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História Breathless - Bagunça Mental


Escrita por: AlyHatake

Notas do Autor


capitulo 16! Boa leitura! ;)

Capítulo 16 - Bagunça Mental


Senti uns empurrões de leve em meu ombro. Aff! Que sono! Sentia meu corpo pesado, como se tivesse sido atropelada.

 

– Emi, filha acorde! Já é quase meio dia – ouvi a voz de mamãe. Nossa! Meio dia! Como eu... Ah, o remédio.

 

     Abri os olhos com dificuldade. Estava meio tonta, eram os efeitos. Provavelmente iria passar o dia em estado deplorável, ainda bem que estávamos de folga hoje. Afinal voltamos de uma longa (e dolorosa) missão ontem. Ainda não havia esquecido o que houve o que me deixava com vontade de tomar mais comprimidos pra passar o dia todo na cama. Sentia fome, meu estomago estava roncando.

 

– Bom dia mamãe – falei fracamente me sentando na cama.

 

– Quase boa tarde querida. Desça para comer, não se alimentou ontem – ela disse indo até a janela e a abrindo junto com as cortinas. A luz do sol me cegou um pouco.

 

– Sim senhora.

 

   Ela acenou e saiu do quarto, ouvi seus passos descendo as escadas. Suspirei, que sensação de preguiça! Deitei de novo e encarei o teto. Um dia de folga, era o que eu precisava. Aquele sentimento de angustia ainda não havia me deixado, estava desapontada comigo mesma. Nem contei e nem vou contar à mamãe o que houve, ela iria surtar. Nem sei se quero continuar a ser uma ninja. Não aguento toda essa pressão. Amanhã provavelmente vamos voltar às missões, tenho que pensar bem. De alguma forma, algo me instiga a continuar e não desistir deve ser o peso das promessas que fiz a Naruto e ao meu pai. Mas, metade de mim quer deixar pra lá, essa metade é a que foi atingida pelas palavras frias do Kakashi. Estava em uma guerra interna, não sabia qual lado devia escolher. Desistir de tudo parecia uma solução tão simples. Resolvi me levantar, teria o dia pra pensar nisso, mas agora precisava matar minha fome.

    Andei até meu guarda-roupa e analisei. Hoje o clima estava ameno, não muito quente nem muito frio. Qualquer coisa serviria, peguei um vestido cinza solto de mangas longas, uma toalha e fui para o banheiro. Tomei um banho frio pra ver se me fazia parecer mais acordada, sem sucesso. Eita remedinho bom! Meu Deus! Parei na frente do espelho e me observei. Meu cabelo estava sem vida, mais para o branco do que loiro. Nem sei por que reparei nisso, mas me incomodava um pouco.  Enfim, resolvi ignorar. Confesso que descer aquelas escadas bêbada de medicação do jeito que eu estava foi uma tarefa meio difícil, tive medo de tropeçar a cada degrau que descia, mas pelo menos consegui chegar à cozinha.

 

– Você demorou, achei que não vinha comer – mamãe comentou assim que cheguei à entrada da cozinha. Eu me sentia meio mal de estar escondendo tudo dela, parecia que tinha algo entalado na minha garganta.

 

 

– Obrigada mamãe – agradeci e me sentei começando a comer. Ela havia feito sopa de miso com bolinhos de arroz. Comi rapidamente enquanto ela enchia meu copo de chá pela segunda vez. Estava deliciosa, a comida de mamãe era sempre deliciosa. Queria poder chegar aos pés dela no quesito cozinhar.

    Assim que terminei, usei o banheiro de lá debaixo mesmo para escovar os dentes. Eu nunca havia tido coragem para perguntar a mamãe o porquê de nossa casa ser tão grande. Às vezes era assustador ficar ali sozinha, claro que hoje já me acostumei – mais ou menos – mas quando criança, eu quase me borrava pra ir tomar água. 

 

– Querida, vou ter que ir trabalhar hoje – mamãe disse – não era o meu dia, mas resolveram trocar.

