História Brain Aneurysm - Destruído em um milhão de pedaços

Selena Gomez Point of View 

No exato segundo em que pronuncio as nove palavras, Ryan me olha assustado, sendo agora consumido pelo nervoso a cada segundo. Observo com atenção o seu corpo tenso, e ele murmura algo para si mesmo, percebendo que eu o observo. 

-Quer que eu conte o que Selena? -Sua risada é baixa, como se quisesse camuflar a reação automática que seu corpo teve quando eu disse o que disse. -Com certeza você sabe que Hailey foi mais uma garota que Justin conheceu no ensino médio. -Sua voz soa em deboche, como se o que ele acabou de dizer, fosse óbvio. E é, por isso que não estou aqui para isso, fora eu que fiz a pergunta errada ou ele que não a entendeu?  

-Isso não é o suficiente para que ele se lembre dela e a chame quando tem os surtos. Eu tenho certeza que ela foi muito mais do que isso, ou aconteceu muito mais do que um caso romantico entre eles. E eu tenho certeza também que vocêsabe exatamente o que aconteceu, mas não quer me contar. E por que? -Continuo de pé, o olhando desafiador de certo modo. Mas eu quero mesmo é implorar pelas respostas, porque eu as preciso, de verdade.  

-Porque é o que eu acabei de falar Selena. Hailey era a garota mais bonita , popular, rica e todos esses clichês do ensino médio. Ela era aquela que Justin estava disposto a assumir algo sério, mas não aconteceu porque então ele sofreu o acidente que depois foi diagnosticado  com Aneurisma Cerebral, foram tempos difíceis tanto para ele, quanto para aqueles que estavam ao seu redor. Não havia tempo para ele ter uma namorada, estava ocupado demais se lamentando, assim como eu. -Ryan funga, passando a mão no nariz. -Pronto, é apenas isso. Pode ir embora agora.  

Decido rever em minha mente, todas as suas palavras até agora. Implicando mais uma vez. Eu não consigo acreditar ou aceitar isso, pra mim, algo não está correto.  

-Por que eu não consigo acreditar em você? -Pergunto, vendo-o revirar os olhos, sei que está irritado e com vontade de me expulsar daqui. Mas eu não o deixaria fazer tal coisa. -E por que você se culpa por isso? Por que se culpa pelo acidente? -Essas são perguntas que muitos que os conhecem se fazem, e até eu mesma, que já perguntei a mim mesma diversas vezes, mas nunca encontrei respostas.  

São diversos, aproximados 15, segundos que Ryan parece congelar, parecendo procurar respostas dentro da sua mente. E essa é a maior prova de que ele está mentindo. Ele é um mau mentiroso.  

-Porque você se nega a tal coisa. Mas que saber, eu estou mentindo para você Selena, porque sinceramente eu acho que você não tem nada haver com esse assunto, esquece, deixa pra lá. Justin é assim agora, é a vida dele e isso inclui chamar por ela e ter os surtos. Só resta você aceitar, e sabendo os motivos ou não, não vai poder mudar isso. A história é complicada demais para você entender. -Confesso, eu me assusto tanto com suas palavras quanto com o seu tom de voz. Fora de um segundo para o outro, ele está irritado.  

Respiro fundo algumas vezes, acalmando os meus nervos. Fecho os olhos, pensando mais uma vez, e logo os abro, respondendo com o mesmo tom e grosseria na voz. Eu quero ir embora, mas não sem respostas.  

Abro minha boca para responder, mas antes mesmo de fazer tal coisa, alguém bate na porta, algumas vezes até Ryan gritar, perguntando quem é. E eu estaria mentindo se falasse que me arrepio e assusto quando escuto a voz de Justin ao outro lado. O meu corpo fica tenso e meus pelos se arrepiam. O que ele faz aqui? 

-Ryan, eu preciso falar com você, cara. -Ele ainda bate na porta, com certo desespero. -Devon me liberou mais cedo e aproveitei para passar aqui. Eu sei que você não queria que eu viesse trabalhar hoje, mas abra a porta porque é importante.  

Sabendo que não poderei mais conversar com Ryan, porque Justin não deixaria, reviro os olhos e sigo para a porta, abrindo a mesma e atravessando o corpo de Justin após ele pronunciar meu nome.  

