"Sinta a vibração do topo. O amor sempre leva ao som mais alto."-Life Goes On, Fergie.
Já fazia cerca de 5 minutos que eu já estava acordada e permanecia ali, parada ao lado de Michael o observavdo dormir. É a primeira vez que eu acordo primeiro e agora entendo a razão, sua aparência. Michael estava com a maquiagem dos olhos um pouco borrada e os cabelos desgrenhados. Ele não estava feio, apenas diferente. Talvez menos popstar e mais real. Eu gosto disso.
Logo me ajeito na cama e volto a fechar meus olhos ao ver seu corpo despertando. Eu sei que ele ficaria desconcertado se soubesse que eu o vi assim. Sinto Michael erguer o corpo e se sentar na cama. Seus lábios vão ao encontro da minha cabeça deixando um beijo enquanto eu continuava fingir estar dormindo.
Abro os olhos ao ouvir a porta do banheiro fechar depois que ele se levantou. Vejo pelo relógio pendurado na parede que já eram 10:30 AM. Fico de pé e coloco um roupão do hotel que estava dentro de um dos armários. Depois vou para a sala do conjunto que Michael alugou e ligo pedindo o nosso café da manhã.
Escuto um barulho tumultuoso pela janela e vou até a sacada, porém ao ver a quantidade de paparazzis lá embaixo corro para dentro. Tinha umas 100 pessoas na entrada da Trump Tower com câmeras, sem contar os fãs que eram muitos. Estava uma verdadeira bagunça.
Levo um susto ao escutar a porta bater e ao abrir dou de cara com um dos seguranças levando o carrinho onde estava a comida. Peço para que ele coloque na mesa que havia ali e agradeci. Tentava ignorar o zoada que vinda lá de baixo e começo a tomar meu iogurte.
-Lisa?-Escuto Michael me chamar e logo ele aparece saindo do quarto.
-Bom dia, Turd.-Sorrio.
-Ótimo dia.-Ele vem até mim e me dá um selinho, depois de sentar na cadeira ao meu lado.
-Vai sair?-Pergunto observando suas roupas. Mike vestia uma camisa social vermelha, calça preta e mocassins da mesma cor. Além do chapéu fedora que escondia seu cabelo enquanto poucas mechas caiam sobre seu rosto.
-Daqui a pouco. Vou falar com um amigo, David Foster.-Ele responde pondo um pouco de suco no copo vazio.
-Ah, eu o conheço. Ele é marido da minha ex madrasta.
-Pensei que seu pai só tivesse se casado uma vez.-Michael comenta.
-Sim, mas eles tiveram um relacionamento sério e por isso eu a considero minha madrasta até hoje.
-Por que você não vem comigo? Eu os convidei para passaram uns dois dias em um dos conjuntos do hotel e podemos sair todos nós juntos.-Ele propõe.
-Só nós quatro?-Pergunto.
-Na verdade, também vieram dois filhos dela e três filhas dele. São crianças adoráveis.
-Ah, tudo bem. Só vou tomar um banho e podemos ir até eles.-Me levanto, lhe dou um selinho e vou até o banheiro tomar uma ducha rápida.
Em meia hora já estava totalmente pronta e nós dois nos dirigimos até outro quarto da Trump Tower que ficava no mesmo andar. Depois de Michael bater na porta, Linda atende com um enorme sorriso e logo arregala os olhos ao me ver.
-Lisa! Eu não sabia que vocês eram amigos.-Minha ex madrasta diz enquanto nos abraçava.-Por favor, entrem.
-Eu também não sabia que vocês estariam aqui.-Comento enquanto seu marido, David se aproximava de nós.
-Ah, Mike ficou sabendo que viríamos para cá e nos convidou junto com as crianças.-Ele diz nos cumprimentando.
-Applehead!-Uma das meninas que assistia tv gritou e foi ao encontro de Michael ao notar nossa presença. Logo todos os outros fizeram o mesmo e Michael entrou em uma conversa animada com eles.
-É sempre assim, eles adoram o Michael.-Linda sorri e me guia até um sofá.
Logo Michael veio com as crianças e me apresentou as crianças como sua namorada. Todos ficaram um pouco surpresos, mas ficaram felizes por nós, especialmente Linda que sempre gostou do Michael. Também conheci a filhas de David, Sara, Erin e Amy. Os filhos de Linda, Brody e Brandon, eu já conhecia pois nunca perdi o contato com ela. Ficamos todos nós conversando até David nos convidar para almoçar com eles.
