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História Breaking Rules - Sentimentos


Escrita por: jiminfave

Notas do Autor


Boa tarde, olha quem voltou?? hehehe
Primeiramente, gostaria de agradecer a @/yiohoseok por esta capa maravilhosa, e em segundo eu quero agradecer aos favoritos e comentários que recebo de vocês. Continuem comentando o que estão achando da fanfic, certo?
Enfim, chega de papo e vamos pra mais um capítulo.

Capítulo 8 - Sentimentos


Jungkook havia saído da enfermaria há três dias, não estava totalmente recuperado das lesões, entretanto não sentia mais as ardências em seu abdômen e nem fraqueza no físico por consequência das porradas que levara de Shownu. Passou todos esses dias isolado na sala da enfermaria sozinho, Seokjin proibiu Jimin de passar as noites com o mesmo, então o ruivo apenas o visitava pela manhã. De acordo com o médico, a presença do veterano não era algo favorável à Jungkook, visto que o mesmo não tomava os remédios quando estava diante de Park.

Pela manhã de terça feira, Jungkook voltara para as suas atividades. O mesmo adentrou a sala de aula cabisbaixo, sem ao menos direcionar ao professor um bom dia. Sua aparência estava desgastável. O rosto exageradamente pálido, as olheiras completamente perceptíveis, as marcas roxas quase que invisíveis destacavam-se em seu rosto e as mãos suavam sem o devido controle. Não demorou muito até os murmurinhos começarem no ambiente, e todos eles relacionados a aparência do novato. Realmente, apesar de Jungkook ser tão inexplicavelmente atraente, naquele momento o mesmo apresentava uma imagem inimaginável.

Sentou-se atrás de Hoseok, e este contornou o olhar para analisar o amigo, provavelmente para dizer-lhe algo, entretanto Jung percebeu que Jungkook parecia ter ficado muitas noites sem pregar os olhos. Desistiu no mesmo instante que viu o outro morder repentinamente os lábios e bater constantemente os dedos sobre a mesa.

Parecia nervoso.

O moreno afrouxou depressa a gravata em seu pescoço e suspirou pesado. Não queria estar ali, principalmente no mesmo ambiente que Shownu. Este analisou o novato de cima à baixo e centralizou o olhar no pé direito do mesmo, que batia rapidamente no chão.

O que estava havendo com ele?

Uma de suas mãos encaminhou até o cabelo sedoso que encontrava-se um tanto úmido devido ao suor e apertou os fios excepcionalmente negros. A cabeça ainda posicionada para baixo, os pés ainda chocando-se com o chão de madeira, a respiração devidamente profunda e dolorosa, travou no mesmo instante que a voz de Jimin ecoou na sala. Jungkook ergueu o olhar na direção da sua bela fala e rapidamente avistou o ruivo adentrar a sala e caminhar até o professor de expressão cansada, colocando alguns papéis por cima da mesa. O senhor sorriu para ele e permitiu que o mesmo pudesse sentar-se em seu respectivo lugar.

Após sentar, Jimin notou Jungkook o encarando. Seus olhares se cruzaram como na velocidade da luz. O moreno sentiu um frio na barriga por ter os olhos do veterano grudados em si, nunca sentira tanto nervosismo ao mirar uma pessoa. Jimin, por sua vez, constatou a frieza ressaltada na feição do outro, não entendeu o motivo de Jeon estar tão neutro. Jungkook mordeu o lábio inferior involuntariamente e Park pela segunda vez sentiu vontade de beijá-lo. Não podia negar que aquela vontade o consumia sempre que ele encontrava Jungkook, e vê-lo na enfermaria completamente debilitado e machucado só aumentou a sua necessidade de protegê-lo. Sorriu minimamente para o outro, e este logo correspondeu com um sorriso tímido.

Shownu observava tudo com total atenção, olhando para Jimin e para Jungkook simultaneamente. Soltou um sorriso astucioso com a atitude de ambos.

