História Brain Aneurysm - E eu não faço a mínima ideia de quem é ela

Justin Bieber Point Of View.  

No dia Seguinte, Domingo, Nove Horas A.M 

Pisco aproximadas cinco vezes, o suficiente para que os meus olhos se acostumem com a claridade que se exala no ambiente. Ainda os mantendo semiabertos,  faço pouca força para os rolar em direção ao relógio da minha parede, e arregalo os meus olhos assustado por estar atrasado. Sei a minha rotina, que é a mesma de a de dois anos atrás... Eu me levanto as sete, vou ao trabalho as oito, e faço as mesmas coisas, todos os dias.  

Empurro os panos quentes em que me escondia, correndo por toda a extensão do meu quarto a procura de roupas adequadas. Ainda correndo, desço as escadas enquanto abotôo as minhas calças escuras, entrando na cozinha com ainda certa pressa, e ao me aproximar da geladeira, suspiro forte e frustrado, contendo a vontade de socar algo.  

''Hoje é domingo, você não trabalha'', ''Você tem que ir ao médico as Nove e Vinte amanhã. Devon marcou uma consulta de última hora comigo, então, não descarte este bilhete até amanhã, não me faça escrever outro. Sabe que eu também esqueceria.'' ''Irei dormir a casa de Ashley, chego as nove da manhã, provavelmente o mesmo horário que você lê estes bilhetes'' ''Obs:: Me desculpe por desligar o seu despertador, mas eu não me importo se você tem aneurisma cerebral. Não quando eu posso caçoar você todos os dias de sábado e domingo, desligando aquilo que te acorda.'' ''Obs2:: Quando eu chegar, iremos conversar. Irá ser uma conversa séria, sobre ontem'' 

Leio todas as dezenas de palavras mentalmente, e como sendo uma rotina, retiro os papeis grudantes da geladeira, amassando todos eles, e os descartando. Enquanto faço todas essas coisas, a pergunta “O que eu fiz ontem” predomina a minha mente, chegando a me deixar com um pouco de enxaqueca.  

Procuro por toda cozinha, um gravador novo, e o qual eu acho, é diferente de todo os outros já me deixados... Embaixo do mesmo, há mais um papel amarelo, escrito com uma letra diferente, definitivamente não é a letra de Ryan. E enquanto leio as palavras ali escritas, eu sorrio com o começo, por estar ganhando algo de Ashley, mas as palavras finais mexem com a minha cabeça de um jeito confuso.  

''Justin, como vai você ? Espero do fundo do coração, que você esteja bem. Bom, sei que não somos as pessoas mais próximas do mundo, mas por estar te roubando Ryan, seu melhor amigo mas também meu namorado, e também por ter feito a noite de ontem, a melhor da vida de Selena, eu quis lhe comprar isso. É um gravador novo, mas não descartável. Ele pertence a um aplicativo, que eu instalei no seu notebook. É algo diferente, você grava todas as suas necessidades, e conecta a parte de baixo no seu computador, então, instantaneamente tudo o que gravou, será anotado  no notebook e descartado do gravador.  

Espero que goste e me desculpe por qualquer coisa que eu possa ter feito.  

XOXO, Ashley.''   

Selena ? Quem raios é Selena ? Será que ela, foi o “A noite de ontem” ?  

Essa frase rodopia na minha mente milhares e milhares de vezes, até que eu siga caminho ao meu notebook enquanto seguro o novo gravador - Não descartável, não o elimine Justin -, e vasculho por todo o novo programa instalado no mesmo. Eu fico preso, por muito tempo, matando toda curiosidade que tenho em relação a esse meu novo sistema, até que Ryan, sorrindo e feliz, provavelmente pela noite incrível que teve. Eu fico feliz por ele, até o momento em que ele se aproxima e me faz a pergunta mais difícil de ser respondida neste momento.   

-Você já ligou para Selena Gomez ? -Ele coça seus olhos com a palma da mão esquerda. Ele parece estar cansado, provavelmente por uma noite péssima e mal dormida. Posso perceber essas coisas, mesmo que ele esteja feliz e sorrindo desde que adentrou o local.   