-Depois do almoço nós poderíamos ir ao cinema.-Amy propõe.
-É, a gente pode assistir Velocidade Máxima.-Brandon complementa.
-Eu não posso ir ao cinema.-Michael diz. Nós todos sabíamos o que ele queria dizer: ele não conseguia sair em público sem criar todo aquele alvoroço entre os paparazzi.
-Nós podemos vestir e disfarçar você.-Body responde.-Aí a gente entra no cinema sem problema.
-Tudo bem, a gente pode tentar.-Michael se levanta e todos nós combinamos almoçar em um restaurante do shopping perto do cinema. Mike pede para Bill ligar para o shopping e reservar uma sala só para nós, para garantir que não seríamos perturbados.
David e Linda combinaram de nos encontrar já na van e nós dois voltamos para o nosso quarto, junto com as cinco crianças. Me sentei na cama e fiquei observando eles "fantasiarem" o Michael. Colocaram um cachecol nele, algum jeans, e colocaram seu cabelo por baixo de um boné e então viraram o boné para o lado, no estilo gangster.
-Applehead, a gente tem que colocar todo o seu cabelo pra dentro do boné! Assim todo mundo vai saber que é você.-Erin reclama.
-Eu já coloquei todo o cabelo! Um cacho só não vai ser problema, ele tem que ficar do lado de fora.-Michael rebate.
-Mas todo mundo sabe que só você usa um cacho na testa, as pessoas irão te reconhecer.-Foi Sara que dessa vez reclamou, porém ele deixou o cacho na testa.
Michael não tinha problema em esconder o cacho, porém ele queria que ficasse do lado de fora, parecia que ele queria que o mundo o visse. Eu achei aquilo engraçado e muito revelador. Ele não queria ser visto, mas ele meio que queria ser visto, o que eu imagino que seja o problema normalmente quando se é famoso.
-Então, qual filme iremos assistir?-Pergunto colocando meus óculos escuros enquanto saíamos do quarto e atravessávamos a sala, indo para a porta.
-Velocidade Máxima!-Amy me responde.
-Ah, não! Eu prefiro assistir Um Jogo Divertido, é de comédia.-Michael retruca.
-Velocidade Máxima é mais legal.-Brandon argumenta.
-Mas eu quero Um Jogo Divertido!-Michael cruza os braços ao entrarmos no elevador.
-Eu também acho Um Jogo Divertido melhor.-Brody se pronuncia.
-Tá vendo? Brody concorda comigo-Micahel diz e se vira para mim.-E a Lisa também, não é?
-É, pode ser.-Dou de ombros um pouco sem graça.
-Tudo bem, nós assistimos Um Jogo Divertido.-Erin diz revirando os olhos e Michael sorri dado um beijo no topo de sua cabeça.
Quando saímos do elevador, dois seguranças nos guiaram para um saída lateral do prédio. David e Linda já nos esperava em frente a van. Entramos e nos amontoamos, sem incidentes. Havia alguns paparazzi na frente, mas eles devem ter olhado pra nós e achado que não éramos ninguém.
Foi então que eu percebi que estava sentada entre Linda e Sara enquanto Michael estava na janela ao lado de Brandon. É claro que eu queria sentar ao seu lado, mas não queria soar como a namorada grudenta que não deixa ninguém se aproximar do cara. Estava para aceitar a situação e ficar no meu lugar até Michael se virar na minha direção e me lançar um olhar cúmplice.
- Lisa, aqui. Venha. Sente aqui.-Ele falou de repente enquanto Brandon se afastava para deixar um lugar vago.
Ele falou com uma voz grossa, seu tom normal. Ele não costuma falar assim em público, mas eu gostei. Realmente gostei. Foi tipo ‘Você vai vir sentar comigo, mulher’, e eu fui. Linda e David olhavam um pouco surpresos a atitude dele, só faltaram perguntar quem era aquele cara. Mas se perguntassem, eu responderia que era o meu cara.
(...)
Estávamos deitados e abraçados no escuro total. Já fazia mais de uma hora que havíamos voltado do cinema e acabamos parando na cama, como sempre. Eu estava ficando viciada em Michael e tudo que ele fazia comigo entre quatro paredes só me deixa mais envolvida. Era a minha última noite com ele em Nova York e eu voltaria sozinha então precisei aproveitar.