A aula prosseguiu normalmente. O professor avaliou algumas pesquisas que foram feitas para serem entregues no mesmo dia. Após o sino tocar, Jungkook andou até o armário e começou a guardar alguns livros que usara na aula. O suor em suas mãos haviam regredido mais, porém a palidez ainda era palpável em sua feição.

Depois de longos minutos naquele armário, o mesmo fechou em ímpeto quando ouviu pela segunda vez no dia a voz de Jimin.

- Achei que não te encontraria por aqui. Você saiu com tanta pressa da sala. – encostou o ombro em um dos armários.

- Eu só vim guardar o material. Não se preocupe. – trancou por fim e sem demora encarou o outro. O mesmo suspirou fundo analisando os lábios do novato, constatando o quanto devia ter um sabor incomparável. Ok, Jimin precisava controlar essa vontade irresistível.

- Você está bem? – perguntou aquilo que desde o início lutava para questionar ao outro, porém não tinha um momento a sós.

-Sim.

- Você... parece que não dorme há dias. – arriscou formular a frase um pouco receoso.

- Talvez. – abaixou o olhar encarando o piso do chão. – Depois do que aconteceu com você na enfermaria eu não consegui mais dormir tranquilo.

- Outro pesadelo? – parecia muito preocupado.

- Não. – ergueu o olhar na direção do outro que o notava de forma questionável. – Eu não durmo por medo de... disso voltar acontecer.

- Jungkook, sabe que não pode continuar assim. – aproximou-se um tanto do moreno sem quebrar o contato visual. – Eu posso te ajudar com isso.

- Como?

- Agora vai ser aula esportiva. Eu posso dizer ao Namjoon que você não está se sentindo bem e que eu vou te acompanhar pra te manter seguro até o dormitório. Ele vai entender. – suas palavras transbordavam firmeza e segurança.

- Acho que não vou conseguir...

- Você não vai saber se não tentar. – encostou minimamente no outro, tocando sua mão direita no ombro alheio. – Eu vou estar com você, Jungkook.

- E se eu...

- Não, está bem? Se você não quer ajuda de um profissional, pelo menos aceite a minha.

Talvez não fosse uma má ideia subir para o dormitório e dormir ao lado de Jimin, enquanto o mesmo ficava acordado esperando alguma ação estranha vinda da parte do outro. Ou possivelmente essa seria a pior das ideias, visto que Jungkook poderia ter outro ataque de parassonia e avançasse para cima dele novamente. Não queria machuca-lo de novo, apenas por se lembrar de três noites atrás quando o mesmo quase o sufocou, partia seu coração. Jungkook finalmente tinha um amigo – se é que poderia considera-lo assim – que confiava cegamente em poder compartilhar sobre seus demônios internos.

Não pensou muito até acenar a cabeça positivamente e receber um sorriso de proteção em retribuição. Ambos andaram lado a lado em busca do professor Namjoon. Porém não se deram conta da presença de Shownu. O mesmo estava ao lado da parece que ficava os armários ouvindo tudo descaradamente.

 

(...)

 

- Eu não vou conseguir fazer isso com você me olhando. – Jungkook quebrou o silêncio enquanto observava Jimin sentado na cadeira que ficava próximo a estante de livros.

- Por quê? – fingiu desconhecimento. – E eu pensava que você me achava bonito. Que decepção.

- Não quis dizer isso. – respondeu após soltar uma gargalhada gostosa. – É muito estranho tentar dormir com alguém me observando.

- Eu não vou fazer nada com você. – levantou-se e seguiu até a cama do outro. – Nada que você não queira.

Jeon estremeceu com o que ouvira. De uns dias pra cá, o moreno passou as noites acordado pensando no ruivo, o que era de fato estranho para o mesmo. Já que não conseguia dormir por medo de algo acontecer, Jungkook buscou maneiras de se sentir confortável e isso só acontecia quando ele pensava em Jimin. Imaginava no quão Park foi generoso em guardar esse segredo sobre o trauma que sofre e também pelo mesmo o compreender quando ninguém mais tem essa capacidade. Todos os olhares penetrantes, todos os sorrisos sinceros que Jimin passa para ele, o fazia se sentir cada vez mais consolável com a presença dele.