-Quem é Selena Gomez ? –Fecho após desligar o notebook, me levantando e seguindo caminho para a cozinha, sabendo que o meu café já está pronto e morno. –E por que eu deveria a ligar ?  

Ryan, a todo momento, segue todos os meus passos até a cozinha, e me chama de filho da puta após as minhas palavras.  

-Você não anotou, não é ? –Pergunta antes de segurar os meus ombros com força, me dando impulso para bater em seu corpo. –É você não anotou.  

Eu ainda o observo, a todos os momentos. É por observá-lo, posso ver as feições e reações que ele tem a cada mínimo milésimo de tempo. Ele está nervoso por eu não lembrar de Selena Gomez. 

E eu não faço a mínima ideia de quem é ela.   

-Ryan, para de jogar todas as coisas nas minhas costas. –Grito já me sentindo mal por gritar com ele, que me ajudou durante tanto tempo. Mas me sinto bem em dizer as coisas que se passam na minha cabeça, tantas vezes no mesmo dia. –Eu sei que você me considera um incapaz e impossibilitado de fazer qualquer tipo de atividade. Eu também sei disso, então não jogue todas as responsabilidades nas minhas costas achando que eu irei melhorar e irei deixar de ser uma responsabilidade também sua. -As palavras soam de modo rápido, me fazendo quase engasgar enquanto atropelo-as. -Está cansado de mim ?  Me interne, me coloca em algum hospital. Me coloca no lugar que em que eu deveria estar há muito tempo.  

É como se eu gritasse com todas as minhas forças estas palavras, e após a última soar alta da minha boca, eu sinto as minhas pernas tremerem e a vontade de cair ao chão me  predomina. Mas mesmo que as palavras tenham significado muito a mim, elas não significavam nada a Ryan.  

Que não joga nada além de verdades na minha cara, atualmente pálida. 

-Você diz que eu te considero um incapaz ou um impossibilitado, e parece convencer mais a si mesmo do que a mim. -Isto de fato, é verdade. E é estranho saber que eu estava errado em algumas palavras.  -Você ainda pode estar vivo Justin, mas não está realmente vivendo. Você deixou que a doença invadisse a sua vida completamente, em cada mínimo detalhe, e está agindo como um idiota que tem medo de sair com uma garota. -As veias do pescoço de Ryan já saltam, pela raiva que apossa do seu corpo enquanto ele grita comigo. Por falar em uma agilidade e pressa indescritível, nos espaços que tem entre suas frases, ele respira fundo e caminha em direção a saída. -Você teve um encontro incrível ontem, com Selena Gomez, e tente não estragar tudo com ela.  –Suas mãos rodopiam a chave da porta, e ele puxa a mesma. Se preparando para sair. –Não faça com ela, o mesmo que fez com Hailey Baldwin.  

E após as suas últimas palavras, que me deixaram com uma grande feição de idiota, Ryan me abandona no apartamento.  Com grandes dúvidas, como ''Quem é Hailey Baldwin ?'' 

Quando o meu melhor amigo saiu do nosso apartamento, eu tinha certezas absolutas que ele iria voltar a casa de Ashley, porque é isso o que ele sempre faz agora. É como a sua rotina agora. E eu fiquei com esse pensamento em mente durante o resto de todo dia, apenas me senti um idiota quando Ashley apareceu na minha porta perguntando aonde está o namorado, e por que ele não atende nenhum tipo de ligações.  

Selena Gomez Point Of View  

No mesmo dia, Domingo, Três e Trinta e Sete P.M 

Sob o mármore claro e limpo, com calma, eu dou-me ao trabalho de marcar todas as consultas de Devon, as diversas que ele tem para amanha. Não sou nenhum tipo de secretária, ou até mesmo ajudante, apenas entendo que ele tem muito trabalho para administrar sozinho aos domingos, quando vai há hospitais atender clientes impossibilitados de o visitar na sua própria clínica. Então, encontro-me sozinha no local. Fazendo algo em que o meu irmão mais velho me paga cem dolares para estar fazendo.  

