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História Boys don't cry - Sonho


Escrita por: Park-kouhai

Notas do Autor


Oláaaaaaa

Sim, estou um pouco atrasada, mas preparei uma surpresinha e... O capítulo vai ter 6 mil palavras! Tcharam! (espero que vocês gostem de capítulos grandes, né HAUSHAUS). Eu não fiquei satisfeita com o capítulo anterior (pequeno demais).

Se alguém rezou por mim e eu não tô sabendo também agradeço muito, porque olha, tive um bloqueio hard durante o feriado INTEIRO e só consegui escrever agora à noite. (Só a minha criatividade pra títulos que continua 000)

Vocês já perceberam que eu falo demais nas notas iniciais, né? ashuashuas
Então, se alguém quiser conversar, já sabem: ask (nas notas finais)!

Boa leitura ♡

Capítulo 6 - Sonho


Fanfic / Fanfiction Boys don't cry - Sonho

Jeongguk espirrou alto e murmurou algum xingamento.

Quando entramos na sala ampla – porém  abafada – uma hora atrás, em um ímpeto de revolta soltei vários palavrões direcionados ao diretor do colégio. Mesmo que ele não pudesse ouvir, de fato.

O colégio estava vazio e até mesmo a bibliotecária não estava presente no local abarrotado de livros e poeira.

Jeongguk riu e completou meus xingamentos reclamando sobre a bibliotecária, que aparentemente não fazia seu trabalho como deveria. Afinal, por que é que os livros de Literatura clássica estavam enfiados na prateleira de Biologia? E por que o dinheiro da mensalidade cara do colégio não podia ser investido na ordem e organização do colégio?

A pilha de livros à nossa frente estava completamente desorganizada, fora de ordem alfabética ou categoria. E Jeongguk esfregava o nariz freneticamente cada vez que levava um dos livros até a prateleira correta.

Reuni alguns livros em cima da mesa e comecei a separá-los por categoria para facilitar a arrumação. Todos eles pareciam ser chatos, sobre as matérias escolares ou uma literatura velha demais para o meu interesse. Um deles, sobre biologia, me chamou a atenção e resolvi folhear as páginas para ver se encontrava algo de bom.

“Com os níveis altos de dopamina, as pessoas pensam sobre os seus interesses românticos em média 85% do dia.

O cérebro também produz mais da norepinefrina, química de quando estamos apaixonados, acelerando o coração quando estamos nervosos.

Um estudo também concluiu que buscamos exclusividade sexual com essa pessoa porque nós naturalmente esperamos a reprodução.”

Jeongguk parou na minha frente e pigarreou. Ergui os olhos e encarei sua pose parecida com a de uma criança emburrada, com a pontinha do nariz vermelha por causa da alergia à poeira dos livros e os braços cruzados.

- O que está fazendo? – Arqueou uma sobrancelha.

- Arrumando os livros... – Fechei o livro nas minhas mãos e o coloquei na pilha de uma das categorias.

Ele bufou e sentou na cadeira ao meu lado, escondendo o rosto nos braços. Estávamos a bastante tempo organizando todos aqueles livros, e tudo isso apenas por uma aula perdida. Preferia ter levado uma suspensão do que punições como essa.

- Tudo bem, tudo bem, vamos trocar de lugar.

Me levantei e levei a pilha de livros didáticos até a prateleira que ficava em frente a mesa em que Jeongguk estava debruçado parecendo uma gelatina. Ele ergueu o corpo mole e espreguiçou todas as partes do corpo. Em seguida bocejou e começou a manusear os livros em sua frente.

Ao ver sua figura entediada alguns questionamentos me vieram à mente. Por que é que Jeongguk tinha colocado a culpa em si mesmo quando fomos parar na diretoria? Por que pareceu querer me ajudar, sendo que na verdade não gostava muito de mim?

Comecei a preencher os vãos vazios com os livros e a imagem de Jeongguk ia sumindo  por trás deles. Pensando bem, a culpa dele estar ali comigo era minha. Se eu não tivesse me irritado com ele no dia anterior – e eu queria morrer de tanta vergonha só de pensar em como fui idiota e infantil empurrando a mochila dele daquela forma - , ele não teria vindo falar comigo e matado aula por causa disso. E mesmo assim ele colocou a culpa em si mesmo...

Será que eu estive errado o tempo todo pensando que Jeongguk não gostava de mim?

Faltando apenas dois livros para completar o espaço vazio na prateleira, observei pelo pequeno espaço quando Jeongguk espirrou mais uma vez e encolheu o corpo cobrindo o rosto com as mãos, parecendo novamente uma criança.

Instantaneamente meu coração acelerou os batimentos cardíacos.

Depois de alguns segundos se recompôs e olhou para mim por aquele vão. Foi quando eu percebi que os cantos da minha boca estavam repuxados para cima. Eu estava sorrindo, por alguma razão desconhecida e estranha.