-Selena? -Sua voz soa assustada. Percebo sua surpresa em me ver aqui. -Espera ai. -Grita para que eu o escute, já a porta do elevador, esperando ele chegar neste andar.  

Batuco os meus pés no chão, aguardando e o ignorando. Escuto os seus passos se aproximando, mas eu não o olho. Estou fazendo de tudo para ignora-lo e ir logo embora. E com toda a certeza, Ryan deve se divertir com a cena e sua secretária, deve estar assustada e confusa, assim como Justin.  

-Precisamos conversar.  

-Me desculpe, eu tenho que ir agora e até depois. -Me despeço com pressa, quando ele chega ao meu lado. Entro na cabine com pressa, clicando no botão "T" o qual representa o térreo, e logo as portas se fecham, enquanto ele ainda me observa com a feição indescritível para mim.    

Só acho que não estou preparada para conversar com ele sobre a noite anterior. Não antes de Ryan me contar toda a verdade. A qual eu admito, possuo medo em descobrir.  

Horas depois 

Pela quinta ou sexta vez, ou até mesmo sétima, o meu celular toca, anunciando uma chamada em ligação. Sabendo que é Justin, deixo cair na caixa postal. E pelo meu ato, quando olho para Vanessa, recebo o seu olhar reprovador pela atitude que tomei, mesmo ela sabendo o que ocorreu na noite anterior, já que foi ela quem procurei para me apoiar, porque sabia que Ashley não me entenderia por ser amiga de Justin, uma das melhores amigas.  

Marcamos de apenas tomar um café, por escolha minha, porque se dependesse de Vanessa, nos encontrariamos em um shooping movimentado e conversaríamos apenas quando acabacemos as compras.  

-Justin não tem culpa do que aconteceu ontem Selena. -Ela repete, pela décima primeira vez em vinte minutos. -Ligue para ele ou o atenda quando ligar.  

-Eu atenderei. -Respondo após pensar por algum tempo no que ela disse. E não muito depois, o celular treme e toca novamente. Sem pensar duas vezes sobre olhar de Vanessa sobre mim, atendo, sem ter certeza que é mesmo ele. -Alô? -Digo como se não houvesse negado suas últimas chamadas.  

E de fato, eu não neguei, porque não é Justin. Me assusto quando Ryan se pronuncia ao outro lado. 

-Tenho duas coisas para falar para você. A primeira delas, é que Justin me pediu para falar para você conversar com ele e a segunda é que você me encontre em quinze minutos no meu apartamento. Me desculpe por tê-la tratado daquela maneira mas garanto que Justin e nem Ashley estarão aqui, já que ela o levou para algum lugar que não me lembro agora. -Concordo e ele desliga em seguida.  

Descanso o celular em cima da mesa, procurando no bolso da minha calça jeans, dinheiro. Quando o acho, entrego para Vanessa e ajunto os meus pertences, como celular e bolsa.  

-Aonde vai? -Sua curiosidade é grande, quando me levanto pronta para me despedir e sair do local, com a minha bebida em mãos, a qual ainda pedirei para embalar para viajem. -Por favor me diga que era Justin e que vai se encontrar com ele agora. Vocês são o meu casal preferido, o shipp do momento.  

Não seguro nem por um segundo o riso, fazendo-a rir também.  

-Sim, eu estou indo ver ele. -Minto. Minto descaradamente. -Eu prometo que te ligo depois, ou apareça em minha casa. -Vanessa concorda, sorrindo de maneira bem animada. E eu acho que sei o porque.  

-Retiro o que eu disse: O meu shipp preferido é Devon comigo. -Não deixo de rir novamente. Sabendo que ela não tem muitas chances. Ou sim, eu não faço ideia. Devon sempre me surpreende com suas escolhas amorosas. -Então tenha certeza que eu te farei uma visita se ele estiver por lá.  

"Ele estará", murmuro antes de beijar a sua bochecha e abraçar o seu corpo ainda sentado rápido, me afastando. Antes de sair do estabelecimento, volto ao balcão, pedindo para a minha bebida sem embalada. Não perdendo muito tempo, já que aqui, não é muito longe do aparamento de Ryan.  

