1. Spirit Fanfics >
  2. Break The Night With Colour >
  3. The Color of the Night

História Break The Night With Colour - The Color of the Night


Escrita por: Elizabeta

Notas do Autor


Continuação do primeiro arco, Doce Sonho (Ou Um Lindo Pesadelo)
Necessário ler o primeiro antes desse.
Leiam aqui: https://spiritfanfics.com/historia/doce-sonho-ou-um-lindo-pesadelo-3528272

Ship: KougaXReiXTsubasaXLeo, SigmaXKougaXLeo.

Warnings/Avisos: Relacionamento explícito entre duas ou mais pessoas do mesmo sexo (masculino), violência, linguagem baixa, fetiches e fantasias sexuais, non con. Não contém spoiler, continua diretamente do filme Soukoku no Maryu, com algumas alterações. Sigma não morreu apesar de todos acharem que sim.

Disclaimer: Garo não me pertence e nem seus personagens. Caso fosse assim, o Kouga ainda estaria na terceira temporada, na quarta, na quinta. Fic feita para a querida Suryia Tsukiyono que me apresentou essa série fantástica e agora to aqui, completamente viciada. Nasceu por causa de um sonho.

Capítulo 1 - The Color of the Night


Rotina. Uma pessoa poderia falar que essa palavra era horrível, menos Rei Suzumura, sua rotina era tudo menos isso. Ele abriu os olhos, sendo brindado pela visão de Kouga adormecido, com Tsubasa praticamente deitado sobre ele e o braço de Leo sobre os dois. Aquilo às vezes variava, com Rei assumindo o lugar do Garo ou mesmo do monge, a rotina começava depois do acordar.

Kouga abria os olhos e sorria, beijando Rei devagar. O beijo sempre esquentava, os outros acordavam e partilhavam do bom dia coletivo deles. Existia uma forma melhor de começar o dia do que já ter uma sessão de sexo oral com o cavaleiro dourado? Ou Tsubasa? Ou Leo? Ou os três? Zero não conseguia pensar em nada melhor, na realidade.

Porque a rotina já partia de quando eles iam dormir, os quatro juntos. Kouga voltava da caçada e os encontrava, iam para casa e saciava todas as vontades dos três até o dia amanhecer. Ou era o contrário, Rei não se decidira ainda. Não dava para saber se era um desejo dele ou do Garo o que eles faziam ali, todas as noites. Apenas que era a melhor forma de se viver.

Existia também outro lado dessa rotina, que também não era ruim. Os efeitos dos poderes de Sheloh já haviam desaparecido e Kouga não estava tão servil e passivo. A insegurança que o fizera aceitar tudo naquele relacionamento também não existia mais, o que colocava muitas coisas em conflito. Rei ainda se culpava pelo o que acontecera antes, tentando se encaixar naquele papel de “noivo” do cavaleiro dourado, mas assim como os outros, sua personalidade acabava aparecendo. Zero não conseguia ser tão servil, Tsubasa não conseguia ser tão obediente e Leo não gostava de contrariar nenhum deles. O único problema era que o ruivo não tinha muita paciência para tudo aquilo.

Foi Rei quem sugeriu que aquilo poderia ser melhor utilizado e eles acabaram criando um tipo de “brincadeira” onde Kouga os corregia e eles se submetiam as vontades do futuro marido. Apesar de ter feito isso por tentar compensar o cavaleiro dourado por tudo que acontecera no inicio, Zero gostava muito daquele jogo entre eles, gostava muito de tudo o que acabava acontecendo. Garo se adaptara rapidamente, parecia até que já fizera algo bem parecido com aquilo antes. Os outros se encaixaram devagar na brincadeira, mas pareciam aproveitar bastante dela.  E ainda assim, Kouga continuava o mesmo, Rei continuava o mesmo, Tsubasa continuava o mesmo. Não havia nenhuma mudança de personalidade entre eles. Então, quando se juntava um possessivo maníaco controlador com um cínico sem respeito por autoridade e uma língua afiada, mais uma diva prima donna teimoso feito mula qual seria o resultado? Nem um pouco entediante.

Aquele era um desses dias, ou noites. Quando Kouga punia com gosto os seus noivos. E com amor. Eram os favoritos de Rei. Tudo começara normal, um dia como outro qualquer: Zero retornara do trabalho, encontrando Leo já em casa e estudando uns livros. Tsubasa estava na cozinha vendo o que Gonza tinha feito para o jantar.