Ele é psicólogo, e recente psiquiatra. Então, tendo um trabalho de severa importância, nunca realmente conseguimos muito tempo juntos. Nada além de um café da manha, já que ele  tem seu horário fixo, horas extras, consultas particulares, visitas a hospitais necessitados, e outros trabalhos que ele se possibilita ao máximo para fazer. E eu admiro isso nele.     

Na verdade, além de o admirar por suas atitudes e o seu jeito de tentar melhorar um mundo cruel, eu sei que devo tudo a ele. Nossos pais morreram, é o que eu prefiro dizer, ao lugar de ''Matei a minha mãe durante um parto, e o meu pai me abandonou por saber que eu sou a culpada''. Então, durante todos os anos seguintes, Devon cuidou de mim, já que é mais velho. Oito Anos.  

Nós morávamos com uma tia, mas ambos não gostávamos dela. Então, quando D - Como sempre costumo o chamar, como um apelido idiota -, conseguiu se formar, após todos os seus esforços, a minha vida melhorou. Ele foi contratado para trabalhar em um hospital, e pouco tempo depois, em uma clínica bem elogiada de New York, até que dois anos depois, ele abriu a própria clínica; A qual atende até hoje.  

Ou seja, ele ainda faz tudo por mim, já que ainda sou a sua irmã mais nova, de apenas dezoito anos. Que ainda faz faculdade, Engenharia, e que ainda tem muito a aprender na vida. São muitas lições, que eu não quero aprender com ninguém além de Devon.  

Por anotando, novamente, todas as suas consultas, presto demasiada atenção em todos os pacientes em que o meu irmão atende, e o fato do nome dele estar ali, me assusta. Justin Bieber. Ele vem a um psicólogo/psiquiatra por Asma ? Até porque o meu irmão prefere atender aqueles quais não superam o fato de sofrerem com alguma  doença ou lidarem com ocorridos passados.   

Justin Bieber. Eu me lembro dele, claro que lembro. A pergunta é, como poderia esquecer ? Ele era um homem incrível, mais velho, tinha uma vida formada e tinha era tudo perfeito para ele. Ele havia feito com que eu me sentisse diferente, uma pessoa mais feliz, mas agora poderia estar tudo isso estragado, se eu colocasse o que tenho em mente, me prática. Ele me  fez esquecer todos os problemas por aquela noite, mas agora, eu posso abrir a sua ficha que seguro em mãos, e descobrir se o melhor cara que eu conheci mente ou não para mim.  

Mas antes que eu faça qualquer coisa que possa me arrepender, e transformas lembranças felizes em também mentiras, o meu telefone toca e Devon diz que me espera a frente da clínica. Fui salva da minha própria curiosidade pelo meu irmão mais velho (novamente).  

Justin Bieber Point Of View.  

No Dia Seguinte – Segunda Feira. 

Nove e Quinze AM.  

Com as mãos afogadas no bolço quente dos meus jeans, caminho com a total calma sob os pisos perfeitamente brancos da clínica, fundada e comandada por Devon Gomez, meu médico, há dois anos.  Observo atentamente, toda a extensão do local, que frequente todos os dias úteis da semana, em um horário fixo, das três horas da tarde, as cinco. Eu não me lembro totalmente do local, apenas alguns grandes detalhes, já que comecei a frequentar quando a doença estava me dominando por completo, já que antes, o meu psicólogo me atendia no hospital, quando eu estava mantido em observação, por todas as dificuldades de movimento que se apossavam do meu corpo.  

  Pelo fato das minhas sessões serem sempre na mesma hora, eu estranho o fato de estar aqui quase seis horas antes, para uma consulta marcada de última hora pelo  meu médico. Por dois anos que frequente o mesmo local, essa é a segunda ou terceira fez que venho em um horário modificado, que era apenas para apossar alguns resultados, de centenas de exames que eram prestados com grande frequência. E nenhum deles, foram bons resultados para a minha melhora. Ou seja, eu estou preso no fim do poço, por muito tempo. 