Coloquei rapidamente os livros restantes tampando a visão dele sobre mim.

Fui até a mesa e segurei mais alguns livros, desta vez sem olhar para o rosto de Jeongguk – já que eu tinha acabado de ter uma reação esquisita enquanto olhava para ele.

Segui até a prateleira mais distante e comecei a inserir os livros.

Após alguns minutos Jeon surgiu ao meu lado, de repente, e dei um pulo quanto notei a presença dele.

- Te assustei?

- N-não.

- Sei...

Ele também segurava uma pilha de livros. Colocou a pilha no chão e em seguida começou a distribuir os livros em seus devidos lugares.

Verifiquei alguns nas minhas mãos e encarei a parte mais alta da prateleira. Droga, eu não iria conseguir alcançar. Tentei ficar nas pontas dos pés e mesmo assim não conseguia colocar os livros no maldito lugar alto.

Jeongguk, que estava na outra ponta do corredor até então, me encarou com uma das sobrancelhas erguidas.

Tentei, então, dar pulinhos para alcançar e acabei fazendo com que outros livros caíssem da prateleira, todos em cima de mim.

Jeongguk correu na minha direção e pegou os livros do chão, e quando se dirigiu a mim desviou o olhar. Os lábios estavam comprimidos e fiquei envergonhado antecipadamente sabendo que ele iria rir.

- V-você... está bem? – Ele disse, com a voz saindo tremida.

- Você estava apenas observando a minha dificuldade de longe, não é?

Quando ele colocou os olhos na minha expressão irritada não se conteve. Descomprimiu os lábios e começou a rir como se tivesse presenciado a cena mais engraçada do mundo. Empurrei o ombro dele, sem graça com a situação.

Ele colocou a mão na barriga, deixou um dos livros cair de novo no chão e quando se abaixou para pegar estava rindo tanto que teve dificuldade para se levantar.

- Qual é a graça, afinal? – Murmurei irritado.

Jeongguk parou de rir e tentou voltar a respirar normalmente.

- Você deveria ter pedido a minha ajuda para colocar os livros na parte alta da prateleira, já que você é baixinho e não alcança.

- Você me chamou de que? – Perguntei cruzando os braços e unindo as sobrancelhas.

- Baixinho – ele respondeu, voltando a comprimir os lábios para não deixar a risada escapar.

Qual era o problema dele? 

Mais uma vez fiquei envergonhado – e mais irritado ainda por isso – e felizmente ele não percebeu, pois ocupou-se de colocar os livros no alto da prateleira sem o menor esforço.

Jeongguk se afastou novamente, enquanto eu continuei parado no mesmo lugar com os braços cruzados, e segurou mais alguns livros que havia trazido para o corredor de prateleiras. Em seguida se aproximou e parou bem na minha frente.

Jeon analisou o meu rosto demoradamente e involuntariamente fiz o mesmo.

Ele era adolescente e mesmo assim não possuía nenhuma imperfeição, como espinhas ou a pele oleosa. Os cabelos eram lisos e tão negros quanto a pupila dilatada.

Seus traços delicados eram quase infantis, no entanto ele costumava se mostrar maduro ou... exalava uma certa sensualidade em seus movimentos, como quando cantou no lugar em que Namjoon havia me levado.

Meus olhos desceram uma trilha até a boca dele, onde os dentes da frente mostravam-se maiores que os restantes quando sorria. Também notei que havia uma pinta bem pequenininha abaixo do lábio inferior.

Jeongguk pigarreou e imediatamente voltei minha atenção para os seus olhos e uma das sobrancelhas erguidas.

- Preciso colocar esses livros bem aí e... você está na frente.

Me movi para o lado rapidamente e levei os livros que segurava para longe dali. Me senti um idiota com toda a vergonha que fiquei diante de Jeongguk ao ser pego no flagra analisando o rosto dele.

Após longos minutos a pilha de livros já estava menor e logo iriamos conseguir terminar nossa tarefa.

Tentei fugir de meus próprios pensamentos, me ocupando em terminar a tarefa de arrumação da biblioteca longe de Jeongguk.

Mesmo me ocupando da arrumação, a pergunta do por que Jeongguk ter colocado a culpa em si mesmo, diante do diretor, ainda rondava minha mente.

- Você está um pouco estranho... Aconteceu alguma coisa? – Jeongguk perguntou e puxou uma das cadeiras para se sentar.

- Não, mas... eu quero te fazer uma pergunta, Jeongguk. Por que você assumiu a culpa, que não era sua, quando fomos para a diretoria?

Ele colocou a mão sobre o queixo e depois de pensar por alguns segundos respondeu.

- Ninguém teve culpa, no final das contas. A gente precisava conversar, era um assunto que envolvia os dois, então nós dois matamos aula... e por isso achei que seria justo assumir a culpa diante do diretor.

- Mas... eu fiz você me chamar para conversar...

- Fui eu quem quis te chamar.