-Obrigada e volte sempre. -A mulher do outro lado me entrega o copo fechado, sorrindo. Sorrio de volta e agradeço, finalmente saindo. Estou de carro, o carro de Devon o qual já foi concertado, então eu não demoro muito para chegar lá.  

Levo o tempo que Ryan pediu para chegar lá, em frente a sua porta, aonde bato algumas vezes, até que ele grite de dentro.  Ao vê-lo abrir a porta e se afastar para a minha entrada, quando já dentro do apartamento, eu sigo o seu corpo para a cozinha, aonde ele se senta na bancada, me mostrando e pedindo para sentar a sua frente, e é o que eu faço.  

-Você quer café? -Ele oferece, parecendo nervoso. Como resposta, apenas balanço o meu copo em mãos, com o café já não tão quente como antes, mas ainda perfeito para ser ingerido.  

-Eu apenas quero saber a história. -O lembro. Já posso sentir a minha cabeça doer e implorar por algum remédio, o qual com certeza tomarei quando chegar em minha casa.  

-Preciso que não conte, e eu sei que não deveria estar confiando isso em você e depois sei que me arrependerei disso. Não vai ser mais a mesma coisa, você não pensara o mesmo sobre mim. -A cada uma de suas palavras, o meu corpo reage cada vez mais. Estando em estado de choque quase, posso sentir o meu coração acelerado e mãos soando. Apenas concordo com a cabeça, disfarçando a minha reação. -Você sabe que no ensino médio, Justin conheceu Hailey e que gostava dela, pronto para um relacionamento sério com a mesma. Mas não sabe que não a conheceu por um acaso, ele conhecia ela a algumas semanas, quando eu anunciei para ele que estava gostado dela, ficando sério com ela, e não muito depois, comecei a namorar com ela.  

É a partir dai, que percebo que isso é pior do que eu imaginava. Do que eu ainda imagino, porque existe uma pequena parte de mim que acha que não é a verdade e que ela diz isso apenas para que eu saia do seu pé, para que eu o deixe em paz em relação a essa história.  

 -Eramos um grande trio, e ficamos assim por algum tempo. Mas eu pude perceber mudanças, quando Hailey se afastava de mim e quebrava aos poucos o nosso relacionamento. Ela e Justin estávamos mais próximos, mas tudo o que pensei era que eles mantinham uma boa amizade. Nós terminamos não muito depois, e admito, eu fiquei arrasado pra caralho. Quando mais eles se aproximavam, eu mais ficava irritado e bravo, chegando a insinuar coisas e brigar com o meu melhor amigo, chegando a ameaça-lo certas vezes. -A minha cabeça já formula diversos outros caminhos que essa história pode seguir. O quão tola fui por imaginar coisas simples e nada sérias? Grandes tolas desculpas. -Não muito depois também, eu e Justin fomos para uma festa de um outro amigo nosso, aonde ele bebeu um pouco diferente de mim e Hailey, que estávamos prestes a embriagar. Ao meio da festa, a minha ex-namorada puxou Justin para  cima de uma das mesas, aonde gritou para todos que eles estavam juntos, mantendo um relacionamento escondido a algum tempo. Foi quando tudo, exatamente e extremamente tudo fez sentido na minha cabeça. Ela e Justin haviam me traído, juntos. -Percebo em seu jeito, o quão lembrar, ou falar disso o magoa ainda.  Me sinto um pouco mal por ele, mas ainda não entendo o sentido que essa história possui em comum com a doença que Justin possui.  

-O que isso tem em comum com o Aneurisma Cerebral?  

