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História Break The Night With Colour - Black Is The Color Of My True Love's Hair


Escrita por: Elizabeta

Capítulo 4 - Black Is The Color Of My True Love's Hair


Leo arrumara tudo que tinha de Sigma na casa, deixando separado para ser levado embora. Ele também já tinha arrumado tudo que eram de seus pais, mostrando para Kouga e Rei e falando sobre o que se lembrava de cada objeto. Tsubasa ainda estava deitado quando ele começara a arrumar as coisas e Kouga havia confirmado que ele ainda estava na cama quando ele e Rei levantaram.

                        — Ah, não tenho nada para comer nessa casa. Vou ter de sair para comprar algo. — Leo dissera, lembrando que não tinham comido nada.

                        — Podemos ir com você. — Kouga dissera, vendo a negativa do monge.

                        — Não, Kouga-sama. Vou rápido resolver isso. Quando Tsubasa tiver acordado, nós saímos todos juntos e almoçamos fora. Tudo bem? — o monge perguntara meio receoso.

                        — Tudo bem. Está combinado. — Kouga sorrira, dando um beijo no rosto de Leo. — Volte logo.

O monge concordou, pegando seu pincel e saindo. Kouga voltara a olhar as fotos de Leo quando criança, vendo Rei meio pensativo em um canto.

                        — O que foi minha Gisele? — o ruivo perguntara. — Por que tão triste?

                        — Né, Kouga… eu estava pensando sobre o que conversamos ontem. — Rei falara sem encarar o noivo. — Sobre adotar um filho. Eu acho realmente que ia ser muito bom ter um nosso, mesmo que não seja um mini-Kouga para correr por aí. Só…

                        — Só? — Kouga inclinou a cabeça.

                        — Só que seria tão bom se ele não precisasse ser cavaleiro makai não é? Ter uma vida normal, crescer como qualquer criança deve. Sei que isso é impossível, que os horrors não serão totalmente destruídos nunca, mas gostaria que nosso filho não tivesse que lidar com o que lidamos todos os dias. — Zero suspirou, arrumando o cabelo. — Mas seria bom ter um filho, fazer o mesmo que Douji fez por mim.

Kouga ficou olhando para o moreno, o vendo tão vulnerável e frágil como raramente Rei permitia que o vissem. Sem falar nada o ruivo abraçou a cintura do moreno, o puxando para si. Com um beijo em sua nuca, Kouga virou Rei para si, os dois ficando de frente um para o outro.

                        — Eu concordo com tudo que disse menos um ponto. — Rei ficou olhando para o noivo, meio receoso. — Seria muito melhor um mini-Rei na minha vida. Um bem parecido com você, perfeito como você. Lindo.

O moreno abriu a boca, os olhos lacrimejando. Ele encostou a testa na do Kouga, ficando assim um tempo. A voz saiu baixa e mais doce do que era o costume, mais sincera.

                        — Eu te amo, Kouga. Com todo o meu corpo e alma. — Rei falara sem conseguir deter as lágrimas.

                        — E eu a você, minha Gisele. Meu lindo Rei. A coisa mais doce que já provei e tive na minha vida. — o ruivo disse, limpando as lágrimas que caíam. — Não chore.

Rei fez um sim com a cabeça, puxando o noivo para si e o beijando devagar. Cada movimento era feito com cuidado, com delicadeza. Kouga puxou a roupa que o moreno vestia, levando ele na direção da cama que tinha naquele quarto.

Pouco importava onde estavam ou se alguém entraria. A boca de Rei na sua, o amor que ele deixava tão transparente, toda a dor que ele queria apagar da vida deles, trocar tudo isso por apenas momentos felizes, momentos iguais ao que passava com Zero em seus braços, era isso o que importava.

Rei gemeu, quase soltando um pequeno grito, as mãos de Kouga e sua boca deixando pequenas marcas na pele clara enquanto o despia. Se perder nas curvas do moreno, em seus suspiros, seus pedidos, seu calor. Se aquilo era o inferno, Kouga não gostaria de ser salvo nunca, ele queimaria até que somente sobrassem cinzas.

Os dois se entregavam mutuamente, sem reservas e sem receios. Rei se abria e acolhia o corpo do ruivo, sem pensar, sem hesitar. Kouga o absorvia com fome, com desejo. Se afastando um pouco, só para poder ver direito como Zero ficava daquele jeito: a boca marcada e meio trêmula, a pele arrepiada inteira e as pernas meio abertas, dando todo o encaixe que ele precisava.

Rei arqueou as costas, a boca de Kouga em seu quadril, seu baixo-ventre, em seu sexo. Sugando. Mordendo. Enlouquecendo todos os sentidos que ele poderia ter. Só conseguia repetir o nome do noivo, entre suspiros roucos e em falsete. Reclamou baixo com a falta de contato, abrindo os olhos meio febris e vendo onde ele estava, sorrindo ao vê-lo retornando, com algo nas mãos. Um pote perfumado. Óleo de sândalo. As pernas tremiam de ansiedade.