No exato momento em que ouvi a resposta dele meus pensamentos rodaram, embaralhados. Minha mente queria me dizer algo. E minha surpresa me impediu de esboçar qualquer reação.

- Não precisa haver culpa onde não há culpados, Jimin.

 

-

 

Jeongguk acenou em despedida e eu atravessei a rua, esperando chegar logo em casa para fugir do frio que começava a se instalar na cidade.

As palavras de Jeongguk ainda rondavam minha mente. “Culpa”...

A culpa era, talvez, algo que eu carregava desde o nascimento.

Meu avô cismava em encontrar algum culpado para a morte de sua única filha. Ele odiava minhas tias por parte de pai e qualquer coisa que remetesse ao meu progenitor. 

“Meus olhos eram os olhos de meu pai”.

Talvez, quando me olhasse nos olhos, meu avô encontrasse algo ou alguém que não queria ver. No entanto... eu não poderia culpá-lo. Ele sofria tanto quanto eu.

Meu avô sempre foi um cara conservador. Ele sofreu quando a filha saiu de casa pela primeira vez, desobedecendo suas ordens, quando se casou contra sua vontade, quando engravidou e... quando faleceu.

Ultimamente Jeongguk dizia coisas que me faziam pensar sobre minha própria vida. Primeiro, quando estávamos no terraço e ele se desculpou e conversamos sobre nossas fraquezas. Depois na sala de aula, quando perguntei qual era sua matéria preferida no colégio e ele, surpreendentemente, me respondeu que era Filosofia. E na biblioteca...

“Jeongguk tem razão”, pensei comigo mesmo. Eu não preciso sofrer por uma culpa que não é minha, nem do meu avô e nem de ninguém!

E pela primeira vez entendi que não precisa haver culpa onde não há culpados.

 

-

  

Fechei a porta atrás de mim e, depois de retirar os sapatos, fui diretamente para a cozinha.

- Hm, que cheiro maravilhoso!

Inalei o cheirinho de torta e encostei no batente da porta.

- Ai menino, que susto! – Minha avó respondeu, colocando as mãos sobre o peito.  Em seguida veio até mim e depositou um beijo na minha testa. – Por onde andou hoje, hm?

Eu não tinha pensado em nenhuma desculpa para explicar minha demora para chegar em casa.

- Eu... fiquei arrumando a biblioteca da escola...

Minha avó me olhou com uma expressão confusa e estreitou os olhos.

- Como assim?

- Olha, eu vou contar a verdade, mas... não conte para o meu avô, tudo bem? Eu tive que fazer isso como... uma punição. Eu perdi a primeira aula...

Ela estreitou ainda mais os olhos, desconfiada, e cruzou os braços.

- Tudo bem, eu confesso. Eu matei aula.

Desta vez, arregalou os olhos e colocou as duas mãos na cintura, com uma expressão nada contente.

- Você matou aula, Jimin? Por que fez isso? E com quem estava? Anda, me diga logo.

- Eu... Eu estava com o-

- A torta! A torta está queimando!

Antes de ouvir minha resposta correu para perto do fogão e desligou o botão, retirando do forno com o auxílio de uma luva a torta de legumes que era a minha preferida.

Por sorte estava queimada apenas na parte de baixo e poderia ser aproveitada. Minha avó esqueceu sobre o assunto anterior – ou preferiu não falar mais sobre aquilo – e nos ocupamos em arrumar a mesa para o jantar.

Quando meu avô chegou, eu e minha avó estávamos conversando sobre algo qualquer. Ela nunca me dedurava para ele.

Quando criança, eu sempre imaginava como seria ter uma mãe. Via os colegas chegando de mãos dadas com seus pais na escola, ou comentando sobre o lanche que a mãe havia preparado para eles comerem no intervalo. Eu tinha inveja.

No entanto, eu tinha minha avó, que sempre esteve cuidando de mim. E mesmo que seu gosto para filmes e músicas fosse antigo demais, ou suas mãos um pouco enrugadas ao acariciar minha cabeça, seu afeto foi o que me sustentou durante toda a vida.

 

-

 

O sonho esquisito da noite anterior rondava minha mente e fechei os olhos para tentar dispersar as imagens constrangedoras. Mas a imagem de Jeongguk e seus lábios se movendo próximos aos meus queimaram mesmo em minhas pálpebras fechadas, fazendo com que eu abrisse os olhos novamente.

Tentei, então, focar minha atenção no professor e no que ele dizia.

“Ao notar esse gosto pela luta, o sentimento de superioridade e a preocupação com a condição física, concluímos que os espartanos eram homens corajosos e intrépidos. 

Alguns estudos sugerem que o comportamento homossexual fosse comum entre aqueles que participavam da rotina de batalhas. Ao invés de resultar em uma ideia de comportamento frágil ou feminino, a homossexualidade ganhava outro tratamento.” 

