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História Boys don't cry - Amizade


Escrita por: Park-kouhai

Notas do Autor


Oláaaaaa

Até a metade desse capítulo eu estava rindo das minhas ideias meio loucas, mas depois, em um trechinho do capítulo, me lembrei daquela surpresa que fizeram num aniversário do Hobi e fiquei sentimental...

Se eu tinha coisas pra falar e esqueci? Claro, com certeza!

Então... até as notas finais... (e só pra avisar, não revisei o capítulo, talvez tenha erros ahsuahsu)

Capítulo 16 - Amizade


Fanfic / Fanfiction Boys don't cry - Amizade

Taehyung encostou-se no vidro da janela, fechando os olhos por um momento. Todo o restante do corpo era sustentado por seu ombro inclinado para o lado direito. Ele remexeu-se e eu sabia que estava inquieto. Taehyung nunca foi o tipo de pessoa que espera sentado por algo. Muito menos quando parece não haver solução para este algo.

Os fios de cabelo espalhavam-se pela superfície plana e sua respiração acelerada chocava-se contra o vidro, o deixando embaçado. Ele abriu os olhos e encarou o lado de fora. Seus olhos miravam o topo do céu, além do horizonte, talvez em busca de uma resposta para seus conflitos.

Depois de longos minutos voltou-se para mim. Me olhou, mas seus olhos não diziam nada. Estavam tão perdidos quanto sua mente.

Tratei de me distrair com um objeto qualquer na paisagem do lado de fora da janela ao meu lado, percebendo que havia passado muito tempo encarando Taehyung. Estava preocupado com o meu amigo, mas não conseguia enxergar nenhuma possibilidade de ajudá-lo.

Suspirei audivelmente e Jeongguk, que estava entre eu e Taehyung, notou. Entrelaçou nossos dedos e depositou um carinho nas costas da minha mão com o polegar.

- Estamos chegando – Jin avisou, quebrando o silêncio perturbador que havia se instalado sobre todos nós.

Alguns dias após o incidente de Hoseok haviam se passado, mas uma certa tensão havia permanecido sobre todos nós.

A estrada à frente corria de forma veloz, e as largas e coloridas plantações logo podiam ser vistas por meus olhos curiosos.

A caminhonete entrou por uma estrada de terra que parecia estar escondida entre todo aquele mato. Chacoalhou algumas vezes ao passar por buracos e pedras, e ao chegar até a frente de uma chácara Jin estacionou.

A casa possuía paredes amareladas e descascadas. Dois cães descansavam no chão da varanda e a rede pendurada ocupava alguém ali deitado.

Saímos do carro e caminhamos pelo chão de terra. Parei ao lado de uma das árvores do imenso jardim. Os cachorros correram em nossa direção, com suas línguas salivantes penduradas para fora e seus rabos balançando freneticamente.

- Meu filho, já chegou? – O senhor deitado na rede exclamou, levantando-se e abraçando Jin apertado. - Venha, sua mãe fez um lanche para você e já separei os caixotes das flores. Trouxe amigos?

Nos analisou e nos aproximamos para cumprimentá-lo. Em seguida entramos na casa e logo sentimos o cheirinho de bolo. A decoração da sala era aconchegante, com vários quadros da família e tapetes de crochê. O lanche estava depositado sobre uma mesinha de centro e logo a mãe de Jin nos convidou para experimentar o bolo e o suco de frutas.

Taehyung não falou muito durante a hora que passamos com a família de Jin, abrindo a boca apenas para comer mais um pouco e responder com um “sim” ou “não”.

Jeongguk conversou animadamente com o pai de Jin sobre a plantação em toda a área extensa do sítio e os tipos de flores que plantavam e vendiam na floricultura. Jeongguk teria prova de botânica no colégio e estava interessado no assunto.

Depois que ajudamos Jin a colocar todos os caixotes de flores, sacos de terra e utensílios de jardinagem na caminhonete, voltamos para a cidade. Ele havia pedido nossa ajuda pois desta vez realmente haviam muitos materiais para carregar até o veículo.

Na metade do caminho Jin resolveu cortar o silêncio ligando o aparelho de som, tocando uma música calma. O celular tocou e ele olhou de soslaio para o nome brilhando na tela.

- É o Namjoon. Será que os meninos já chegaram? – Murmurou.

- Os meninos? – Jeongguk repetiu, unindo as sobrancelhas em curiosidade.

