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História Break Away - Capítulo Único


Escrita por: Sra_Lovegood

Notas do Autor


Hi pessoas!
Então, primeira fanfic original que posto. Uma ideiazinha que surgiu no tempo livre haha
Enfim, aproveitem. E se gostarem, por favor, comentem, favoritem! É importante.
Beijos! Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único


Londres, 1888

 

A Red House era uma nova casa de espetáculo em Whitechapel, frequentada exclusivamente por membros importantes e respeitáveis da sociedade britânica. Desde banqueiros a intelectuais e doutores formados nas maiores universidades do mundo. E talvez por isso, fosse o melhor lugar para conseguir bons  contatos e fazer boas amizades.

E quem o visse ali, certamente consideraria que ele estava presente para o mesmo propósito. Ou então quem sabe apenas fosse mais um admirador do grupo de dança composto pelas mulheres mais adoráveis e sensuais de Londres. Boa parte dos homens presentes o era.

Pois veja bem, apesar de grande parte dos frequentadores serem casados, e de proclamarem aos quatros ventos discursos conservadores e puritanos, fazendo sermões sobre a família e pecado, era visível os olhares desejosos que lançavam as prostitutas e dançarinas, sendo que os mais corajosos poderiam até mesmo ser vistos saindo pelos fundos vez ou outra por aqueles mais observadores — vulgo aqueles que estavam sóbrios o suficiente para notar.

Mas no outro dia todos fingiriam que não viram nada e não fizeram nada. Então não fazia muita diferença.

Era realmente hilário ver todos aqueles homens à luz do dia condenando as mesmas práticas que realizavam quando as luzes escassas e bruxuleantes da noite se acendiam.

E talvez por isso, não se sentisse tão culpado por estar ali. Mesmo que fosse a terceira vez na apenas nessa semana.

E pensar que tempos atrás se contentava em estar ali apenas uma vez por mês, quando seu amigo John o arrastava.

Na verdade, houve um tempo, há quase um ano, que aquele seria o lugar menos desejado por si para estar.

E agora, mesmo não havendo mais seu amigo persistente para levá-lo até ali — o mesmo viajara para os Estados Unidos no semestre anterior —, seus pés faziam religiosamente o mesmo percurso quantos dias fosse possível.

E ali sua figura taciturna adentrava, se esgueirando por entre o emaranhado de corpos, entre a fumaça do tabaco e o odor repulsivo do ópio. E sempre escolhia o mesmo lugar para sentar-se, onde as sombras escondiam sua bela fisionomia, onde podia fitar ansiosamente o mesmo ponto do palco. Para o qual sabia que apenas ele dispensava atenção.

E mesmo depois de tanto tempo como exímio observador, seu coração ainda batia num ritmo mais acelerado e a ansiedade ainda lhe invadia da mesma forma.

Era extremamente ridículo e vergonhoso, na sua sempre tão sincera opinião, mas não era como se pudesse evitar.

Nos dias em que o show demorava a começar, ele pedia um drink ou dois, e cumprimentava com um leve manear de cabeça as poucas pessoas que o reconheciam e o saudavam com um sorriso. Mas sem nunca desviar o olhar do palco.

Seus dedos batiam ritmicamente no copo que já estava em suas mãos contendo um líquido transparente. Em sua outra mão girava seu caro relógio de bolso, fitando ansiosamente os ponteiros.

Riu de si mesmo e da sua impaciência.

Realmente. Ridículo.

Só queria entender quando foi que chegara a esse ponto.

Talvez tenha sido ainda do mesmo dia em que seus olhos pousaram em cima daquela figura tão singular e mística. Quando escutara sua bela voz. Os cabelos negros ao vento...

Droga.

Talvez estivesse na hora de parar com isso.

Realmente, não estava lhe fazendo nada bem.

Já perdera a conta de quantas vezes se pegou distraído e divagando em meio a algum trabalho importante, ou mesmo em meio a uma conversa em casa. Pensando na próxima oportunidade de observar aquele belo ser.

Suspirou.

Talvez de fato não fosse uma boa ideia voltar no dia seguinte. Nem em qualquer outro.