Alguns alunos, sentados no fundo da sala de aula, soltaram risinhos. O professor parou de falar e olhou para eles.

- O que estão cochichando? A turma quer saber!

Antes mesmo de responderem ao professor o sinal indicando o final da aula tocou.

As quartas-feiras eram um pouco mais tranquilas devido as aulas de História. Exatas eram apenas números, números e mais números. Fórmulas, exercícios repetitivos e nada do que eu fosse usar para o resto da minha vida. Mas História... ah, a cultura dos povos antigos, o modo como pensavam e como isso estabeleceu o modo como vivemos hoje, isso sim era algo que prendia minha atenção.

E eu estive tão preso naquilo que me definia como um mau aluno, que sequer me lembrei das notas altas de História no meu boletim. Era a única matéria que eu realmente conseguia ir bem.

Por estar preocupado em não ser bom o suficiente, acabei ficando desmotivado, não encontrando motivos para estudar ou não conseguindo me concentrar  até mesmo em matérias como Geografia, Biologia e Educação física.

- Jimin? – O professor me chamou a atenção e percebi que a sala já estava vazia. Apenas eu estava sentado na carteira, distraído.

- Ah, desculpe.

- Tudo bem, eu estava mesmo querendo falar com você.

- Comigo?

- Sim. Sabe, desde o primeiro ano do ensino médio, suas notas em História são muito boas. No entanto, desde o semestre anterior, notei que você parecia menos focado, ou até mesmo... cabisbaixo.

- Desculpe, professor, eu...

- Tudo bem, não precisa se desculpar. Quando o diretor convocou todos os professores para discutir sobre... – deu uma pausa, e eu sabia que ele estava pensando qual era a melhor forma de dizer aquilo sem parecer ofensivo – sobre as dificuldades dos alunos, ficou decidido que um aluno te ajudaria nos estudos, certo? E vejo que isso está te ajudando bastante!

- Está? – Eu sequer estudava de verdade quando estava com Jeongguk... os exercícios das matérias de exatas estavam praticamente em branco! E mesmo durante a aula eu havia me dispersado várias vezes pensando... naquele sonho.

- Ultimamente você tem prestado mais atenção nas minhas aulas, e se estiver fazendo o mesmo nas outras disciplinas creio que suas notas vão melhorar! – Ele concluiu, parecendo satisfeito.

Era notável o quanto eu pensava mais sobre a minha vida desde que eu havia conhecido Jeongguk. Inicialmente, o modo como ficava irritado com ele fez com que eu entrasse em contato com minhas fraquezas, minhas dificuldades, meu medo de ser julgado e tudo aquilo que eu tentava fugir.

Percebendo o que me fazia mal, talvez eu tenha descoberto também o que me fazia bem. Talvez... minha vida tenha começado a fazer mais sentido.

Eu gostava de História. Eu gostava de estudar História. E estava, depois de muito tempo, me lembrando disso. 

- Eu espero que sim, professor. A matéria de hoje foi interessante. Em Esparta... a homossexualidade entre os homens realmente era normal?

- Oras, a homossexualidade é algo normal, Park Jimin. No entanto, ainda nos tempos antigos o termo "normal" talvez não fosse o mais indicado, pois o comportamento homossexual não era divulgado ou visto como algo bom, apesar de comum.

- Entendo... mesmo com o passar dos anos muitas pessoas são preconceituosas e acreditam que isso não é normal...

- Isso é verdade. Mas estas pessoas estão erradas. Se houver o respeito entre as pessoas, ninguém será prejudicado. 

- Mas... e a reprodução?

- Não é nada difícil perceber que, na Antiguidade, o sexo não tinha como objetivo exclusivo a procriação. Isso apenas começou a mudar com o advento do cristianismo.

- Entendo.

- Está vendo só, fazer perguntas também é uma forma de estudo. Bem, agora preciso ir...

- Eu também. Obrigado pela explicação, professor.

 

-

 

Subi os degraus apressadamente até chegar na sala em que Jeongguk estava me esperando, sentado em uma das carteiras com o rosto apoiado nos braços sobre a mesa.

Se levantou e olhou para mim assim que fechei a porta da sala de aula. O corredor estava silencioso, uma vez que o horário de aulas já havia acabado.

- Desculpe a demora! Estava falando com o professor de História...

- Tudo bem, eu já não estava querendo estudar mesmo... não depois de ter um ataque de alergia por causa daquela maldita biblioteca! Meu nariz está coçando até agora, e tive até dor de cabeça quando cheguei em casa.

- Desculpe...

- Não precisa se desculpar. Já disse que a culpa não foi sua. – Ele respondeu e sentou novamente. 

- Então... não vamos estudar hoje?

- A não ser que você esteja morrendo de vontade de fazer isso, não.

Soltei uma risada, pelo modo como ele falou. Jeongguk colocou o cotovelo sobre a mesa e apoiou a cabeça em uma das mãos, permitindo o restante do corpo ficar relaxado na cadeira.