Kouga viu o noivo engolir o grito quando seus dedos deslizaram pelo canal apertado de sua entrada, o óleo perfumando todo o ambiente, deixando ainda mais marcante o cheiro da paixão, do sexo. Sentir o ruivo dentro de seu corpo, o completando, o preenchendo era a melhor das sensações. Era a droga que fazia com que Rei levantasse todos os dias e que ele buscava todas as noites.

Kouga entrelaçou os dedos com o noivo, elevando as mãos dele para cima de sua cabeça, as pernas dele ao redor de sua cintura, ele entrando cada vez mais fundo e Rei rebolando cada vez mais rápido. O beijo trocado, abafando os gritos dos dois, sua língua tocando a do moreno.

Zero sentiu o orgasmo vir, percorrendo por sua espinha e explodindo entre seus corpos, deixando que o líquido quente escorresse e pingasse na cama, fechando o canal por sobre a ereção de Kouga dentro de seu corpo, dificultando a passagem, fazendo com que ele o seguisse.

Sentir o peso dele desabando por sobre seu corpo, as mãos ainda unidas, a respiração descompassada. Rei amava tudo aquilo, tudo que Kouga queria lhe dar. Tudo. Eles ficaram daquele jeito por algum tempo, sem se mexerem, sem se soltarem. Rei gemeu baixo quando Kouga saiu de dentro de seu corpo, deitando do lado do moreno quando Leo entrara no quarto já com as coisas compradas para o café.

                        — Hum, Leozinho e seu timing perfeito. — Rei sorriu, vendo o rosto corado do monge.

                        — Vou chamar Tsubasa, podem começar. — Leo saiu ouvindo a risada de Rei, sorrindo.

Chegando ao quarto, o monge entrou para chamar ao Dan, vendo a cama vazia e nenhum sinal do cavaleiro. Aquilo já estava perdendo o controle. Voltou para onde Rei e Kouga estavam, os dois dividindo um croissant de chocolate.

                        — Tsubasa vem? — Kouga perguntara, lambendo o canto da boca do Rei.

                        — Ele não estava no quarto, acho que levantou e saiu. — Leo sentara na cama com Rei aproveitando e esticando as pernas sobre o monge.

Kouga respirou fundo, se lembrando que precisava falar com Goruba. Rei deitou sobre o peito do ruivo, apoiando a cabeça ali, o fazendo sorrir e se acalmar.

                        — Bom, acho que no máximo amanhã termino tudo que preciso arrumar aqui e podemos voltar para casa. Será melhor não é? — O monge disse isso, ouvindo a chuva começar a cair forte e gelada lá fora.

                        — Acho que o tempo está tentando mudar seus planos, Leozinho. — Rei falara, vendo a cara do monge. — Brincadeira.

                        — O bom que vi que ia chover e trouxe comida o bastante para dois dias. Mais tarde faço o almoço para vocês. — Leo ficou deitado na cama, tentando não pensar em Tsubasa, mas sendo impossível.

Kouga ficou deitado, sentindo que Rei adormecera em seu peito, deixando o moreno dormir e pensando sobre Tsubasa. Sentia que aquela tempestade não seria fácil de lidar e tinha uma sensação estranha, muito ruim sobre o que estava por vir.

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Tsubasa apoiou o corpo na árvore, o moreno já estava encharcado até os ossos. Levantara e fora ver se encontrava os outros, chegando ao quarto onde Kouga e Rei estavam juntos. Sem querer atrapalhar os dois, Dan decidira ir treinar.

A tempestade o pegara em cheio, a água gelada deixando toda a roupa dele ensopada. Deveria ter trazido o casaco, mas decidira o deixar no quarto junto de Goruba. Estava cansado de ouvir o bracelete falando sobre o mesmo assunto, falando que deveria conversar com os outros. Ele deveria era aceitar a realidade.

Deixou o Bo de lado, sentando próximo a uma árvore, o cabelo cobrindo seu rosto. Pelo menos não deixara ninguém ver seus sonhos, mas não sabia como faria para que nenhum deles percebesse que não iria comer.

“Você é muito gordo e desleixado, Tsubasa, nenhum cavaleiro makai é gordo assim.” Ainda podia ouvir a voz cruel falando, ordenando o que podia ou não fazer. “Você realmente lembra a sua mãe, ela também deveria servir apenas para isso.” Lutou contra as lágrimas que queimavam em seus olhos.

O moreno balançou a cabeça, aquilo não teria mais jeito mesmo. Nem valia a pena. Pegou o Bo e voltou a treinar, deixando a chuva cair sobre sua cabeça.

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Leo desceu até a sala, vendo o envelope vermelho ali endereçado para o Kouga. Era o que faltava, ordens. Pegou o envelope e levou até o ruivo, o vendo pegar o isqueiro madou, as palavras surgindo no ar.

                        — Temos de ir até o Senado. Ao que parece um cavaleiro makai renegado ressurgiu e temos ordem para encontrá-lo e levá-lo até lá. — Kouga dissera ao terminar de ler.