Foi então que ouviu a música se iniciar, e tão perdido estava em seus pensamentos que não notou que as belas dançarinas já estavam no palco. E estão seus olhos negros focaram na bela figura que lentamente surgia na lateral da plataforma, metade escondido pelas cortinas. Mas ainda assim, lá estava ele. Tão distraído quanto o resto das pessoas com as mulheres que dançavam, e totalmente ignorado e não notado por causa destas.

Mas mesmo com todas as beldades se exibindo ao som de músicas sensuais no palco, sua atenção ainda era apenas dele.

Inclinou sua cabeça para o lado, contemplativamente, e retirou os fios negros de seu cabelos dos olhos, seu corpo inclinando-se inconscientemente para frente, na intenção de ter uma melhor visão. Ele era lindo.

Sua pele branca de marfim, olhos tão, tão azuis, e aqueles cabelos cor de ébano extremamente lisos e de aparência suave. O sorriso élfico nos lábios e a expressão fugaz.

Estava vestido, como sempre, com roupas simples e de aparência desgastada, que não faziam jus a sua beleza, mas que ainda assim não eram capazes de aplacá-la. Extremamente simplista, e lindo.

Era tão... fácil observá-lo. Tão certo. Tão natural. E sabia que mesmo que se o ameaçassem não conseguiria desviar os olhos. Porque aquilo era tudo que poderia ter.

E então, de repente a ideia de não voltar no dia seguinte pareceu deveras tola.

Não havia como não voltar.

Era como seu vício particular. Como seu hobby. O fazia esquecer-se dos problemas e ter minutos relaxantes e agradáveis, observando aquela beleza tão singela.

Oh, daria metade da sua fortuna para poder ter uma chance de falar com ele. Tinha certeza que não se cansaria de ouvir aquela voz por horas e horas.

Mas por hora, e talvez para toda a vida, tinha que se contentar com o que tinha. Nunca passaria dali.

Afinal... ele tinha uma esposa em casa o esperando. E isso não cairia nada bem, certo?

Ou ao menos era o que escutava por aí, porque honestamente, ele não dava à mínima.

Não quando a simples possibilidade de está perto daquele ser... de tê-lo em seus bra-

Oh céus!

O diabo estava pensando?

Balançou a cabeça para recriminar tais pensamentos. Sabia que se começasse, não teria mais volta. E sabia que só faltava um passo para cair de vez naquele precipício. Não podia se dar ao luxo.

E foi com extrema resignação e tristeza que notou que a música já tinha chegado ao fim e as dançarinas se retiravam do palco, e logo ele também sumiria por trás das cortinas.

E então ele aproveitou os últimos segundos restantes, observando atentamente os belos traços delicados daquele belo rosto e sua silhueta esguia.

E então, inesperadamente, os olhos azuis que antes observavam as dançarinas, se voltaram, como imãs, para ele. Exatamente na sua direção.

E mesmo no escuro, seus olhos se encontraram.

Seus dedos pararam os movimentos no copo e sua respiração travou.

E muito, muito lentamente um sorriso começou a se desenhar nos lábios rosados do garoto e seus olhos brilharam com aquela diversão típica de um elfo.

Um sorriso. Pra ele.

E com um manear de cabeça, ele sumiu por entre as cortinas.

E então ele voltou  a respirar, e num baque surdo se recostou de volta a cadeira.

O que foi isso...?

Conseguia sentir sua boca seca e seu coração acelerado, e mesmo que a contragosto, um sorriso imperceptível se fazia presente nos seus lábios.

Realmente. Ele era ridículo.

Mas...

Oh, ele voltaria no dia seguinte.

Lentamente se levantou da sua cadeira e fez o caminho de volta para casa.

E enquanto andava pelas ruas escuras e frias de Londres, de volta para seu lar e sua esposa, na mesma medida em que seu peito se enchia daquele sentimento quente e incompreensível, a culpa também o atingia. Sempre ali, firme e persistente.

Mas hoje, só hoje, ele se daria ao luxo de não pensar nela. Não quando havia a imagem de um belo sorriso élfico ainda nítido na sua mente.

 

 

 

 


Notas Finais


Por favor, se gostaram, comentem!
Beijos =)


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