- Eu não estou! – Respondi, puxando uma cadeira para me sentar também. – Pensei que você fosse um aluno exemplar Jeon Jeongguk, e agora o Menino de ouro está se recusando a estudar? – Provoquei.

- Ainda há muitas coisas que você não sabe sobre mim, Park Jimin – ele disse, em seguida abrindo um sorriso.

Ainda?

- Se soubesse um pouco mais, saberia que eu não gosto muito desse apelido...

Os estudantes do colégio o tempo todo chamavam ele de Menino de ouro. Por suas notas impecáveis, sua educação exemplar e até mesmo sua beleza incomum. Eu realmente nunca imaginaria que ele não gostasse do apelido.

De qualquer forma, me senti um pouco constrangido por tê-lo chamado dessa forma e resolvi mudar de assunto.

- O que os seus pais disseram ontem por você ter chegado tarde em casa?

- Não disseram nada. Eles não sabem, e se depender de Yoongi nem vão saber – ele riu.

- Então eles chegam tarde do trabalho, como o meu avô...

- Não é isso. É que eu não moro com eles.

Virei minha cabeça de lado, surpreso e um pouco confuso, e ele riu de novo.

- Eu moro com o meu irmão mais velho. Apesar de pegar no meu pé ele não me dedura para os meus pais.

- E por que não? Se eu tivesse um irmão mais velho, com certeza estaria ferrado...

- Ele é o responsável por mim. Quando meus pais permitiram que eu viesse para a capital, para estudar neste colégio, meu irmão teve que vir junto comigo. Quer dizer, é claro que ele estava querendo sair da casa dos pais há muito tempo, e apenas aproveitou a ocasião. Então, se eu fizer algo errado, a culpa também será dele.

- Que belo irmão mais novo! Então você está livre para fazer o que quiser, até mesmo pichar os muros do colégio – brinquei e ele riu.

Aparentemente estávamos nos sentindo mais confortáveis um com o outro desde que tivemos a conversa no terraço. Conseguimos deixar os julgamentos de lado e finalmente nos entendemos.

E mesmo assim algo fazia com que eu me sentisse desconfortável ao lado dele. Por que meu coração não parou de bater depressa desde o momento em que eu havia o visto na sala? Por que as batidas do coração falhavam quando ele sorria? E ele havia sorrido demais nos últimos minutos...

- E você, Jimin? Sempre fala sobre os seus avós...

- Ah, sim, eu moro com eles. E... por que resolveu se mudar para cá e vir estudar aqui? – Eu não queria aprofundar o assunto sobre a minha vida pessoal e começar a falar sobre meus pais, então rapidamente perguntei sobre a vida dele.

- Esse colégio tem um nome importante, sabe? Eu preciso me formar com notas boas, apresentar um bom histórico escolar, e o nome da instituição em que estudei também vale muitos pontos.

- E por que você precisa estudar tanto?

De repente nossa conversa foi interrompida por três mensagens seguidas no meu celular, fazendo ele apitar alto e vibrar no bolso da calça.

Peguei o celular e desbloqueei a tela.

“Você vem hoje né??”, estava escrito na primeira mensagem, enviada por Taehyung  assim como as outras duas.

- Alguma menina? – Jeongguk perguntou e achei engraçado o modo expontâneo como sua  pergunta soou.

De fato, apenas uma namorada possessiva ou pais super protetores enviariam três mensagens de uma vez só. Mas quem costumava fazer isso comigo era apenas Taehyung, meu amigo maluco.

- Não, é um amigo meu... já que não vamos estudar, acho que preciso ir embora.

- Eu também vou. – Colocou a mochila nas costas e saímos da sala de aula, em seguida atravessando o corredor vazio.

Quando eu estava irritado com Jeongguk, Taehyung disse que se eu fosse na casa dele e atirasse em zumbis no video game ficaria mais relaxado. No entanto, eu já não sentia irritação ou estresse na presença de Jeongguk, e sim um sentimento que eu ainda não conseguia nomear.

 

-

 

- Eu sou um idiota.

- É verdade.

- Ei! - Bati em Taehyung com uma almofada e ele apenas riu.

- Foi você mesmo quem assumiu! - Taehyung disse, prendendo o riso. – Mas, agora falando sério, por que está dizendo isso?

As cenas do sonho esquisito da noite anterior me acompanharam durante todo o caminho até a casa dele. Depois de passar um tempo com Jeongguk as imagens voltaram a rondar minha mente.

- Eu... tive um sonho estranho.

- Com o garoto?

- Q-que garoto? – Encolhi as pernas como se estivesse tentando me esconder de Taehyung, mesmo ele não estando prestando atenção em mim naquele momento.

- O tal Menino de ouro, ué. Você não para de falar dele.

“Com os níveis altos de dopamina, as pessoas pensam sobre os seus interesses românticos em média 85% do dia.”