- Você fala coisa que não devia.

- Por que não? Eu quero te ver bem, isso é errado?

- Não, claro que não. Mas a gente... nós nos aproximamos muito rápido. Você não deveria sentir toda essa preocupação. – respondeu incerto.

- Se sente incomodado quando eu me preocupo? – foi direto e curto.

- De maneira alguma. E é isso que me assusta. – suavizou o olhar da feição de Jimin para o colchão. – Eu nunca confiei tão rápido em alguém como confio em você.

Jeon não observava o rosto do ruivo mas tinha quase certeza que ele sorriu intimamente ao ouvir aquilo.

- Eu sinto tanta coisa... – abaixou a cabeça tentando esconder algo que ele não queria que Jungkook visse, quando este ergueu o olhar para si.

- Se você me dizer, eu prometo tentar entender. – o encarou por baixo, e Park levantou subitamente a cabeça na direção do outro.

Jimin sentiu seu coração falhar uma batida. Por Deus! Ele sentia tanta coisa desconexa dentro de si que nem ele mesmo conseguia entender o que era. Por que Jungkook entenderia? Suas mãos suavam quando tocavam a pele delicada do outro, seu coração acelerava com cada palavra maviosa que o mesmo liberava em qualquer conversa sobre sua vida. Estavam mais próximos, era verdade, todavia essa proximidade trazia consigo todo perigo para ambos. Jimin não sabia ao certo o que sentia quando ficava mais próximo de Jungkook, mas ele tinha certeza que era algo diferente, pois nunca identificou isso por outro alguém.

Mas não queria errar. Não queria acabar falando coisas que fizessem Jungkook se afastar ou até mesmo o machucasse por dentro e por fora. Ele sabia que o outro passava por coisas difíceis, e uma conversa sobre seus sentimentos não faria bem para ele. Tinha certeza disso. No momento só desejava ficar mais perto do outro sem nenhuma interrupção por causa de sua sensibilidade inútil.

- Por que não tenta dormir? – mudou de assunto. Estava parado ao lado da cama de Jungkook com as mãos sob os bolsos da frente.

- Você está me tratando como uma criança. – gargalhou. A risada de Jungkook é tão gostosa de ouvir, que Jimin poderia passar o resto da sua vida escutando aquele som deslumbrante.

E então, o ruivo sorriu largo.

Os olhos adquirindo as duas linhas já conhecidas por Jungkook, alguns fios laranjas caindo sobre os mesmos. Jimin era lindo. Ambos pararam de sorrir e o ruivo sentou-se ao seu lado. Jungkook fixou sua expressão e a mesma estava séria. Por alguns instantes, Jeon mordeu o lábio inferior e Park desceu sua visão para o ato. Os lábios rosados do moreno chamavam a sua atenção de um jeito ou de outro. Por Deus! Jimin queria tanto beijá-lo, mas não tinha a intenção de assustá-lo com suas ações.

Sem hesitar, levou uma de suas mãos até o rosto alheio e acariciou de leve aquela pele tão suave. Apesar de estar pálido, Jungkook conseguia ficar ainda mais aprimorado. O mesmo fechou os olhos ao sentir o pequeno tato de Jimin tocá-lo. Era macia, completamente confortável de sentir o contato. Park alisou o polegar na maçã direita de seu rosto e desceu lentamente até os lábios, Jungkook mordeu a boca e fechou os olhos ao sentir o dedo do outro tocar o canto da mesma.

Aquilo era uma permissão?

Jimin foi encostando aos poucos para não assustar o outro. Não sabia ao certo se Jungkook já havia beijado alguém, mas quem nunca beijou na vida? Ele cogitou que em algum momento Jeon devia ter trocado beijos com alguma garota no colégio. Só não tinha certeza se já teve algo com algum garoto, entretanto isso não seria um problema.

