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História Boys don't cry - Como as estrelas


Escrita por: Park-kouhai

Notas do Autor


Estou com vergonha desse título, rs.

AVISO: acrescentei nas tags "violência" e "lemon". Mas não estão relacionados, ok?! Desculpe pra quem não gosta de violência e etc, mas é necessário no decorrer da fanfic e eu decidi incluir :c

Nossa, realmente demorei pra vir atualizar. Acabei de perceber que sou um pouco malvada. HAUSHAUSU

Esse capítulo tá curto ;-; não gosto de escrever em poucas palavras, mas eu precisava cortar o capítulo dessa forma para as coisas se encaixarem. Mesmo assim espero que vocês gostem! ❤

Obs: vou postar um jornal sobre a fanfic, só não sei quando. Porque eu falo demais e... quero detalhar alguns fatos e não cabe tudo aqui, rs. O que vocês acham da ideia?

Ok, vou parar de falar/ escrever. Até as notas finais!

Capítulo 12 - Como as estrelas


Fanfic / Fanfiction Boys don't cry - Como as estrelas

O maior desejo de Taehyung era poder gritar para o mundo que estava apaixonado.

“Jung Hoseok correspondeu meu beijo”, gostaria que todos ouvissem.

Era inegável o fato de que o compasso de seu coração acelerava  ao mínimo pensamento sobre a imagem do outro.

Estava ansioso desde o momento em que havia aberto os olhos para o sol que transpassava as cortinas do quarto. Sem ao menos tomar o café da manhã, vestiu uma roupa e após calçar os tênis saiu de casa em disparada.

Taehyung nunca deixava para depois o que poderia fazer no momento presente. E, naquele momento, queria ver Hoseok novamente, apenas para confirmar que o beijo daquele dia não havia sido um sonho.

Desceu trôpego a rua de sua casa e dobrou algumas esquinas sem se importar com o frio matinal. Correu às cegas, sentindo as poças d’água no asfalto úmido pela chuva da madrugada sob seus tênis.

De uma hora para outra tudo havia mudado. Seus sentimentos valiam a pena. Poderia entregar seu coração, sem medo de tê-lo destroçado.

Ser correspondido era a melhor sensação do mundo.

Não percebeu por quanto tempo moveu suas pernas até o colégio.

Procurou o celular no bolso para verificar as horas e se lembrou que havia esquecido o mesmo em casa.

Decidiu, então, esperar o horário de aulas terminar para que finalmente pudesse ver Hoseok.

 

-

 

{Primeira pessoa}

 

Taehyung estava encostado no portão. Os olhos fechados, os braços cruzados. Ele mantinha um sorriso no rosto e quando abriu os olhos sorriu ainda mais quando me aproximei.

- Jiminie!

- Por que está tão animado? Aconteceu alguma coisa?

Ele mordeu o lábio inferior e pensou se falaria ou não, me deixando ansioso.

- O Hoseok está demorando para sair, não é?

- Ei, não mude de assunto. E o Hoseok não veio hoje.

- Sério? Que estranho. E eu esperei por ele durante toda a manhã... – De repente sua feição parecia desanimada.

- Durante a manhã inteira? Queria falar com ele tanto assim?

- Sim... Na verdade ele não tem respondido minhas mensagens. E isso é estranho já que nos beijamos há alguns dias...

Arregalei os olhos, surpreso pela maneira simples e natural como Taehyung contou sobre o beijo.

Ele deu de ombros e sorriu.

Não perguntei muito mais sobre aquilo, já que apesar de curioso seria constrangedor perguntar sobre a relação do meu melhor amigo com meu outro amigo. Além do mais, não era tão surpreendente assim que os dois estivessem envolvidos.

- Por que não ficou no colégio para estudar com o Jeongguk? – Taehyung perguntou, enquanto voltávamos para casa.

- Ele disse que tinha um compromisso e não poderia ficar para os estudos.

- Entendo. E como andam as coisas entre vocês?

- Nós dois conversamos e... ele disse que corresponde meus sentimentos.

-  Eu disse que era amor, não disse? Jikook é real. – Ele riu, mais uma vez mostrando o sorriso retangular.

 

-

 

Durante toda a manhã não consegui fazer outra coisa senão pensar em Jeongguk. No entanto eu precisava estudar, as provas finais estavam chegando e eu dependia da minha concentração para conseguir ir bem em pelo menos metade das matérias.

