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História Break my barriers. (hiatus) - O estranho


Escrita por: choimyg

Notas do Autor


QUEM É VIVO SEMPRE APARECE, NÉ NÃO?

Eu tinha desistido da fic *ri de nervoso*, tava suuuuper desanimada, então larguei ela aqui ASUASHA
Eu comecei a escrever, tinha tudo na cabeça mas não estava conseguindo transformar as ideias em capitulo, sabe? ai o tempo foi passando e foi ficando cada vez mais no esquecimento.
MAS AQUI TO EU DE NOVO, recentemente bateu uma puta vontade de voltar e terminar, e eu refiz tudo que eu tinha começado a escrever desse capitulo, não está grande mas ficou do jeito que eu queria, espero que vocês gostem <3

Beijão e até as notas finais, boa leitura <3

arte da capa do capitulo: wemosus|tumblr

Capítulo 2 - O estranho


Fanfic / Fanfiction Break my barriers. (hiatus) - O estranho

O encarei por alguns segundos sem dizer nada até estender a mão para cumprimentá-lo de volta.

— Prazer, Yuri Plisetsky – respondi –, você é intercambista, certo?

— Sim, sou do Cazaquistão. – ele respondeu, soltando minha mão e voltando seu olhar para a frente – Você também não é daqui, certo?

— Não, nasci na Rússia, mas me mudei pro Canadá há muitos anos.

— Ah, notei que não era daqui quando te vi chegando. – Otabek falou calmamente e olhou para mim antes de completar – Você é...diferente.

— Diferente? – perguntei, retribuindo o olhar.

— Bom, você não parece canadense – disse, com um leve sorriso –, mas não foi só isso... Seus olhos, todos aqui tem um olhar calmo e sereno. – continuou ele, me olhando intensamente – Você tem olhos de soldado.

— Não entendi muito bem, mas vou levar como um elogio. – sorri para ele e senti o olhar do JJ sobre mim do outro lado da sala. Ele com certeza irá me encher de perguntas.

— É uma pena, seria legal não ser o único novato aqui.

— Relaxa, logo você se acostuma. – então era por isso que ele estava me olhando e falou comigo? Por que eu me senti um pouco decepcionado?

— É, talvez você tenha razão. — respondeu ele, sorrindo.

— Eu sempre tenho. – ressaltei confiante, fazendo ele arquear uma sobrancelha e soltar uma risada abafada.

Yakov, nosso professor de arte do movimento, lançou um olhar repreensivo sobre nós para voltarmos a prestar atenção na aula.

Me senti meio inquieto, provavelmente por não estar acostumado a ter alguém comigo nas aulas desde que a... Chega!! Não ia pensar nisso agora!

Otabek estava com a cabeça apoiada na mão, parecia meio distraído. Não era muito fã do corte de cabelo undercut, mas confesso que nele caia muito bem. As sobrancelhas grossas o deixava com um ar mais sério, seus bíceps protuberantes faziam a manga da camisa ficar agarrada ao corpo e... Por que diabos eu estava analisando ele? Virei rapidamente minha cabeça e voltei a olhar para Yakov.

Ouvi o sinal tocar e comecei a guardar minhas coisas.

— Bem, até depois. – ele disse.

— Até depois.

Otabek sorriu para mim e se virou para sair da sala.

— Nome, endereço e tipo sanguíneo. – JJ perguntou, ao aparecer do meu lado.

— Quê?

— Não se faça de sonso! Quero as informações sobre aquele moreno de tirar o fôlego, que estava do seu lado.

— Ele é um intercambista do Cazaquistão, nada demais.

—  Você olhou bem pra ele? “Nada demais” não é algo que se enquadra a ele. – exclamou, enfatizando o “ele”.

— É, até que não é de se jogar fora – respondi, demonstrando desinteresse.

— Pra quem está tão desinteressado você parecia estar se dando muito bem com ele.

— Ele achou que eu também era um intercambista, eu apenas fui gentil, nada demais.

— O que não é de se estranhar, não é? Você é sempre um poço de gentileza. – ele retrucou, sarcástico.

Revirei os olhos.

— Vamos logo, nós vamos nos atrasar para próxima aula.

Chegamos na sala e eu automaticamente corri meus olhos por todo o local. O que eu estava procurando?

— Ele não está nessa aula? Não o vi, e você? – perguntou, parecendo decepcionado.

— Não estou procurando ninguém. – respondi ríspido.

— É claro, nem eu. – ele sorriu debochado.

Às vezes eu tinha vontade de socar o JJ.

Caminhei até meu lugar. JJ se sentou ao meu lado e eu tentei prestar atenção no que a Lilia estava dizendo, mas logo desisti e coloquei meus fones, olhando pela janela e me afundando em pensamentos.

Wait do M83 começou a tocar e eu respirei fundo.

Por que eu não consiguia esquecer? Por quê?

Eu nem pude me despedir, eu não tive tempo de te dizer adeus.

Eu queria tanto que você estivesse aqui, Naomi. Eu sinto tanto a sua falta!

Algum dia vai parar de doer? Algum dia eu vou parar de sentir o meu peito ser esmagado por essa dor?