Ao ler ''Dr.Gomez'' escrito na placa presa sob a porta de madeira clara, bato os meus dedos na estrutura algumas vezes, esperando ser atendido. Apos algumas batidas proferidas, afasto-me da porta, ao escutar a mesma ser destrancada é aberta. Vejo a mulher com os cabelos loiros e olhos escuros sorrir ao se afastar de Devon, que retira as luvas azuis plásticas que usava ao “examina-la”  

-Sr.Gomez. –Estendo a minha mão, para que o homem a minha frente aperte a mesma, mas para a minha surpresa, ele não faz. Apenas se afasta de mim, entrando e pedindo para que eu feche a porta ao entrar.  

Rodo a chave na porta, trancando a mesma como sempre, para que nenhuma consulta seja interrompida, com assuntos fúteis que ele pode tratar após os horários marcados.  

Sigo o seu corpo sem pressa alguma, suspirando forte e alto, enquanto esfrego uma mão na outra. Já que acabo de perceber, que isso não é uma consulta como todas as outras.  

-Justin, eu não marquei essa consulta para nenhum tipo de exame ou observação. -Uma grande onda de choque apossa o meu corpo, ao escutar as suas palavras que soam de modo severo comigo. Mesmo que eu já tenha percebido este fato a pouco mais de cinco segundos. -Eu sei que saiu com a minha irmã há dois dias atrás. E sei também que não se lembra dela.  

Ao juntar todos os pontos, em pouco tempo, ainda com os olhos arregalados, volto a colocar as mãos no bolço. Selena Gomez é irmã de Devon Gomez.  

-Eu sai com a sua irmã ? –Finjo-me de desentendido, não querendo causar tantas confusões, mesmo sabendo que o fato de eu não me lembrar dela, ou de o que fizemos na noite anterior, já é um problema. –Me desculpe Devon, mas não me lembro dela.  

O homem mais velho, caminha em círculos diversas vezes, procurando palavras que se encaixem na frase em que ele parece querer usar para se expressar. Espero perdidamente por isso.  

-Justin, Selena só tem a mim e eu só tenho a ela. –Ele se aproxima de mim, me fazendo afastar alguns passos para trás. Suas palavras me assustam, mesmo sabendo que ele não vai dar um soco na minha cara, e sabendo também que eu poderia me defender deste ato inconsciente –Nossa mãe morreu no parto da Selena, e após ela ir para a casa, nosso pai disse que tudo era culpa dela, e fugiu. Ela era um bebê, então não sofreu tanto quanto eu, que tinha consciência e já amava a família que tinha. Mas como eu, ela não teve pais. –Pisco cinco vezes, querendo entender o que ele diz. –Selena e eu nunca tivemos família, apesar de termos ficado com uma tia, que nos culpava por todos os acontecimentos recentes. Mas então o tempo passou, eu mudei, cresci e me formei. –Ele observa todos os quadros presos a sua parede cor creme. Todos eles são diplomas, licenças e outros documentos importantes para a sua profissão severamente importante também. –Então como eu disse, nós temos apenas um ao outro, já que cuidamos um do outro. Desde sempre.  

-Está pedindo, em outras palavras,  para que eu não me lembre dela ?  

-Faça esse não-esforço por mim. –Ele sorri sínico, essa expressão transborda pela sua face coberta por uma pequena barba da mesma cor de seus cabelos.  O seu corpo mais alto que o meu, caminha em direção a saída, abrindo a porta com calma e saindo do cômodo. –Não leve as coisas que eu disse como uma crítica, apenas veja como um aviso do destino. Dizendo que alguém como você, não pode ficar com ela. Te vejo a sessão das quatro.  –São suas últimas palavras ao desaparecer pela longa extensão do corredor.  

E pela vigésima vez, eu sou deixado sozinho, com mil dúvidas pela minha cabeça. Dúvidas que amanhã, eu não me lembraria. Então não as considero como um problema. Porque não são.