Tentei prestar atenção no que o professor dizia, mas suas palavras não eram o suficiente para me livrar da inquietação gerada pelos ponteiros do relógio da classe. Eu queria encontrar Jeongguk, e ao mesmo tempo me sentia receoso por não saber o que diria assim que o visse.

Eu sabia que não conseguiria conversar sobre nada relevante, assim como nos dias anteriores, já que minha mente estava ocupada o suficiente pelas palavras que ele havia dito há alguns dias. Sabia, também, que não conseguiria estudar. Tentar fixar meus olhos em outra coisa além de Jeongguk era um exercício mais difícil do que qualquer outro.

No entanto, descobri que minhas preocupações haviam sido em vão assim que encontrei  Jeongguk e ele me disse que não poderia ficar para estudar comigo após as aulas. Mas eu o veria mais tarde no encontro de hip hop e apenas este fato me deixava ansioso novamente.

Minha avó depositou duas batidas na porta e em seguida entrou no meu quarto.

Segurava em mãos algumas roupas minhas que havia acabado de passar.

Colocou as roupas sobre a escrivaninha e sentou-se ao meu lado.

- Não se preocupe, eu vou conversar com o seu avô hoje à noite sobre a sua saída. Garotos da sua idade precisam se divertir, não é? Só não faça como da outra vez, que ficou fora até tarde, tudo bem?

- Pode deixar. Não quero te deixar preocupada, vó. Me desculpe pelo outro dia.

- Não tem problema. Mas... o que está me preocupando agora é o seu novo comportamento.

- Como assim? – Fitei seu rosto e o sorriso pequeno.

- Você tem chegado em casa sorridente, mas às vezes parece ansioso com alguma coisa. Será que você está... apaixonado?

No segundo seguinte senti minha face ruborizar. Ela estava certa.

Eu não sabia inventar desculpas decentes, mas não estava preparado para contar à minha avó sobre meus sentimentos mais profundos.

- Acho que sim... – Respondi, mesmo que não tivesse dúvidas sobre meus sentimentos, apenas certezas.  Em seguida desviei o olhar, um pouco sem graça.

- E isso está te deixando preocupado?

Eu não queria continuar o assunto, afinal não sabia exatamente o que responder, e me sentia um pouco envergonhado de conversar sobre o assunto com minha avó.

- Tudo bem... Se tiver qualquer dúvida pode conversar comigo sempre que quiser. Eu já fui uma menina, sei do que as adolescentes gostam nos meninos.

- Eu não sou inseguro em relação a isso... – Porque Jeongguk é um menino, vó, um menino!

- Oras, então-

De repente a campainha tocou e nossa conversa foi, finalmente, interrompida.

Assim que corri até a sala e abri a porta dei de cara com um Taehyung emburrado.

 

-

 

Taehyung estava com um bico nos lábios. O corpo estava desleixado e as pernas esticadas no sofá velho.

Havíamos chegado a quase uma hora e ele continuava no mesmo lugar.

O encontro de Hip hop estava animado e ultrapassava o frio da noite, mas até mesmo a música que entrava em nossos ouvidos parecia não surtir efeito nenhum em Taehyung.

Namjoon nos avistou e correu para nos cumprimentar. Ao lado dele estava Jin, e logo chegaram também Yoongi, Ashlee e Jeongguk.

- Vocês vieram! E onde está o Hoseok? – Namjoon perguntou.

- Ele não veio. – Taehyung respondeu cruzando os braços.

Era raro ver Taehyung de mau humor ou incomodado com alguma coisa, ele era sempre o responsável por animar e alegrar o grupo. E todos ali já eram próximos o suficiente para perceber que havia algo de errado com ele.

Assim que meu olhar cruzou com o Jeongguk  senti meu coração acelerar. Ele desviou o olhar logo em seguida e puxou a namorada do irmão para o centro do lugar, onde todos se remexiam ao som da música.

- E aí, vamos nos divertir? – Namjoon perguntou animado.

- Ah, não estou com muita vonta de dançar hoje, Namjoon.

Namjoon revirou os olhos e com a ajuda de Yoongi arrastou Taehyung para junto dos outros que dançavam no momento.

- Não vamos dançar, vou mostrar uma coisa para vocês! E me chame de Rapmonster – Namjoon comentou enquanto puxava o corpo mole do outro.

Eu e Jin seguimos os outros até os muros altos daquele lugar entre as construções abandonadas.

Haviam muitos desenhos e cores.