                        — E precisamos ir até o Senado? Era só dar o nome e pronto. — Rei balançou cabeça.

                        — E Tsubasa-san? — Leo perguntou.

                        — Não sei Leo. Nós temos de ir agora e não sei onde ele está. — O ruivo pegou o casaco, o vestindo.

                        — Bom, só consegui encontrar isso.  — Leo mostrou o casaco de Dan e Goruba. — Ele saiu sem os dois, para onde quer que tenha ido.

                        — Fácil, só deixar o recado com Goruba e quando ele chegar volta pra casa e nos espera. — Rei disse, já saindo do quarto.

                        — Ah, isso não me parece o certo a ser feito, Kouga-sama. — Leo balançou a cabeça, não gostando nada daquilo.

                  — Também não gosto, mas é o que podemos fazer. Assim que sairmos do Senado, se ele não estiver em casa nós voltamos aqui. Goruba avise Tsubasa que chegou uma ordem urgente e nós tivemos de ir até o Senado. — Kouga disse, já levando Leo consigo e deixando as coisas de Dan sobre a cama.

                        — Está bem, assim que ele retornar eu o aviso. — o bracelete falara. — Tome cuidado, Eruba.

                        — Sempre! — Eruba respondeu jovial. — Você também, nada de procurar outros objetos para matar a solidão.

                        — Eruba! — Leo falara para o seu anel, vendo a expressão divertida dela.

Rei estava esperando pelo Leo, Kouga já abrindo o caminho para irem até o Senado. Os três surgiram na sala da Grace, vendo a guardiã os aguardar.

                        — Grace-sama. — Kouga dissera, fazendo uma reverência.

                        — Obrigada por terem vindo tão rápido. O caso é grave e deve ser tratado com rapidez. — Ele mostrou a imagem de um homem ruivo, alto e com olhos verdes. — Esse é Kaita Hideki, ele era um dos instrutores para novos cavaleiros.

                        — O que ele fez para ser procurado, Grace-sama? — Leo perguntara.

                       — Vários abusos, inclusive sexuais contra as crianças que treinava. — A guardiã falou, vendo a cara dos três cavaleiros. — Há algumas provas e testemunhas tanto desses abusos quanto de que ele caiu nas trevas, infelizmente. Por isso, ele será julgado com a pena máxima: execução. Alguns pais de suas possíveis vítimas queriam fazer isso diretamente, foi somente quando informamos que o cavaleiro dourado seria o responsável por encontrá-lo que eles decidiram aguardar o julgamento. Conto com a sua ajuda, Kouga-san. .

Kouga fez um sim com a cabeça, a sensação de desconforto, de que algo faltava ali, era muito forte. Por algum motivo o rosto de Kaita não era estranho, ele já o tinha visto antes.

                        — Onde ele foi visto por último? — Rei estava fazendo a mesma expressão do de Kouga, tendo a mesma sensação que havia algo de errado naquilo tudo e não era somente pelo cavaleiro representar algo que Zero mais desprezava e repudiava Ele também tinha a sensação de já tê-lo visto em algum outro lugar.

                        — Ele foi visto em seu antigo endereço, comecem por lá. — A guardiã deu o endereço para Rei.

                        — Quantas crianças ele abusou? — A voz de Kouga era fria. Ele ainda lembrava o que passou nas mãos de Sigma e Sheloh e apesar de ter sido mentira, o efeito tinha sido devastador.

                        — Muitas. Existem as mais antigas que já são cavaleiros agora e não temos todos os nomes. Estamos procurando quais foram todos os lugares que ele havia sido convocado para treinamento. — Ela parou, olhando a imagem do ruivo. — Ele as tratava como escravos ou algo assim, faziam apenas o que ele deixava e se não fizessem, sofriam uma “disciplina”.

Kouga olhou para a guardiã, aquela palavra gelando a alma do Garo sem ele entender o porquê. Fazendo uma reverência, os três saíram e foram diretos para o endereço indicado. A casa parecia vazia quando eles entraram. Tudo empoeirado e sujo, muitas fotos de Kaita com crianças, possivelmente as que ele já havia treinado.

Os três se separaram, olhando pela casa com Kouga vasculhando e vendo as fotos na parede, parando em uma determinada foto. Ela estava em destaque e a moldura estava limpa e a foto parecia bem desgastada. Talvez aquela criança fosse uma vítima especial para Kaita, era a única que parecia ter sido manuseada recentemente. Outra coisa chamava a atenção de Garo: o local. Parecia bem familiar aquela floresta e casa.

Rei parara ao lado do Garo, olhando a casa e a floresta, o rosto do cavaleiro ficando branco.

                        — Isso não é Kantai e essa não é a casa de Tsubasa? — Ele apontou para todos os pontos que se lembrava da casa de Dan, com Kouga olhando bem para o menino e reconhecendo as feições.

                        — Tsubasa, ele o treinou. — Leo estava ao lado dos outros dois, vendo a foto e notando outras fotos deles espalhadas pela parede.