- É porque ele é irritante, apenas isso. – Eu estava mentindo. Já não considerava mais Jeongguk apenas como um garoto implicante.

- E ele estava te irritando no sonho?

Encarei os dedos ágeis de Taehyung pressionando os botões do controle do video game e em seguida os zumbis sendo bombardeados de ataques. Esperei que ele estivesse prestando bastante atenção no jogo para esquecer do assunto sobre o sonho e Jeongguk.

- Jimin, diga logo! – Suplicou.

Era impossível tentar esconder alguma coisa do meu melhor amigo. Ele sabia tudo sobre mim, até mesmo em relação aos meus pais. E além de tudo Taehyung era terrivelmente curioso.

- Eu... eu sonhei com a biblioteca da escola. Eu estava no meio das prateleiras e os livros estavam espalhados pelo chão... De repente Jeongguk apareceu. Ele estava próximo, muito próximo... – corei, sentindo meus pensamentos cada vez mais desorganizados, como os livros daquela biblioteca.

- E então?

- Ele me perguntou se... se... se eu queria tocar-

Taehyung largou o controle do video game no chão e desgrudou os olhos da televisão pela primeira vez.

- Tocar o que?

- T-tocar a pinta dele. – A imagem de Jeongguk, olhando diretamente nos meus olhos no sonho, retornou à minha mente e quase pude ouvir o sangue pulsando rápido em minhas veias.

Jung Hoseok escancarou a porta do quarto, com as mãos cheias de salgadinhos e doces, e uma expressão estranhamente animada no rosto.

- Como assim tocar a pinta dele? – Taehyung uniu as sobrancelhas, confuso, e me senti ainda mais idiota e constrangido com aquele sonho esquisito.

- Do que vocês estão falando?- Hoseok ficou parado na porta com os olhos arregalados e igualmente confusos.

- É segredo! – Taehyung disse sorrindo, como se estivesse gostando do fato de termos sido pegos em uma conversa suspeita.

Descruzou as pernas e ficou de pé. Em seguida, com a mão direita segurou meu braço e com a esquerda o de Hoseok, nos puxando para perto como duas crianças prestes a fazer as pazes.

Eu tinha o costume de comer balinhas com Taehyung enquanto jogavamos video game ou assistiamos um filme qualquer, jogando conversa fora ou papeando sobre os capítulos novos dos mangás que costumávamos ler.  E ainda me sentia estranho dividindo o espaço no tapete redondo e macio com Jung Hoseok.

Taehyung tinha muitos amigos, mas mesmo assim era apenas comigo que conversava sobre algo mais pessoal. Certa vez, quando dormiu na minha casa, revelou que não conseguia sentir atração por nenhuma das garotas bonitas dos colégios vizinhos. Em seguida perguntou se eu já havia me apaixonado. Respondi que não. Sequer possuía amigas...

A verdade é que eu não sabia nada sobre o amor, paixão ou sexo. Não havia recebido conselhos de mãe sobre como usar uma camisinha ou não engravidar uma garota, e o que sabia era apenas o que tinha aprendido nas aulas de biologia da escola.

No entando, sabia o que fazia o sangue correr inacreditavelmente mais rápido nas veias quando lia os mangás eróticos escondido perto da quadra coberta ou no terraço. Os mangás em que os personagens masculinos encontravam-se nus. Apesar de o conteúdo sexual apresentar  também as mulheres, minha atenção sempre era direcionada aos homens. E Taehyung sabia disso.

Ele sabia mesmo sem eu dizer nada. E eu apenas fiquei sabendo que ele possuía algo em comum comigo quando levou, no último mês de aulas, um mangá com relações homossexuais.

Talvez o fato de termos estudado no mesmo colégio, as risadas que as piadas idiotas de Taehyung provocavam ou o fato de que passávamos todos os intervalos juntos, não seja a única razão de termos nos tornado melhores amigos. E sim, o fato de compartilharmos um segredo, algo que ninguém poderia saber, apenas nós mesmos, e que acabamos dividindo um com o outro através de histórias em quadrinhos enquanto matávamos aula.  

Taehyung decidiu quebrar o clima estranho gerado pela conversa anterior, quando Hoseok flagrou nossa conversa sobre meu sonho esquisito, e iniciou um novo assunto quando nós três nos sentamos no chão. 

- Como vão indo as coisas na escola?

Eu e Hoseok nos entreolhamos parecendo concordar que aquela pergunta era quase uma ironia considerando nossas dificuldades e notas ruins.

- Eu fui pego matando aula e agora estou sofrendo mais uma punição.

Hoseok sorriu de lado e ergueu uma das sobrancelhas.

- Pelo visto eu não sou o único rebelde daquele colégio.

Cale a boca... – revidei em pensamento. 

- O que está acontecendo, Jiminie? Nós nunca fomos pegos matando aula!

