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História Break my barriers. (hiatus) - Amigos?


Escrita por: choimyg

Notas do Autor


OI, TURO BOM?
apareci finalmente ashuahs levou mais tempo do que eu esperava pra terminar, é a primeira vez que eu escrevo fic então tenham paciência comigo <3

Gente, eu peguei uma cidade real mas quase tudo dentro dela será fictício, ok?, eu amo essa cidade e queria usar ela, só vou usar alguns lugares importantes que realmente tem lá, o resto vai ser fictício, enfim, só queria avisar mesmo ashuahs

Boa leitura e espero que gostem, nos vemos nas notas finais <3

arte da capa do cap: wemosus|tumblr

Capítulo 3 - Amigos?


Fanfic / Fanfiction Break my barriers. (hiatus) - Amigos?

— VOCÊ ESTÁ TENTANDO NOS MATAR, IDIOTA? – gritei, enquanto me agarrava instintivamente em sua cintura. Parecia que íamos decolar a qualquer instante, ele estava indo rápido demais.

— ISSO É VIVER! – ele gritou de volta, rindo.

—SEM FILOSOFIA BARATA DE VIDA, VÁ DEVAGAR!

Otabek reduziu a velocidade gradativamente e eu me acalmei. Logo percebi que estava agarrado a ele e corei, afrouxando meu abraço em sua cintura.

— Assim está bom? – ele perguntou, ainda rindo.

— Ótimo. – respondi, mais calmo.

Olhei para o céu e vi que as nuvens cinzas estavam mais carregadas, provavelmente choveria mais tarde.

Não sei que diabos tinha dado em mim para simplesmente sair por aí com um desconhecido. Tudo bem que ele era da mesma turma que eu, mas eu só tinha conversado com ele hoje, e ainda por um curto período de tempo. Sempre fui péssimo em fazer amizade, digamos que eu não era o que se podia chamar de simpático.  JJ sempre dizia que para se relacionar comigo tinha que ter muita força de vontade e eu era obrigado a concordar com ele.

Eu era mais sociável antes da morte da Naomi. Sempre fui meio mal-humorado, mas antes eu saia mais, falava mais, interagia mais, ria mais. Depois que ela me deixou, passei a meio que ter medo de me aproximar das pessoas, não queria me apegar. Machucar e ser machucado é algo inevitável quando deixamos alguém se aproximar. 

Interrompi meus pensamentos ao me lembrar de um detalhe importante.

— Para onde estamos indo? – subi na moto de um estranho e nem perguntei para onde ele estava indo. O quão louco eu tinha ficado?

— Você vai ver. – ele respondeu.

— Costuma arrastar estranhos por aí sem ao menos dizer pra eles o destino?

— Costuma ser arrastado por estranhos, sem ao menos saber o destino? – ele rebateu.

Essa tinha sido boa, tinha que dar o devido mérito a ele!

— Posso pelo menos saber quanto tempo falta pra chegar no bendito lugar?

— Já estamos quase chegando. Você é sempre impaciente assim? – Otabek questiona, rindo baixinho.

— Você que apareceu do nada, me levando sem nem me dizer pra onde.

— Eu não te obriguei a vir, obriguei?!

Se JJ tivesse visto aquela cena com certeza teria feito reverencias ao Otabek por conseguir me fazer calar a boca.

Ele riu vitorioso e eu praguejei.

Comecei a olhar ao redor, fazia bastante tempo que eu não reparava na cidade. Vancouver era realmente linda, um prato cheio para turistas, havia opções de sobra para quem gostava do clima urbano ou de passar mais tempo na natureza. Era uma metrópole litorânea, também havia uma reserva natural nos limites da cidade. Era o lugar preferido da Naomi.

Em meio às brechas entre os prédios eu conseguia ver o mar. Permaneci o resto do trajeto em silencio enquanto olhava a imensidão azul que sumia e aparecia no meu campo de visão.

Atravessamos a ponte que dava acesso ao outro lado da cidade; o trânsito daquele lado era mais calmo. Otabek virou à esquerda em direção à praia do farol. A familiaridade dele com a cidade me fez questionar se não era a primeira vez dele ali.

Ele estacionou no final da estrada, nós descemos da moto e o vi guardar os capacetes numa espécie de compartimento no fundo da motocicleta. Eu não entendia nada de motos, só sabia que aquela era uma Harley-Davidson por ser uma marca famosa.

—Vem comigo. – ele disse, caminhando em direção ao farol.