Kouga seguiu o olhar do monge indo até uma específica foto. Ele segurava o rosto de Tsubasa com os dedos, a marca aparecia claramente na pele dele, mesmo em uma foto tão antiga. Havia uma lágrima escorrendo pelo canto dos olhos do menino.

Rei puxara o ar com força enquanto Leo soltara uma exclamação. Kouga só conseguia rosnar baixo. As provas eram incontestáveis: outras fotos ainda mais explícitas sobre o tipo de relacionamento entre Kaita e Tsubasa. Lembrara-se da conversa com Goruba naquela noite sobre ter exagerado. Será que era aquilo que ele passara na mão de Kaita? E agora ele estava repetindo?

Todos ficaram sem saber muito que fazer, ainda olhando para as fotos. Kouga percebeu o movimento com facilidade, assim como Rei e Leo. Os três bloquearam o ataque, dando de cara com o ruivo.

                        — Ora, ora, se não é o grande Garo e seu harém. Pena que incompleto, não é? Onde está o nosso Tsubasa, Saejima? — Kaita dissera, com a espada em mãos e vendo a reação do Kouga. — Não sabia? Tsu-chan realmente não gosta de falar sobre o nosso relacionamento, não sem a minha permissão. Você não achou que fora o primeiro nesse joguinho, não é? Tsu-chan é um menino bem rodado, Saejima. Você não imagina o quanto.

Kouga nem pensou, o ódio que dominava seu corpo era tão forte que parecia que ia derreter o ar. Ele atacou o outro ruivo, fazendo com que ele desviasse com dificuldade, sumindo para dentro da casa. Sendo seguido pelos três cavaleiros, Kaita os levou até o lugar preparado, sumindo por uma das passagens que tinha ali.

Kouga surgiu atrás, vendo o que parecia ser um quarto. Fotos em todos os lugares, muitas e muitas fotos. Todas com Tsubasa. Rei olhara para aquilo e sentira vontade de vomitar, literalmente. Leo engolira um soluço, lutando para não chorar. O que elas descreviam em detalhes estava acima do permitido.

                        — Onde ele está? — Rei perguntara para Shiruba. — Consegue sentir algo?

                        — Está próximo, mas não consigo localizar com certeza. Zaru? — Shiruba perguntara.

                        — Também não, Shiru. — Zaruba falara.

                        — Eruba. — A voz de Kouga soara, pesada. — Era isso que Goruba queria falar comigo, não é?

                        — E outras coisas, Kouga. E outras coisas. Existe muito mais, além disso, muito mais. — Eruba falara. — Sobre os pais de Tsubasa e a morte deles, sobre todo o treinamento que recebera, sobre muitas coisas. Sobre o fato dele não comer.

                        — E você sabia disso? — Leo perguntara para Eruba.

                        — Claro! Goruba me contou. Não temos muito mais o que fazer além de conversar. Isso é máximo de romance existente entre nós, ferramentas mágicas. Não é exatamente como vocês que conversa e bate-papo são o último dos programas.  — Eruba disse toda inocente.

                        — Por que eu pergunto… — Leo olhou para cima.

Rei pegou o que parecia ser um DVD, mostrando o disco para o Kouga e o Leo, guardando em sua capa. Seria melhor ver aquilo mais tarde. Estava olhando melhor as fotos na parede quando ouvira um barulho.

Kouga virou na direção do barulho, a espada em punho. Rei dera um passo para trás, o chão abaixo dele sumindo e ele caindo.

            — REI. — Kouga foi à direção que o Zero caiu, sendo bloqueado por uma chuva de flechas. O local era repleto de armadilhas. Leo apontou o pincel, bloqueando qualquer tipo de ataque, deixando livre o caminho para eles seguirem Rei.

Sangue. Havia sangue por todos os lados. Todo o local era forrado de armadilhas madou, muitas adagas Hajas lançadas. Kouga sentiu o coração falhar, Rei estava caído no meio de uma poça de sangue.

                        — REI! — Kouga correu até o noivo, o pegando nos braços. Havia uma adaga Haja fincada em seu peito e outras três em sua cintura e coxa.

Leo estava do seu lado, pegando o reversor e derramando na boca do moreno, puxando as adagas já com o fogo madou sobre as feridas. Aquilo seria o bastante para deter o sangramento, mas ele ainda necessitaria de outros tratamentos.

                        — Kouga-sama, precisamos tirar Rei-san daqui. — Leo dissera, vendo o ruivo concordar, pegando Rei no colo e saindo daquela casa.

Kaita observou os cavaleiros saírem, o arco em suas mãos. Ele sabia que Garo desistiria de caçá-lo quando um dos outros fosse ferido, havia preparado aquilo com muito cuidado, deixado as fotos e tudo o que tinha com Tsubasa, inclusive os filmes especiais que fizeram juntos. Seria interessante ver a reação do cavaleiro dourado quando assistisse ao dvd, pena que ele tinha outro compromisso. Tanto tempo que não visitava Tsu-chan, estava na hora do moreno relembrar quem era seu dono.

