Justin Bieber Point Of View
Sábado, Dia Vinte e Quatro de Dezembro.
Sendo um grande admirador da música, eu me sinto perdido diante de todos os instrumentos musicais que estão pendurados sob as paredes azuis da loja, e aqueles que estão sob o chão, como a bateria que chama a minha atenção... Aproveitando os poucos minutos que tenho disponível - Enquanto Ryan me deixa sozinho para buscar Ashley em sua casa, junto a garota que foi chamada pela loira, - para retirar as notas verdes, as quais representam, cada uma delas, cem dólares, e entrego ao atendente, que sorri e segura o meu dinheiro.
-O seu pedido será entregue na sua casa, deixaremos na portaria para que apenas o senhor tenha permissão de retira-lo. -O homem se mantém sério após o rápido sorriso, enquanto segura e guarda o dinheiro, e o som irritante e fino da registradora soa após a mesma ser aberta e as notas guardadas em seguida. -Faça bom proveito do instrumento. E volte sempre. -São as últimas palavras antes que eu agradeça mais uma vez, com um simples ''Obrigada'' e caminhe para fora da loja, seguindo caminho sem pressa ou velocidade alguma, até a praça de alimentação, aonde Ryan indicou que eu o esperasse junto as outras duas garotas.
Passar o meu sábado fazendo compras de natal nunca foi a minha atividade preferida, mas por ter um melhor amigo com uma namorada que se importa muito com datas comemorativas e aparências, eu me sinto ''Obrigado'' a fazer tais coisas, pois mesmo que eu não queira admitir, quero ver o meu melhor amigo feliz.. Porque ele me deixa feliz, fazendo tudo o que faz por mim e sempre fez. Então eu passei dias pensando em algo que realmente mostrasse a minha gratidão, em algo físico, pois é isso o que damos as pessoas no Natal, como carinho e consideração de crenças natalinas.. Espero então que eu tenha pensando em algo bom o suficiente, e que represente o quanto eu o conheço para que a escolha tenha sido certa.
Arrasto os meus pés a fila do Mc Donald's, que é mediana e agradeço por isso, já que a minha paciência para tudo hoje, é baixa. O meu celular vibra no meu bolço traseiro dos jeans escuros e rasgados, e com preguiça, levo a minha mão esquerda até o local, sem pressa – Mesmo sabendo que a ligação pode cair a qualquer segundo – e pego-o, atendendo a chamada de Ryan e em seguida levo o aparelho aos meus ouvidos.
-Aonde você está ? -Ryan me pergunta, e no fundo da sua voz, posso escutar risadas. Provavelmente é Ashley, com uma das milhares de amigas que ela possui. -Eu juro que estou ficando louco com a Ashley. Ela acabou de entrar no shopping e já chamou Selena para entrar em todas as lojas que passamos em frente, eu não tenho paciência para isso, e parece que Selena também não, pois ela sempre diz que antes devemos encontrar o meu amigo primeiro, o qual ela não faz a mínima ideia de ser você. Mas do mesmo jeito, ela está me salvando de entrar nas lojas e carregar sacolas desnecessárias, até porque viemos fazer apenas comprar de natal.
Eu concordo com Ryan, pois sei que Ashley adora fazer compras e gastar horas livres em um shopping, mas ambos não concordamos que ela é uma mulher 'fútil', ela é inteligente, e supera as expectativas de todos sempre.. Gastar o seu dinheiro é apenas um hobbie. Sei que Ryan se incomoda apenas por ter que ser quase sempre, a companhia da namorada, pois a parte financeira a garota mesma se responsabiliza, já que trabalha para conquistar o que tem. Ryan é contador em uma das maiores empresas do mundo e Ashley, é colunista na revista dos seus pais, que logo, será dela. Então sim, se algum dia se apressarem para um passo ''maior'', como o casamento, eles se sairiam muito bem financeiramente, assim como em outros fatores da união.. Eles parecem serem feitos um para o outro.
-Estou na fila do Mc Donalds, eu já fiz o meu pedido, estou o fazendo. -Aponto no cardápio, o lanche o qual desejo, e logo a garçonete concorda, entregando-me o papel que indica a minha compra. Enquanto Ryan diz que irá me procurar, eu aguardo na outra fila, e em pouco tempo o meu pedido é entregue.. Procuro uma das mesas disponíveis, e me sento sozinho na mesma.