 

   Parece que hoje vou ficar sozinha, não que fosse algo tão ruim. Mas ainda sim era deprimente.

 

– Tudo bem mamãe. – então encarei minha tigela vazia – E-eu... posso dar... uma volta por aí?

     Queria poder sair pra refrescar minha cabeça, mas tinha medo.

 

– Uma volta? Por que iria querer dar uma “volta por aí?” – perguntou confusa e desconfiada. Ela estava sempre desconfiada. Suspirei.

 

– Mamãe... eu estava pensando em desistir de ser ninja – tentei sem sucesso falar claramente. Minha mãe ficou surpresa.

 

– Como assim? Você até mesmo me enfrentou só pra isso e agora diz que quer desistir? – aquilo me fazia sentir-me pior – Emi me diga exatamente o que aconteceu naquela missão.

 

   O que dizer? Não posso repetir o que o Kakashi me disse, ela ficaria muito furiosa. Dizer-lhe que sou inútil, que não ajudo em nada, que só sirvo para atrapalhar?

 

– É que eles fizeram tanto naquela missão. Houve briga mamãe, e eles foram corajosos... enquanto eu. Não sei se consigo fazer isso.

 

    Ficamos em silencio por uns minutos. Pronto, falei. Agora não sei o que fazer, ainda tinha a promessa para papai que me pesava a consciência, que grande confusão! Sou um desastre mesmo. Não da pra lidar com isso, sou muito frágil emocionalmente.

 

– Você lutou por isso, e você deve aguentar as consequências. Não sei o que fez de tão errado pra que se sentisse assim, mas Emi pense direito, não vai mais poder voltar atrás depois que fizer sua escolha – mamãe disse e subiu as escadas. O que fiz de tão errado? Fui burra e fraca. Foi isso que fiz. Logo minha mãe voltou com seu casaco e bolsa em mãos. Ela veio até mim e me deu um beijo na testa – Se quiser sair e pensar vá. Mas não volte tarde e não se acostume com isso.

 

– Claro mamãe, obrigada.

 

– Fique bem minha garotinha.

 

    Ela saiu em seguida. Aí meu Deus! Que furada! Minha cabeça parecia funcionar a mil por hora. Mamãe deve achar que sou uma maluca agora. Não consigo concluir nada nesse momento, todos os meus pensamentos se voltam para aquelas palavras frias! Aquelas que desencadearam todas essas dores, até então escondidas. Esquece! Não sou forte!

 

 

 

 

 

   Eu andava pelas ruas de Konoha observando o movimento. Agora tinha um pouco mais de calma, pois era horário de almoço. Era bom andar sem pressa por aí e sentir o calor do sol na pele, mas ainda era depressivo também, ainda mais quando se esta sozinha e em duvida da vida. Sinto como se houvesse um buraco negro sugando minha energia, estava cansada fisicamente e mentalmente também. Cansada de ser eu. Era humilhante e triste ser eu, minha vida parecia um drama lento e sem sentido, talvez seja mesmo. Ou eu é que era sem sentido, uma pessoa que nem sabia seus próprios objetivos. A promessa a meu pai é o que me mantém em depressão, sinto como se fosse uma obrigação continuar e nunca desistir mais ao mesmo tempo dói tanto que parece impossível. De repente, senti como se eu tivesse que ir aquele lugar, mudei minha direção e caminhei com um pouco mais de pressa. Vi a floricultura dos Yamanaka e fui para lá.

 

– Oi? – chamei a atenção de Ino, que estava distraída anotando algo em um bloquinho.

 

– Emi! – ela sorriu a me ver – Menina faz um tempão que eu não te vejo! Onde estava e por que não nos avisou antes?

 

– Estava em missão. Demorou um pouco mais do que imaginamos – falei um pouco assustada pelo bombardeio de perguntas que ela fez.

 

– Ata. Mas bem que podia ter avisado né? Ficamos preocupados com seu sumiço.