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Kouga chegou a casa, entrando com Rei nos braços e indo direto para o quarto deles, seguido de Leo. Gonza seguiu os cavaleiros, vendo se podia ajudar em algo. Deitando o moreno na cama, Garo deixou que Leo fizesse o resto do seu trabalho, ajudando a tirar a roupa dele e vendo se não havia nenhum outro ferimento grave.

Leo trabalhava em silêncio, deixando que Rei permanecesse o tempo todo com a cabeça no colo de Kouga. Dificilmente ele conseguiria afastar o ruivo dali mesmo. Gonza estava ali também, tão em silêncio que nem parecia presente. Ouviu o gemido baixo de dor do Zero, o vendo abrir os olhos.

                        — Rei, fique quieto. Está tudo bem. — Kouga falara, passando os dedos pelos fios longos, era um gesto tão simples e tão carregado de carinho.

                        — Não consegui bloquear todos os ataques, pelo visto. — Zero falara baixo, a voz saindo meio rouca.

                        — Não, mas Leo conseguiu ajudá-lo. — O ruivo disse, quase sorrindo. Somente Rei para pensar em alguma falha agora, no mínimo reclamaria que Kouga teria conseguido.

                        — E o Hideki? Conseguiu pegar aquele desgraçado? — Rei perguntara, vendo a expressão de Kouga e não querendo prolongar aquele assunto. Logicamente, se fosse o Garo teria conseguido se salvar de todos os ataques.

                        — Se estava lá, não achamos e decidi voltar até que estivesse bem. — Leo soltou uma exclamação de susto, atraindo a atenção dos dois. — O que foi?

                        — Tsubasa-san já chegou? — O monge disse olhando para Gonza.

                        — Não, Leo-sama. Ninguém retornou desde que saíram aquele dia para viajar. — Gonza respondera.

                        — Ele está sozinho na sua casa.  — Rei tentara levantar e Kouga o deixou deitado.

                        — Eu vou buscá-lo. Leo ficará com você para qualquer problema. — Kouga deixou Rei deitado direito, saindo do quarto.

                        — Tome cuidado. — Leo e Rei falaram ao mesmo tempo, começando a rirem juntos.

                        — Mais esposa impossível, Leo-kun. — Rei falara, fazendo uma careta de dor.

                        — E não é o nosso destino? E agora, descansar. — O monge dissera, colocando a mão e o pincel sobre Rei, amenizando a dor que ele sentia. — Ainda demorará a todas as poções e elixires fazerem o efeito total.

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Tsubasa entrou na casa silenciosa, o cabelo pingando e ele ensopado da chuva. Não havia nenhum barulho ou movimento, parecia que haviam saído ou estavam dormindo. Pelo menos não teria que ficar fingindo que comia algo.

Ele foi até o quarto onde estavam vendo que estava vazio. Talvez Kouga e Rei ainda estivessem no outro que usaram pela manhã, talvez em algum outro ponto da casa. Ou simplesmente saído. Decidiu tomar um banho quente, era muito difícil de um cavaleiro makai ficar doente, mas não era impossível.

Retirou a roupa encharcada e procurou outra para vestir, encontrando uma camisa de Kouga, longa e larga. Era uma das poucas peças que ele usava de roupa comum, sem ser vestimenta makai. Tsubasa gostava de usá-la, sempre tinha o cheiro do ruivo e trazia certo conforto para o moreno.

Ouviu o barulho na porta, balançando a cabeça. Tomaria o banho e deitaria antes que alguém reclamasse que tinha passado o dia na chuva. Estava tão cansado, todos os músculos de seu corpo doíam, muito talvez pelo longo período de inanição. A água quente parecia até que chicoteava sua pele gelada pela chuva. Saiu do chuveiro e se enxugou, colocando a camisa de Kouga, fora nesse momento que a porta abriu.

Tsubasa virou o rosto, ele havia sentido a presença antes mesmo de ver quem estava na porta. O sangue gelara em suas veias e ele simplesmente não conseguia mover o corpo, não conseguia respirar. Novamente estava com 12 anos, estava na casa em que nascera e era de seus pais. A casa em que crescera. A casa em que Kouga e Rei ficaram.

                        — Tsu-chan, quanto tempo. Você não mudou quase nada, pelo visto. Continua o mesmo menino descuidado e sem regras. Desobediente. — Kaita estava parado na porta, sorrindo de forma cruel e olhando para o corpo de Tsubasa.

Ele caminhou até o moreno, sabendo que estava paralisado pelo medo e pelas lembranças. Tinha realmente feito um trabalho excepcional com Tsubasa, o treinara perfeitamente bem para aquela reação. O bom que Garo e os outros veriam o quanto ele se dedicara nisso. O ruivo segurou o rosto de Tsubasa, apertando o queixo dele e deixando o local roxo.

                        — Você achou mesmo que eu deixaria que escapasse? Que seria de mais alguém? Tsu-chan, você sabe a quem pertence. A mim. — Tsubasa sentiu a onda de náusea quando o ruivo se aproximou, lambendo sua boca. Usando de toda a força que conseguia achar, o moreno acertara um tapa na mão que o segurava.