“YurI”  – ouvi a voz dela ecoar na minha cabeça. – “Me ensine esse passo, YurI.”

Minha mente se inundou de imagens nossas no salão de dança da escola de Victor e Yuuri. Naomi também era uma excelente bailarina, costumávamos passar horas e horas ensaiando coreografias. Ela amava me ver dançar.

“Você parece estar flutuando quando dança”  – ela sempre me dizia. E era assim mesmo que eu me sentia. A dança me libertava, fazia eu me sentir leve, mas hoje ela é uma corrente que me prende à lembranças dolorosas.

“Give your tears

                                                                                                                  To the tide

No time, no time...”

Fechei meus olhos. Meu coração estava batendo no mesmo ritmo da música, meu peito doía, estava difícil respirar.

Por que eu insistia em ouvir músicas que me deixavam pior? Eu sou um masoquista?

“Não se culpe, YurI”

Escutei a voz dela na minha cabeça. Meu subconsciente estava tentando me consolar?

“Eu sinto muito”  – respondi para a voz.

“There is no goodbye

Disappear with the night

No time, no time...”

Bati meus dedos na mesa acompanhando o ritmo da música e cantarolei baixinho, tentando me concentrar nisso e espantar outros pensamentos.

— Senhor Plisetsky – ouvi a voz de Lilia me arrancando do transe – se não for pedir demais, poderia ao menos fingir que está prestando atenção na aula? – disse rigorosamente, me lançando um olhar fulminante.

Respirei fundo, retirei meus fones e olhei para frente. Eu definitivamente iria me ferrar nesse semestre.

— Tá tudo bem? – perguntou JJ, parecendo preocupado.

— Sim. – menti.

— Quanto tempo você acha que a gente se conhece? Não minta para mim.

— É só que...

— É só que...? – ele fala, me incentivando a continuar.

— Ultimamente tem sido difícil não pensar nela, tudo sempre acaba voltando nela. Acho que eu ainda estou meio em choque por já ter completado um ano.

JJ suspira e olha pela janela com um olhar de nostalgia e tristeza.

— Eu também sinto falta dela, isso aqui não tem a mesma energia sem a Naomi.

— Não mesmo. – suspirei.

— Yurio, eu não quero te encher e nem vir com aquele papo batido de todo mundo, mas eu fico preocupado com você. Você é meu melhor amigo, eu quero que você seja feliz. Você está sempre com uma cara triste, até quando você sorri. Não é o seu sorriso de verdade, sabe? – ele uniu as sobrancelhas e parecia que estava tentando ser cauteloso ao escolher as palavras – Não fique irritado comigo, ok? Eu não estou tentando ser um idiota, mas você deveria tentar sair mais, conhecer pessoas, ter novas experiencias. Eu sei que a Naomi não ia querer te ver nesse estado.

Eu já tinha perdido as contas de quantas vezes as pessoas me disseram que eu tinha que tentar mais. Isso me deixava furioso, mas eu sei que ele só está preocupado, assim como o Victor e o Yuuri. E não posso dizer que eles estavam errados. Desde que tudo aconteceu eu meio que me isolei do mundo, simplesmente não tinha vontade pra mais nada.

Antes nós costumávamos ir a várias festas. A gente dançava, ria e bebia a noite inteira. Como eu queria poder voltar no tempo...

— Tudo bem. – respondi com um leve sorriso – Eu sei que você só quer o meu bem, me sinto péssimo por deixar todo mundo preocupado, mas eu estou perdido. O que eu faço?! 

— Eu não posso te ajudar dando a resposta, mas eu estou aqui para te ajudar a encontra-la. – ele apoiou a mão no meu ombro e deu um sorriso sincero.

— Eu sei, obrigado. – respondi retribuindo o sorriso, mas logo abaixo o olhar.

Ele abaixa a cabeça para me olhar e levanta uma das sobrancelhas como se estivesse dizendo “Fala”.

Fiquei em silêncio por alguns segundos, mas resolvi dizer. Talvez desabafar sobre isso ajudasse.

— É que as vezes eu penso sobre isso de “esquecer e superar”. Eu tenho esse direito? Esquecer e seguir com a minha vida... Quando foi tudo minha culpa?

— É claro que você tem direito de seguir a vida. Você acha que ela era esse tipo de pessoa egoísta que não iria querer que você fizesse isso? E culpa de que? Do que você está falando?! É claro que não foi sua culpa! Como assim sua culpa?

— É.… Tem razão, acho que só estou um pouco emotivo... – concordei arrependido. Acho que ele não entenderia, queria encerrar o assunto. Não queria falar sobre isso, era doloroso demais!

JJ abriu a boca como se fosse continuar me questionando, mas parou logo em seguida. Acho que ele não queria me forçar. Fiquei grato por isso.

— Olha, eu sei que você não tá no clima mas... Vai rolar a festa de boas-vindas aos calouros. Vem comigo, prometo que vai se divertir! – ele disse empolgado.

— Quando?

— Esse fim de semana, na casa do Phichit.

— Ai, não sei JJ... Não acho que é uma boa ideia.