Encostou um pouco mais no rosto alheio, suas respirações se chocavam e se misturavam, ambos sentindo o hálito quente do outro. Não demorou muito até as bocas ficarem pouquíssimos centímetros de distância. Jungkook levou sua mão à de Jimin, que posicionava-se ao lado esquerdo de seu rosto e segurou firmemente os dedos dele.

- Jimin... – sussurrou fraco. Park estremeceu com aquela voz tão característica pronunciar o seu nome.

- Diga, baby!. – respondeu baixo. Não ousou se aproximar de Jungkook, queria que o mesmo tomasse a esperada atitude.

- O que aconteceu com você e o Shownu? – uma pergunta imediata que fez Jimin se afastar rapidamente de seu rosto. Franziu o cenho enquanto encarava o outro em sua frente. Aonde Jungkook queria chegar?

- O quê? – retirou sua mão da face alheia e distanciou-se do perigo. Jungkook sentiu seu coração ficar vazio.

- É-é que na enfermaria você parecia determinado a fazer algo com ele. Não sei direito, talvez machuca-lo? – falara enquanto observava Park levantar de onde estava e andar pelo cômodo com as mãos na cintura. – Eu senti alguma coisa na sua voz. Você o machucou?

- Não acredito que está preocupado se eu fiz alguma coisa ou não com aquele desgraçado! – paralisou no centro do quarto com as sobrancelhas arqueadas. – Depois de tudo que ele te fez, ainda tem a audácia de perguntar se eu o machuquei?

- Eu não gosto de retribuir na mesma moeda. – nunca tinha visto Jimin com tanto ódio no olhar. Parecia furioso e tentava controlar inutilmente isso. – Ele te contou sobre aquela noite?

- Não disse nada. - sentou-se novamente na cadeira perto da estante e respirou fundo com a intenção de se acalmar. – Só respondeu que não fez nada com você, mas armou a cena pra pensar que tinha acontecido algo. Não sei se está mentindo.

- Talvez não esteja. – também sentou-se na cama com os pés para fora da mesma.

Ao constatar o outro de cabeça baixa, com os cotovelos sobre os joelhos e totalmente em silêncio, Jimin pensou no quanto queria beijá-lo mas fracassou. Queria voltar lá e sugar aqueles lábios entre os dentes até Jungkook implorar por mais. Entretanto, o moreno não demonstrava a mesma determinação. Estava pensativo. Acreditava que todo silêncio de sua voz e mente tinha apenas um motivo: Shownu. Jimin compreendia a vontade dele de querer saber sobre o que acontecera naquela noite, porém isso deixa Jungkook transtornado, o fazia ter pesadelos a noite. Ele não desejava que isso voltasse acontecer, então tentaria fazer o outro não pensar nisso.

Por outro lado, o ruivo não podia contar sobre a ameaça que fez para Shownu usando uma arma. Aquilo foi golpe baixo. Todavia, ele sabia que se mexesse na ferida do veterano, o mesmo não se atreveria atacar novamente. Precisava dar o aviso e deixa-lo ciente de que se algo acontecesse com Jungkook dali em diante, Shownu estaria mais do que encrencado, estaria expulso do instituto. E não seria por causa de boatos, pois Jimin tinha provas suficiente sobre a vida do rapaz e o faria ser despejado em poucos segundos se chegasse nas mãos erradas, ou necessariamente, nas mãos do diretor.

Caminhou até onde Jungkook estava sentado e agachou para poder observar melhor o rosto dele. Colocou ambas as mãos sobre os joelhos e sorriu minimamente passando-lhe conforto. Jeon firmou o olhar nos olhos admiráveis de Park – aqueles olhos castanhos inebriantes o faziam sentir um conforto inimaginável – e o mesmo lhe lançou um sorriso tranquilo.

- Pensar nele não te faz bem. – decidiu falar algo, porém observou que Jungkook não fez nenhuma expressão, nem sequer o encarou. Então decidiu continuar. – Ele não fez nada com você da maneira que está pensando e nem vai fazer. Eu já deixei bem claro que de hoje em diante as coisas vão mudar. Eu posso até tentar falar com o meu pai sobre o que ele anda fazendo aqui. Não contarei sobre o seu caso mas posso dizer sobre as coisas que faz por trás dele.