                        — Vejo que terei de relembrá-lo do que acontece quando me desafia, Tsu-chan. — Kaita sorriu, se afastando. Ele desferiu o primeiro golpe com força, fazendo com que Tsubasa caísse no chão.

Dan se encolheu, a dor que sentia era imensa. Kaita nem esperara ele tocar o chão e já o chutara. O ruivo pisara sobre seu braço, o barulho do osso se partindo ecoando pelo banheiro. Chutes, tapas, socos, ele ouvia apenas a risada do outro enquanto era espancado no chão frio do banheiro.

Kaita pegou o moreno pelo pé, arrastando ele de volta para o quarto, nada melhor que relembrá-lo totalmente do que ele era capaz de fazer. Ele deveria partilhar o leito com os outros três, seria como foi quando ele utilizara a cama dos pais de Tsubasa. Ótimas lembranças daquele dia. O jogando sobre a cama, Kaita abriu a calça que usava, vendo o desespero que causava no moreno.

Tsubasa lutava, tentando se afastar o máximo que podia dele. Usou suas pernas, tentando chutá-lo, sendo segurado com força. Kaita deitou por cima de Dan, a mão prendendo o pescoço dele, forçando as pernas do moreno a ficarem abertas. Era a mesma sensação de impotência, de não conseguir se defender. O mesmo pânico e medo de sempre, o mesmo nojo de sempre. Quando Kaita o invadira, fazendo com que ele gritasse, era como se o tempo não tivesse passado.

Não era pelo prazer que ele o violentara, era para mostrar quem mandava. Pelo poder de controlar e continuar controlando todas as ações de Tsubasa. O prazer ele teria com mais tempo, com o rapaz ao seu dispor. Naquela hora, o fato de simplesmente deixá-lo sem reação, tremendo e soluçando sobre a cama, já bastava.

Tsubasa sentiu o outro levantar, ficando encolhido na cama. Ele não percebeu que Kaita havia fugido do quarto, nem percebera a forte presença na casa. Quando sentiu seu corpo ser puxado e levantado não tinha mais forças para reagir ou lutar. Agora ele estava vendo coisas, como ele poderia ver Kouga ali?

Kouga entrou na casa e sentiu a presença estranha, indo até onde ela estava. Ao chegar ao quarto, viu o Hideki fugindo e Tsubasa na cama. Ele nem parou para pensar, vendo a quantidade de sangue no lençol e os ferimentos no corpo do noivo. Todos os sinais estavam claros para que o Garo soubesse o que havia acontecido. Trincando os dentes, ele foi até o moreno, segurando e vendo que ele nem conseguia mais reagir direito. Chegara atrasado, outra vez.

Sentiu Tsubasa ficar mole em seus braços, o apertando contra o peito. Precisava levá-lo de volta pra casa, para que Leo cuidasse dele. Precisava achar Kaita Hideki e fazer com que pagasse por tudo o que fizera de errado.

Ele se lembrou onde havia deixado o casaco e Goruba, pegando os dois. Ouvira a exclamação de surpresa do bracelete quando ele chegara ao quarto, colocando o casaco sobre Tsubasa e o pegando no colo.

Ouvira Zaruba conversando com o Goruba, sem prestar atenção, saindo da casa de Leo e chegando o mais rápido que podia em sua mansão. Ouvira as vozes no quarto ainda, entrando e nem esperando pelas perguntas.

                        — Leo, não pergunte. Não agora. Veja como ele está e o trate urgente. — Kouga tirou o casaco de cima de Tsubasa, deixando Rei e Leo sem acreditar no que via.

O monge foi até sua mala, pegando tudo o que tinha para dor e tratamento, voltando até Dan, vendo a extensão de seus ferimentos, percebendo algumas coisas, algumas evidências.

                        — Ele foi… — Leo perguntou, vendo Kouga confirmar e Rei fazer cara de interrogação.

                        — Foi o que? — Rei já estava de pé, que se dane qualquer tipo de descanso.

                        — Hideki estava com ele quando cheguei. Eu acredito que ele foi o culpado de seus ferimentos. — Kouga respondera sem querer falar a palavra.

                        — Ele estava com Tsubasa e… — Rei arregalara os olhos. Não era possível que Kouga estava dizendo que Hideki havia violentado Dan. — Você quer dizer que ele conseguiu estuprá-lo novamente? É isso?

Kouga fez um sim, vendo a explosão de fúria do Zero. Ouviu Leo soltar um xingamento baixo, achando aquilo realmente estranho.

                        — Leo, o que houve? Como ele está? — Rei parara de atacar o quarto, ficando próximo aos outros.

                        — Muito fraco, acho que Tsubasa não come há dias. Ele também tem uma fratura no braço, não sei como Hideki conseguiu isso, mas não parece feito normalmente. Algum tipo de ferramenta mágica foi usado com força aqui. Ele está tão magro, como não vimos isso? — Leo respirou fundo. — Não há muitos danos internos por causa do estupro, mas ele foi espancado com bastante violência. Já administrei tudo que podia fazer e ele deverá acordar em breve.