— Por favor! – implorou, fazendo cara de cachorro pidão.

— Ok, eu vou pensar no seu caso.

— Vindo de você isso já é um grande avanço. – ele sorriu com satisfação – Ah, mais uma coisa.

— O que é? – perguntei.

— Ainda não convidamos todos os calouros, e como você pareceu se dar bem com aquele moreno maravilhoso você poderia convidar ele. – ele me lançou um sorriso malicioso.

— Já estou entendendo tudo e a resposta é: Não. – afirmei – Eu só falei com ele uma vez, não posso simplesmente convida-lo! E outra, eu ainda não disse que vou.

— Mas também não disse que não vai.

— Você é impossível! Não vou convida-lo e ponto final.

— Chato!!!!

Mostrei a língua para ele como uma criança e voltei minha atenção para a Lilia antes que ela tentasse me jogar pela janela.

Fiquei olhando para ela fazendo cara de quem estava entendendo tudo, mas na verdade eu não lembrava de uma palavra que ela disse, minha cabeça estava a mil. Decidi cabular a próxima aula, não estava aguentando mais!

Assim que a aula acabou corri para a ala aberta do campus. Não podia ir para casa porque o Yuuri me encheria de perguntas, então decidi ficar por lá mesmo.

O clima estava exatamente como eu gostava: Nublado. Não estava quente, mas também não parecia que ia chover. Eu odiava chuva.

Deitei na grama, fechei meus olhos e tentei deixar minha mente em branco.

“Vira, Vira, Vira!!”  – Ouvi as vozes de JJ, Naomi e Mila, gritando para que eu virasse uma dose de vodka na nossa última noite juntos.

Sorri frustrado. Mais uma vez falhei na tentativa de não pensar em nada, incrível!!

Me lembrei de nós em uma boate do centro da cidade. Era a festa de inauguração, JJ tinha passado o mês inteiro falando dessa festa.

“Eu disse que seria foda” – JJ gritou, tentando fazer a voz sobressair entre a música alta. 

“Sim, você disse isso O MÊS INTEIRO, mas tenho que admitir que esse lugar é incrível” – Naomi disse, enquanto dançava loucamente com um copo de whisky na mão.

A música parou e Naomi e eu logo reconhecemos a próxima.

“Eu amo essa música”  – gritamos juntos.

“When I met you in the summer

To my heartbeat sound

We fell in love

As the leave turned brown”

Eu a peguei pela mão e a puxei para o centro da boate. Começamos a dançar com movimentos leves e sensuais, a puxando para perto enquanto sincronizávamos nossos movimentos. Levei meu rosto até seu ouvido e cantei:

“We could be together, baby

As long as skies are blue

You act so innocent now

But you lied so soon

When I met you in the summer”

Nos afastamos assim que a batida da música começou. Nós pulávamos e gritávamos, JJ e Mila se juntaram a nós. Eu já estava tonto de tanto beber, mas nem um pouco cansado.

“Nós vamos ficar juntos para sempre”  – Naomi gritou enquanto pulava.

— Mentirosa. – disse em voz alta para mim mesmo, me forçando a sair do flashback.

Olhei as horas no celular e vi que ainda faltava muito para as aulas acabarem. Se eu ficasse na faculdade ia acabar me afundando nessas malditas lembranças.

Ouvi um barulho se aproximando. Parecia...uma moto?

Apoiei meu corpo com os cotovelos e me virei quando a moto estacionava perto de mim. Olhei para cima e logo reconheci o moreno que estava pilotando.

— Yuri, suba.

— Hã? O quê? – perguntei confuso, sem entender o que estava acontecendo.

— Vem ou não? – ele questionou, enquanto jogava o capacete no meu colo.

O encarei por uns instantes tentando entender a situação. O que ele estava fazendo ali? Ir pra onde?

— Pra onde? Você pode muito bem ser um serial killer.

— É uma possibilidade – Otabek respondeu, rindo.

Eu realmente devia estar ficando maluco mas... Por que não ir, né?! Ele não parecia ser uma pessoa ruim e eu não queria mesmo ficar na faculdade. Era uma oportunidade para me distrair.

Otabek ainda estava me encarando, esperando minha resposta. Dei de ombros e me levantei, colocando o capacete e subindo na moto. Segurei na parte de trás e assenti com a cabeça, informando que ele já podia ir. Ele deu um meio sorriso e se preparou para ligar a moto antes de se virar pra mim e dizer:

— Acho melhor você se segurar firme! 


Notas Finais


Espero que vocês tenham gostado do capitulo <3

Pra quem não conhece as musicas que usei nesse cap. aqui estão:
M83 - Wait www.youtube.com/watch?v=lAwYodrBr2Q
Calvin Harris - Summer www.youtube.com/watch?v=ebXbLfLACGM

Agora eu estou animada novamente com essa historia então o capitulo 3 não vai demorar como esse demorou ASUAHUHAH mandem boas vibrações para mim

Enfim, se tiverem elogios, criticas construtivas ou quiser dar sua opinião sobre o capitulo eu vou ficar muito feliz de responder todo mundo :3

Até o próximo! Beijãao


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