Quando sinto nova companhia junto a mim, eu já havia terminado de comer, e me distraia com o meu celular, e sorrio, ao ver o meu melhor amigo distraído em explicar algo a Ashley, e a garota diferente para mim se sentar, quieta mas sorridente. Ficamos em silêncio, por um tempo que eu não conto, porque quando presto realmente atenção, já seguro algumas sacolas.
Duas Horas e Meia Depois
-Por favor, me diga que esta é a última loja. -Peço, na mesma intensidade de como se pedisse ''misericórdia''. Não há nada que eu mais queira do que ir para a casa. Os meus braços doem, por segurar todas as sacolas. Ryan bufa, parecendo entediado também, mas continua a acompanhar a namorada que ri alto a companhia da morena bonita.
-Ash, podemos ir para a casa ? -O meu melhor amigo pergunta, parando e deixando as sacolas que segura no chão.
-Por favor. -A garota morena também pede, e logo reclama de dor nos pés cobertos por uma sapatilha.
-Nós combinamos de ficar aqui a tarde toda, e ainda são cinco ada tarde. - O meu relógio confirma o horário. -Combinamos também de nos reunirmos as oito, o que significa que temos apenas três horas. -Ela se enrola com as palavras, mas logo arregala os olhos, como se lembrasse de algo. -Eu tenho apenas três horas para me arrumar. Ryan, me leve para casa, por favor. -Ryan agradece mentalmente, e juntos todos caminhamos até o estacionamento.
Em pouco menos de vinte minutos, as garotas agradecem, e ambas beijam Ryan; Ashley nos lábios, e a garota na bochecha. Ambas agradecem também, e logo, adentram o prédio.
Selena Gomez Point Of View
Involuntariamente, algumas palavras se libertam pelos meus lábios, no mesmo segundo em que o meu corpo se deita no sofá do apartamento de Ashley, e os meus músculos relaxam pelo dia enorme que tivemos. Ainda é cinco e meia, e o combinado foi que todos nos encontremos no apartamento de Ryan as oito, então, eu tenho ainda algum tempo para descansar e começar a me arrumar logo em seguida. O corpo magro e também pequeno – como o meu – de Ashley se deita ao meu lado, mas antes que qualquer palavra saia de qualquer uma de nossas bocas, o aparelho celular da loira toca alto, e sem cuidado, a chamada é atendida.
-Oi, amor. -Sei que é Ryan, já que ela usa tal apelido carinhoso apenas para ele. Seria estranho se outra pessoa o tivesse. -Eu não estou entendendo Ryan, respire e fique calmo. Acalme suas palavras e me diga. -Ela se senta, como se as palavras que ele diz ao outro lado da linha, a assusta ou a deixa preocupada. -Nós estamos indo, eu ligarei para ele, ou tentarei fazer Selena entrar em contato.
Ashley após desligar a chamada, recolhe a bolça e calça os seus sapatos. Eu fico preucupada, por isso inclino o meu corpo esperando suas palavras.
-Justin está tendo uma crise. É raro, mas não inexistente. -Estou confusa, Justin não tem doença que o permita ter ''crises''. -Ele parece ter se acostumado com a doença, mas ele, as vezes, se lembra de tudo e merdas se passam na sua cabeça, então, ele explode. -Ashley joga-me os meus sapatos, esperando que eu os coloque. -Devon sabe resolver estes tipos de crises que ele tem, então, tente ligar para ele e diga que é urgente... Ele nos contou que as crises de Justin podem seguir um passo maior, mas eu e Ryan não estamos dispostos a arriscar. -Concordo, e quando já estamos saindo da casa, o fato mais importante vem a minha mente; -Não tem como Devon atende-lo hoje, é sábado, ele dispensou o Natal para visitar hospitais.
Neste momento, nós já seguimos caminho para o elevador, que nos leva até o estacionamento, para que assim, possamos ir até Justin.
-Selena tente ligar para ele. Faça isso por mim, por Ryan ou até mesmo pelo Justin. Ele precisa de nós, e de Devon agora. -Concordo, desbloqueando e procurando Devon na minha mediana lista de contatos.
A ligação cai, e o mesmo acontece nas próximas cinco vezes que tento me conectar com ele, então, decido assim enviar-lhe um SMS, tendo a esperança de que ele me responda e que fique tudo bem; ''Oi, Devon. Como você sabe, eu passei o dia inteiro com a Ashley, Ryan e Justin, mas acabamos de chegar na casa dela e Ryan ligou. Justin está em meio de uma crise, ele precisa de você'' É o que envio, e sei que ele recebe pois sua resposta chega dez minutos depois, quando Ashley já manobra para estacionar a frente do prédio em que Ryan mora com Justin. Tudo se passa rápido, quando com pressa, entramos e subimos no elevador.