O sarcasmo escorria dos manifestos inscritos nos muros antes provavelmente descamados. Era uma mistrura de frases, símbolos e gritos. 

Namjoon pegou uma das latinhas no chão e entregou para Taehyung. Em seguida pegou uma para si mesmo e apertou o spray de tinta contra o muro, escrevendo algumas palavras curtas.

- Eu gosto de me expressar pelas palavras. Quando não estou muito animado gosto de deixar sair o que estiver me incomodando. Por que não tenta?

E então Taehyung se aproximou do muro e começou a desenhar.

- É legal – sorriu – posso fazer mais alguns desenhos?

- Claro! – Namjoon sorriu de volta.

 

Em poucos minutos eles estavam se divertindo, rindo dos desenhos um do outro e passando por cima dos desenhos alheios. Jin se aproximou e foi capturado pela brincadeira dos dois, que arrancaram seu casaco e grafitaram até mesmo por cima de sua roupa.

Quando me dei conta Yoongi estava ao meu lado observando também a diversão dos meninos. Jeongguk e Ashlee não estavam por perto e estranhei um pouco sua aproximação. Yoongi me parecia um garoto sério e um pouco bravo, apesar do sorriso quase infantil.

- Eu te vi dançando na semana passada, você parecia estar se divertindo. E você dança bem.

- Obrigado. – Agradeci, um pouco sem graça.

- Jungkook também parecia estar se divertindo mais naquele dia. Vocês são amigos, não é?

Amigos...

Assenti e ele continuou.

- Isso é bom. Meu irmão nunca teve muitos amigos no colégio, e ultimamente ele parece mais animado e feliz. Sabe, confesso que quando ele começou a demorar para voltar para casa eu pensava que ele ficava por aí, andando pelas ruas fazendo sabe-se lá o que. E como irmão mais velho minha obrigação é cuidar para que ele estude bem. Até que eu ouvi seu nome pela primeira vez.

Yoongi virou-se para mim e colocou as mãos em meus ombros.

- “Quem é esse tal de Jimin, que está influenciando meu irmãozinho e prejudicando os estudos dele?” – Ele disse com os olhos estreitos e uma expressão amedrontadora. - Foi o que eu pensei naquele momento. Jungkook não havia me dito que estava te ajudando e só fui descobrir isso mais tarde. – Então ele soltou meus ombros e me senti mais aliviado.

- Na verdade... O Jeongguk me ajudou tanto desde que nos conhecemos... – Eu não estava falando apenas sobre os estudos.

Antes dele eu era apenas um muro vazio, ou melhor, pintado de cinza, daquilo que diziam que eu era quando criança e o que meu avô me fez acreditar. E depois de muito tempo consegui perceber que não sou o meu pai, não sou um erro cometido por minha mãe, não sou o que dizem que sou sem me conhecerem. Sou apenas Park Jimin, e tenho o direito de escrever minha própria história.

- Eu estou satisfeito que o Jungkook possa ter um amigo como você, Jimin.

Jeongguk fez por mim muito mais do que eu poderia ter feito por ele. Ele me mostrou que eu poderia ser livre, criar minha própria dança e me apaixonar pela primeira vez.   

Jeon Jeongguk roubou minhas certezas, descoloriu meus pensamentos e me fez tingi-los de uma nova cor.

- Eu também estou muito feliz com isso, Yoongi. – Estar perto de Jeongguk, mesmo se não pudesse ser mais do que um amigo, já valia muito para mim.

- O que estão fazendo aí parados? – Namjoon questionou.

- Jiminie, isso é muito divertido! O Hoseok também iria adorar e... – O sorriso grande de Taehyung aos poucos foi se tornando pequeno.

Taehyung estava um pouco mais animado, mas não o suficiente para ignorar o repentino afastamento de Hoseok.

- Eu quero tentar! – Yoongi exclamou, se juntando a Taehyung.

Namjoon se aproximou e apoiou a mão em meu ombro.

- Como está nos estudos?

- Acho que estou melhorando. Pelo menos vou conseguir passar de ano... o Jeongguk tem me ajudado bastante. Mas, infelizmente, não tenho uma boa memória, não sei se vou conseguir lembrar o que estudei quando estiver fazendo as provas...

- Entendo. Sabe, estudar não é sobre decorar. Tente entender o que está estudando, apenas desta forma você vai realmente aprender, e é isso o que importa.

- O que importa é passar de ano! – Exclamei e nós rimos.