Kouga não disse nada, apenas foi até Rei e o colocou deitado ao lado de Tsubasa, sentando em sua poltrona e próximo a eles. Rei tentara argumentar, mas o olhar do ruivo era claro. Ele deitou quieto, abraçando a cintura de Dan com cuidado, deitando a cabeça dele contra seu peito.

Leo deitou do outro lado de Tsubasa, o abraçando também, sem o prender. Se o que lembrava bem do que tinha passado, era a pior sensação do mundo se sentir preso, mesmo que seja por alguém amado. Sabia que Kouga ficaria de guarda, por isso decidira que era melhor descansar para enfrentar o que vinha a seguir. Aquela não seria uma conversa fácil pra nenhum deles.

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Tsubasa sorriu, estava feliz porque havia conseguido escapar da sacerdotisa Garai. O garoto não aguentava mais ficar tomando conta de sua irmã, Rin e só queria uns momentos para si, se divertir um pouco como qualquer criança. Aos oito anos ele sabia que em breve começaria seu treinamento como cavaleiro makai com seu pai para herdar a armadura que ele usava.

Adorava passear na floresta de Kantai, principalmente em um dia ensolarado como aquele. Não entendia qual o problema de ir até lá, o porquê de tantas regras para fazer qualquer tipo de coisa. Ele notou a borboleta voando, sorrindo e indo atrás. Sua mãe tinha uma magia que criava borboletas, era uma das favoritas de Tsubasa e também da Rin. Ela era uma sacerdotisa makai aplicada e não havia doce de feijão como o dela.

O menino estava tão feliz e distraído que não percebera a aproximação do horror, somente quando fora jogado no chão pelo demônio. Gritando de susto, Tsubasa tentara levantar sendo jogado novamente contra o chão. A enorme criatura lembrava uma lesma, de sua pele escorria um ácido verde.

O horror fora para trás ao receber um golpe de energia, a mãe de Tsubasa surgindo na frente do filho. Ele observou a mãe ser atacada pelo horror, a luta que ela travou, tentando protegê-lo, o momento em que ela se jogara na frente dele e fora devorada. Seu sangue caindo por sobre seu rosto.

Sentindo mãos puxando seu braço, Tsubasa viu a sacerdotisa Garai e seu pai surgindo, o cavaleiro estava ferido, deveria lidar com algum ataque antes de correr ali. Quando o horror conseguira ferir fatalmente o cavaleiro de Dan, Tsubasa deixara de ver o que acontecia. A última imagem que tinha era a da cabeça de seu pai caindo no chão e o corpo sendo destroçado.

Rei e Leo abriram os olhos, Tsubasa ainda estava adormecido entre eles, mas o rosto estava marcado pelas lágrimas. Kouga estava ao lado deles. Fora um sonho, igual eles já haviam vistos outros. A ligação entre eles permitiu que pudessem ver o que Tsubasa sonhava. Deuses, ele havia visto os pais… e ainda passara por tudo aquilo.

                        — Às vezes acho que deveria fazer um curso de psicologia para cuidar de vocês. — Kouga falara, tentando amenizar um pouco o clima. — Para ter, pelo menos, a capacidade de ajudá-los de alguma forma.

                        — Você já ajuda Kouga-sama. Sua presença sempre ao nosso lado já ajuda. — Leo falara, deitando novamente.

                        — Entre outras coisas. Apesar de que algumas vezes é meio dolorido. — Rei também já estava deitado também. — Eu nem imagino como ajudá-lo.

                        — Primeiro, teremos que saber toda a extensão do que aconteceu. — Kouga dissera, voltando a se sentar em sua poltrona.

O ruivo sabia que teriam de saber tudo para entender como ajudar Tsubasa. Protegê-lo era fácil, matar Hideki era um fato que aconteceria, mas ajudar ao noivo seria fundamental. Da mesma forma que fora ajudado pelos três. Precisava entender porque o moreno não comia e confirmar se fora o sonho com Leo e Sigma que desencadeara tudo aquilo.

Também precisava saber qual o nível de controle que Hideki tinha sobre Tsubasa, pelo que ele percebera era muito alto. Dan era um cavaleiro capaz, mesmo tão debilitado ele não teria sido pego de surpresa tão facilmente. Lembrou-se de como ficara com o que Sigma fizera: o que passara em seus pesadelos com seu pai e os outros. A sensação de medo e impotência, de não poder se defender. Talvez fosse isso, talvez fosse outra coisa.

Ele ouviu a respiração dos três morenos dormindo. Eles eram a vida de Kouga, mesmo sabendo que nunca poderia protegê-los 100% o tempo todo, era o desejo que habitava em seu coração. Não tinha como ele chegar e falar para os três deixarem de lado aquela vida e viverem um dia a dia pacato, dentro de casa como lindos e educados esposos. Primeiro que Kouga não queria aquilo, apesar de ser uma tentação. Segundo que ele não aceitaria fazer isso sendo que não poderia retribuir.