 - É-é... quero dizer os clientes... os clientes que avisaram que iriam até a loja hoje. É verdade, ainda não comentei com vocês... o Namjoon está trabalhando na floricultura agora. Está sendo de grande ajuda. – Disse, aumentando o tom de voz e gaguejando um pouco. Jin parecia estar escondendo algo de nós.

Assim que estacionou a caminhonete em frente a loja, Jin disse que poderíamos ajudar a descarregar o material depois. Nos convidou para entrar e conhecer o segundo andar da floricultura, onde ele vivia. Quando entramos o som do sininho da porta preencheu o ambiente vazio. Namjoon não estava ali. Seguimos Jin até os fundos e subimos para o segundo andar por uma escadinha estreita em espiral.

Logo estávamos em uma pequena sala e no centro estavam Namjoon, Yoongi e Hoseok. A cena que se desenrolava à nossa frente era a de um Hoseok furioso agarrando a camiseta de Yoongi pela gola. Os olhos furiosos encaravam os do outro de perto, e se não fosse por Namjoon que tentou apartar a briga eu poderia jurar que haveriam socos ali.

- Eu não acredito que teve coragem de fazer isso, Yoongi! – Hoseok gritou, sendo puxado por Namjoon enquanto Jin corria e se intrometia entre ele e Yoongi.

- Eu já pedi desculpas a ele, ‘tá legal? – Yoongi contra-atacou.

- E você acha que um pedido de desculpas basta? Hm? Você agrediu uma pessoa por causa do seu preconceito estúpido!

- Ei, Hoseok, se acalme. – Jeongguk pediu, aproximando-se dos garotos para tentar controlar a situação. – Eu e Yoongi já conversamos, eu vou te explicar exatamente o que aconteceu, tudo bem?

- Como pode estar tudo bem, Jeongguk? Você e Jimin realmente se gostam, ninguém tem o direito de se intrometer na relação dos dois. 

Por um instante os olhos de Hoseok se encontraram com os de Taehyung e este correu para fora daquela sala, descendo as escadas com pressa. Corri atrás dele até a frente da floricultura e agarrei seu pulso. Ele voltou-se na minha direção e vi que uma lágrima escapava e deslizava pelo rosto.Em seguida, impulsivamente rodeou os braços em meu corpo, me abraçando com força.

- Vai ficar tudo bem. – Sussurrei, enquanto retribuía o abraço. Apesar de ter me contado tudo em poucas palavras, eu sabia que ele estava sofrendo. Sofrendo pelo Hoseok, por amor. Eu realmente desejava que tudo ficasse bem, mas sabia que antes de tudo Hoseok precisava ficar bem também.

- Ele terminou comigo, Jimin.

- Tenha um pouco de paciência. Eu acho que... o Hoseok está passando por um momento difícil, mas as coisas vão melhorar. Ele precisa ficar bem para que tudo fique bem entre vocês, não é? Talvez ele esteja querendo encontrar a si mesmo, entender a própria vida antes de te deixar fazer parte dela.

- Mas eu já sou parte da vida dele, Jiminie. – Taehyung contestou, fungando baixinho. – Eu não sei se vou aguentar... Você acha que um dia ele vai permitir que eu volte a estar ao lado dele?

- Sim, Tae... Nós dois sabemos que ele também te ama, certo? Eu acho que ele só... precisa de um tempo.

Taehyung se afastou minimamente e passou as mãos no rosto para secar os vestígios das lágrimas. Sorriu fraco e suspirou.

- Eu te amo, Jiminie. Você me dá forças.

Corei ao ouvir as palavras do meu melhor amigo, mesmo que já as tivesse ouvido em outros momentos ao longo da nossa amizade. Sorri abertamente, feliz por poder ajudá-lo de alguma forma.

- Agora, eu... vou embora. Não vou conseguir ficar aqui e... bem, você sabe.

- Tudo bem, Tae.

Ele acenou e caminhou para longe. Assim que ele desapareceu da minha visão, voltei para dentro da floricultura e subi as escadas em direção à sala da casa de Jin. Este estava em pé, ao lado de Hoseok, e Namjoon, Jeongguk e Yoongi estavam no sofá.

Não havia mais briga e todos pareciam mais tranquilos. Me senti estranho quando Yoongi me fitou, ainda não sabia como deveria agir diante dele. Ainda estava sentindo raiva desde que soube as coisas terríveis que ele fez ao Jeongguk, mas agora... observando os dois lado a lado... ele parecia realmente arrependido.