- É claro que isso é importante. Mas o que quero dizer é que quando os alunos decoram várias e várias matérias e se fixam demais nas teorias até acabam se esquecendo sobre o que se trata tudo aquilo que estão estudando.

- É por isso que eu também melhorei nos estudos. – Jeongguk disse de repente, me fazendo pular de susto.

- Quando você apareceu do meu lado? – Perguntei e ele riu.

- Você também melhorou nos estudos, Jeongguk? Como isso é possível? – Namjoon brincou, voltando ao assunto.

- É exatamente como você disse, eu estava preso demais nas palavras escritas nos livros e... acho que o Jimin me ajudou a ficar menos fixado nas teorias, me permitir pensar melhor sobre o que estou estudando e... sobre a vida também. Eu me sinto menos preso, sabe? – Ele sorriu e me encarou.

Não consegui deixar de sorrir também.

- Aí estão vocês! – A namorada de Yoongi exclamou. – Jeongguk, estão precisando de você para cantar aquela música.

- Qual música? – Namjoon perguntou.

Uma nova batida deu início à uma música agitada e Jeongguk começou a balançar o corpo.

- Ei, eu adoro essa música! – Taehyung veio correndo e começou a cantar.

- Você também gosta? – Jeongguk perguntou animado. Os dois começaram a cantar ao mesmo tempo e levaram as mãos para cima quando estava próximo ao refrão.

- Ei, não vamos ficar excluídos, vamos lá com o resto do pessoal! – Jin propôs.

E então nos infiltramos entre os corpos dançantes e passamos a dançar também, cantado de vez em quando e deixando o refrão para Jeongguk e Taehyung.

Estar com eles daquela forma era a coisa mais divertida que eu já havia experimentado na vida.

 

-

 

Meia hora depois eu já estava cansado, decidindo por descansar um pouco naquele sofá velho. Jin sorriu e se sentou ao meu lado.

- Há algo de errado com o Taehyung? Ele pareceu desanimado hoje...

- Sim, ele não costuma ser assim...

- Eu percebi. Tem algo a ver com o... como é mesmo o nome dele... Hoseok?

Arregalei os olhos, surpreso por Jin ter percebido o motivo do mau humor de Taehyung mesmo sem o conhecer muito bem.

- Ah, desculpe, não quero me intrometer nos assuntos alheios – ele disse um pouco sem graça, com uma das mãos coçando a nuca.

- Está tudo bem, só fiquei um pouco surpreso. Você é um bom observador.

- Na verdade eu costumo notar, mesmo sem querer,a proximidade entre as pessoas. Como por exemplo você e Jeongguk.

- O-o que tem nós dois?

- É ele, não é? A pessoa pela qual está apaixonado.

- C-como você sabe? – Senti minhas bochechas queimando. Jin gargalhou e uni as sobrancelhas.

- Desculpe, é que você fica fofo fazendo essa expressão tímida.

- Eu... eu sou mesmo tímido. Nem sei como consegui me aproximar do Jeongguk até que ele descobrisse meus sentimentos.

- Como uma pessoa observadora, como você mesmo disse, o que tenho a dizer é que vocês dois vão se dar bem juntos. Quer dizer... Eu até mesmo pensei que você estivesse apaixonado por uma garota quando te conheci naquele dia... Me desculpe por isso.

- Tudo bem, acho que é comum supor esse tipo de coisa...

- De qualquer forma, é perceptível o quanto você e Jeongguk se gostam. Tenho certeza que ele corresponde seus sentimentos.

Jin me tranquilizava com suas palavras. Ele era um garoto simpático e parecia ser mais maduro do que qualquer um de nós ali. Suas palavras não eram exatamente conselhos, mas a calma com que ele falava e seu sorriso simpático de alguma forma me faziam sentir menos ansioso.

Jeongguk apareceu em meu campo de visão e se aproximou a passos lentos.

- Estão fugindo de nós? Todos estão procurando vocês dois.

- Eu já estou indo! – Jin disse e, antes de se afastar, depositou um tapinha nas minhas costas. – Vai dar tudo certo entre vocês, não se preocupe – ele murmurou baixinho.

- Obrigado, Jin. – Murmurei de volta.

Me levantei e esperei Jeongguk se aproximar mais.

- Então... – ele começou, parecendo um pouco sem graça. – Tem algo que quero te mostrar.

- O que é?