Lembrou-se da conversa que tivera com Rei sobre o filho não precisar ser um cavaleiro makai e entendera o que ele queria dizer. Queria poder apagar tudo de ruim que acontecera com eles, a morte de Douji e Shizuka, tudo o que Sigma fizera. Hideki e as mortes dos pais de Tsubasa. Queria tantas coisas e sabia que não poderia realizá-las, somente amar aos três com a mesma intensidade em que era amado por eles.

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Tsubasa acordou com música tocando, se sentindo quente e protegido. Abriu os olhos e viu o rosto adormecido de Rei. Rei? Levantou em um pulo, acordando tanto Zero quanto Leo ao seu lado. Onde Kaita estava? Aquilo fora um sonho?

                        — Tsubasa-san? Está tudo bem agora. — Leo começara a falar, se aproximando e vendo o cavaleiro branco ir para trás.

— Ei, Tsubasa. Você está em casa, está seguro. Ninguém vai te machucar aqui. — Rei também tentou se aproximar, sentindo a mão do Leo no seu braço, o detendo.

Tsubasa passou os dedos no cabelo, tentando entender o que havia acontecido. Foi quando Rei e Leo se aproximaram, o abraçando. Eles o mantinham firme entre seus braços, tentando acalmá-lo. Era estranho aquilo: estar entre os dois morenos e sentir-se protegido e assustado ao mesmo tempo. O monge tentou mudar o foco do cavaleiro branco, fazer com que ele voltasse a se sentir seguro com eles.

— Nunca ouvi essa música antes. Não parece algo que o Rei escute, não é? Parece tão triste. — Leo comentou, vendo o Rei sorrir e seguir sua dica.

— Não fui eu que escolhi mesmo. Só pode ser coisa do Kouga. Consegue entender a letra, Tsu-chan? — Rei respondeu vendo o moreno começar a se acalmar. — Não né? Então vou traduzir para vocês.

Leo ficara ouvindo a música com Rei a traduzindo, o cavaleiro prateado explicando que aquilo era um Jazz, era a classificação da música. A letra era… nem um pouco subjetiva. O rosto do monge ficou corado e ele sorriu, tímido. Será… que aquilo era para eles?

                        — Eu gosto, ela me faz pensar sempre em vocês. — A voz de Kouga fora escutada, o ruivo entrando no quarto. — Porque preto é a cor do cabelo dos meus verdadeiros amores.

Rei e Leo entenderam a dica, soltando o moreno e deixando que Kouga assumisse o comando. Tsubasa fora para longe do ruivo, parecendo um animal acuado. O Garo foi até Dan, o abraçando e o vendo tentar se soltar.

Kouga abaixou o rosto, a voz do ruivo soando baixo no quarto, cantando para o noivo. Tsubasa ficou quieto ali, o ouvindo e entendendo o que ele queria dizer com aquilo, começando a chorar de repente, o rosto escondido no peito do Garo. Rei e Leo viraram o rosto, sem conseguir esconder a própria emoção. Apesar de ele cantar para Dan, era fácil de ver que era algo para os três. Era fácil de entender o que ele queria dizer com aquilo.

Black is the color of my true love's hair
His face so soft and wondrous fair
The purest eyes
And the strongest hands
I love the ground on where he stands
I love the ground on where he stands

Black is the color of my true love's hair
Of my true love's hair
Of my true love's hair

A letra simples e direta, a forma com que Kouga a cantava era ainda melhor do que ouvir eu te amo. Era a maneira que o ruivo tinha de dizer isso com outras palavras, com outras formas. Também era a maneira que ele tinha para dizer que iria protegê-los, que ficaria ao lado deles, não importasse o que acontecesse.

Oh I love my lover
And well he knows
Yes, I love the ground on where he goes
And still I hope
That the time will come
When he and I will be as one
When he and I will be as one

So black is the color of my true love's hair
Black is the color of my true love's hair
Black is the color of my true love's hair

Era o mesmo sentimento que Rei e Leo tinham um pelo outro, por Kouga e por Tsubasa. Ninguém iria mais machucá-lo daquela forma, nunca mais. Era o pensamento de todos.

Eles viram Kouga pegar Dan no colo, quase o ninando, deixando que toda a carga emocional explodisse e saísse devagar. Quando finalmente estava mais calmo, Kouga soltara Tsubasa sem o tirar de seu colo.

Rei viu o moreno voltar a adormecer daquela forma, mais fraco do que realmente imaginava que estava. Kouga deitara o noivo, o cobrindo. Lembrando-se do que achara mais cedo, Zero foi até seu casaco e pegou o DVD.

                        — Isso estava na casa de Hideki hoje cedo, pode ter alguma pista sobre o que está acontecendo. — Zero falara.

                        — Acho que devemos assistir, não? — Leo perguntou hesitante.

Kouga fez um sim com a cabeça. Existia um alarme na sua mente, uma certeza do que estaria naquele DVD, que seria algo que ele realmente não gostaria de ver ou tomar conhecimento, mas também sabia que era inevitável isso acontecer.

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Continua.



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