Fui surpreendido quando ele levantou do sofá e se aproximou um pouco de mim. Estralou os dedos, demonstrando um certo nervosismo, e em seguida voltou a me fitar. Hoseok o seguiu com o olhar atento.

- Não se preocupe, Jimin. Eu não vou me colocar entre você e Jeongguk. Eu... só quero a felicidade do meu irmão.

Meus olhos se arregalaram e senti o alívio me atingir. Não esperava que Yoongi dissesse isso na frente de todos e naquele momento. Todos sorriram e Jin deu alguns tapinhas nas costas de Yoongi, como se estivesse comemorando pelo outro ter conseguido dizer tais palavras.

Não consegui responder nada de imediato. Logo Jin chamou a atenção de todos nós enquanto se dirigia ao balcão da cozinha americana.

- Hoje vou cozinhar para vocês, para comemorar nossa amizade.

Ficamos empolgados e decidimos ajudar, sendo incumbidos com tarefas como cortar os legumes e os pedaços de carne.

Namjoon foi para o andar de baixo para tomar conta da loja e mais tarde expliquei para Jin que Taehyung precisou ir embora. Ele logo entendeu o motivo, mas lamentou.

- É uma pena... Eu reuni todos aqui, hoje, de propósito.

- Ah, eu sabia que você estava planejando alguma coisa! – Exclamei e ele riu.

- Sabe, vocês são importantes para mim. Eu quero que todos fiquem bem, então não poderia deixar que se afastassem e não resolvessem os problemas entre si.

Ouvíamos atentamente o que Jin dizia e fomos surpreendidos pela presença de Namjoon.

- Ei, eu ouvi essas palavras sentimentais! – Ele disse, nos fazendo rir. – Mas... eu penso o mesmo. E aí, o almoço está pronto? Eu até mesmo já fechei a loja para o horário de almoço!

- Está quase pronto, senhor Namjoon. Depois que experimentou minha comida pela primeira vez nunca mais conseguiu esquecê-la, não é?

Namjoon acenou afirmativamente e sorriu.

- Com certeza!

- Vocês podem ir arrumando a mesa, vou terminar tudo por aqui e logo o almoço estará pronto.

Distribuímos os pratos, copos e talheres e nos sentamos. Jeongguk sentou-se ao meu lado e colocou uma das mãos sobre minha coxa, em uma leve provocação. Contive o sorriso e logo minha atenção foi tomada pelo aroma delicioso da refeição que Jin trazia em uma panela grande.

Quando dei a primeira garfada no prato típico coreano, descobri que Jin poderia cozinhar melhor que minha avó. Quando revelei este pensamento ele riu e agradeceu.

- Que bom que gostaram da comida. O segredo é cozinhar com carinho. Hoje todos vocês me ajudaram... Percebem que quando estamos juntos tudo fica melhor?

- Mais uma vez está dizendo palavras sentimentais, Seokjin. Mas não deixam de ser verdadeiras... – Namjoon disse, arrancando um riso baixo do outro.

-Seokjin? Sempre pensei que o seu nome fosse Jin. Por que eu sempre sou o único a saber das coisas por último? – Jeongguk comentou, desta vez arrancando o riso de todos nós.

- Jin é meu apelido, todos me chamam assim, então já estou acostumado. Mas não é algo bem bolado como Rapmonster ou Suga.

- Bem, meu apelido também não é muito incomum. Aliás, apenas Suga e Ashlee me chamam de Jungkook.

- Então apenas Hoseok, Taehyung e Jimin não tem um apelido ainda.

Hoseok desviou os olhos para o prato ao ouvir o nome de Taehyung, mas tentou disfarçar sorrindo minimamente.

- Bem, eu já dei um apelido para o Hoseok, J-Hoseok. – Namjoon comentou.

- Mas ainda é um pouco comum, eu acho que...

- Precisa ser algo que o represente. – Yoongi completou.

- Que tal Hope? Eu acredito que você vai conseguir superar seu problemas, Hoseok. Nós todos estaremos ao seu lado ao longo desse caminho, não é? Eu acredito em você, J-hope, e acredito que vai conseguir encontrar esperança.

Eu sentia as palavras de Jin me atingirem e formarem um nó em minha garganta. O fato de que nossa amizade era forte e inatingível finalmente recaía sobre mim.

