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História Breaking the ice - Capítulo 2


Escrita por: jacqueline

Capítulo 3 - Capítulo 2


“E então... Qual o tipo de mulher que ele gosta?” -Perguntou a professora Minako para Yuri por telefone. O rapaz estava deitado na cama, olhando distraidamente os pôsteres de Victor que colou na parede.

-Como eu saberia uma coisa dessas, sensei?

“Vocês não devem falar de esportes o tempo todo, não é? Já estão juntos há meses! Victor nunca comentou as preferências físicas dele com você, Yuri?” -Impaciente, sempre impaciente. Yuri suspirou. Desde a aproximação com o famoso patinador russo, a sua professora não parava de incomodá-lo na tentativa de saber se ela se encaixava no perfil de mulheres que Victor poderia considerar como desejáveis.

-Só falamos de patinação. Ele é o meu treinador. Não haveria outra coisa a ser discutida. -Infelizmente. Bem que o jovem desejava saber mais sobre Nikiforov, mas todos os assuntos que conversavam giravam em torno apenas da vida da celebridade enquanto patinador e o que Yuri precisava fazer para chegar no topo do mundo, ou sobre o cão dele. Era Katsuki aquele que mais dava detalhes da sua vida em uma conversa informal, sem nunca revelar a recente obsessão que vinha desenvolvendo pelo mais velho. E Victor parecia genuinamente interessado em conhecer o pupilo, sempre o instigando com perguntas e mais perguntas a respeito da infância na pequena cidade de Hasetsu, a amizade que tinha com Yuko, o convívio com os pais Toshio e Hiroko e a irmã mais velha Mari. Até sobre Vi, o cachorro poodle marrom que faleceu naquele ano.

“Tente perguntar alguma coisa que não esteja relacionada com gelo, Yuri! Faça esse favor para a sua sensei favoritaaaa!” -Dizia a jovem, afável. Era sempre afável quando queria alguma coisa. Yuri suspirou. Se perguntasse algo sobre preferências e antigos relacionamentos ao seu tutor, seria por querer tais informações e não para repassá-las. Após se despedir e prometer conseguir alguma coisa, desligou o celular, deixando-o em cima da escrivaninha. Voltou a estar na cama, próximo a janela, e puxou as cortinas para ver o que se sucedia do lado de fora.

A noite estava fria e flocos de neve poderiam ser vistos pela janela. Yuri recostou-se ali e admirou a paisagem enquanto o cd do pianista Yann Tiersen tocava em seu CD player. Victor havia decidido que aquele seria um dia para descanso, pois não poderia sobrecarregar fisicamente Yuri ou ele corria o risco de sofrer alguma lesão. Procurou por Victor para que almoçassem juntos, mas o rapaz saiu, provavelmente para se aventurar em alguma parte da pacata cidade. Ás vezes Victor fazia dessas coisas, desaparecia e Yuri voltava a vê-lo apenas no dia seguinte com a energia renovada. Constantemente ele se perguntava para onde o treinador ia, mas nunca verbalizou o questionamento. Talvez devesse e, assim, conhecer muito mais do que Victor mostrava.

“Meus pais saíram com Mari para um aniversário e não há nada para comer. Talvez eu devesse preparar alguma coisa. Quando Victor chegar, pode ser que esteja com fome.” -Levantou, colocou um casaco azul e foi até a cozinha do estabelecimento. Não tinha energia para nada além de folhear um de seus mangás, mas a fome foi tanta que tratou de preparar Ramen com algumas sobras que encontrou na geladeira e por vezes se pegou olhando o relógio pendurado na parede do espaço.

“Não lembro de tê-lo visto levar um casaco mais grosso. Será que ele está bem? Talvez eu devesse tentar procura-lo...” -O prato, após terminado, não ficou gostoso como o que a sua mãe preparava. Inda sim comeu sem nenhuma vontade, deixando uma tigela para Victor em cima da mesa da cozinha. Tomou um rápido banho quente no banheiro próximo ao seu quarto e, após botar um pijama, reiniciou o CD que outrora tocava. Como não havia nada a fazer, decidiu que iria dormir e despertar mais cedo a fim de treinar, com ou sem a companhia do outro patinador. Talvez, sem a distração do outro, pudesse ter um desempenho melhor.

A respiração foi ficando lenta a medida que o sono ia chegando. O corpo relaxava mais e mais e os sentidos iam aos poucos sendo desligados. Talvez, embalado pela delicada música e o frio de um dia que findava, ele pudesse sonhar. Sonhar com Victor, lindo, patinando em uma pista onde apenas os dois estavam enquanto uma música que lugar nenhum tocava. E Victor olharia apenas para ele enquanto os movimentos cadenciados eram executados.

-Hmmm... -Sentiu algo quente e úmido em alguma parte do corpo. Enquanto a consciência vinha em ondas, gemeu ao seu atingido por um prazer imenso. Tentou ver o que se passava no quarto pouco iluminado e pôde ver a silhueta de alguém sobre ele em movimentos de vai e vem.

-Victor? -Chamou em um murmúrio quase inaudível. Uma mão trêmula foi para o cabelo sedoso, acariciando aquela região enquanto era avidamente chupado por lábios macios e quentes como o inferno. O cheiro de saquê de boa qualidade invadiu suas narinas e tomou contado pequeno quarto e ele teve a certeza de que era o treinador.

Sentiu uma mão gelada acariciar a extensão do pênis enquanto uma língua contornava todo o falo. A outra mão massageava o escroto com delicadeza. Yuri, nunca havia sentido tamanho prazer, sequer havia tido alguma experiência sexual com alguém. As poucas vezes em que se masturbou, iniciando a prática após se tornar discípulo de Nikiforov, em nada se comparavam com sentir uma boca chupá-lo com avidez; não era a boca de uma qualquer, mas a boca daquele por quem estava terrivelmente apaixonado.

O gozo se aproximava e ele segurou a cabeça ali a fim de se permitir despejar a sua seiva em Victor, fazendo daquele homem seu, ainda que por alguns minutos. O gemido tomou conta do ambiente, superando a música que ainda tocava. A cabeça do mais novo tombou para trás e ele suspirou. Estava no céu e não queria voltar à Terra e ser novamente um mero mortal, mas eventualmente a excitação foi diminuindo e o corpo inteiro entrou em um torpor sem precedentes. Tentou se levantar, mas não tinha forças para tal.

-Como eu imaginei, você é delicioso. -A voz cantarolou e Yuri viu o instrutor se aproximar mais e mais, a camisa de botões preta aberta até a cintura. Estava corado, possivelmente bêbado por causa da alta quantidade de saquê ingerida. À luz da Lua que iluminava precariamente o aposento, nunca esteve mais lindo do que agora. Ah, Yuri poderia morrer deitado naquela cama e morreria feliz.

Victor, a boca suja pelo gozo do mais novo, beijou então Yuri de um jeito que misturava o sagrado e o profano. Um simples roçar de lábios, transferindo para os lábios rosados e virgens a seiva do seu prazer. Yuri o recebeu como o mais caro dos presentes com os olhos fechados. E então tudo desapareceu. Victor não estava lá, nem as calças estavam abaixadas. Sequer sentia o cheiro de saquê pelo quarto. Tudo não passou de um sonho tão intenso capaz de fazer o menino ter uma ereção e gozar, sujando a roupa de baixo.

Desapontado, Yuri enterrou o rosto no travesseiro, sentindo uma tristeza incapacitante por descobrir que tudo só aconteceu na cabeça dele. Queria morrer embalado pela música que ainda soava pelo quarto.



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