História Breathless - O Retorno

Respirei fundo e tentei novamente, mas nada. Já fazia horas desde que voltamos a treinar depois do almoço, os meninos voltaram a subir nas árvores e eu passei a tentar aperfeiçoar meu novo Kekkei Genkai, isso era totalmente estranho pra mim, e difícil também. Toda vez que tentava levitar uma simples folha, o peso aumentava demais. Comecei a pensar que talvez estivesse treinando de maneira errada, de qualquer forma, eu sabia que isso não iria dar certo. Tentei envolver apenas minha mão com aquela energia, mas ficava falhando. Será que é porque meu corpo ainda está cansado de ontem? É a única explicação.

 

– EI! Emi! Sobe aqui! – ouvi Naruto gritar do topo de uma árvore. Eles já tinham conseguido alcançar. Concentrei meu Chakra para os pés e corri até o topo da arvore que estava entre as deles.

 

 

– Nossa, que visão! – falei admirando a floresta e a lua. Era uma bela paisagem.

 

– Então, conseguiu alguma coisa? – Sasuke perguntou se referindo ao meu treinamento. Balancei a cabeça negativamente. Ele suspirou.

 

– Ah, mas deixa isso pra lá! Pelo menos nós conseguimos! – exclamou Naruto exibindo felicidade. Sorri, ele estava certo.

 

 – Vamos voltar agora – Sasuke disse e em seguida desceu. Eu e Naruto descemos também.

 

  Logo começamos a caminhar para a casa do senhor Tazuna em silencio. Pensei em Inari e em como ele estaria agora, eu havia o deixado dormindo quando sai, espero que ele esteja bem. Embora eu não tenha pensado muito nisso, estava preocupada com a volta de Zabuza, provavelmente deve estar planejando algo grande e aquele parceiro dele... Pode matar as pessoas com simples agulhas. Fico me perguntando se um simples controle de Chakra poderia nos dar alguma chance contra eles, é nessa parte que eu fico insegura. O Kakashi pode desmaiar se abusar do Sharingan novamente, é aí que a missão falha. Tomara que eu esteja apenas pensando demais. Deus que me livre se algum companheiro meu se machucar! É isso que tenho que evitar enquanto estiver na luta. Então ouvi um barulho atrás de nós. Quando me virei, vi Naruto caído no chão. Corri para o seu lado.

 

– Naruto! Ei! – o balancei.

 

– E-eu estou bem – ele respondeu com dificuldade, o que deixava nítido que não estava não. Ele foi novamente ao limite, vai demorar para que se recupere agora. Talvez nem conseguisse se levantar amanhã.

 

– Sasuke! Vamos ter que carregar ele – falei para o Uchiha que bufou. Mas mesmo assim veio até nós e levantou Naruto colocando seu braço em seu ombro. Fiz o mesmo com o outro braço dele e então o erguemos.

 

– Valeu pessoal, vocês são legais, t-to certo! – Naruto disse me fazendo rir. Ele estava quase que desmaiando, mas se forçava a ficar acordado. Passamos a andar mais lentamente agora, o silencio era ensurdecedor.

      Carregar o loiro não era nada fácil, mesmo com a ajuda de Sasuke. Ainda mais quando estamos igualmente cansados, tive medo que o Uchiha também desse uma crise. Por que eu nunca seria capaz de levar esses dois.  De repente, o silencio passou a me incomodar, por que tinha algo que eu queria perguntar ao Sasuke, mas não sei se é a melhor hora. Por que... De um dia pro outro... Eu não conseguia mais enxergar aquele menino frio e arrogante. Eu o via como um amigo fechado em seu canto e nem sei o porquê.

 

— Sasuke, temos que juntar a equipe e trabalhar juntos. Só assim venceremos o sensei.

— Não. Você só vai me atrapalhar! — ele disse passando por mim. Deus! Eu tinha que tentar!

— Sasuke espe.. — puxei seu braço, mas ele me empurrou fortemente me fazendo desequilibrar e cair. Senti as lágrimas voltando, mas olhei para o outro lado, ele não precisa ver isso.

— Por que acha que pode nos liderar? O que vai fazer? Tentar usar esse jutsu inútil contra um jounnin? Você não é nada! Sempre foi e sempre será uma fracassada — ele disse friamente e foi embora.

 

 

   As lembranças invadiram minha mente de forma arrebatadora. Sasuke... eu não continuo sendo uma fracassada pra você? Então por quê?

 

– S-Sasuke? – chamei meio insegura.