-Eu me lembro exatamente daquela noite e não tenho como esquecer. Me lembro do jeito que ele me olhou em cima da mesa ainda, o tamanho da minha chateação e o como eu estava magoado. Justin desceu com ela, enfrentando todos os convidados animados com a notícia, a única resposta que obtive dele foi um sinto muito baixo, antes de coloca-la em seu carro, e sair do local. -Agora, é na minha cabeça que as coisas se encaixam e se ligam. Mas ainda, porque Ryan se culpa? -Sem pensar ou raciocinar qualquer coisa, eu fui atrás é claro. Estava irritado e queria tirar satisfações e quando o vi a direção que seguia, sabia para onde ele iria e peguei um atalho porque eu queria para-lo. Quando nos encontramos em um cruzamento, nós batemos um no outro. Justin estava em alta velocidade e eu mais ainda para conseguir alcança-lo, mas como fui eu quem bati na sua porta traseira, foi o carro dele que capotou. O meu apenas rodopiou pela rua, aonde eu desmaiei assim como eles porque acabei trombando em um poste. Nada sério demais, até porque eu fui o que menos se machucou, o qual acordou primeiro e se recuperou primeiro. Justin ficou desacordado por dias e eu internado, eu não conseguia notícias de Hailey e a minha culpa me consumia demais, ainda consome, e quando recebi alta, eu fui atrás dela, e soube que os pais dela a transferiram para outra cidade. Como ela morava com a tia, fiquei surpreso com a transferência repentina e me sentia pio ainda por não poder conversar ou me redimir com ela. O pior foi que eu nunca mais recebi notícias da mesma, a não ser de que ela havia perdido um bebê no acidente. Ou seja, eu matei uma vida inocente e amaldiçoei outra.  

-E Justin?  

-Se esqueceu dessas informações com o tempo. Quando acordou, seus pais decidiram mentir nas respostas de suas perguntas, e disseram que ele sofreu um acidente sozinho, quando um cara bêbado bateu nele, e isso não foi tão mentira, porque eu estava bêbado pra caralho. Sobre Hailey, como ele não se lembrava muito de alguns fatos recentes, como eram apenas detalhes quais ele se lembrava, complementamos a história, e eu disse que eles tinham um relacionamento público, mesmo após eu ela termos terminado. Eu percebi pelas suas palavras e o jeito que as disse, que ele amava ela de verdade, então desde então, acha que essa é a história e nunca entendeu porque ela se foi, então mais uma mentira foi envolvida. Com os seus comportamentos estranhos e falta de memória em algumas ocasiões durante o seu tempo em observação ainda no hospital, ele foi diagnosticado então com a doença por causa da bancada que teve na cabeça, e incrivelmente na opinião de alguns médicos, demorou alguns dias para a doença ataca-lo completamente, então o dissemos que ela achou muito para ela conseguir suportar, uma barra pesada para ela aguentar. Ela foi embora nos pensamentos dele também, mas por outro motivo, ele não sabia que ela poderia estar morta ou doente como ele. Sabíamos que com o tempo, com o passar dos dias ele  se esqueceria de tudo ou deixaria de lado. -Escuto tudo atentamente. Me arrependendo por certo momento de ter pedido, exigido respostas. -E tudo isso é culpa minha, toda essa bolha de arrependimentos. Há dias que eu penso e digo a mim mesmo que eu quem deveria ter morrido ou entrado nesse estado aqueça noite, mas são todos os dias em que me arrependo profundamente. E o pior, é não poder contar a verdade a ele. Então se culpa Justin pelas crises, não faça isso, culpe a mim o cara que causou tudo isso. Justin gosta de você, e eu quero essa segunda chance pra ele. Abandonei os meus planos e o meu futuro para arcar com o meu erro, me responsabilizando pela saúde física e mental do meu melhor amigo, vivendo até hoje com ele desta maneira, e não me arrependo da escolha de ficar com ele e ajuda-lo a superar esses obstáculos que eu mesmo criei. Mas existe uma parte de mim que sabe que eu não poderei esconder isso para sempre, mas sei também que ele não pode saber agora. Então eu peço com todo o meu coração, não diga nada a Justin. Isso acabaria com ele e comigo também, e olhe como eu estou. Destruído em um milhão de pedaços.   

Mais tarde  

Justin Bieber Point Of View 

Após uma longa tarde ao lado de Ashley, aonde ela fez questão de me encher de compras tanto para mim quanto a ela, tudo o que eu necessito agora é um banho longo e quente e que Selena atenda qualquer uma das minhas ligações, as quais tentarei realizar novamente quando o meu celular carregar, já que o mesmo desligou horas atrás. Subo as escadas praticamente me arrastando, enquanto seguro as sacolas cheias de roupas e acessórios escolhidos por Ashley, e quando já no segundo andar, sigo ao meu quarto.  