Taehyung abriu um dos pacotes de salgadinho e colocou o restante no centro. Em seguida encheu as mãos e colocou tudo na boca de uma vez só.

- E você estava matando aula sozinho?

Droga. Não queria entrar no assunto “Jeon Jeongguk” de novo.

- E... é ... Tae, qual era a sua matéria preferida no colégio? – Perguntei, tentando mudar de assunto. Mas com toda a certeza Taehyung desconfiava que havia algo estranho em mim. Eu mesmo desconfiava.

Ele enfiou mais alguns salgadinho na boca enquanto olhava para um ponto qualquer, pensativo.

- Eu gostava de tudo um pouco e ao mesmo tempo de nada. Ah, vocês sabem, estudar é mesmo um porre. Mas eu até que gostava do colégio... Tenho tanta saudade de matar aulas com o meu Chim Chim! – Pulou em cima de mim, me apertando em um abraço forte. Eu já estava acostumado com as demostrações de afeto exageradas do Taehyung, e até gostava de todo o carinho que recebia dele.

- Não me chame assim, Kim Taehyung!

- Mas Chim Chim é tão fofo – fez um biquinho, pronunciando novamente o apelido dado pela minha avó.

Diante da cena Hoseok olhou para baixo e começou a mexer no pacote de balas, como se estivesse desinteressado.

- E então... vamos jogar? – Perguntou, desembrulhando uma bala.

Taehyung assentiu, pegando os controles do video game e iniciando o jogo.

Por alguma razão Taehyung sempre sabia quando eu estava omitindo a verdade. Como naquele momento, olhando para mim desconfiado.

 

-

 

Fechei a torneira e sequei as mãos na toalha ao lado do espelho.

Fitei meu reflexo, com as mãos apoiadas na pia. Estava intrigado e alguns pensamentos simplesmente não saíam da minha cabeça.

Durante toda a tarde Hoseok sorriu. Sorriu mostrando todos os dentes, e eu poderia jurar que ele havia nascido sorrindo daquela forma, caso já não tivesse visto o rosto sério dele anteriormente. E Taehyung puxava assuntos aleatórios, como sempre, e dizia coisas que faziam Hoseok perder o ar de tanto rir.

Não eram coisas tão engraçadas assim. Mas... os dois meninos pareciam formar uma bela dupla, fazendo piadas que aparentemente só eu não entendia, se batendo com almofadas ao perder a partida de video game e eu... apenas observava.

Admito que senti certo ciúme. Taehyung era meu melhor amigo. E exatamente por isso eu estava confuso. Nunca havia visto ele tão... feliz.

Saí do banheiro e fui em direção à porta do quarto de Taehyung. Girei a maçaneta e me deparei com os dois sentados lado a lado. Hoseok ria de alguma coisa e Taehyung abriu seu sorriso retangular. A televisão estava desligada e os pacotes de doces e salgadinhos vazios. 

- Essa é a nova música que eu te falei, é muito boa! – Taehyung disse e conectou o fone de ouvido no celular. Em seguida apoiou a mão esquerda na perna de Hoseok e colocou um dos fones no ouvido dele.

Sentei na cama e observei a cena que se desenrolava me sentindo, de certa forma, um intruso.

Após alguns minutos, percebi que Taehyung iniciou uma carícia no local onde a mão estava repousada. Era um tanto quanto... estranho. Eu e Taehyung tínhamos proximidade, mas... aquilo parecia algo além. Hoseok não pareceu se incomodar com o contato. Não afastou a mão do outro e apenas balançava a cabeça no ritmo da música que ouvia.

Havia algo acontecendo entre Taehyung e Hoseok. 

 

-

 

O azul escuro começava a ocupar a extensão acima de mim e mais uma vez me encolhi dentro do moletom, sentindo no rosto o vento gelado do outono que estava chegando.

Havia saído da casa de Taehyung  acompanhado apenas de meus pensamentos confusos.

O comércio já se encontrava de portas fechadas, no entanto havia uma pequena loja no meio do caminho, iluminada através da vitrine. Ao passar pelo local, fui surpreendido por uma figura saindo do estabelecimento. Vestia um macacão acinzentado sob um casaco grosso e um boné branco com a aba voltada para a frente.

Era Kim Namjoon.

- Park... Jimin? Pensei que não te veria mais. – O loiro disse, surpreso.

- É, eu... estava mesmo precisando conversar.

– Estou te devendo por aquele dia, não é? Você veio me falar sobre estudos e acabei levando você e os outros meninos para uma festa. Podemos conversar agora, se quiser. Ainda tenho um tempo livre antes de ir para o trabalho.

- Sim. Eu... na verdade, não sei como falar sobre isso...

- Se estava querendo falar comigo é porque está aflito sobre o colégio, certo? Confie em mim, eu também já fui um estudante.

- Bem... acho que estou em apuros no colégio. Não consigo me concentrar e estudar, mesmo tentando seguir as dicas que você deu naquela palestra. Parece que o colégio exije algo que eu não consigo dar...