 

– O que foi? – respondeu friamente. Pensei sobre o que iria dizer por alguns segundos.

 

– Por que você anda me ajudando?

 

– Como assim? – ele agiu com indiferença. Confesso que me irritei um pouquinho.

 

– É que... desde o teste do sinos... eu ...

 

– Por que se preocupa com isso? Não vai dizer que virou uma das minhas fãs agora? – disse um pouco alterado. Deve ser a falta de Chakra.

   

      Aquilo sim é que era ser grosso. Eu nunca seria uma fã do Sasuke! Não tem como! Sempre levar uma patada todos os dias... acho que eu não aguentaria muito.

 

– Não. Não é isso. Só que acho que você está legal demais e isso é preocupante! – falei rapidamente. Comecei a me arrepender de ter abordado essa questão, sei lá o que ele iria falar, ou pior se ele voltasse a me ver como uma fracassada... se é que ele já não via.

 

– Se quiser, eu vou adorar te chamar de perdedora todos os dias – me ofendi – Mas eu realmente não tenho motivos.

 

– Que bom... eu acho.

 

    E voltamos ao silencio. Só que dessa vez, prometi a mim mesma que não ia interrompê-lo de novo.

 

 

 

 

    Minhas pernas doem, minhas costas doem meus braços.. tudo pra falar a verdade. Nunca pensei que Naruto fosse tão pesado! Será que eram as tigelas de lamen? Enfim, finalmente chegamos, estávamos de frente à porta. Sasuke teve que empurra-la com o pé para que abrisse. Suspirei de alivio ao entrarmos, todos estavam comendo.

 

– Minha nossa! Até parece que um gato arranhou vocês! – exclamou o senhor Tazuna. Realmente, estávamos muito sujos. Eu estava em um conflito interno entre jantar logo ou tomar banho primeiro, queria escolher a segunda opção, mas a fome parecia queimar meu sistema digestivo.

     

 

– A gente... Conseguiu! Subimos até o topo! – me assustei vendo que Naruto ainda estava acordado. Pensei que tivesse desmaiado no meio do caminho, ele ficou tão quieto!

 

– Ótimo. Agora vamos em frente, a partir de amanhã vocês serão guarda-costas do Tazuna – Kakashi disse. Será que isso me incluía?

 

– Haha! Legal!

    Naruto teve a ideia de comemorar e acabou nos derrubando no chão. Foi nesse momento em que perdi a conta de quantas vezes eu já caí só nessa missão. Não deve existe pessoa mais desastrada que eu, se bem que o Naruto esta em segundo lugar.

 

– Hunft! Você é um idiota! – Sasuke esbravejou. Assim como os outros não consegui conter as risadas, mesmo que estivesse com tudo doendo.

 

    Devo me lembrar de nunca mais me arriscar assim, esta certo que estava tentando melhorar, mas estou acabada. Ainda me sinto cansada, era pra eu ter tirado o dia para descansar, mas com tudo o que houve esqueci completamente desssa ideia. Só de pensar que essa é a vida ninja de agora em diante, missões de tempo indeterminado, risco absoluto etc. Sei que vou me acostumar com o tempo, mas até la sempre vai dar vontade de correr pra minha mãe. Levantei-me e ajudei Naruto a levantar, o loiro estava realmente fraco, acho que não vai ser capaz de ser guarda do senhor Tazuna amanhã, isso me preocupa já que ele se esforçou tanto pra isso. Não quero vê-lo magoado ou algo assim.

   Sentamos-nos na mesa, Naruto estava tão esgotado que quase nem deu bola pra comida, só estava caído na mesa, achei que tivesse pegado no sono. Todos jantamos em silencio absoluto, me senti incomodada. Acho que devo ter sido uma das primeiras a acabar, nem sei por que comi tão depressa, aquilo me deixou meio sem jeito. Mas logo, todos já tinham acabado também.

 

– Em alguns dias, terminaremos a ponte e quero agradecê-los por isso – o senhor Tazuna disse.

 

– Pode agradecer, mas ainda tem que ter cuidado – disse a senhora Tsunami. Concordei com ela, acho que era muito cedo para dizer essas coisas, ainda temos que enfrentar o Zabuza e aquele garoto.

 

– Eu queria perguntar uma coisa uma coisa a vocês, mas não tive chance até agora – ele continuou – Por que ficaram para me proteger mesmo sabendo que menti para trazê até aqui?