- Você vai saber quando for a hora – ele disse e sorriu. – Apenas me siga.

E então ele começou a caminhar para dentro da mesma construção abandonada, onde eu o havia beijado pela primeira vez. Subiu os degraus empoeirados e eu o segui. Todos os andares daquele lugar eram iguais: inacabados, velhos, com paredes incompletas e sem portas.

Chegamos no último andar daquela construção, onde julguei ser o quinto ou sexto andar. Jeongguk deu passos curtos até o vão que daria lugar à uma janela e apoiou os braços no local.

- Este lugar é velho e abandonado. Além disso, não estamos em um andar tão alto, mas... mesmo assim podemos ver daqui algo que não veríamos em qualquer outro lugar.

Dei alguns passos à frente e me inclinei ao lado dele. Segui seu olhar direcionado ao horizonte e descobri sobre o que ele falava.

Era um mar de luz. As cores em pequenos pontinhos misturavam-se ao céu estrelado, formando algo parecido com uma constelação que se estendia até a terra, onde pudéssemos tocar as estrelas com as mãos.

O brilho refletia-se no olhar de Jeongguk. Seus lábios estavam abertos no sorriso mais bonito do mundo. Naquela velha construção, observando o horizonte iluminado pela luz dos prédios altos, aquele poderia se tornar um dos meus momentos preferidos ao lado dele.

- A vista daqui é muito bonita.

- Sim, por isso disse que queria te mostrar.

Ficamos alguns minutos em silêncio, aproveitando o momento. De repente Jeongguk voltou-se para mim e sorriu.

- Vamos dançar?

A música era abafada pelas paredes descascadas da velha construção, mas não deixava de ecoar audivelmente por todo o ambiente em que estávamos.

As batidas compassadas entraram em ritmo com os movimentos mínimos dos braços de Jeongguk e ele abriu ainda mais o sorriso.

Eu estaria mentindo caso dissesse que o físico dele não me chamava a atenção. Desde o acontecimento na piscina do colégio a imagem de Jeongguk não saía da minha mente.

Ele estava diante de mim, e pensar nele desta forma fez com que meu rosto corasse. Era inevitável sentir curiosidade sobre cada nuance de seu corpo marcado pela calça jeans justa, mostrando a região das coxas bem marcada e a camiseta de gola V deixando um pouco da região do peito à mostra.

Jeongguk parecia muito mais alegre e completo quando se tratava de música, e pude finalmente entender sua escolha de ser um cantor no futuro e todo o seu esforço para entrar em uma grande universidade.

- O que está esperando? - Ele me encarava, desafiador.

Como na primeira vez em que havia dançado ao som do hip hop, iniciei meus movimentos com as mãos, girei o corpo algumas vezes e de vez em quando trocava os pés de lugar. Aos poucos a timidez habitual ia dando lugar ao prazer de dançar livremente.

A música facilmente conseguia entrar em meus ouvidos. Ela poderia me levar para onde quisesse, me guiando através do consciente, alcançando o inconsciente, atingindo a loucura que somente meu corpo poderia demonstrar.

Começamos a pular em meio a dança, em me sentia ainda mais vivo movendo os músculos do corpo desta forma. Jeongguk começou a rir quando nos esbarramos acidentalmente e fui contagiado por sua risada, rindo também.

Ainda dançávamos e em certo momento remexi meu quadril em um movimento de trás para a frente, impulsionando a região pélvica, e Jeongguk ficou estagnado.

Parei de dançar também e ele engoliu em seco.

- O que foi?

- Eu queria poder dançar como você. Você pode ser considerado um prodígio, já que diz ser um iniciante. Como consegue dançar desta forma? – Ele perguntou com as mãos na cintura.

- De que forma? Eu... apenas me movimento conforme o som, como se ele estivesse dentro de mim, me guiando.

- Talvez seja o mesmo que eu sinto quando estou cantando. É como se não existissem regras ou técnicas quando há sentimento e sensações boas envolvidas no que estamos fazendo, não é?

- É verdade.

- Então eu vou te fazer um pedido.

Continuei o fitando através da pouca luz que adentrava o ambiente, curioso para saber do que se tratava o tal pedido.

- Eu te ajudei nos estudos, então... quero que você me ensine a dançar.

- Eu, te ensinar? Mas... Não sei exatamente como fazer isso... Como eu poderia te ajudar, exatamente?

- Me mostrando como se faz, oras.