Quando adentro o mesmo, a primeira coisa que faço é atirar as sacolas em qualquer canto no chão e observar toda a extenção do cômodo, me assustando com o pequeno corpo feminino deitado na minha cama. Reconheço em segundos de quem se trata e sorrio sincero com a cena, fazendo silêncio por agora.  

Procuro pelo meu carregador e logo que o acho, conecto com o celular e tomada. Com o maior cuidado do mundo para não a acordar, me sento na cadeira em frente ao notebook, que liga sem esperar muito. Corro para o aplicativo instalado por Ashley, procurando nas gavetas a caneta que vem junto conectado. Achando-a, ligo a mesma com a pouca bateria que a resta, sussurrando baixo em seguida. 

-Tem uma garota incrível dormindo no seu quarto agora, e eu espero de verdade você a conquiste novamente. E que nunca mais a deixe ir; como fez uma vez. Lembre-se dela para sempre, a faça eterna em seu coração. -Murmuro, lembrando que faz certo tempo que não uso esse objeto, desde que o médico me revelou que há certa quantidade de horas dormindo, é quando o meu cérebro começa a excluir as memórias feitas recentemente.  

Eu durmo poucas horas por dia –Levando em consideração que tenho que acordar a cada duas horas e demoro muito mais para dormir novamente- o que me incomoda pra caralho, e as vezes penso que não vale o esforço para me lembrar do dia anterior. Eu uma parte de mim sente que eu não aguentarei isso por mais muito tempo. 

Já fiz duas cirurgias ou três em relação a isso, mas as três foram um grande fracasso que não me prejudicaram mais ainda ou não me ajudaram nem um pouco. E após elas, eu perdi totalmente a esperança, chegando a pensar as vezes, que eu estou condenado por algumas atitudes que levei a fazer durante a minha vida. E se for verdade, me arrependendo totalmente delas. Me lembro de cada uma dessas experiências, porque nunca deixei de anotar sobre elas.  

Após terminar aqui, sigo para o banho que tanto desejei por horas. Não me tranco no banheiro, apenas fecho a porta e logo fico nu, não demorando para entrar no chuveiro. Lavo os meus cabelos e algumas partes do meu corpo, antes de ser interrompido por um novo indivíduo qual deseja dividir o espaço comigo.  

-Boa noite querido, você demorou. -Selena sorri, se aproximando de mim. Ela está despida, pronta para tomar banho comigo. Uou.    

-Sinto muito por isso. -Ela concorda, começando a fazer carícias em meu corpo. Retribuo o ato. -O que te fez vir atrás de mim? -Pergunto, realmente curioso.  

-Apenas percebi que estava sendo infantil ignorando você, e não querendo escuta-lo. Eu estava chateada de certo modo, mesmo sabendo que não tenho esse direito.   

-Quero me desculpar por ontem, falando nisso. -Começo, mas ela logo me interrompe com palavras e colocando suas mãos em minha nuca, rodeando a mesma.  

-Não peça desculpas por algo que não é culpa sua. Tenho certeza que você não quer esse tipo de coisa par você, mas não tem escolha. Eu gosto de você e sei que tenho que te aceitar do jeitinho que for se quero ficar com você. -Suas palavras são calmas, o que me acalma de certo modo também-Certeza é algo em que você não pode me oferecer. Mas quem se importa? Eu não, pelo menos agora. -Ela ri baixo, e nesse exato segundo, beijo a sua testa, feliz. -Acredito que você valha esse risco que eu quero tomar. Então me diga, você vale?  

-Me diga você. -Murmuro baixinho, mas o suficiente para que ela possa me ouvir e sorrir, antes de tirar suas mãos de minha nuca e segurar o meu rosto, me beijando em seguida. -Então, eu valho a pena? 

Viro o meu corpo, desencostando-me da parede e a encostando agora, ainda sem tirar o contato entre nossas bocas.  

-Eu tenho certeza que sim. Posso tentar resolve-lo com um pouco de amor.

Eu não poderia estar mais feliz, apesar de ter chamado por outra na noite anterior. Mas agora, torço para que não aconteça novamente. Estou disposto a esquecer Hailey e o relacionamento que tivemos, e vale a pena, se no final do dia, é Selena quem estará comigo.