- E acha que vai adiantar? – finalmente encarou os castanhos viventes em sua frente.

- Ele é o diretor. Dono disto aqui. – gesticulou com as mãos. – Acima de tudo, meu pai não admite desrespeito com os outros estudantes. Disciplina é o que ele mais exige aqui dentro. Então, vindo de mim eu garanto que ele vai gostar de saber sobre o comportamento de seus alunos.

Jungkook não sabia o que responder, talvez devesse agradecer por tais atitudes de Jimin para ajuda-lo ou apenas esperar e ver até onde isso vai chegar. Ninguém nunca havia se arriscado tanto para fazer a coisa certa. Jimin estava claramente quebrando as regras do instituto para o manter seguro.

Primeiramente, falar com o diretor sobre algo relacionado à outras pessoas era proibido, o perturbar sobre coisas fora do padrão disciplinar é completamente inaceitável. Nenhum aluno podia reclamar com o diretor, mas para Jimin talvez esta regra não valesse, entretanto, o mesmo ainda era um estudante e teria que se comportar como os demais.

Um aceno com a cabeça foi tudo o que Jungkook fez. Ele sabia que isso não podia ser feito, mas por ser filho do diretor possivelmente Jimin conseguiria. O mesmo avistou Park levantar-se e caminhar até o centro do quarto, e novamente um vazio o preencheu. Só queria poder sentir o cheio doce que Jimin emanava e o calor de sua presença.

- O que... – Jungkook começou a falar e Park voltou a sua atenção para o mesmo. - ...você ia fazer?

- O quê?

- Por que ficou tão próximo de mim daquele jeito? O que ia fazer? – o ruivo engoliu em seco com a pergunta. Ele teria coragem de falar?

- Nada. – respondeu baixo. – Quem sabe um dia eu te mostre.


(...)

 

Indivíduos corriam para um lado e para outro em busca da bola. Uma gritaria infernal das líderes de torcida faziam Yoongi suspirar de tanto desânimo, não gostava de treinar quando o seu melhor amigo não estava. Jimin é o líder do time, mas ultimamente Yoongi era quem estava com o bracelete de capitão. Quando Jimin não estava, seu melhor amigo deveria ser o porta voz. O mesmo assistia a partida com total atenção, apesar dos berros que as meninas soltavam quando um deles partiam pro ataque em meio de campo. Em breve o torneio mais esperado chegaria, e eles precisavam estar preparados, principalmente para enfrentar o colégio com maior índice de vitórias em ginásios fechados. Jimin precisava estar ali treinando com eles.

O loiro sabia o que tinha acontecido com Jimin e Shownu no quarto do rapaz, mas não sabia do porquê utilizar uma arma para ameaçar o mesmo de ficar longe de Jungkook. Toda essa confusão fazia Yoongi chegar a conclusão de que Jimin estava se arriscando demais por alguém que ele não sabia muita coisa. Não acreditava que todas essas atitudes fosse por vontade de ficar com o novato, ele imaginava que existia algo muito mais do que somente atração. Park sempre foi determinado e soberano de si mesmo, jamais permitiu que alguém controlasse sua mente ou aprontasse algo para proteger outra pessoa . Por Jungkook ele estava quebrando as próprias regras que limitam o seu dever.

Sentiu uma mão acariciar o ombro e logo depois a sombra passar por si e sentar-se ao seu lado. Sorriu fraco ao perceber quem era.

- Hoje você é o capitão então? – Hoseok questionou olhando diretamente para o bracelete preso no braço do mesmo.

- Você sabe que quando o Jimin não está eu sou o capitão.

- E para onde ele foi? – encarou o outro virar o rosto na direção do campo. Parecia evitar tocar no assunto. – Não me surpreenderia se ele estivesse com o Jungkook agora. Depois que ele saiu correndo da sala daquele jeito e o Jimin foi atrás...