Havia uma pequena subida até o local, o terreno era bem irregular, o que me fez tropeçar, mas felizmente Otabek me agarrou pelo braço e evitou que eu caísse.

— Obrigado –  murmurei envergonhado.

— Por nada.

Eu geralmente não me incomodava com a falta de assunto com as pessoas, mas naquela situação estava meio estranho. Tentei pensar em qualquer coisa pra dizer.

— Já veio aqui antes? Digo, em Vancouver? — perguntei, me lembrando da minha dúvida anterior sobre ser ou não a primeira vez dele na cidade.

— Já estive aqui algumas vezes antes, minha tia mora aqui. — ele respondeu me olhando por cima do ombro — Por quê?

— Sua familiaridade com as ruas... Imaginei que você já conhecia a cidade.

Chegando ao topo, Otabek caminha até a porta do farol e eu o sigo.

— Este farol está na minha família há gerações. É o meu lugar preferido aqui, sempre venho para cá quando quero fugir de tudo e pensar sobre a vida. – ele disse com um olhar nostálgico, enquanto destrancava a porta – É a primeira vez que trago alguém aqui.

Corei instantaneamente. Por que eu estava corando?

— E tá tudo bem mostrar um lugar tão importante assim para um estranho? –perguntei, olhando para o outro lado com a intenção de esconder o rosto corado.

— Quando eu te vi sozinho no campus, você parecia perdido. – ele parou, passando pela porta e abrindo caminho para mim.  Entrei no interior do farol e olhei para os lances de escadas acima de nós – Senti que você também precisava desse lugar. – ele disse por fim.

Não consegui pensar em nenhuma resposta. Otabek tinha percebido que eu não estava bem, eu estava fragilizado pela época e acabei baixando a guarda. Não queria que me olhassem com pena, por isso, buscava sempre parecer o melhor possível. O fato de ter completado um ano desde que tudo aconteceu acabou me deixando mais abalado do que eu esperava, mas... Ele não parecia me olhar assim. De alguma forma, aquilo fez eu me sentir um pouco melhor.

Subimos as escadas em silencio. Chegando ao topo, passamos por uma porta que dava acesso ao varandim. Fechei meus olhos e respirei fundo.

Salgado.

O ar salgado inundou os meus pulmões. Ouvi o barulho das ondas se chocando nos rochedos e das gaivotas agitadas acima de nós. Otabek estava curvado com os braços cruzados e apoiados na barras que impediam uma desastrosa queda no mar. O imitei e fiquei admirando a vista.

— De tirar o folego, não é? – perguntou ele, admirado.

O céu ainda estava cinza e carregado. A maioria das pessoas definiria aquilo como “clima ruim”, mas eu preferia dias assim. Fiquei surpreso pela visão também agradar a ele. Pela falta de luz do sol, o mar estava de um tom de azul quase preto, havia alguns poucos barcos voltando para costa.

— Sim, é lindo. – concordei.

— Eu acho que você não quer falar sobre o motivo de ter fugido da aula e ido ficar sozinho, então não vou perguntar. Mas fique à vontade caso queira. – ele disse, ainda olhando para o mar.

— Você tem razão. Não quero falar sobre isso, nada pessoal. – respondi.

— Tudo bem.

Ficamos calados por um tempo, apenas olhando o mar e acompanhando as ondas, até eu quebrar o silencio.

— E então, por que você resolveu ir até mim? A maioria das pessoas veria um estranho sozinho e passaria reto. – perguntei, virando a cabeça para olha-lo.

Ele imitou o meu gesto.

— Senti que tínhamos algo em comum. – ele me lançou um olhar intenso – Só isso. 

— Tipo o que? – perguntei, curioso.

— Não sei. – ele riu – Só senti.

Não sabia qual de nós dois era mais louco.

— Vai virar meu amigo ou não? – Otabek soltou. Sua expressão dizia que ele realmente estava perguntando sério.

A brisa marítima bagunçava meu cabelo, alguns fios batendo no meu rosto, enquanto eu o encarava. Ninguém nunca tinha pedido para ser meu amigo, quem diabos perguntava uma coisa dessas? Era algum tipo de costume do Cazaquistão?

Em geral, eu mantinha um certo limite no contato que eu tinha com as pessoas. Eu não tinha interesse em conhecer nem me aproximar de ninguém, mas Otabek tinha me deixado curioso. Ele era diferente e eu também tinha decidido me esforçar mais para “ficar bem” e não preocupar mais ninguém.

Que mal poderia ter em um novo amigo?

Me virei para ele, levantando meu corpo e estendendo minha mão. Otabek logo me acompanhou e a segurou.