 

– A-ah... ficaram é?

 

– Pois é. Principalmente o Shika, na próxima avise!

 

   Não sabia como reagir. Eles se preocupavam mesmo comigo? Por quê? Isso só me deixa mais confusa ainda.

 

– Diz pra eles que eu estou bem. Eu já vou Ino... só vim visitar mesmo – falei dando um sorriso de despedida e me virando pra ir.

 

– Ei! Espera aí! – ela tirou o avental e saiu de trás do balcão – Pra onde você vai agora?

 

– Eu ia a um lugar... – disse meio sem jeito. Ela sorriu de maneira divertida.

 

– Ah então eu vou com você. Meu expediente termina agora e quero andar um pouco! – ela falou passando por mim e saindo da loja. Fiquei lá parada sem saber o que fazer – Ô Emi! Você vem ou não?

 

    Assenti e então fomos andando e conversando sobre coisas banais, não vou mentir, Ino fala muito, mas isso é algo divertido nela. Embora eu esteja mais desanimada que o normal, e eu estou achando que ela notou isso já que me jogou um olhar analítico que até me deu medo. Acho que sou transparente assim mesmo.

 

– Hey, tem alguma coisa te incomodando não tem? – ela falou me assustando. Não sei se devia falar.

 

– Hum... bem...

 

– Há! Eu sabia! Pode ir me contando mocinha! – foi impossível não rir da maneira como ela falava. Seria e de brincadeira ao mesmo tempo.

 

– É só algumas coisas que ocorreram na missão, nada demais – falei dando de ombros, estava gritando por dentro.

 

– Olha, pra mim não existe essa coisa de “nada demais”! Fala logo Emi! Pode me contar qualquer coisa.

 

    Respirei fundo. Como era difícil, as consequências de ter vivido metade da vida longe da sociedade. Você aprende a guardar demais pra si.

 

– Eu meio que fui inútil na missão e... ouvi coisas que não queria do meu sensei e... enfim, foi isso – simplifiquei, entretanto tenho certeza que ela vai pedir mais detalhes.

 

– Quais coisas? – continuei em silencio – Olha se tu não abrir a boca, eu vou usar o Jutsu Transferência de Mente em você!

 

   Vish! Esqueci que o clã de Ino tem esse Kekkei Genkai.

 

– Tá bom! Ele disse coisas como: você não devia ser ninja, etc!

 

    Ela ficou boquiaberta. Se eu fosse ela, acho que também ficaria.

 

– Credo! Ele não pode fazer isso! Deixar as pessoas tristes! Quem esse cara pensa que é? – ela exclamou revoltada. Por um momento, eu quis rir. Mas então olhei pra frente e vi o nosso destino. A pedra memorial, eu podia ver o nome do meu pai escrito ali e me chateou mais ainda. Ino notou isso também – Você esta magoada não é?

 

   Aí não! Que coisa! Queria chorar de novo e sentia meus olhos molhados. Ah! Na frente de Ino não! Por que sou tão fraca assim? Isso dói. Muito. Senti uma mão no meu ombro. Ino me olhava com um olhar compreensível. Me lembrei do dia do teste, tudo o que houve, me lembrando de hoje, me pareceu mais um dia divertido com os colegas. O final do dia, quando eu estava ali..

 

– Sim.. muito – falei sem me segurar. Ino me abraçou. Solucei alto, foi impossível conter. Palavras passeavam pela minha mente de forma livre, desimpedida e dolorosa. Burra, fraca, inútil, idiota... por quê?

 

– Emi... – Ino chamou –  Por favor, não desista.

 

 

 

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    – Emi! Senti sua falta! Por que não nos avisou? – Chou veio correndo em minha direção e me deu um abraço de urso. Nem tive tempo de reagir antes de ser esmagada. Meus pés estavam fora do chão.