A discussão começara de forma idiota, era sempre assim entre os dois. Rei falara uma gracinha e Tsubasa revidara, recebendo outra gracinha e assim por diante em um ciclo sem fim. Ele nem lembrava mais como começara, foi muito estúpido de sua parte. Ele brincara com Dan, falando que tinha conseguido finalmente engordar uns quilos. O cavaleiro branco o olhara com tanta mágoa, sempre era um problema ele ser o menor e mais “delicado” entre os três.

Quando Kouga chegou, pegou bem o momento em que Rei chamara Tsubasa de Miss Piggy, diva suprema. Nem era preciso ser vidente para saber o que viria a seguir. Kouga olhara para Leo, sem falar nada, o moreno suspirando e já se encaminhando para o quarto, indo até os dois cavaleiros, segurando eles pelo braço e os arrastando.

Leo entrou no quarto, se ajoelhando e colocando a cabeça no chão, rendido. Kouga entrara logo atrás, soltando Tsubasa e Rei que se sentaram ao lado do Leo, logicamente que bem mais desafiadores que o monge. Sempre era assim.

           — Eu realmente não sei o que fazer com vocês três. Você — apontou para Dan — é teimoso, arrogante, orgulhoso. Não pode ouvir nada que já começa uma briga, uma guerra. — virando para o Leo ele continuou — você se deixa levar por esses dois, fica sem fazer nada nem para impedir ou para fazer qualquer um deles sossegar. — terminando com Rei. — e você, ah... É o pior entre os três. Nunca pode ficar sem usar essa língua afiada e suas gracinhas não é?

           — E bem que gosta dessa língua afiada quando ela te chupa não é? — Rei falara, levando um tapa no rosto, mas nada que o machucasse de verdade.

           — Vamos começar com você, quem sabe eu consigo te calar! De um jeito ou de outro. — pegou Rei pelo braço, o arrastando até a cama. — Os dois, sem saírem do lugar — falara para os outros cavaleiros.

Tsubasa lambeu os lábios, devagar. As mãos tremiam de ansiedade. Kouga tirara a roupa de Rei, jogando ela no canto, pegando um cordão branco e amarrando suas mãos atrás das costas. Iniciara o beijo com violência, marcando os lábios do moreno, segurando ele pelo quadril, se afastando e forçando o rosto do cavaleiro contra a sua virilha, a voz dele baixa e direta:

           — Puxe o zíper com a sua boca e comece a chupar, devagar. — Kouga ordenara, vendo Rei obedecer, sugando a carne dura.

Rei sentiu a mão do noivo em seu cabelo, forçando e controlando o ritmo com que o chupava, fazendo o que ele queria. Seu corpo tremia, desejando, antecipando tudo que lhe aconteceria. Ele soltou um gemido mais longo quando Kouga puxara seu cabelo com força, mandando que parasse, deixando ele sobre a cama.

           — Tire a minha roupa. — O ruivo caminhara ate Leo, ficando parado na frente do monge, vendo ele o obedecer, voltando a se ajoelhar. — Bom menino.

Sorrindo, Garo voltou a prestar atenção no Rei, indo até ele e o virando de quatro na cama, dando um sonoro tapa em sua bunda, o forçando para frente.

           — Você merecia que eu te comesse no seco, Rei, sem nenhuma preparação, sem nenhum lubrificante. Quem sabe assim, sem poder sentar vários dias, se lembraria de controlar um pouco essa sua boca grande? Hum? — Kouga dizia, vendo Zero gemer e respirar cada vez mais rápido. Fazia parte do jogo, sempre assim.

Ele enfiou um dedo na entrada do moreno, sentindo o calor e brincando com ela. Introduzido mais outro e outro, começando a rodar ali, ouvindo os pequenos gritos que ele dava, rebolando de encontro a sua mão.  Tirara os dedos de dentro dele, levando ele para fora da cama, somente seu torso apoiado no colchão, ajoelhando no chão. Como dois animais, Rei pensara, sentindo a invasão e as estocadas.

Kouga segurava firme a cintura do Rei, fazendo ele apenas se mover conforme queria, na hora que queria, vendo a ereção do moreno pingar de encontro ao colchão. Ele inclinou o corpo, o peito ficando contra suas mãos amarradas, mordendo e chupando o lóbulo de sua orelha, vendo Rei virar o rosto, procurar sua boca, trocando um beijo entre gemidos e sussurros. Adorava ver a expressão dele quando gozava, quando se entregava e se rendia daquela forma.

Rei desabou sobre a cama, quase deslizando para o chão, ainda com Kouga dentro de si, saindo dele devagar. Rei observara o Garo virar e chamar Leo com um dedo, o monge levantando e indo até eles. Sentando na cama, e olhando o monge, ele falara:

           — Tire tudo e deite na cama, de bruços. — Leo fez um sim com a cabeça, tirando o que vestia e deitando conforme lhe fora ordenado.