-Seu irmão pode vir Selena ? -É a primeira coisa que se dirigem a mim quando piso no apartamento grande e confortável. -Por favor, diga que sim, Justin precisa muito dele. Ele se trancou no quarto, e faz questão de não trocar nenhum tipo de palavra comigo. -Ryan tem certo desespero na voz, mas quem não teria em uma situação como esta ? Até mesmo eu não sei como mantenho o meu estado atual, mais calmo do que todos.
-Ele recebeu a minha mensagem, e disse que em meia hora ele está aqui, pois está longe agora. -Essas foram exatamente as palavras que recebi, e Ryan concorda, e em baixo tom, troca palavras com a namorada.
-Eu irei subir e tentar falar com ele. -Ashley segue até as escadas, subindo as mesmas sem pressa alguma.
-Você não irá conseguir. -Ryan grita, pela garota já estra distante, mas se é possível escutar as palavras que ela grita como resposta ''Não custa nada tentar''. Eu me sento no sofá, e fico com total atenção no meu celular, esperando qualquer mensagem ou sinal de Devon, que deve estar a caminho.. Ryan tenta se concentrar em qualquer outra coisa, mas nada realmente funciona, já que ele está tenso. Posso perceber isso pelo jeito em que ele anda, subindo e descendo as escadas.
-Ele sequer respondeu o meu ''Oi Justin''. -As palavras de Ashley soam frustradas enquanto ela desce as escadas, batendo o pé no chão de madeira. E se sentando no sofá, ao meu lado. -A única maneira agora, é esperarmos Devon. -Ela leva as mãos até o rosto, escondendo o mesmo.
E é neste momento em que eu percebo o quanto cada um se preocupa com Justin. O que na minha cabeça, é um ato bonito. Mas por que eles não se preocupariam ? Antes de tudo e de todos, Justin era melhor amigo de Ryan, o que significa que Justin estando ou não doente, Ryan nunca deixaria de se preocupar e amar ele.
-Ou a Selena pode subir e tentar conversar com ele. Sei que é uma ideia estúpida, mas olhando a nossa situação, tudo tem que ser considerado. -Ryan quem nos dá a ''brilhante'' ideia de me deixar subir, alguém que provavelmente Justin não se lembra e ficara ainda mais 'perturbado' de alguém que ele não conheça saber dos detalhes mais íntimos sobre a sua doença. -Faça esse esforço por nós Selena. Justin é meu melhor amigo e eu não quero saber aonde ele pode ser levado se a sua crise não parar. E ele precisa que alguém converse com ele. Convença-o de a deixar entrar.
As palavras me afetam de certo modo, mas eu concordo com a ideia e subo as escadas sob os olhares do casal. Ryan grita por último, que é a segunda porta a esquerda, e eu não respondo, apenas sigo sua instrução. Bato três vezes na porta de madeira escura, mas não recebo resposta. Não arrisco a tentar abrir, pois sei que a porta está trancada, seria uma tentativa falha.
-Oi, Justin. -É a primeira coisa que eu digo, insegura com as palavras. Eu digo tudo baixo, mas sei que ele me escuta, pois também posso escuta-lo com a respiração pesada ao outro lado da porta. -Você não me conhece, mas meu nome é Selena. Nós já saímos algumas vezes, mas por culpa do Aneurisma, você não se lembra de mim, e acredite, isso não é culpa sua. -Respiro fundo, pensando em palavras corretas para serem usadas. - Mas eu me lembro de você, e quero deixar claro o quanto você é incrível. Eu sei que você deve estar totalmente confuso com o que lhe disse sobre já nos conhecermos, mas se você quiser, eu posso explica-lo tudo corretamente e com calma. Por favor, abra a porta para mim; -Rio fraco, sabendo exatamente o que dizer em seguida. -Eu estou me sentindo uma tola por tentar convence-lo a conversar comigo, porque você não me conhece.
Não há nada a mais para ser dito, mas quando eu cogito a ideia de sair do corredor e descer a escadas, dizendo que comigo, também não deu certo... mas no último segundo, escuto o barulho da porta ser destrancada e a sua voz rouca dizer um simples ''Entra''. Sorrio, ao adentrar o quarto e dizer;
-Fico extremamente feliz em saber que confia em mim
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