-Michael?-Eu o chamo e ele me responde com um murmúrio.-Tem uma gravadora querendo assinar comigo, a RCA. Meu advogado teve uma reunião com eles e disse que são boas propostas.
-Você não deve cair na lábia de representantes de gravadoras, eles sempre têm boas propostas, mas nunca se sabe se elas são verdadeiras.
-E o que você me sugere?
-Não assine ainda, eu vou falar com a galera da Sony e tento arranjar algo realmente bom pra você.-Michael responde.
-Tudo bem...
-Lisa?-Ele que me chama dessa vez e eu tento enxergar seu rosto naquele escuro.-Bill me contou que estava assistindo um programa de fofocas e lá disseram que você anunciou hoje o seu divórcio.
-Ah, eu pedi para o meu advogado cuidar disso. Eu quero evitar especulações e todas essas idiotices, você sabe.-Dou de ombros.
-Então você não vai voltar atrás, não é?-Sorrio ao escuta-lo e lhe dou um beijo.
-Não, Turd. Eu não vou voltar atrás.
(...)
O número de paparazzi em frente ao hotel havia diminuído, provavelmente porque achavam que Michael já havia ido embora. Ele conseguiu se esconder bem esses dias e ninguém o flagrou. Hoje é o dia que vou embora de volta para Los Angeles. Eu gostaria de ficar, mas eu tenho meus filhos e um processo de divórcio para cuidar. Michael precisará ficar pois ele ainda tem coisas a fazer é só voltará em três dias.
-Turd, não precisa me levar. Alguém pode te ver.-Digo fechando a minha mala.
-Mas eu quero me despedir!-O sinto me abraçar por trás.-Não se preocupe só vou te levar até o aeroporto, nem vou sair do carro.
-Já que você insiste...-Me viro para ele e lhe dou um beijo.
(P.O.V. Michael J. )
A limousine parou em frente a uma entrada especial do aeroporto, assim poderíamos ter mais segurança que nenhum curioso nos veria. Lhe dei um beijo de despedida e desejei boa viagem quando tudo que eu queria era mante-la perto de mim ou pelo menos conseguir leva-la até o jatinho sem precisar que Bill montasse um plano mirabolante para isso.
Ela apenas sorriu, me deu mais um beijo e saiu do carro escoltada por dois do meus seguranças e depois de me informarem que ela já havia partido voltei para o complexo da Trump Tower, onde eu estava hospedado. Escuto o telefone do quarto tocar e o atendo.
-Alô?
-Michael! Como vai meu hóspede favorito?-Escuto uma voz masculina e logo a reconheço. Era Donald Trump.
-Ah, oi. Eu estou bem e você?
-Estou ótimo. Escute, eu cheguei hoje em Nova York com a minha esposa. Você tem algo para fazer essa noite? Podemos jantar todos nós aqui no restaurante do hotel.
-Pode ser, eu não tenho planos para hoje.-respondo.
-Perfeito! Eu e Maria estaremos esperando por você hoje às 08:00 PM.-Ele diz se referindo à esposa.
Ficamos mais alguns minutos conversando e depois nos despedimos. Bill avisou que o carro já estava pronto, então desci pelo elevador e saí com os seguranças pela saída dos fundos. Ainda tinha cerca de 50 paparazzi na entrada do hotel.
Cerca de 20 minutos depois cheguei em um dos prédios da Sony, onde pretendo gravar meu novo disco. Hoje teria uma reunião com alguns representantes e produtores da gravadora. Eles insistiam que eu deveria lançar um disco duplo e eu estava preocupado que isso poderia deixa-lo caro e inacessível para os fãs comprarem. Depois de muita discussão, eu acabei cedendo e aceitando o disco duplo.
Voltei para o hotel e tomei um banho vestindo uma das minhas jaquetas e colocando o meu chapéu. Em menos de uma hora já estava chegando a uma mesa em um canto separado do restaurante da Trump Tower. Donald Trump e sua esposa, Maria me receberam e nós três nos sentamos.
-Como estão as crianças?-Pergunto me referindo aos seus filhos.
-Estão bem, cresceram bastante.-Maria me responde com um largo sorriso.