- Não deve ter sido nada. – respondeu ainda encarando o campo onde os jogadores corriam. – Você sabe como são essas pessoas novatas, adoram se meter em uma briga nos primeiros meses.

- O Jungkook não é assim. Ele odeia brigas. – Yoongi bufou com a insistência do namorado. – Sem falar que...

- Hoseok, eu não quero falar deles. – voltou a observar o outro que parecia conformado. – Jimin deveria estar aqui, treinando como todos os outros. O campeonato está chegando. O jogo que ele mesmo esperou tanto para acontecer está próximo e ele nem parece se importar com isso agora.

- Ele se preocupa com o Jungkook...

- E desde quando o Jungkook vai fazer a gente vencer o campeonato? – Hoseok abaixou a cabeça. Não queria demonstrar discordância. – Ele precisa ter consciência de que o colégio está precisando dessa vitória. Não vencemos há tempos.

- Yoongi... – antes que pudesse continuar, a voz de Namjoon ecoou na audição de ambos e os mesmos se viraram na direção do treinador.

- Agora é a sua vez capitão, vamos? – estava um pouco distante da dupla. Mas não tão longe. Yoongi o encarou com um olhar de desânimo, queria poder ficar mais na presença do namorado.

- Pode ir, eu vou procurar pelo Jungkook. – depositou um leve beijo na bochecha do outro mas antes que pudesse se retirar da arquibancada, Namjoon o chamou.

- Acho que o encontrará no quarto. – recebeu um aceno positivo como resposta.

 

(...)

 

O tempo se passou tão rápido no instituto, que Jimin nem se deu conta que já estava de noite e Jungkook havia adormecido todo esse tempo. Em momento algum o ruivo interrompeu o sono do outro, apenas o observou de longe assistindo a forma como Jeon dormia. O moreno repousava em um estado completamente tranquilo, às vezes suspirava profundamente e soltava o ar pelo nariz, provavelmente descansando o físico e o psicológico. De vez em quando, Jimin acariciava os fios sedosos, outras vezes lia algum livro do suporte ou deitava-se no chão, e em nenhum instante Jungkook apresentou um comportamento estranho.

Hoseok entrou no quarto mas paralisou quando viu que Park estava ali, sentado ao lado de Jungkook na cama com uma das mãos no rosto do mesmo. Seus olhos mantinham-se fechados e a cabeça recostada na cabeceira da cama. Roçava sem pressa o polegar na bochecha de Jungkook, e este localizava a cabeça na perna do ruivo. Hoseok pensou em voltar mas tinha que dar o recado à Jimin. Após fechar calmamente a porta, o mesmo coçou a garganta como um “aham”, e o ruivo despertou-se em súbito.

Jimin piscou algumas vezes os olhos para se adaptar com a claridade do quarto. Hoseok havia ligado a luz e encarava os dois um tanto indeciso.

- Desculpe. Te assustei? – indagou ainda paralisado próximo da porta.

- Não. – ajeitou-se na cama, tirando lentamente a mão do rosto do outro. Observou Jungkook remexer um pouco com a inquietude dele. – Que horas são?

- 18:30. – respondeu baixo para não acordar o rapaz. – Eu não queria atrapalhar mas precisava te dar um recado. Nem sabia que você estava aqui, muita coincidência.

- Eu só acompanhei o Jungkook para ele descansar um pouco. – Hoseok acenou com a cabeça indicando que estava entendendo. Mas na verdade estava estranhando tudo aqui, afinal, Jimin nunca teve toda essa proximidade com alguém, exceto Yoongi. – Que recado quer me dar?

- O diretor... é, ele está te procurando. Pediu para que eu lhe avisasse que estaria te esperando na sala dele. – Jimin bufou e logo em seguida abaixou a cabeça avistando Jungkook suspirar profundamente. Sem ao menos se importar com a presença do outro no quarto, levou mais uma vez a mão até o queixo do moreno deitado em sua perna. Não tinha percebido quando Jeon se aconchegou naquela região, e ele parecia tão protegido. Os braços rodeavam a cintura de Park como se quisesse o guardar somente para ele. Jimin acariciou os fios negros e luminosos por consequência da claridade do cômodo.

