

- Olha, eu tenho muitas coisas para resolver hoje, podemos nos falar mais tarde? – Disse insistindo que ela fosse embora. Não estava com humor para lhe dar com ela.

- Tudo bem, eu volto mais tarde. – Disse ela se levantando e saindo da sala.

- Graças a Deus... – Suspirei após ela sair da sala, lançando os papéis sobre a mesa massageando minhas temporas. - Luna, me traz uma aspirina agora. – Disse para Luna pelo ramal do telefone.

- Aqui está senhor. – Disse Luna alguns minutos depois me entregando o comprimido e meio copo com água. - Só isso? – Perguntou.

- Sim, obrigado. – Agradeci tomando o remédio recostando em minha cabaça na cadeira. - E Luna, não estou para ninguém. – Recomendei antes que ela saísse da sala.

Descansei por alguns minutos antes de retornar aos meus gráficos e e-mails. Fiquei o resto do dia analisando a situação das minhas empresas e avaliando as ordens de compra e distribuição feitas.

O dia correu muito lentamente e quando já eram umas 19:20, perto do meu horário, Luna retornou, entrando de supetão em minha sala enquanto guardava minhas coisas  na maleta.

- Mas o que... – Sussurrava enquanto ela e Luna se aproximavam.

- Me desculpe senhor, tentei impedi-la, mas ela foi entrando... – Se desculpava Luna.

- Tudo bem Luna, deixe-nos a sós. – Disse para ela quando Krystal parou em minha frente, me encarando de braços cruzados.

- Por que voltou? – Perguntei sem encará-la, ainda colocando minhas coisas na maleta.

- Você me disse para voltar mais tarde, se esqueceu? – Disse ela colocando as mãos na cintura.

- Somente se fosse alguma coisa importante. – Respondi seco.

- Resolvi ir com Sulli para o exterior para estudar moda. – Me informou se aproximando.

- E isso é importante por...? – Perguntei, me virando em sua direção.

Ela estava muito próxima de mim.

- Por que vou passar dois longos anos fora. – Disse sentando em minha mesa e cruzando as pernas, me encarando.

- E isso me importa por que, exatamente? – Perguntei, largando minha maleta e a encarando.

- Por isso... – Disse ela saltando da mesa e me beijando.

- ME LARGA GAROTA! ENLOUQUECEU DE VEZ!!! – Explodi de raiva. Como ela se atrevia a fazer aquilo.

- Enlouqueci sim... Enlouqueci de amor por você... – Disse tentando me beijar de novo, porém segurei seus braços e a afastei de mim.

- JÁ CHEGA! VOCÊ ESTÁ BÊBADA! VAI PRA CASA E SE RECOMPONHA ISSO NÃO SÃO MODOS DE UMA MOÇA DA SOCIEDADE... – Gritei com ela ao perceber seu hálito de álcool.

 - Deixa de besteira, sei bem que você também quer... Sei que você não dorme com ninguém a muito tempo... Deve estar explodindo de tesão por dentro... – Dizia ela se jogando para cima de mim.

- CHEGA KRYSTAL! EU NÃO TE QUERO, DÁ PRA ENTENDER... NUNCA ME SENTI ATRAÍDO POR VOCÊ, MUITO MENOS AGORA QUE JÁ TENHO ALGUÉM... – Despejei sem pensar.

- QUEM!? QUEM É A VADIA QUE QUER TE ROUBAR DE MIM!!! – Gritou nervosa.

- Primeiro eu não sou nada seu, e segundo não é nenhuma vadia. Ele é um cara de respeito. – Disse novamente sem pensar.

- Então quer dizer que você está me rejeitando por um cara? – Perguntou perplexa. - Mas você sempre andou com belas mulheres... QUAL O NOME DO DESGAÇADO? EU O CONHEÇO? – Gritou nervosa me socando.

- A gente não escolhe quem vai amar e deixa de ser criança. – Disse a repreendendo enquanto segurava suas mãos, impedindo suas agreções.