 

– Aqueles que se desviam do caminho da justiça são os verdadeiros covardes, mas sob o comando de um grande líder a covardia não existe – Kakashi citou, se me lembro bem, as palavras de algum Hokage antepassado. Mas a senhora Tsunami e o senhor Tazuna continuaram confusos – Foi uma frase do primeiro Hokage.

 

     Inari não estava bem. Eu queria falar algo, mas não tinha coragem, doía ver uma cena daquela. Os seus olhos se enchiam de lagrimas, foi esse assunto sobre justiça e covardia que o deixou assim. Então o menino olhou para Naruto, que estava quase dormindo ali. Meu coração apertou de vê-lo chorando daquela forma, ele não podia mais controlar as lagrimas. Sentia-me péssima de ficar ali, parada o vendo chorar.

 

– Mas... Por quê?

 

– Hum? O que você disse? – perguntou Naruto despertando. Tomei um susto quando Inari se levantou batendo as mãos fortemente na mesa.

 

– Esses treinamentos estúpidos são uma perda de tempo! Gatou tem um exercito, vai derrota-los e destruí-los! Essas coisas legais que vocês dizem não significam nada! Não importa o que vocês façam o forte sempre ganha e o fraco sempre perde! – Todos ficaram chocados com as palavras do menino.

 

– Hum! Fale por você mesmo, isso não vai ser assim no meu caso você entendeu? – Essa não! Por que Naruto inventou de responder?

 

– Por que você não cala a boca?! Só olhar pra você me deixa enjoado! Você não sabe nada desta terra! É só um intrometido! Esta sempre rindo e brincando! Não sabe o que é sofrer e ser tratado como lixo! – Inari gritou.

 

    A culpa não é dele de não saber a historia de Naruto, mas mesmo assim não devia ter falado aquilo. Naruto sabia sim o que era sofrer e ser tratado como lixo.

 

– Inari, eu...

 

 

– Não! Eu não quero ouvir! Você é mais uma que acha que dizer palavras bonitas ajuda! Não sabe o que é dor! – ele me interrompeu gritando. Não me ofendi nem nada, ele era apenas uma criança.

 

 

– Olha só pra você, gritando e se queixando como uma pobre vitima – desejei que ele não tivesse dito aquilo – Por mim você pode chorar o dia inteiro, não passa de um covarde.

 

 

– Naruto! Você foi longe demais! – Sakura repreendeu, mas Naruto não deu ouvidos e se retirou – Naruto?

 

   Que angustia se apossou daquele ambiente, com Naruto irritado lá fora e Inari chorando aqui dentro, minha vontade era de correr dali.

 

– Emi, acho melhor você ir atras do Naruto. Só pra garantir  – concordei com o sensei e sai rapidamente dali.

 

     Nem sei mais o que eu sentia, aquele confronto de palavras cruéis foi  demais pra mim. Inari era só uma criança, tinha muito o que aprender sobre a verdadeira força. Tenho certeza que esta mais magoado agora pensei em ir falar com ele mais tarde, mas eu não saberia o que dizer. Fiquei uns dez minutos procurando pelo loiro, até que resolvi olhar no telhado da casa. O que foi meio difícil devido a minha fobia de altura, e aquela casa era bem alta. Mas ainda sim, subi e encontrei Naruto.

     Ele estava sentado em frente à janela do quarto em que dormia. Sentei-me do seu lado, ele pareceu notar, mas não disse nada.

 

– Naruto, sabe que vai ter que pedir desculpas para o Inari né? – falei. Ele bufou.

 

– Por quê? Aquele menino só sabe chorar e lamentar! É irritante!

 

– Eu sei, mas...

 

– Não. O velhote se arrisca pra construir aquela ponte e o que o garoto faz? Só chora e diz coisas pra magoar as pessoas! Ele é um completo covarde!

 

 – Naruto... Essas coisas que você disse pro Inari... já deve ter dito isso a si mesmo não? – perguntei pensar direito. Ele ficou em silencio. – E olha como você esta hoje, é forte e nunca desiste. Talvez o Inari só precise de tempo para aprender.

 

     Naruto continuou quieto, até estranhei. Não é do feitio dele ficar todo caladão. Mas não falei nada, talvez ele precisasse pensar um pouquinho. Meu maior medo era que as palavras de Inari, sobre ser tratado como lixo e tal tivessem atingido Naruto, mas agora eu vejo que não. O Uzumaki é duro consigo mesmo pra melhorar suas capacidades, isso é algo que eu acho incrível, ele não fica triste por se achar um idiota. Queria ser como o Naruto. Deixar está fragilidade pra trás.