Rapidamente dois garçons apareceram para nos servir e eu tentei agir o mais natural possível, mesmo sentindo olhares curiosos sobre mim. Eu estava em um hotel de luxo e todos os clientes que estavam presentes tinham condições financeiras suficiente para se hospedar ali, já estavam acostumados com o casal Trump já que eles eram os donos do local. Mas aquelas pessoas simplesmente não conseguiam parar de nos olhar. Eu já estava acostumado, mas fiquei sem graça ao perceber que Donald e sua esposa estavam incomodados. Parecia que aquelas pessoas estavam procurando alguma desculpa para vir até nós e logo começou as histórias que eu sempre escuto.
-Sr. Jackson, eu tenho um filho que é um grande fã seu. Poderia nos dar um autógrafo?-Um homem de aparentes 40 anos se aproximou da mesa com um guardanapo e uma caneta. Um segurança meu que estava um pouco afastado ouviu e não o impediu de se aproximar.
-Ah, claro!-Sorrio e pego a caneta para assinar o guardanapo.
Depois dele, mais um casal apareceu pedindo um autógrafo para a filha e uma senhora pedindo uma foto. Eu os atendia tentando ser o mais simpático possível. As pessoas pararam de aparecer quando a nossa comida chegou.
-E como anda as coisas? O que você anda fazendo?-Trump pergunta depois de terminarmos de comer.
-Estou acertando umas coisas para o meu novo disco, acho que daqui a um mês já começo a gravar.
-E como vai o coração?-Maria pergunta com um sorriso malicioso.
-Ah... Eu... Eu estou namorando.-Respondo um pouco sem graça e desvio o olhar.
-Meus parabéns, Mike! E quem é a garota?-Donald pergunta em um tom surpreso.
-Ah, Trump...Eu não quero falar sobre isso, estou tão envergonhado.-Respondo rindo e escondo o rosto com o menu.
-Vamos, Michael! Me diz quem é sua nova namorada.-Ele insiste.
-Uma garota chamada Lisa Marie.-Respondo ainda muito envergonhado.
-Donald, você deixou o rapaz sem jeito!-Maria o repeende.-Vamos mudar de assunto.
Eu a lanço um sorriso agradecendo pela sua atitude, se só estivesse eu e Trump ele não pararia até descobrir mais sobre Lisa. Logo mudamos de assunto e ele comenta que iria para sua propriedade em Mar a Lago em duas semanas para aproveitar a sua folga e me convidou. Eu disse que iria pensar. Continuamos falando de coisas aleatórias e a noite correu bem e agradável.
31 de abril de 1994 (P.O.V. Lisa M.)
Cheguei ontem de tarde da viagem e como não tenho nenhum plano para hoje decidi ajudar a minha empregada a guardar as coisas que eu trouxe de viagem. Depois de terminarmos tudo, desço para fazer um lanche. O telefone toca e minha empregada corre para atende-lo.
-Senhorita, é aquele seu amigo.-Ela diz me entregando o telefone. Apenas ela e a babá dos meus filhos Estela sabiam que eu saía com Michael e ambas tinham plena consciência da necessidade de deixar aquilo em sigilo.
-Michael?-Digo ao pegar o telefone.
-Oi, estava com saudade.-Escuto e sorrio.
-Eu também sinto a sua. Como você está?
-Um pouco cansado, mas bem. E você? -Ele pergunta.
-Bem também, a viagem foi tranquila.
-Sabe, eu sei que você foi embora há pouco tempo mas eu já quero te ver de novo. É até estranho dormir sem você.-Sinto um frio na barriga ao ouvi-lo falar.
-Eu também não vejo a hora de te ver de novo.-Sorrio.
-Lisa, eu não quero mais esperar para me casar com você. Eu tô com uma idéia martelando a minha cabeça desde que você foi embora.
-Que ideia?
-Você disse que em 10 dias o divórcio sai, não é? Eu fiquei sabendo que na República Dominicana os casamentos são práticos para serem oficializados.
-Mas você não acha que isso seria muito repentino?
-Lisa Marie, eu estou com as nossas alianças aqui na minha frente e tenho total certeza do que eu quero. Eu te amo e quero que você seja a mãe dos meus filhos. Só preciso saber se você quer o mesmo.
Permaneci em silêncio durante alguns segundos e solto um suspiro.
-Sim, eu quero. Marque o casamento.
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