Kouga sorriu, vendo o corpo perfeito do monge, indo ate o criado-mudo e pegando o vidro de creme que ele adorava, voltando até o noivo, dando uma mordida naquela bunda tão redonda e perfeita, arrancando um pequeno grito do moreno.

           — Quieto, não mandei gritar, mandei? — Disse, dando um tapa nas pernas de Leo, colocando uma boa quantidade de creme nos dedos, passando no rego dele.

Leo mordera os lábios, abafando os gemidos, sentindo a invasão em seu corpo. Kouga puxara seu quadril para cima, usando a outra mão para masturbá-lo, falando no ouvido dele.

           — Não pode gritar, não pode gemer nem fazer nenhum barulho. Se fizer, eu paro sem te fazer gozar, entendeu? Você só vai gemer quando eu deixar, quando eu permitir. — Garo falara, sem parar o que fazia, forçando mais os dedos dentro do moreno e mais a outra mão por sobre o seu sexo, o vendo afirmar com a cabeça.

Leo tentava se controlar, sem emitir nenhum som. Kouga mudara a posição, tirando os dedos de dentro dele, estava sobre o corpo do moreno, sua ereção encaixando e deslizando sem resistência pelo canal lubrificado, começando a estocar, procurando acertar em todas as vezes a próstata de Leo, o vendo se contorcer e engolir os gemidos.

Era uma tortura, mas uma tortura tão boa. Leo sentiu o corpo tremer, queria gritar, chamar o nome do ruivo, qualquer coisa, queria explodir. Kouga sabia que ele estava no limite, sentindo o membro em sua mão pulsar, falando baixo contra o pescoço do monge:

           — Grite meu nome e goze, my lady. Agora você pode. — Kouga mordeu a pele clara, vendo Leo gritar seu nome. Rouco, cansado. Pleno.

Levou a mão melada pelo esperma até os lábios, dando um beijo na base da coluna do monge, o vendo desabar na cama. Sua atenção voltada para o último. Tsubasa o olhava, o rosto avermelhado, o corpo ciente de tudo que os outros dois cavaleiros passaram e ansioso pelo mesmo.

Kouga caminhara até Dan, segurando ele pelo cabelo e fazendo com que se levantasse. Levando o moreno a parede e o virando de frente a ela. Garo puxara o cinto da calça do cavaleiro branco, o tirando e abaixando a peça de roupa sem retirá-las totalmente.

Tsubasa sentira a primeira lambada, dando um pequeno grito. Kouga usava o cinto para bater nele. Não com força, nem para marcar, mas, ainda assim, ele usava o cinto. Sentiu o mais velho o empurrar contra a parede, se apoiando ali e o couro passar suavemente na pele sensível de sua bunda.

           — Quieto ou baterei de verdade, com força. Não se mexa, entendeu? — Kouga dissera, usando o cinto novamente.

Ele batia próximo ao Tsubasa, ainda dando para sentir, sem marcar a pele, apenas a deixando vermelha. Dan passara a gemer baixo, aquilo o estava deixando cada vez mais excitado, sentindo a boca de Kouga em seu traseiro, lambendo onde havia batido.

           — Você quer que eu te coma, minha prima donna? Meu lindo Tsubasa, quer? Que eu goze fundo dentro de você? — Kouga perguntara para o moreno.

           — S-sim, eu quero. Kouga, eu quero que me coma. Por favor.  — Tsubasa falara, sentindo a boca dele em sua entrada, lambendo ali, dando uns beijos pelas suas ancas.

Kouga subiu pelo corpo, o puxando de encontro a si e entrando todo de uma vez, fazendo com que Tsubasa se apoiasse na parede sem muito espaço pelas calças ainda estarem prendendo suas pernas. Estocando devagar e levando o moreno quase a loucura.

Ele aumentava a pressão e diminuía, fazia isso várias vezes, prolongando aquilo até que o outro implorasse, pedindo por alívio, pedindo pelo êxtase. Kouga fez exatamente o que queria, deixando ele à beira do abismo e retornando, o levando de novo ao mesmo lugar.

           — Kouga, Kouga, por favor, eu preciso... ahhhh... preciso gozar, me deixa... me faz gozar... — Tsubasa pedia, tentando se mover.

Kouga sorriu, puxando o rosto dele para si e o beijando, o levando ao orgasmo, mordendo devagar o ombro claro a sua frente, sentindo o canal se fechar ao redor de sua ereção, despejando o sêmen quente nele.

