O sinal tocou:
- Quem vai ficar com o trabalho? – ele perguntou arrumando suas coisas
- Eu fico
- Ok, até mais tarde – ele pegou a mochila e saiu me deixando sozinha ali...Mas espera ai, ele não sabe onde é a minha casa. Sai da sala em disparada o procurando pelo aquele corredor, sai da escola olhei para os lados mas não o encontrei naquele mar de alunos.
- Nossa, você demorou – disse Mandie chegando perto de mim
- Eu fiquei na sala um tempo. Vocês viram o Justin?
- O Bieber?
- Ahãm – assenti
- Não vi ele não
- Nem eu, por que?
- Ele vai fazer um trabalho de matemática lá em casa e ele não sabe onde é a minha casa
- Relaxa – disse Mandie – Esse garoto sabe onde todo mundo mora
- E por que você está fazendo trabalho com ele? – Jackie perguntou com o cenho franzido
- Não foi eu quem quis, o professor que me colocou com ele. Tenho que ir, tchau
- Tchau – Jackie e Mandie disseram em coro
Coloquei meus fones de ouvido e fui para casa.
P.O.V Justin On
Sai daquele inferno e fui em direção ao ponto de ônibus, uns 10 minutos de espera o ônibus chega lotado. Bufei e entrei, mais 20 minutos depois desci e fui caminhando para casa. O ônibus para à 4 quarteirões da minha casa.
Eu morava no fim do mundo, minha casa ficava na última rua da cidade, em um lugar com moradias caindo aos pedaço, minha casa era velha e feia mas dava para o gasto. Construções pela metade ou acabadas com o tempo. Perto de casa eu já ouvia o barulho de “The Memory Remains” Metallica, abri a porta e vi meu pai deitado no sofá com uma garrafa de whisky na mão e um cigarro na outra.
Um dia esse drogado ainda vai colocar fogo nessa casa,isso já quase aconteceu.
- Já chegou moleque? – perguntou meu pai abaixando o som
- Não estou lá ainda, isso que você está vendo é um fantasma do Justin – eu disse indo em direção as escadas
- ME RESPEITE MOLEQUE, EU SOU O SEU PAI – ele gritou se levantando do sofá e vindo até mim
- COMO RESPEITAR UM DROGADO E INÚTIL COMO VOCÊ?
- BAIXE O TOM DE VOZ COMIGO, GRAÇAS AO MEU ESPERMA VOCÊ NASCEU – gritou autoritário
- E EU PEDI PARA NASCER?
Subi as escadas indo para o meu quarto e meu pai subiu atrás de mim.
- VOLTE AQUI SEU DEMÔNIO ADOLESCENTE, EU VOU TE MATAR DA PIOR FORMA POSSÍVEL – bati a porta do meu quarto na cara dele e tranquei. Ninguém merece ter um pai como esse
Meu pai era alcoólatra e drogado desde que minha mãe conheceu ele, um tempo depois que eu nasci ele parou com isso mas depois ele voltou a beber e usar drogas e minha mãe nos abandonou. Ela me abandonou com ele, desde os meus 7 anos eu vivo sozinho com esse cara, eu fazia a comida, eu trabalhava para comprar coisas para mim porque “meu pai” não dava nada para mim. O dinheiro que ele ganha no trabalho dele ele gasta tudo com drogas e bebidas.
Esse cara não chega nem perto de ser pai.
Joguei minha mochila em um canto do meu quarto que estava bagunçado pra caralho. Roupas jogadas, meias, tênis, folhas, mais roupas. Me despi e fui para o banheiro tomar banho, pelo incrível que pareça meu banheiro era bem organizado. Tomei um banho na água morna e me enxuguei e sai com uma toalha enrolada na cintura, fui até o meu closet que estava em uma situação péssima. Acho que dá para achar Nárnia aqui dentro, mas eu nunca achei.
Achei uma camisa gola V branca que não estava amarrotada, uma calça, e uma cueca. As peguei e vesti, peguei uma meia que estava jogada pelo quarto coloquei no pé e depois calcei um supra. Peguei um dinheiro para o ônibus e sai do meu quarto trancando porta.
Ao descer as escadas me deparei com o meu pai roncando no sofá. Esse cara merece morrer, nem sei como eu ainda tem o trabalho dele. Fui até a cozinha e esquentei uma lasanha, comi e depois sai de casa trancando a porta. Nem sei porque eu ainda tranco essa maldita porta, só de dar um chute nela – nem muito forte – ela já abre, a fechadura não presta muito. Coloquei meus fones de ouvido e dei play em “Not Afraid” Eminem. Fui em direção ao ponto de ônibus para eu poder ir na casa da Brooke o terminar aquele trabalho de matemática.