 

 

– Desculpa, eu não tive tempo – falei me recompondo assim que ele me soltou. Sorri imaginando que daqui a alguns minutos ele vai pedir pra gente ir para uma churrascaria ou restaurante. Então eu vi o Shika, ele estava encostado na grade de proteção da torre, de costas pra nós. Devia estar admirando a paisagem ou dormindo em pé.

 

 

     Andei até lá até estar do seu lado e me encostei-me à grade também. Ele parecia estar com sono, que novidade.

 

 

– Oi? Shika? Tudo bem? – falei tentando chamar sua atenção.

 

– Hum? Ah, oi Emi – respondeu – andou sumida. Ino quase saiu distribuindo sua foto em caixas de leite.

 

  Eu  ri. Seria engraçado se fizessem isso, sério.

 

–  Sério? Nem parece que foi tanto tempo assim. Três dias? Acho. – disse observando a vila, aquela vista era incrível, faz sentido eles gostarem tanto de vir aqui.

 

– Deve ser. E como foi a missão?

 

– Difícil. Até demais para uma Rank- C. E vocês, tiveram alguma?

 

– Não, mas vamos treinar muito de agora em diante –  o encarei confusa.

 

– Por quê?

 

– Daqui a alguns dias vamos ter o exame Chunnin. Asuma disse que vai nos recomendar, embora a gente não queira – ele disse suspirando de tédio. Eu ri, senti falta disso.

 

– ESPERA AÍ! Desde quando a gente não quer Shikamaru? Você é que não quer seu preguiçoso! – Ino veio dizendo pro nosso lado junto com Chou. Claro que Shika não iria querer tornar-se Chunnin requer esforço. – Eu vou fazer, até porque preciso subir de nível pra conquistar o Sasuke e esfregar isso na cara da testuda!

 

– Por que não fazemos um trato com o Asuma-sensei hein... – Chou começou.

 

– Ah lá vem..

 

– É serio, se passarmos no exame ele vai ter que pagar a melhor churrascaria da vila pra gente durante um mês!

 

    A gente riu muito. Mas então parei pra pensar, será que o Kakashi vai nos recomendar? Eu não queria. Mas não conseguia conter uma pequena chama de esperança quanto a isso. Era muito provável que não recomendasse, do jeito que ele era.... espera aí! Desde quando eu conhecia seu jeito de ser? Aff! Sei lá, bipolar! Não dava pra saber. Ele parece tão legal e aí se torna frio e insensível de uma hora pra outra. Eu não devia gostar dele.. não sei lidar com isso.

 

– Ô EMI ACORDA! – pulei de susto com Ino me gritando. Sentia o coração disparar, por que ela fez isso?

 

– Desculpa. O que vocês estavam dizendo mesmo? – falei respirando com dificuldade.

 

– Você estava em Off de novo! Tem Déficit de Atenção? – eu sei lá o que era aquilo..

 

– E-eu não sei – falei dando de ombros.

 

– Olha amiga, acho melhor você fazer um teste só por precaução!

 

    Eu nem mesmo sabia o que era aquilo! Será que era doença?

 

– Ta. Eu vou me lembrar disso – sorri tentando ser convincente.

 

    Durante um tempo ficamos apenas em silencio admirando a Vila Da Folha, como era um alivio estar um meio a um silencio confortável ao invés do clima pesado do time 7. Parece que quando eu falava com eles, tirava metade do peso de minhas costas. Mesmo que eu não desabafasse estar ali com eles, fazendo piadas fazia-me esquecer de tudo, fazia-me querer continuar.

 

– Gente... alguém aí esta com fome?

 

    Realmente, eu tinha os melhores amigos que alguém poderia ter.

 

 


Notas Finais


esse foi o cap, o sofrencia (kkkkk)
Quero chegar logo nos exames chunnin então estou escrevendo o máximo! Pois é ... vão acontecer coisas nos Chunnin (Misterio) Bem, nesse ponto acho que a Depressão Reativa da Emi é bem clara. n se preocupem com isso.
Enfim, como eu disse antes, é um período difícil então paciência!
até o próximo!


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