Tsubasa perdeu o apoio, quase caindo de frente para o chão, com Kouga o segurando. O ruivo saiu de dentro dele, o pegando no colo e levando pra cama. Garo deitou Dan ao lado do Leo, indo ate o Rei e o soltando, o puxando o Zero.

           — Às vezes, acho que isso não é levado como punição por vocês — Ele disse divertido. Kouga sabia que não era punição o que faziam.

Era um jogo, entre ele e seus noivos. Um jogo que eles adoravam jogar e perder, sempre. Kouga fazia seus próprios desejos e ainda deixava os três satisfeitos. Bem satisfeitos.

           — Bom, eu não gostei do tapa no meu rosto, sabe? — Rei falara ainda meio aéreo do orgasmo que tinha tido.

           — Bom, na próxima você pensa antes de falar. E sempre posso bater com mais força, não se esqueça, minha Gisele. — Kouga falara, deitando ao lado deles, vendo Rei se aninhar por cima de seu corpo, como um gato.

           — Ai, s&m sendo prometido assim... — Rei falara, sendo interrompido pelos outros dois morenos.

           — Cala a boca, Rei. — Tsubasa e Leo falaram juntos, arrancando risadas do Kouga.

           — Muito bem, assim vocês estão aprendendo. — O ruivo falara, vendo seus noivos adormecerem.

E assim seguia a rotina diária entre eles, dia após dia.

***************************************************************************************************

Hyuuga se ajoelhou a frente da sacerdotisa Garai, o cavaleiro voltando de uma de suas rondas, cansado.

           — Hyuuga, então você o viu? — a idosa perguntou, preocupada.

           — Sim, ontem durante minha ronda. Sigma estava em Kantai. — O cavaleiro respondera. — Será que ele ainda irá atrás de Kouga-sama?

           — É possível. Não que ele encontre uma presa fácil agora. Sem o feitiço que o prendia, Garo está mais forte do que nunca. Minha preocupação é se ele encontrar Tsubasa e os outros antes. — A sacerdotisa respondeu apreensiva.

           — Eu temo pelo que poderá acontecer quando eles se encontrarem com Sigma.  — Hyuuga respondera, lembrando-se do seu mestre.

           — Sim, e eu não sei como o monge Leo enfrentará o irmão gêmeo. Reportarei isso ao Senado, eles saberão como agir. — Garai disse, dispensando o cavaleiro. — Bom trabalho. Descanse agora, Hyuuga.

Fazendo uma reverência, o cavaleiro saiu. Não havia muito mais o que fazer por aquele momento.

***************************************************************************************************

Leo respirou fundo, terminando o exercício com o pincel madou, controlando o último Gōryū que criara para ficar em Kantai. Tudo estava bem, pelo visto. Ajudaria Hyuuga agora que ele era o responsável pela região.

Estava sozinho em casa, todos haviam saído, inclusive Gonza, deixando apenas o monge ali. Leo aproveitara para deixar seus inventos prontos já que estava bem atrasado em suas entregas ao Senado. Com tudo já pronto e testado, o cavaleiro pegou sua espada para um treino. Fazia tanto tempo que não praticava com ela, somente usando a sua magia.

Ele havia perdido a noção do tempo, treinando os golpes e posturas de defesa e ataque. Lembrava-se de fazer isso com Sigma e seu pai, tanto tempo atrás. Sigma. Era um assunto que Leo não gostava de lembrar, nem queria tratar, mas era algo cada vez mais inevitável.

Passando a mão pelo suor no rosto, o monge tirou o casaco que vestia e a camisa por baixo, ficando somente com a calça. Os movimentos eram precisos, suaves. Era como um balé, deixando que o corpo esguio pudesse seguir uma melodia imaginária. Estava distraído que não percebera que era observado.

Kouga ficou parado, olhando para o Leo treinar, para cada movimento que ele fazia. Tudo nele transpirava classe e beleza, graça e leveza. Seu espírito doce e educado, mesmo durante uma luta, era o que fazia do monge ser tão especial.

O suor brilhava na pele clara, refletindo os raios de sol que batiam sobre o corpo de Leo. Era uma tarde quente e calma, o vento soprava suavemente por entre as árvores. Até parecia obra da magia madou do moreno, Kouga pensava, aquele cenário para combinar com a imagem que tinha agora à sua frente.

Seu cabelo estava mais longo e caía em pequenas ondas até os ombros do monge, o deixando ainda mais inocente, puro. Era essa a definição que Garo tinha do cavaleiro Flash. Pureza. Sentia até culpa por ter de quebrar aquele clima, por ter de tocar em um assunto tão difícil, mas era agora ou nunca.