Voltou a encarar Hoseok em sua frente e quando o mesmo se deu conta que o ruivo lhe observava, afastou rapidamente a expressão confusa. Jung analisava tudo com cuidado. Jimin afastou-se vagarosamente para não acordar o outro, colocou no mesmo momento um travesseiro abaixo do rosto de Jungkook e antes que pudesse levantar, alisou novamente as maçãs vermelhas do novato. Hoseok não podia negar que tudo estava sendo estranho, os dois pareciam...

- Fique com ele, está bem? – não demorou muito e Hoseok assentiu positivamente. – Quando acordar avise que eu estarei na biblioteca.

- Eu aviso. – Jimin se aproximou um tanto dele e este sorriu sem mostrar os dentes. Assim que Park passou ao seu lado o mesmo seguiu seus passos com o olhar e o avistou fechar a porta. Logo depois fixou o olhar em Jungkook deitado completamente sonolento.

Sorriu.

 

(...)

 

- Feche a porta, filho. – ordenou enquanto sentava-se em sua poltrona luxuosa. Park fechou a porta e caminhou até o pai sentando-se sem demora em frente do mesmo. – Não sei se já te ideia do porquê te chamei aqui.

- É sobre o acampamento? Não me diga que cancelou...

- Não, garoto. – aproximou mais do ruivo e apoiou os cotovelos na mesa de vidro. – Apesar de eu ainda continuar achando um absurdo esse acampamento, o mesmo está seguindo normalmente. Será neste final de semana, não se preocupe. Já mandei avisar à todos.

- Então sobre o que é?

- Sobre você, filho. – Jimin franziu o cenho após ouvir a afirmação. O ruivo ia falar alguma coisa mas o diretor ergueu a mão para que ele não prosseguisse. E continuou. – Eu sou seu pai. Por isso mesmo quero o seu bem.

Jimin não estava entendendo absolutamente nada do rumo daquela conversa. Aonde ele queria chegar? Do que estaria falando?

Pai...

- Não. Me deixe terminar. – pegou o lenço que sempre guardava no bolso direito. – Quero você longe de Jeon Jeongguk.

Arregalou os olhos e abriu a boca minimamente, ficou surpreso. Talvez estivesse ouvido errado por ter entendido o nome de Jungkook. Mas não ousou dirigir nenhuma palavra ao homem à sua frente e deixou que o mesmo prosseguisse.

- Esse garoto não é bom para você. É uma péssima companhia, sem falar que não sabemos nada sobre a família dele. Jimin, eu quero você longe desse rapaz, me ouviu? – perguntou esperando por uma resposta.

- Como sabe sobre a vida dele? – as mãos se fecharam em punhos. Estava sendo consumido pela raiva. – E desde quando você sabe o que é bom para mim?

- Oras, você tem amizades melhores como Min Yoongi, por exemplo. Não conhecemos a família dele, e além do mais é um bolsista. – Jimin queria quebrar cada pedaço daquele rosto cínico. – Yoongi é de família importante, o pai dele é um ótimo deputado, mas e a família desse Jungkook? Nem sabemos se ele tem uma...

- Como ficou sabendo dele?

- Pessoas de confiança me disseram que você passou o final de semana aqui com ele enquanto eu estava viajando. – mantinha-se firme nas palavras. – Se eu tivesse tempo para selecionar as pessoas que entram aqui, ele jamais pisaria neste instituto. Mas não sou eu que fico responsável nesse quesito, então quero que se afaste dele. Isto não é um pedido, é uma ordem!

- Como vou me afastar dele se somos da mesma turma? – Jimin não conseguia compreender aquela ordem. Por que pedira aquilo? O pai nunca havia se preocupado com as amizades de Park, e agora lhe surge com aquela norma. Aquela conversa estava sendo desalinhada e Jimin não queria obedecê-lo.