 - QUAL O NOME DELE? – Gritava chorando.

Me compadeci de seu sofrimento e, sem perceber, lhe disse o que queria saber.

- Seu nome é Lee Taemin... Ele trabalha no setor de arquitetura. – Respondi, soltando seus braços.

- Vou acabar com ele... – Disse ela correndo em direção à porta.

- ESPERE!!! – Gritei correndo atrás dela.

Ela correu e entrou no elevador descendo.

- Luna, ligue para a segurança e mande que dois seguranças vão até o 17º andar, diga que uma mulher louca está para cometer alguma loucura. Peça que a interceptem antes que ela faça alguma besteira. – Disse chamando o outro elevador.

- Você vai aonde? – Perguntou Luna ao me ver nervoso.

- Vou atrás dessa louca. – Disse enquanto as portas se fechavam.

Quando cheguei no17º andar, Krystal estava parada em frente a Taemin. Ela me olhou com ódio e depois encarou Taemin, desferindo-lhe um tapa no rosto.

- Mas por que...? – O ouvi perguntar.

- ISSO É POR TENTAR ROUBAR O MEU HOMEM, SEU PUTO DESCARADO!!! – Gritava ela enquanto me aproximava.

- Mas do que está falando... – Perguntou confuso enquanto ela o encarava com sarcasmo.

- Krystal, não... – Sussurrei o pedido, recebendo um olhar de confusão de Taemin.

- ESSE APROVEITADOR AQUI ESTÁ DORMINDO COM O PATRÃO... ELE É O PROTEGIDO DO TÃO DISTINTO CEO... CHOI MINHO... – Gritava pelo setor, apontando para Taemin.

Recebi um olhar de descrença de Taemin, fechando os olhos ao sentir seu olhar de reprovação e raiva.

- VOCÊ ESTÁ LOUCA... EU NÃO TENHO NADA COM ESSE IDIOTA! – Gritou Taemin se defendendo.

- Pare de falar asneiras... Levem-na daqui, agora! – Disse ao seguranças que a pegaram pelo braço.

- ME SOLTEM SEUS TROGLODITAS! ESTAM ME MAXUCANDO!!! – Gritava em protesto, enquanto os seguranças a levavam pelo corredor em direção aos elevadores.

Fiquei de frente para Taemin recebendo seu olhar de interrogação, enquanto os outros funcionários nos encaravam e cochichavam a nosso respeito.

- Vamos... – Disse para ele.

- Eu não vou a lugar nenhum com você, sem que antes me diga o que está acontecendo. – Disse ele nervoso e confuso.

- Esse não é o lugar para que lhe explique qualquer coisa, vamos sair e lá fora eu te conto o que está acontecendo. – Disse olhando para os lados.

Ao perceber que todos nos encaravam com olhares interrogativos e sussurros, Taemin percebeu que não poderíamos ter nossa conversa ali, então me seguiu até os elevadores.

Quando as portas se fecharam, peguei meu celular do bolso e disquei para Luna.

- Luna, mandarei meu motorista mais tarde vir buscar minha maleta, não vou voltar para pegá-la, pois surgiu um assunto mais urgente para ser tratado. A única pessoa autorizada a entrar em minha sala é você... Assim que meu motorista chegar, entregue minha maleta a ele e tranque o meu escritório. Cancele meus compromissos de amanhã de manhã e, pode tirar o dia de amanhã de folga. Não virei ao escritório. – Disse desligando o telefone em seguida.

- Aonde estamos indo? – Me questionou Taemin assim que o elevador se abriu na garagem.

Segui em silêncio até meu carro segurando com força seu braço.

- Me diz pra onde estamos indo? – Perguntou novamente assim que paramos em frente ao meu carro.

- Para minha casa... – Respondi abrindo a porta do carona do meu Lambourguine o lançando para dentro, entrando logo em seguida, ligando meu carro e saindo cantando pneu.

MINHO POV’S OFF