- Nós acreditamos. – Namjoon completou. – A música, a dança, o rap e todos nós seremos sua esperança quando você não estiver conseguindo alcançá-la. Afinal, nós somos como garotos à prova de balas. Não importa o que virá no futuro, estaremos sempre unidos e prontos para enfrentar o mundo.

Olhei para Hoseok e ele já derramava as lágrimas e tentava enxugá-las com as mangas da blusa.

- O-obrigado... Todos vocês... – Murmurou entre os soluços.

Yoongi deixou que algumas lágrimas escorressem também e escondeu o rosto com as mãos em seguida.

- Droga, hoje estamos todos sentimentais. – Comentou, com a voz abafada pelas mãos.

Namjoon afagava os ombros de Hoseok enquanto Jin levantava para recolher os pratos.

- Eu estou feliz por ter conhecido e construído uma amizade com todos vocês. – Jeongguk comentou. – Aliás, ainda falta o apelido do Taehyung e o do Jimin. 

- Acho que eu não preciso de um apelido... não me importo que continuem me chamando pelo nome. – Eu disse, um pouco sem graça. - E o Taehyung... pensando bem, de alguma forma ele foi o responsável por nos unir. Ele insistiu para que eu procurasse pelo Namjoon e no mesmo dia acabamos sendo levados ao encontro de Hip hop. E foi lá onde todos nós nos aproximamos cada vez mais.

- É verdade. – Namjoon afirmou. – E eu não consegui formular nada agora, mas não pense que vai escapar disso, Jimin. Um dia você terá um apelido também!

- Bem, se acabamos de dizer que juntos conseguimos vencer qualquer obstáculo e o Taehyung foi, de alguma forma, o responsável por nos unir... – Jeongguk se pronunciou.

- Vencer... alcançarmos a vitória... Está aí, vamos chamá-lo de V! – Jin completou. - Eu acredito, também, que seu jeito de ser demonstra que ele seria capaz de tudo pelos amigos.

Desta vez soltei uma risada alta, aquilo fazia sentido afinal? De qualquer forma, o que importava, de fato, eram os sentidos de tudo o que estávamos dizendo e o que os apelidos significariam para nós.

- Ei, Jimin, V é um ótimo apelido. – Jin argumentou, fingindo estar irritado.

Após os risos, os sorrisos e as lágrimas, recolhemos todos os pratos, talheres e copos e levamos até a pia. Eu e Jeongguk nos oferecemos para lavar a louça e os outros meninos continuaram conversando, sentados no sofá.

Tudo estava entrando nos eixos novamente - exceto pela relação entre Taehyung e Hoseok. Enquanto Namjoon e Yoongi conversavam animadamente sobre música, ouvi Jin dizer para Hoseok algo sobre remédios e terapia, que estes poderiam ajudá-lo a superar as dores e confusões dentro de si.

Enquanto ensaboava os pratos senti as mãos de Jeongguk envolvendo minha cintura e me afastei a contragosto.

- É melhor não. – Eu disse, me referindo ao toque. Estávamos na cozinha, nas vistas de todos.

Jeongguk assentiu e recolheu as mãos para perto do corpo.

- Tem razão. Nós não precisamos ter pressa, não é? Aos poucos o Yoongi vai acabar se acostumando com o nosso namoro.

- Namoro? – Repeti, sentindo subitamente uma vontade enorme de gargalhar para demonstrar minha felicidade. Nunca havia parado para pensar sobre o título de “namorado do Jeongguk”. Ser seu namorado significava que estávamos, de alguma forma, oficializando nosso relacionamente e, portanto, estaríamos sempre juntos. - Você pode repetir? Eu não ouvi direito. – Provoquei.

 Jeongguk me deu um empurrão leve e murmurou um xingamento. Estava corado e tentou disfarçar enquanto voltava a enxugar os pratos, contendo o sorriso.

Quando terminamos nossa tarefa, nos juntamos aos garotos. Namjoon dizia algo sobre os pais e sua vida antes de decidir morar sozinho.

- Sabe, meu pai me dizia que eu queria transformar o mundo. Que a minha vontade era de tirar os pingos dos “is” e transformá-los em quadrados. E isso frustrava os meus pais, já que minhas notas no colégio poderiam me render um futuro como um grande empresário ou engenheiro.