Kouga esperara até agora para falar com Leo sobre Sigma e o que ele havia escutado quando fora raptado por Sheloh. O que aquela conversa implicara sobre a relação entre eles. Saindo das sombras, o cavaleiro dourado seguiu até o noivo, decidido a terminar logo com aquilo.

Leo inclinara o corpo e pegara o aparelho que Rei lhe dera, algo para ele ouvir música apenas já que o monge não quisera um celular. Era uma marca badalada e famosa, segundo Zero explicara para eles quando entregou o presente. Colocando em uma delas, ao que parece uma que ele gostava, começou a dançar. Realmente dançar, fazendo com que Garo parasse de andar.

You and I moving in the dark
Bodies close but souls apart
Shadowed smiles and secrets unrevealed
I need to know the way you feel
I'll give you everything I am
And everything I want to be
I'll put it in your hands
If you could open up to me oh
Can't we ever get beyond this wall
'Cause all I want is just once
To see you in the light
But you hide behind
The color of the night

Leo estava dançando, usava magia e luta em seus passos. Era dessa forma que ele relaxava, era dessa forma que ele conseguia tirar a angustia que tinha em sua mente. Os olhos fechados enquanto movia-se devagar pelo jardim, criando luzes e cores. Borboletas. Pequenas, grandes, ele as criava com uma facilidade imensa.

Kouga nunca vira algo tão belo, tão único. Tão Leo. Sentiu a garganta fechar, o amor e carinho que tinha pelo monge surgindo com força, deixando ele ainda mais furioso com o que ouvira da boca de Sigma, a forma como ele tratara o irmão. Percebeu que Leo tentava cantar a música, seguindo com as mãos no ar um bailado próprio.

I can't go on running from the past
Love has torn away this mask
And now like clouds like rain I'm drowning and
I blame it all on you
I'm lost - God save me...
I'll give you everything I am
And everything I want to be
I'll put it in your hands
If you could open up to me oh
Can't we ever get beyond this wall
Cause all I want is just once
To see you in the light
But you hide behind
The color of the night

De alguma forma, ele sabia para quem Leo cantava aquela música, ele sabia para quem o monge dançava. Kouga ficara ali parado, sem conseguir parar ou quebrar aquele encanto. Sem conseguir interferir, deixando que ele continuasse até o fim.

Leo adorava criar borboletas, sempre que podia ele usava daquela magia. Era a favorita de Kouga, pois o lembrava de sua mãe e tudo que lembrava o cavaleiro dourado lhe era especial. E ainda tinha achado essa música entre as que Rei escutava, gostando da letra assim que o Zero a ensinara e do ritmo. Nunca fora muito fã das coisas “normais” e humanas, mas aquela letra parecia que tinha sido escrita para ele, por ele.

Descrevia a forma como às vezes via sua relação com Kouga, principalmente no início. Quando não tinha coragem para dizer o que sentia ao cavaleiro dourado. E sobre Sigma.

God save me...
Everything I am
And everything I want to be
Can't we ever get beyond this wall

'Cause all I want is just once

Forever and again

I'm waiting for you, I'm standing in the light

But you hide behind

The color of the night

Please come out from

The color of the night

Leo parara de dançar, ouvindo o fim da canção, virando e abrindo os olhos, a figura parada ali o fazendo se assustar.

           — Kouga-sama. — Leo sussurrara.

Kouga fora retirado de seu devaneio, fixando o olhar sobre o Leo, os dois se encarando por um longo tempo. Não havia mais o que esperar, nem o que protelar. Ele foi até o moreno, segurando a mão dele.

           — Leo, nós precisamos conversar. Sobre você e Sigma. — O ruivo falara direto.

Leo sentiu o coração parar e o medo percorrer seu corpo. Temia aquela conversa, temia que perdesse Kouga depois dela, depois que ele descobrisse o que fizera no passado, mas sabia que uma hora teria de acontecer.

           — Está bem. — Disse com voz saindo ainda mais baixa.

***************************************************************************************************

Sigma bateu a porta com força, o ódio pulsando em suas veias. Tinha conseguido escapar do cavaleiro de Kantai quando encontrara os dois cachorrinhos de Kouga. Aqueles dois desgraçados.

Zero e Dan estavam mais fortes que antes, conseguira escapar por pouco, muito pouco. Mesmo conseguindo ferir os dois, sabia que teria perdido aquela luta se não fosse a distração com aqueles humanos.