Começamos a rir daquela situação.

— E então, estranho que não é mais estranho – eu disse, ainda rindo –, fale um pouco sobre você.

— O que quer saber? – ele volta a se apoiar nas barras.

— Ah sei lá, qualquer merda. – eu disse, enquanto tentava pensar em algo – Hmm... O que te levou a fazer intercambio e por que escolheu dança, por exemplo? – sugeri por fim.

— Fiz música no Cazaquistão. Eu sou DJ na verdade, mas eu não queria parar em uma coisa só, queria aprender mais, sabe? Eu sempre gostei de dança e achei que entender um pouco mais sobre também me ajudaria com a música, já que são coisas coligadas.

— DJ? Isso é foda pra caralho! – exclamei.

— Sim. – ele disse, rindo – Eu já estava planejando me mudar há algum tempo e aqui tem o curso que eu queria, então cá estou eu. – ele fez um gesto apontando para si mesmo, como se estivesse se apresentando, o que me fez rir também.

— Você está morando com a sua tia?

— Por enquanto sim, mas pretendo me mudar pro apartamento que a minha mãe recebeu de herança da minha avó. É o outro motivo de ter vindo pra cá; eu não queria ficar na república dos intercambistas então acabou sendo conveniente.

— Entendi. Morar sozinho deve ser ótimo.

— Tem suas vantagens e desvantagens – disse, ao se virar pra mim –, mas e você?

— Eu o que? – perguntei.

— Sua vez de falar sobre você. – explicou.

— Ah sim, bom... Não tem nada de interessante na verdade, faço aulas de dança desde criança então sempre soube o que faria quando crescesse. – disse, olhando para Otabek, que parecia estar realmente interessado em saber – Não cheguei a conhecer meus pais, meu avô me criou, mas morreu há alguns anos. Moro com o Victor e o Yuuri desde então; eles são donos da escola de dança que eu frequentava, são como pais pra mim. – sem perceber eu acabei deixando o clima pesado.

— Sinto muito.

— Tudo bem, relaxa. – queria cortar aquele assunto de luto antes que levasse a certos pensamentos.

—É estranho começar a conversar com alguém assim? – ele perguntou, rindo e aliviando o clima – Perguntando sobre o outro... Isso geralmente acontece pela internet, não pessoalmente.

E era mesmo estranho! Mas, por algum motivo que eu não entendia, não achei estranho com ele.

— Na verdade, não. – respondi, surpreso com minha própria afirmação.

— Jurava que você ia concordar. – ele disse, arqueando uma sobrancelha – Já que é assim, vamos seguir com o questionário. Eu achei que você fazia mais o tipo caseiro, mas pareceu bem empolgado quando eu disse que sou DJ.

— Eu amo música eletrônica, boates, barzinhos – suspirei –, mas não tenho mais frequentado esses lugares.

Boates me trazem lembranças.

— Entendi. – fiquei aliviado por ele não me perguntar o motivo.

O assunto me fez lembrar da festa de boas-vindas aos calouros e que JJ havia me pedido para convidar o Otabek. Eu já tinha recusado, mas já que já estava conversando com ele...

— Acabei de me lembrar, JJ me pediu pra te avisar da festa de boas vindas dos calouros.

— JJ?

— Um amigo, depois eu te apresento.

— Você vai? – perguntou.

— Não sei ainda.

— E onde vai ser?

— Na casa do Phichit. Depois eu te passo o endereço, é no próximo final de semana.

— Acho que vai ser bom conhecer pessoas novas.

Não respondi, apenas assenti com a cabeça e peguei o meu celular.

— Caralho, já passou tanto tempo assim?! – eu disse surpreso ao olhar as horas.

— Nossa, nem percebi que já era tão tarde! – ele me respondeu, olhando para o celular também – Vamos?

— Vamos, e vê se vai devagar! – o adverti.

— Não prometo nada. – respondeu, sorrindo.

O caminho de volta se resumiu a eu gritando para o Otabek reduzir a velocidade e ele ignorando todos os meus xingamentos.

Desci da moto ainda pragrejando e entreguei o capacete pra ele.

— Tem certeza que não quer que eu te leve em casa? – perguntou.

— Tenho, o Katsudon ficou de me buscar hoje, já deve estar chegando.

— Katsudon?

— É como eu chamo o Yuuri.

— Ah.

Ficamos alguns instantes em silêncio em frente a entrada da universidade. Otabek ainda estava na moto e eu de pé em frente a ele.