- É tão difícil lidar com as expectativas dos pais... A minha sorte é que quero seguir justo aquilo que meus pais também desejam para mim, a área musical. – Jeongguk comentou.

- Seria tão mais fácil se não tivéssemos que dar satisfações para mais ninguém... E se pudéssemos viver longe dos pais... – Hoseok murmurou.

- Mas nós podemos – Namjoon prosseguiu. – Assim que eu saí do colégio me mudei para a casa onde vivo hoje. Um pouco antes da minha formatura, eu e meu pai tivemos uma briga feia. Ele estava, mais uma vez, me questionando sobre meu futuro profissional. E então eu disse algo como “eu não quero ser o pau mandado da nação”. Eu realmente não queria trabalhar no que a sociedade e o governo capitalista desejam, afinal não sou uma máquina de dinheiro para o país.

Todos ouvíamos atentamente o que Namjoon dizia.

- Mas eu me arrependi logo em seguida, quando disse aquilo. Não era culpa do meu pai, sabe... Eu apenas estava farto. Mas ele me disse que se eu queria mudar o mundo, deveria, antes de tudo, mudar a minha vida. E foi o que fiz. Decidi que não dependeria do dinheiro dos meus pais para nada. E foi assim que comecei a trabalhar no posto de gasolina.

- Uau – Yoongi exclamou – você nunca tinha me dito nada sobre sua vida antes de se tornar o Rapmonster.

Namjoon riu e continuou o que dizia, desta vez direcionando-se a Hoseok.

- Bem, talvez eu seja um pouco radical. Às vezes eu lembro do conforto da casa em que vivia antes e constantemente tenho saudade dos meus pais. Não é como se não visitasse eles, mas... é diferente. De qualquer forma, apenas quis mostrar que é possível, sim, sair de casa e se afastar dos pais. Se afastar das situações difíceis que enfrentamos dentro de casa.

Hoseok sorriu um pouco, talvez pensando na possibilidade. Afinal, o ano estava prestes a acabar e nos fomaríamos no colégio. 

O tempo passou enquanto conversávamos sobre nossas vidas, o colégio, o futuro. Quando percebemos que já estava anoitecendo, agradecemos Jin pelo almoço e por ter nos reunido. Nos despedimos e fomos embora.

Assim que cheguei em casa, tomei um banho e me deitei cedo. Antes de dormir, fiquei pensando sobre tudo o que os meninos disseram durante a tarde que passamos juntos. Quando menos esperava, peguei no sono e dormi.

 

-

 

- Ei, não está prestando atenção nas aulas? – Hoseok disse perto do meu ouvido, depois de dar um tapa na minha cabeça. Quando recebi o tapa estava com o rosto apoiado nos braços e olhos fechados, enquanto o professor da próxima aula ainda não havia chegado.

O encarei com o semblante irritado e ele riu.

- É você quem costuma dormir nas aulas, não eu.

- Eu não estou mais fazendo isso, Park Jimin. Não percebeu que eu consegui assistir todas as aulas durante essa semana?

Depois de ouvir ele falar... realmente, Hoseok não havia dormido em nenhuma aula, o que significava que ele não estava com insônia durante a noite.

Hoseok havia se mudado para uma carteira ao lado da minha há duas semanas. Começou a rabiscar no meu caderno, fazendo desenhos sobre mim ou escrevendo palavras aleatórias por cima das minhas anotações apenas para me irritar. Era assim que ele passava o tempo no colégio, tentado se distrair.

Desde nossa conversa no hospital, ele não havia trocado nenhuma palavras sobre suas questões pessoais. Respeitei o silêncio dele e me contentei nos sinais de melhora que ele apresentava, como o fato de conseguir dormir durante a noite. Talvez isto estivesse diretamente ligado ao fato de estar longe do pai, já que ele estava passando alguns dias na casa de uma tia com a mãe.

O professor chegou na sala e todos retornaram para suas carteiras. Prosseguimos os estudos e assim que o sinal inficando o fim das aulas tocou, suspirei aliviado. Estiquei meu corpo inteiro e me dirigi à sala de estudos, onde Jeongguk já estava esperando. Quando ele não apareceu no colégio durante a semana anterior, pude perceber que sentiria falta desta mesma sala e dos estudos com Jeongguk assim que eu me formasse no colégio.

- Você veio rápido – ele disse, puxando a carteira ao lado para perto da dele.