Pelo visto não desistiriam até se vingarem. E Sigma não desistiria do cavaleiro dourado e sua destruição. De um jeito ou de outro, ele mataria Kouga e faria com que o irmão sofresse pela eternidade a traição que realizara.

Tinha um plano para encontrá-lo sozinho. Kouga teria de ir amanhã até um local para o Senado, verificar se era um portal ou não. Lá ele já havia preparado a armadilha, já havia preparado o túmulo para o cavaleiro dourado.

Até amanha, ele teria de aguardar apenas até amanhã. Depois, faria uma visita ao seu adorável irmão para lembrar os velhos tempos.

***************************************************************************************************

Kouga levara Leo para dentro da mansão, estavam sentados na sala, um de frente para o outro, sem falar nada. O ruivo deixava que o moreno seguisse o passo que precisava para falar, no seu próprio tempo.

           — Sempre admirei Sigma, desde pequeno. Ele era perfeito em tudo: melhor monge, melhor cavaleiro. Ele sabia as melhores magias, os melhores golpes, me ajudava a resolver todos os problemas e dificuldades que tinha. Fora tão natural quando aconteceu, quando ele me levou pra cama que não conseguia entender que era errado. — Leo dissera, sem olhar para o Kouga. — No início, ele era doce, carinhoso, preocupado comigo. Não era apenas por que ele queria alguém para transar, para foder, ele demonstrava que me amava. Ele se afastou depois que começou a namorar a Mio, acho que era até natural. Ele ainda me tratava como o irmão preocupado de sempre, apenas não me procurava mais como seu amante. Isso durou por um tempo, até ele desaparecer depois da briga com nosso pai.

    — Hum. — Kouga apenas concordou, sem interromper o relato do monge.

    — Quando Mio retornou com ele, percebi que havia algo de diferente no meu irmão. Ele estava mais possessivo, mais… autoritário. — Leo falou baixo. — Mas ainda assim, nada que fosse para me preocupar. E eu estava feliz, meu irmão estava de volta e estava bem. Um dia depois de me visitar com a namorada, Sigma veio sozinho até em casa e disse que gostaria das coisas como eram antes. Que ele não sabia viver sem mim, ficar longe… como meu amante. Eu o amava, não só como irmão, por isso nem liguei do quanto ele parecia diferente, do quanto ele parecia… frio.

Kouga segurou a mão de Leo entre as suas, beijando os dedos dele, esperando que terminasse o relato por completo, sabendo que deveria ainda haver mais, muito mais. Ele viu o moreno respirar fundo, ainda sem o encarar.

           — Na noite em que Mio veio até mim, assustada, eu não consegui dormir depois que ela foi embora. Ainda acreditava em Sigma, no que ele poderia fazer, na bondade que havia em seu coração. Foi quando ele chegou. Ele... — Leo engolira em seco. — Ele já havia sido bruto comigo antes, mas nada daquele jeito. Ele me jogou no chão e tirou as minhas roupas, sem falar nada. Não havia carinho, não havia amor. E o que ele falava era ainda pior: que eu deveria obedecê-lo sempre, que eu era uma propriedade dele apenas e que era assim que me queria: de quatro, servil, passivo.

Kouga viu uma lágrima escorrer pelo rosto de Leo, passando o polegar por ela e a enxugando.

           — Quando tudo terminou e ele se vestiu, era como se tivesse voltado a ser o que era antes, dizendo que me amava que era daquele jeito que ele queria agora e que se eu o amasse deveria obedecer. Sei que fui um idiota em acreditar nisso, mas eu não tinha mais meu pai e não poderia perder meu irmão, por isso aceitei o que ele queria. — Leo terminou de falar ainda sem conseguir olhar para o Kouga. — Não me odeie Kouga-sama. Por favor.

           — Por que eu iria odiá-lo, Leo? — Kouga perguntara.

           — Porque não sou digno de você, depois de tudo o que aconteceu eu ainda tentei defender e salvar Sigma, porque você deve sentir nojo de mim e... — Leo não terminara de falar, os lábios de Kouga estavam sobre os dele.

           — Leo, você continua o mesmo para mim: doce, gentil, educado. Quem não é digno de te ter sou eu. Você é um lorde. — O ruivo sorriu, falando no ouvido dele. — Uma lady. Milady, não... my lady.

Leo encostou a testa na de Kouga, deixando que as lágrimas escorressem, sentindo os braços do cavaleiro ao redor de sua cintura. De alguma forma durante a conversa, Kouga havia se ajoelhando diante o monge, cortando a distância entre eles.