— YURIO! – sabia de quem era aquela voz sem precisar me virar para olhar.

— Droga! – murmurei baixinho, mas não o suficiente para Otabek não me ouvir, ele me olhou meio confuso.

— Onde é que você esta... – JJ parou no meio da frase assim que viu com quem eu estava.

— Fui dar uma volta. – eu tinha certeza que ele iria me encher de perguntas depois.

— Entendi. – respondeu, me lançando um olhar malicioso.

Tinha que fugir daquela situação.

— JJ, esse é o Otabek. – disse, indicando para o Otabek. – Otabek, esse é o JJ. – gesticulei para o JJ.

JJ se aproximou, estendendo a mão para ele.

— Muito prazer. – ele disse.

— É todo meu. – Otabek respondeu ao apertar a mão do outro – Você é o tal amigo da festa de boas-vindas aos calouros que o Yuri disse?

— Ah, ele disse? – ele se virou para olhar pra mim, arqueando uma sobrancelha como se dissesse “Achei que tinha dito que não o convidaria de jeito nenhum”. Retribui o olhar como se respondesse um “Vá para o inferno”.

— Disse. – Otabek pareceu confuso com a nossa troca de olhares.

— Eu não disse pra ele o local e nem o horário porque...eu esqueci. – admiti.

— Que grande novidade! – JJ revirou os olhos e se virou pra Otabek – Eu te passo os detalhes.

Ouvi o som da buzina do carro do Yuuri e agradeci por finalmente poder ir pra casa.

— Minha carona chegou, vejo vocês amanhã.

— Até, Yurio. – JJ se despediu, me lançando um olhar de “Não pense que você vai escapar”.

— Até logo, Yuri. – Otabek disse, com um meio sorriso torto.

Sorri de volta para ele, antes de me virar para ir até onde o Katsudon estava.

Quando chegamos em casa encontramos Victor na cozinha tentando preparar algo. Yuuri correu em desespero até ele; todos nós sabíamos que como cozinheiro Victor era um ótimo dançarino.

— Victor, o que você está fazendo? – ele perguntou, enquanto abanava a fumaça que saía da panela.

— E-Eu queria fazer um omelete... – respondeu ele, fazendo bico,

— Que obviamente deu errado. – ele riu – Eu faria pra você, era só me esperar.

— Mas eu queria fazer uma surpresa para você!

— Tenho certeza que o Yuuri está bastante surpreso por você ter conseguido deixar algo tão simples parecer um pedaço de carvão. – eu disse, dando uma olhada no “omelete” na panela. 

Victor jogou um pano de prato em mim e eu desviei, me abaixando atrás do balcão.

— Vocês parecem duas crianças. – disse Yuuri, rindo.

— Eu não! Já sou um homem. – afirmei, inflando o peito.

— Você sempre será um bebê pra mim, meu amor. – Victor começou a correr atrás de mim para um abraço. Fugi subindo as escadas e indo direto para o meu quarto.

Entrei no meu quarto, larguei minha bolsa no chão, me joguei na cama e fiquei olhando para o teto. O dia tinha sido uma loucura e eu estava exausto, queria dormir pelo resto do tempo que sobrara.

— Preciso de um banho antes. – disse para mim mesmo ao me levantar da cama.

Peguei uma toalha e fui até meu banheiro, ajustei a temperatura da agua e a deixei escorrer pelo meu corpo.

Eu podia tentar voltar a ser o Yuri de antes? Eu podia fazer novos amigos e me divertir? Parecia errado... Era errado, não era? Mas eu não queria mais preocupar ninguém... Por que tudo tem que ser tão complicado?

Terminei meu banho e caminhei de volta pro quarto com a toalha presa na cintura, sacudi meu cabeço pra tirar o excesso de agua. O Yuuri me mataria se visse isso, pois eu acabo encharcando todo o quarto fazendo isso.

Vi a tela do meu celular se acender com uma notificação. Caminhei até ele para ver o que era.

“@otabek-altin começou a seguir você”

Sorri, sem entender muito bem o motivo.


Notas Finais


E entãaaaao, o que acharam?
eu tava super nervosa com esse cap e travei varias vezes pra escrever ele, aqui que começou o desenvolvimento da relação dos dois e eu queria deixar o mais natural possível, escrevi e reescrevi varias vezes asuhau espero que tenham gostado <3

Estou aberta a elogios, duvidas, criticas construtivas, sua opinião sobre o cap...é só comentar que eu vou ficar feliz em responder

Até o próximo capitulo, beijão <3


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