 

– Ei Naruto, talvez quando você se tornar Hokage, possa vir aqui e mostrar ao Inari que estava certo – falei.

 

– Você acredita mesmo que eu posso me tornar Hokage? – ele me perguntou esperançoso, pra mim era possível.

 

– Claro que sim Naruto! – exclamei. Ele sorriu.

 

– Obrigado! – ele disse e bocejou logo em seguida.

 

      É claro que ele estava com sono, até eu estou. Não deve ser tão tarde assim, quem sabe com apenas uma boa noite de sono o ajude com o cansaço.

 

– Acho melhor irmos dormir! Vocês têm que proteger o senhor Tazuna amanhã – falei me levantando. Naruto me olhou confuso.

 

– Ué, você não vai com a gente? – perguntou se levantando também.

 

– O que o sensei falou também me inclui?

 

– Por que não incluiria? – parabéns Emi! Sua idiota!

 

– Nada não! Vamos logo! – disse rapidamente o puxando. Quase que eu falo demais, meu Deus!

 

      Entramos pela janela. Tivemos que fazer um “pedra, papel e tesoura” pra ver quem ia tomar banho primeiro. Eu ganhei por sorte, por que sempre colocava papel já que a maioria das pessoas colocava tesoura. Naruto ficou um pouco indignado, mas aceitou. Fui até o quarto em que dormia com Sakura, ela já estava dormindo. O que me fez pensar em quanto tempo eu fiquei no telhado? Porque pra mim foi minutos e quando eu chego todo mundo já esta dormindo e tal, que bizarro. Enfim, peguei um pijama tentando ser o mais silenciosa possível, o que foi um sucesso pela primeira vez, e fui para o banheiro. Senti ainda mais sono de depois de tomar um banho quente, tenho certeza que se eu passasse mais alguns minutos lá dentro eu dormiria no banheiro mesmo. Vesti-me e sai. Confesso que aquele corredor me deu um pouco de medo. Escuro e sombrio, com o barulho do vento sacudindo as folhas lá fora, e o chão de madeira fazendo ruídos quando eu pisava nele. Nem eu mesma conseguia acreditar que estava com medo de atravessar um corredor. De repente eu senti uma mão puxando a minha. Meu coração parou, quase gritei e sai correndo se não tivesse visto quem era.

 

– Inari! Minha nossa! – falei respirando pesadamente.

 

– Desculpa Emi! – ele falou meio corado. Será que aquela raiva toda tinha passado? Estava confusa, mas não ousei tocar no assunto.

 

– Já é tarde, por que não esta na cama? 

 

    Então ele me estendeu uma flor, uma florzinha de papel. Um sorriso involuntário surgiu nos meus lábios. Aquilo pra mim foi um ato tão doce, e seu rostinho vermelho era tão fofo. Peguei a flor.

 

– De-desculpe por aquilo no jantar! Eu fui muito mal!

 

    Eu ri. Ele era como eu, quando estava nervoso disparava as palavras sem nem entender direito. Ajoelhei-me pra ficar da sua altura e pus a mão em seu ombro.

 

– Esta tudo bem – sorri tentando passar confiança. Ele levantou a cabeça e rapidamente me abraçou, fiquei um pouco surpresa.

 

– Boa noite Emi-chan! – e saiu correndo pro seu quarto. Fiquei rindo por alguns segundos.

 

    Analisei a flor. Era tão bonita, seja quem for que o ensinou a fazer aquilo, era um verdadeiro artista. Tinha vários detalhes. De repente o corredor não era mais assustador. Aquele fofinho pareceu ter iluminado tudo. Foi a primeira noite ali em que dormi feliz.

 

 

 

 

 

 

 

    Estava meio sem animo. Como eu tinha previsto, Kakashi resolveu deixar o Naruto em casa descansando. Embora eu soubesse o quanto ele precisava daquele descanso pra ficar forte novamente, fico triste antecipadamente porque sei que ele vai ficar muito decepcionado e, talvez até irritado. Não queria ver sua cara de raiva e decepção, mais fazer o que. Já tínhamos tomado café e estávamos prontos pra ir.

 

– Muito bem, deixo o Naruto em suas mãos – disse Kakashi à senhora Tsunami – Ele já levou seu corpo ao limite, se superando como sempre. Talvez nem consiga se mexer hoje.

 

   Disso eu duvido muito. Até porque era do Naruto Uzumaki que estamos falando, não me surpreenderia se ele aparecesse lá na ponte de surpresa.