           — A única coisa que isso me faz sentir é ódio por Sigma, pela forma que ele o tratou. Pela forma que ele o magoou. Nada mudará a forma que te amo, Leo. Nada. Não vou deixar que ninguém o machuque novamente, nem seu irmão. Ninguém toca o que é meu. E você é meu, somente meu e de mais ninguém. — Kouga falou, aproximando a boca da do monge. — My lady.

Não havia mais necessidades de palavras, Leo abriu os lábios para receber a língua de Kouga, se entregando ao beijo, se entregando inteiro. De corpo e alma, ele sabia, não era de mais ninguém.  Em um movimento fluido, o monge puxara o ruivo para o sofá, o deitando por cima de seu corpo.

Kouga era guiado pelos gemidos baixos e suaves que tirava do noivo, as mãos passando por todo o seu corpo, sua pele. Afastara-se para tirar a roupa que usava, puxando a calça de Leo junto, jogando elas de lado, voltando a se deitar entre as longas pernas do monge. Adorava aquelas pernas, elegantes, firmes, a pele lisa e clara tão fácil de ser marcada com os dedos.

Adorava a forma com que Leo se entregava, a forma com que ele sempre o amava, aceitando suas ordens, seus desejos, seus caprichos. Kouga recebia a alma e o corpo do cavaleiro, recebia tudo o que ele tinha tanto na cama quanto na vida. Cada toque, cada beijo era correspondido por um gemido, um suspiro, um pedido de mais, muito mais.

           — Ahhh, Kouga-sama... — Leo gemia, arqueando o corpo e tirando as costas do sofá, a boca de Kouga agora sugava seu pescoço, descendo pelo peito.

Brincando com os mamilos rosados e delicados, voltando a lamber os músculos de seu ventre, deixando que a saliva escorresse até a linha que dividia seu corpo. Ele puxou as pernas, as deixando ainda mais abertas e lambendo a parte interna daquelas coxas.

Leo sentiu a respiração do cavaleiro dourado por sobre seu sexo, a voz saindo em falsete quando ele a engoliu, chupando só a cabecinha, a prendendo com os dentes. Leo tremia, levando a mão até a boca e mordendo devagar seus dedos, tentando impedir os gritos que começavam a sair de sua garganta.

Kouga foi sugando devagar, até engolir toda a ereção do monge, dando um ritmo cadenciado, sugando, soltando, voltando a morder a glande, descendo ela toda novamente pela garganta. Cada gemido e sussurro que escutava da voz aveludada de Leo era um incentivo a mais. Levando a mão por baixo dele, Kouga procurou a entrada do amante com os dedos, colocando ali primeiro um, brincando com o canal apertado e o sentindo piscar, esperando que ele relaxasse e deixasse que fosse acrescentado outro dedo.

Leo soltou um grito rouco, sem conseguir se controlar, rebolando de encontro à boca e a mão de Kouga. Ele queria, ele precisava de tudo o que o ruivo era, do que ele podia lhe dar.

           — Kouga, Kouga... por favor, eu preciso de você, inteiro dentro de mim. Agora. Por favor, por favor, por favor... Kouga-sama, meu mestre... meu Kouga. — Leo gemia, sussurrava, miava, ronronava.

Kouga puxou o monge para si, as pernas ao redor de sua cintura, ele se ajoelhando no sofá com Leo em seu colo, o encaixando em seu sexo duro e o fazendo deslizar por ela, bem devagar. A expressão em seu rosto enquanto era invadido, de dor e prazer, de se sentir completo.

Os dois se moveram juntos, Leo rebolando e Kouga estocando, aumentando o ritmo, diminuindo. Não havia pressa, nem havia desespero. Eles iam juntos naquele caminho, buscando o mesmo fim.

Leo apoiava as mãos nos ombros de Kouga, usando os pés e as pernas para dar impulso, subindo e descendo pela ereção dentro de si, os olhos fechados, a boca semiaberta. Tudo nele era perfeito. Leo era amor, puro amor. Ele transmitia amor e agora recebia.

Estava tão próximo, tão perto. Segurou a ereção de Leo que se esfregava entre eles, começando a masturbá-lo. Queria ver o monge gozar, precisava ver seu rosto em um momento tão sublime, tão perfeito. A forma como ele abria a boca em um grito mudo, aquela boca tão linda, em um O perfeito, suas pálpebras tremiam, o jeito que ele girava os olhos em puro êxtase.

Kouga sentiu o líquido quente em seus dedos, arfando e chamando o nome de Leo logo depois, despejando o próprio sêmen dentro dele, ficando assim abraçado ao moreno, sem querer se mover ou sair dali.