- Eu não sou um especialista nisso, como você sabe descobri a pouco tempo o meu interesse pela dança. – Contestei.

- Então me mostre seu interesse. Talvez eu consiga sentir um pouco do que você sente quando dança e aprenda a dançar tão bem quanto você.

Uma nova música foi iniciada e podíamos ouvir a batida hipnotizante vinda do lado de fora.

Jeongguk me encarou fixamente, esperando que eu começasse a dançar. Apesar de me sentir envergonhado com seu olhar sobre mim, voltei a realizar meus movimentos.

Com os pés afastados, voltei a fazer o movimento com o quadril para frente e para trás. O calor começava a inundar minha pele e minha testa suava.

Jeongguk continuava me olhando intensamente, e parecia haver algo de diferente em seu olhar. Algo que não se assemelhava com o Jeongguk que eu estava acostumado.

Ele se aproximou um pouco mais e observou meus pés, minhas pernas, deslizou os olhos pela região das coxas até finalmente chegar ao quadril.

Afastou os pés minimamente e tentou imitar meus movimentos. Aos poucos conseguiu segui-los perfeitamente, e eu poderia até mesmo desconfiar que ele dançava melhor do que eu.

Jeongguk passou, então, a sincronizar o tronco, ombros e mãos com o trabalho realizado na pela região inferior do corpo.

Meu maior desejo naquele momento com toda a certeza do mundo era abandonar qualquer coisa que estivesse fazendo apenas para observar Jeongguk e o balançar de seu corpo.

Mas continuei a dança. Eu não queria que Jeongguk desviasse o olhar que ainda mantinha sobre mim.

Com uma das mãos segurei minimamente o cós da calça, enquanto dançava, e com a outra joguei os fios de cabelo insistentes para trás, no intuito de afastá-los da testa suada.

Jeongguk imitou meu movimento e sorriu.

Eu queria me aproximar mais dele, sentir sua presença, por isso não me importei em dar uma desculpa qualquer para colocar minhas mãos em sua cintura e puxá-lo para perto, de forma audaciosa.

Eu poderia culpar a música por minha atitude repentina, e a forma como eu me tornava um louco ao ouví-la ao mesmo tempo em que via Jeongguk dançar.

- Você precisa erguer o quadril e impulsioná-lo para a frente, desta forma. – Eu disse, demonstrando através de toques que Jeongguk inesperadamente não afastou.

Ele partiu os lábios e manteve a boca aberta, o corpo repentinamente mole sob meus dedos que insistiam em puxa-lo cada vez mais para perto.

- Eu não estou dançando bem?

De forma quase inconsciente direcionei meu olhar para seus lábios. Ele umedeceu o local com a língua, levando minha insanidade para algum lugar onde eu não poderia mais alcançá-la, e sequer me lembrei de respondê-lo.

Desta vez Jeongguk parecia não se importar em intensificar o contato. Repousou as mãos em meus ombros e inclinou o corpo para ficar da minha altura.

Aproximei meu rosto do dele aos poucos, esperando sua aprovação que veio em seguida quando nossos lábios se encontraram.

Beijar Jeongguk era sempre ainda melhor do que o esperado.

Não havia seios impedindo que aprofundássemos o contato, chocando nossos corpos; não havia curvas definidas em sua cintura e a delicadeza em seus gestos.

Ele apertou meus braços, me puxou pelo casaco e não me deu tempo para retomar o fôlego.

Seu cabelo curto permitiu que minha mão se embrenhasse pelos fios da nuca, enquanto a outra mão se encarregava de puxar seu rosto firmemente para perto do meu.

Meu coração pulsava e dançava, como se dentro de mim uma nova música surgisse, com um ritmo próprio, como minha identidade.

 

 

 “Como uma estrela pelo meu céu,

Você apareceu na minha vida,

A partir desta noite eu sei que você é o único

Eu estava confuso, no escuro,

mas agora eu entendo.”

 

 


Notas Finais


Música: Like a star - Corinne Bailey Rae

Vocês entenderam essa última frase do Jimin? É basicamente o plot da fanfic, no caso dele. Mas eu pretendo detalhar isso no jornal ou próximas notas iniciais se tiver ficado confuso...

LINKS:

Videozinho (yaoi) que me inspirou na parte da dança: http://tinyurl.com/h4zn9sg

Carinha do Jeon quando viu o Jimin dançando HAUSHAS: https://pbs.twimg.com/media/Cl3rMgDUgAAa88R.jpg


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