- Não importa. Faça o possível para ficar longe desse rapaz.

- Por que está dizendo isso? O que ele te fez? – levantou-se da cadeira rapidamente e bateu as duas mãos sobre a mesa, continuando com as mesmas asseguradas.

- Não admito que aumente o tom de voz comigo. Eu sou o seu pai! – alterou a voz levantando-se no mesmo momento. – Eu estou te ordenando, ouviu bem? E chega de conversa!

- E se eu não quiser? – sussurrou. – Vai me colocar na solitária como faz com as pessoas que desobedecem as suas regras entediantes? Porque é isso que este colégio é: uma prisão. Cheio de normas, segredos, mentiras, publicidade. E você, papai, é um farsante.

- Já chega! – esbravejou. Jimin afastou-se um tanto para trás depois do berro de seu pai. O mesmo estava enfurecido e completamente vermelho. – Eu não admito que fale essas coisas por causa daquele adolescente. Vou repetir pela última vez, Park Jimin: afaste-se dele ou eu serei obrigado a expulsá-lo.

Jimin sentiu as poucas lágrimas se formando nos olhos, e decidiu abaixar a cabeça para evitar que o homem observasse sua fraqueza devidamente visível. Não podia ficar longe de Jungkook, ainda mais agora que está sendo um momento delicado para o moreno. Ele precisava de sua companhia para dormir tranquilo, Jeon precisa de suas palavras de conforto. Não poderia deixa-lo. Não agora!

Novamente, ergueu o olhar para o homem de terno que mantinha a sua postura de um diretor e pai juntamente. O encarou por breves segundos antes de falar.

- Você... – apontou com o dedo indicador na direção do outro. - ...não me conhece. Não sabe nada sobre mim e nem sobre ele. Se quer dirigir o seu instituto através de boatos mentirosos, então faça isso. Você acabou de me provar que prefere acreditar em rumores do que na palavra do seu próprio filho.

- Ele é uma má influência...

- Por quê? – gritou e mais uma vez as lágrimas se formaram, porém não desceram em seu rosto delicado. – Porque a pessoa que te falou é mais confiável do que eu, pai? É isso?

- Você tem muitas pessoas, Jimin. – sentou-se novamente. – Todos neste instituto te idolatram. Você sempre me obedeceu sem interferência com nada. Hoje não será diferente, quero você longe dele.

Park o encarou com uma expressão de nojo. Estava com ódio mas não deixaria transparecer toda sua mágoa. Sorriu dissimulado e logo depois mordeu o lábio inferior rapidamente, afastando de vez a expressão comovente. Se era isso que o grande ditador esperava, Park lhe entregaria como desejasse.

- Eu sou um ótimo ator, não acha? – pegou a taça sobre a mesa que continha um pouco de vinho e levou até a boca. O homem lhe observou por alguns instantes com o cenho franzido, até sorrir largo. – Se eu me tornar um politico me darei muito bem, papai.

- Você me assustou, filho. – colocou a mão no queixo – Então, fará o que lhe ordenei?

- Não será um problema. – respirou fundo ajeitando o terno que usara, até sentar-se novamente no assento. - Para mim tanto faz, ele não me importa. É só mais um babaca que eu teria o prazer de enganar e fazer lamber os meus sapatos. Eu estava quase conseguindo até a sua interferência, entretanto farei o que me pede.

- Você já tem centenas. Em breve terá muito mais. – Park gargalhou alto e imediatamente colocou mais um pouco de vinho dentro da taça.

- Não vai brindar o talento de seu filho? – levantou a taça que segurava em mãos, sem afastar aquele sorriso fingido dos lábios.

 

 

 

 


Notas Finais


Ufa! como se sentem?? quero ver o que acharam deste capitulo.
enfim... se quiserem me xingar ou me elogiar, o meu twitter é @jiminfave.
E em breve eu vou postar uma oneshot sulay, em algum dias eu volto aqui pra divulgar o link
Beijinhos meus amores e até o prox cap!!!


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