 

– Enquanto a você? Ainda esta em recuperação.

 

 Peraí, o que ela quis dizer com isso?

 

– Por quê? To parecendo fraco? Eu estou bem.

 

O que ele quis dizer com isso?! Aff Arai! Recomponha-se.

 

– Chega de conversa, andando! Vamos lá!

 

   E então começamos a jornada até a ponte. A caminhada silenciosa me fez ficar pior ainda, imaginando que se o loiro estivesse aqui não estaríamos nesse silencio todo. Ele provavelmente estaria dizendo que iria arrebentar com Zabuza quando o visse novamente... Zabuza. Tenho que dizer que desde que tivemos a confirmação de que ele esta vivo, era meio estressante. Não sabemos nem a hora, nem o lugar em que ele ira atacar, e algo me diz que esse cara adora extravagância. Talvez meu novo “poder” fizesse alguma diferença... Ou não. Aff! E claro que não! Não consigo levantar sequer uma folha!... mas ele serve de Chakra extra. Pelo menos.

 

– Então Emi, como anda a sua febre hein? – disse Sakura sorrindo maliciosamente. Senti o rosto começar a esquentar.

 

– Sakura, pelo amor de Deus....

 

– Não, nem vem com essa. Eu conheço um remédio ótimo pra isso. Se chama...

 

        Tapei sua boca rapidamente, mas ela me empurrou e começou a rir como uma hiena. Queria poder enfiar minha cabeça em um buraco. Até o Sasuke notou nós duas.

 

– Aí senhor – passei a mão pelos cabelos enquanto a rosada ria e colocava o braço sobre meus ombros. Lá vem bomba.

 

– Você não acha que é um pouquinho nova demais não? Haha. Isso é que é desespero – ela disse e então chegou mais perto e sussurrou: – Ei, acho que ele não é desse tipo. Você bem que podia tomar iniciativa hein?

 

– Para com isso por favor ... – falei baixo. Se os outros ouvirem isso... Estou encrencada.

 

     Sakura ria mais ainda. Por que me odeia tanto? Poxa isso é maldade. Se soubesse o porquê de eu estar tão deprimida ontem... aposto que não estaria me zoando agora. Se bem que ela toma um fora todos os dias do Sasuke, então nem ficaria tão surpresa.

 

– Me conta mais! Como foi que você se apaixonou? – tive agonia ao ouvi-la falar tão alto.

 

– O que? Eu não to apaixo....

 

– Hey vocês duas! – olhamos para Tazuna que nos observava junto com os outros, visivelmente irritado – Parem com essas conversinhas e andem mais rápido!

 

     Tirei os fios do rosto e suspirei, Sakura ficou quieta mais ainda me olhava com aquele sorriso. Estremeci aquele mal estar voltou para me incomodar. Sério, às vezes eu imagino que ela lê minha mente. Dá muito medo. Será que aparento ser tão vulnerável assim? Porque se sim, isso é triste.

 

– O que a Sakura tava dizendo? – pulei de susto ao ouvir a voz de Sasuke do meu lado. E o pior, Kakashi tava do lado da gente. Me dei mal.

 

– N-nada não. – falei meio tremula.

 

– Você esta agindo como se estivesse fugindo de algo – ele disse sem me olhar. Assenti, mas logo me arrependi quando ele me olhou confuso. Foi mal, não deu pra segurar.

 

    Que eu digo? Que eu digo?  Meu coração anda batendo rápido demais. Tomara que eu não seja cardíaca, senão morro. Não consigo responder ao Uchiha porque naquele momento meu cérebro parou. Sei lá, tudo pareceu ter sumido, não conseguia pensar em nada coerente.

 

– S-só estou... – engoli seco – p-preocupada com... o Naruto.

 

     Por milagre pensei no loiro naquela hora.

 

– Esta mentindo – o olhei chocada. Como ele podia saber disso? Olhei pra baixo.

 

– Eu sou tão transparente assim? – perguntei mais pra mim mesma.

 

   Sasuke nem respondeu, não precisava. É claro que era jamais eu conseguiria ser fria ou coisa parecida, quando eu sentia uma coisa, parecia vir com força total. Algo incontrolável, principalmente vergonha. Certeza que meu rosto deve estar vermelho até agora.

 

- Oh não! Mas o que é isso? – as palavras de senhor Tazuna me tiraram dos devaneios.

 

   Levantei o olhar vendo todos os trabalhadores caídos no chão. Paralisei naquele momento. Era ele, Zabuza voltou.