Continuamos nosso caminho, descendo a rua a passos lentos.

- Ainda por cima, uma certa pessoa está sempre pegando no meu pé... – murmurei.

- Entendo o que quer dizer. Nós dependemos do outro para nos dizer se estamos fazendo certo ou errado. O colégio também é assim, exatamente por isso acaba se tornando uma instituição que aprisiona.

- É exatamente o que eu penso.

- E quem é a tal pessoa que pega no seu pé? Algum professor?

- É um aluno do segundo ano. Jeon Jeongguk...

- Jeongguk? Espera, é o Jeon Jeongguk que eu estou pensando? Se for... não imagino ele pegando no pé de ninguém – comentou com a voz elevada, rindo como se eu tivesse contado uma piada. 

- Ele é o garoto mais estudioso do colégio e quando me ajuda a fazer os exercícios resolve pegar no meu pé.

- Se ele coloca uma cobrança sobre você é porque de alguma forma quer te ajudar, não é?

Permaneci em silêncio, questionando o porquê de Jeongguk ter se tornado o assunto da conversa.

Era como se ele estivesse em todo lugar. No colégio, nas minhas conversas com quem quer que fosse, nos meus pensamentos, nos meus sonhos.

Aparentemente, Jeongguk frequentava os encontros de hip hop. Disse que eu não deveria comentar sobre isso com ninguém, e realmente fazia sentido, já que ele precisava de um histórico escolar impecável. Ele tinha uma reputação a zelar... No entanto, quando matou aula comigo manchou sua reputação. E mesmo assim, ele se arriscou e recebeu uma punição...

Qual seria o significado disso?

- Na época do colégio eu também me sentia cobrado, mas minha sorte é que sempre fui um cara calado.

- O que quer dizer?

- Você se lembra quando eu disse que fui convidado várias vezes para ser representante de classe, certo?

- Sim... e até mesmo presidente do conselho estudantil, representando o colégio inteiro. Por que nunca aceitou?

- Sabe, as pessoas precisam ser silenciosas para não causar o caos. – Namjoon disse, rindo das próprias palavras. – Eu seria um cara que martela contra a repressão de ideias e acabaria cortando os fios que mantém os estudantes presos, sem liberdade.

Em um flashback o rap de Namjoon, na festa daquela noite, veio à minha mente, ditado em ritmo, como se estivesse sendo proferido no exato momento:

“O fato de que as mãos invisíveis

Estão manobrando você de acordo com a vontade delas”

Chegamos no final da rua e havia um ponto de ônibus na esquina. Namjoon parou para esperar a chegada do ônibus.

- E o que fazemos para suportar tudo isso? A pressão para tirar notas boas, seguir regras, ser uma pessoa exemplar...

- Bem, é por isso que eu componho, falo, ponho pra fora. Porque através do Rap eu não me calo. É por isso, também, que optei por não trabalhar em nenhuma daquelas empresas cheias de burocracias que me procuraram após a formatura. Eu não aguentaria me formar no colégio e começar a trabalhar em qualquer instituição cheia de regras, normas e coisas do tipo.

- Eu também gostaria de poder ser apenas eu mesmo - murmurei.

- Você pode ser quem você quiser fora dos muros do colégio. Eu posso parecer um lunático dizendo isso, mas... talvez você encontre no rap, na música ou na dança, a liberdade dentro de si mesmo. Como Jeon Jeongguk. 

 De repente um ônibus dobrou a esquina e se aproximou. Namjoon sinalizou para que ele parasse.

- Eu encontrei a liberdade no rap, agora sou como um Rapmonster. – Namjoon sorriu. - Jeongguk encontrou a dele no canto. E... bem, se quiser, você também poderá encontrar a sua na próxima sexta-feira, no mesmo lugar que te levei daquela vez.

E então subiu o degrau do ônibus e antes das portas se fecharem acenou em despedida.

Sorri e acenei de volta.

 

“Assim como um pássaro voando na madrugada

Eu tenho um sonho de liberdade

Sentir-me como se eu nunca mais fosse ser o mesmo

Assim como o sonho de ontem à noite

Assim como as imagens na minha cabeça”

 

 


Notas Finais


Gente, eu sei, fico deixando tudo muito implícito e sutil, mas se acalmem porque O BEIJINHO VAI ROLAR! Até já escrevi essa cena, rs. Ah, e me digam o que estão achando da escrita, pq acho que eu sempre acabo deixando tudo formal demais...

A cara do Jimin de “o que eu tô fazendo aqui de vela?”, na casa do Tae: http://tinyurl.com/zx235ta

Sobre espartanos e história da homossexualidade: http://tinyurl.com/zu5uemc e http://tinyurl.com/jlrhrz2

A música no final é Like a star (Rapmonster & Jungkook)

Para conversar, chorar pelo Bangtan e afins:
https://ask.fm/Parkkouhai


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