Sorri e deixei minha mochila em um canto qualquer. Em seguida fui até a carteira e coloquei a apostila de química sobre ela. Eu já não sabia se precisava mesmo continuar os estudos após as aulas. Eu já não considerava isso como punição, e mesmo que não tivesse mais a obrigação de realizar esses estudos, eu continuaria estudando, pois sabia que minhas notas iriam melhorar muito.

Meu desempenho havia melhorado, segundo alguns professores, desde que eu havia começado estes estudos com Jeongguk.

Ele abriu meu livro e começou a folhear as páginas, dando uma olhada nos exercícios. Ele não estava usando a gravata e seu cabelo não estava tão arrumado como costumava estar quando o conheci. Os primeiros botões da camisa estavam abertos e a pequena região da pele exposta me chamou a atenção. Ele também não estava usando a camisa por dentro da calça. Assim que foquei meus olhos nas coxas não resisti e levei uma das minhas mãos até o local.

Ele soltou um gemido baixo assim que apertei a região vestida por uma a calça justa e suspirou.

- O que está fazendo? – Perguntou sério.

- Nada de mais.

Continuei afagando lentamente, e isso obviamente não seria algo que eu faria a tempos atrás. Nossa relação aos poucos estava mudando e tornando-se cada vez mais intensa.

- Pare com isso, vamos nos concentrar nos estudos. – Ele murmurou, afastando minha mão.

- Mas nós acabamos de sair da sala de aula. Eu estou cansado de tanto estudar. Nós merecemos relaxar um pouco, não acha?

Apoiei uma das mãos atrás de sua nuca e comecei a massagear o local, mas fiquei um pouco confuso assim que ele se colocou de pé.

- Tudo bem. – Ele disse. Fechou a apostila colocou-se atrás de mim. Começou a massagear meus ombros, apertando levemente o local e em seguida deslizando suas mãos pelos meus braços e voltando para o mesmo lugar.

Fechei os olhos para apreciar o contado, sentindo o corpo relaxar aos poucos. Estremeci quando senti a respiração dele no meu pescoço e abri os olhos novamente.

- Eu sou bom nisso?

Estremeci mais uma vez ao ouvir as palavras sussuradas perto do meu ouvido.

De repente, Hoseok escancarou a porta da sala de aula e seu semblante, antes sério, logo se transformou em um sorriso enorme e malicioso.

- Que pouca vergonha! – Ele exclamou.

Revirei meus olhos e Jeongguk se afastou.

- Ei, não é como se estivéssemos transando, não somos apressados como você e o Taehyung. – Minhas palavras eram apenas uma provocação em forma de brincadeira, mas logo me arrependi ao lembrar do término entre os dois. Hoseok disfarçou o desconforto, como costumava fazer, e continuou sorrindo. Mas em seguida desfez o sorriso e arregalou os olhos.

- Como você sabe? O Taehyung te contou?

- M-me contou sobre o que? S-será que... vocês... – Eu disse enquanto gaguejava, completamente envergonhado.

- E-então, vamos estudar? – Jeongguk logo chamou a atenção e quando o fitei percebi que estava corado. Me sentia envergonhado também, afinal não queria saber o que meu amigo e Hoseok haviam feito ou deixado de fazer entre quatro paredes.

Hoseok deu de ombros e se aproximou. Colocou uma carteira perto da nossa e buscou o material na mochila.

- O Hoseok vai se juntar a nós nos estudos, assim ele também pode te ajudar nas matérias que você tem mais dificuldade e a gente ajuda ele também.

- Certo... – Murmurei, um pouco desanimado. Gostava de estar a sós com o Jeongguk.

Logo fui tomado pelas preocupações sobre o colégio e as provas que ocorreriam na semana seguinte.

Tentei ao máximo me concentrar nos estudos e com a ajuda de Jeongguk e Hoseok estava me sentindo mais seguro e confiante.

 

 

“Mesmo se não tiver mais ninguém

Ele disse: você tem que se amar

 

Se você me tiver e eu te tiver

Você sabe que nós temos muito para continuar

Serei seu amigo

Seu outro irmão

Outro amor para vir e confortar você”


Notas Finais


Esse Jikook é muito fofo, não é? <3

AAAAAAAAH adoro as fotos do Jeon fazendo massagem no Jimin!

Não estava muito inspirada, então o capítulo foi curto... Mas já estou escrevendo o próximo! :D

Música: Song For A Friend - Jason Mraz

https://ask.fm/Parkkouhai


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