Ficou dessa forma, segurando Leo e o ninando quase, a respiração do moreno pesada contra o seu pescoço, deslizando a mão na base da coluna, sabendo que aquela carícia faria com que ele dormisse.

Kouga ouviu a porta abrir e fechar, sabendo que eram Rei e Tsubasa. Ele saiu devagar de dentro de Leo, sem o acordar, o mantendo em seu colo e sobre seu corpo. Virara o rosto para falar com os outros dois noivos, vendo o estado deles.

           — O que aconteceu? — Kouga perguntou vendo Rei mancar e Tsubasa segurar o braço.

           — Sigma. A droga que ele escapou. — Rei sentara ao lado de Kouga.

           — A sorte daquele covarde foi ter entrado aquele grupo de humanos. — Tsubasa falara.

Kouga rosnou baixo, quase acordando Leo, os olhos do Garo estavam escuros e seu rosto sombrio. Sigma.

***************************************************************************************************

Leo estava sentado em sua sala, trabalhando em outra de suas invenções. Estava apreensivo e não conseguia dormir. Mio havia acabado de sair, a forma como ela falara de Sigma…

Ele não percebeu o movimento ao seu lado, somente quando se viu no chão, encarando os olhos frios e enlouquecidos de seu irmão gêmeo.

           — Sigma! O que está fazendo? — Ele disse, recebendo o primeiro tapa, olhando para o moreno com os olhos arregalados.

           — Se você me ama, não fale nada. Fique quieto, eu quero apenas que fique quieto. — Sigma falou, puxando a roupa que Leo usava, a rasgando.

Não havia nenhum tipo de carinho, nem de amor no que seu irmão lhe fazia. Ele o machucava, marcando sua pele com dentes e unhas. Quando se viu de quatro e sendo invadido a força, no seco, Leo apenas gritou, sem conseguir se defender.

Cada estocada o fazia tremer e aumentava a dor em seu corpo e alma. Parecia uma eternidade, parecia que aquilo duraria para sempre. Quando finalmente Sigma gozou e o largou, Leo mal conseguia respirar.

Viu seu irmão procurar a própria roupa, se vestindo e sentando próximo a ele. Todas as juras de amor, que era daquele jeito que ele queria e que Leo deveria fazer como sempre: servindo ao Sigma.

Não havia o que fazer a não ser concordar e aceitar, era dessa forma que eram as coisas. Sigma era o melhor e deveria ser obedecido. Sempre.

***************************************************************************************************

Rei acordou suado, ouvindo Tsubasa puxar o fôlego ao seu lado. Odiava quando tinha aquele tipo de “sonho”. Sempre era algo com Kouga, mas às vezes conseguiam ver coisas deles. Fora a primeira vez que tiveram isso com Leo.

Kouga falou da conversa que teve com o monge, sem muitos detalhes. Garo havia dito para nenhum deles se aproximar de Sigma, que ele mesmo cuidaria de detê-lo, o que gerou uma quase discussão entre Rei e o noivo. Rei dizia que não precisava de proteção e Kouga respondeu o mesmo. No final eles conseguiram se entender, Rei entendeu o que o ruivo queria, mas não era por isso que ele iria gostar daquela ideia.

Foram para o quarto, descansar e para não matar Gonza do coração, sendo que Leo e Kouga estavam nus na sala. Sentando na cama, ele viu Leo ainda adormecido entre os braços de Kouga, o ruivo estava acordado e olhava para os dois cavaleiros.

           — Vocês também viram. — Garo falara.

           — Sim. — Rei respondeu, vendo Tsubasa apenas mexer a cabeça. — Sigma é um filho da puta.

           — Hum. — fora a única resposta de Kouga.

Tsubasa ficou calado, o cavaleiro estava meio abalado com tudo aquilo, por algum motivo qualquer. Kouga sabia disso, sabia que algo naquela história toda havia abalado Tsubasa por demais, ele sentia isso. Depois ele descobriria o que era.

           — Tsubasa. — o moreno virou o rosto. — Venha aqui. — Kouga indicou o outro lado da cama, vendo o cavaleiro deitar ao seu lado e o abraçar, ficando quieto.

Rei deitou novamente, abraçando a cintura de Leo, o deixando entre ele e Kouga. Dessa forma foi que voltou a adormecer.

Kouga ficou olhando para os noivos, os três dormindo ao seu lado. Havia demorado tanto para descobrir o que valia a pena ser protegido, o que valia a pena lutar. Agora ele tinha mais de uma razão. E iria até o fim para que isso continuasse a existir.

***************************************************************************************************

Continua

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...