O ônibus por sorte não chegou lotado e eu pude ir sentado, o ônibus parou perto da escola e eu desci ali mesmo. Sei que Brooke não mora muito longe daqui, caminhei por aquela vizinhança de casas bonitas e bem cuidadas até chegar no número 525 que era onde ela morava.
P.O.V Brooke On
Após almoçar junto com meu pai e Julie, subi para o meu quarto e lá liguei o rádio e estava tocando “I Need Your Love” eu cantarolava a musica enquanto me despia para tomar banho, após meu banho vesti uma roupa leve pois fazia um pouco de calor e abri minha mochila pegando o trabalho e minha bolsinha, olhei para aquela folha e eu não entendia aqueles cálculos que Justin tinha feito e me explicado. Eu ficava voando enquanto ele me explicava, aquelas coisas ali eram muito complicadas.
Desliguei o som e fiquei mexendo no meu computador, entrei no tumblr e twitter, conversei um pouco com as minhas amigas virtuais, rebloguei e conversei com Anada e Rafaela pelo facebook. De repente ouvi um barulho no andar de baixo que me assustou me deixando de coração acelerado, eu estava sozinha em casa e morria de medo de alguém entrar aqui. Peguei um bastão de baseball que ganhei de um tio e sai do meu quarto andando devagar pelo corredor.
Chegando no andar de baixo olhei para o lado e vi alguém tentando pegar um vaso de flores que caiu no chão.
- Quem é você? – eu disse nervosa e gaguejando
- Calma sou eu – o cara olhou para mim e ai percebi que era Justin – Pode abaixar esse bastão
- Ah sim – abaixei o bastão – Você quase me matou de susto. E como você sabe onde é a minha casa?
- Simplesmente sei – deu ombros – Podemos ir fazer o trabalho?
- Ahãm, vamos lá no meu quarto – subimos as escadas e entramos no meu quarto – Pegue aquela cadeira para você se sentar – eu disse me referindo a cadeira que estava com minha mochila em cima – pode colocar minha mochila no chão
Ele pegou a cadeira e a colocou do meu lado, eu organizei as coisas em cima da minha escrivaninha e começamos a fazer o trabalho, na verdade ele começou a fazer o trabalho e me explicava tudo.
- Como você sabe isso tudo? Serio, é difícil demais
- Na verdade não é, é só prestar atenção que você aprende a fazer
Não sei porque mas de repente passou a frase que a Mandie me disse hoje mais cedo: “Dizem que ele é um vampiro” e sem pensar eu falei:
- É verdade que você é um vampiro? – Que vergonha!
-Vampiro é um mito criado a anos atrás, eles não existem– ele respondeu olhando para mim – Já devem ter enchido a sua cabeça de coisas contra mim, né?
- Desculpa e sim já falaram coisas sobre você
- Já estou acostumado com isso – ele disse dando ombros
- Você não liga para o que eles falam? Não se sente estranho ou algo assim
- Eu não ligo para o que eles falam, sei que é mentira e como eu disse, já estou acostumado
- Deve ser chato
- É chato às vezes.
- Por que eles falam que você é um vampiro?
- É porque eles têm imaginação fértil – riu sem animo – E pelo fato de minha pessoa não me enturmar com os alunos daquele colégio. Eu gostaria de ser um demônio – ele riu novamente
- Nossa, credo menino – deu um tapa no braço dele
- Estou brincando. Mas demônios existem vampiros não
- É
- Você parece ser o tipo de menina que gosta daquela saga ridicula que chama Crepúsculo –ele disse fazendo as contas naquele trabalho
- Só pareço mesmo – ri – Eu não gosto dessa saga, só não falo mal porque minha irmã gosta, ela é capaz de me matar se eu dizer que não gosto
[...]
- Pronto, terminamos o trabalho – ele disse erguendo a folha e olhando para ela
- Você que terminou né, eu só fiquei olhando e enchendo seu saco com perguntas idiotas
- É – ele se levantou – te vejo amanhã na escola
- Também, vou te acompanhar até a porta – descemos as escadas em silêncio e fomos até a porta – Tchau
- Tchau – ele disse e saiu, o observei até ele sair do meu campo de vista
Cara, esse menino é muito lindo.
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