História Breathless - Que comece o Exame Chunin

Já acordei com a frase na cabeça:

 

Hoje é o dia do Exame Chunin.

 

  E eu me sinto como se tivesse sido atropelada, e ainda estava com mal estar.

 

– Ino, já disse que não precisa fazer isso! – falei pela, se não me engano, vigésima vez. Ela estava aprontando todas com meu cabelo.

 

– Ah e eu já disse que você precisa de uma repaginada!

 

   Ino já lavou meu cabelo, passou alguma coisa, lavou de novo. Cortou as pontas que ela dizia serem pontas duplas e agora embebedou meu cabelo todo com um gel que tinha cheiro doce e fazia massagem.

 

– Por quê? Eu estou bem – mentira! Eu estou horrível desde quando voltei da missão no País das Ondas. Eu até tinha reparado, mas não liguei porque estava muito ocupada afundada em um poço de lagrimas.

 

– Bem? Olha amiga, eu sei que passou por um tempinho difícil, é por isso mesmo que precisa se cuidar! Mostrar que esta melhor.

 

   Suspirei me encarando no espelho da penteadeira. Ela tinha razão, mas eu ainda tinha coisas mas importantes – exame Chunin – pra me concentrar no momento. Naruto, Sasuke e Sakura estariam lá hoje e isso me afetava. Eu não quero de forma alguma que eles pensem que estou com raiva, acho melhor até evita-los.

 

– O que é isso? – perguntei me referindo ao creme.

 

– Hidratante, passei bem mais do que devia – percebe-se.

 

– É, eu notei.

 

– Mas é porque os seus fios estavam muito secos! Têm comido direito?

 

– Bem... eu acho que sim – não sei. As vezes eu simplesmente não sinto fome. Por isso me sentia mais cansada ultimamente.

 

– Acha né?

 

  Eu ainda estou retomando minha vida, percebi que aquele dia em que estávamos subindo em arvores e eu revelei a Naruto que pensava em desistir de ser ninja foi quando tudo isso começou. Mesmo com o encorajamento, os amigos por perto e tudo mais, foi aí que se formou aquela tristeza dentro de mim. Planejo esquecer isso, mesmo que aos poucos. Agora com mamãe me apoiando, Shika, Chou e Ino. Genma-sensei e os meninos... tudo parece tão firmado. No seu devido lugar. Ainda estou me acostumando com a felicidade.

 

– Já posso lavar?

 

– Não, têm que deixar mais uns dez minutos – ela disse largando meu cabelo e tirando as luvas.

 

– Ino, você não esta com medo do Exame Chunin? Tipo, nem um pouquinho? – queria saber se só eu estou sendo paranoica. Kaede e Haruo estão ansiosos enquanto eu estou apavorada. Deve ser o ataque que sofri daqueles estranhos.

 

– Eu não! Já sei que sou uma Kunoichi maravilhosa!

 

– Eu sei, mas...

 

– Emi! Você precisa de um pouquinho mais de autoconfiança menina. – mal sei o que isso significa.

 

– Pois é... – falei meio sem jeito.

 

– Alem do mais, eu vou reencontrar o Sasuke! – ela exclamou animadamente.

 

– Por que esta gosta dele? S-se me permiti perguntar..

 

– Aí! Eu não sei responder, ele é... simplesmente incrível! – suspirou de forma sonhadora – Não sei como você consegue resistir!

 

“Simples! Porque existe o...” Aff! Pensamentos indesejados.

 

– Ah.. eu não sei.. não vejo o Sasuke dessa forma. – Ino sorriu pra mim de maneira assustadora.

 

– Então quem é que você vê dessa forma hein?

 

 – N-ninguém! – essa não! Respondi de forma rápida e defensiva demais. Que erro.

 

– Haha pode ir falando! Quero endereço, identidade, tipo sanguíneo! Diz logo!

 

– Já disse que não tem ninguém – falei baixo me voltando para o espelho. Ela riu.

 

– Ta bom! Se você não quer falar quem é o lindo e maravilhoso, tudo bem! Mas eu ainda vou descobrir, guarde essas palavras Arai. – eu ri.

 

   Hoje esta sendo um dia calmo demais para um exame, mas não podia deixar de pensar que minha mãe deve ser a única adulta que não esta pondo pressão na filha pra passar nas provas. Porque enquanto eu e Ino – na verdade, eu estava voltando do treino com minha nova equipe e encontrei-a – eu ouvi varias pessoas falando que seus filhos iam se dar bem nas provas e que seriam grandes Chunins, meio injusto, tem gente, tipo Shika, que não esta nem aí se vai passar ou não.

 

– Acho melhor lavar meu cabelo agora, temos que almoçar e ir encontrar os outros antes dos exames.

 

– Então vamos lá.

 

   E então fomos para o banheiro onde finalmente pude me livrar daquele creme todo, realmente parece que funcionou. Meu cabelo estava macio e recuperou um pouquinho da cor loira, notei também que havia crescido bastante, quase chegando na cintura. Faz tanto tempo que eu não paro pra me avaliar assim? Fiquei surpresa, sério.  Depois que acabei, achei melhor deixar secar naturalmente para não perder mais tempo, uma mudança que preciso fazer em mim mesma é a pontualidade – se eu tiver alguma –.  Não quero dar uma má impressão a minha nova equipe, embora eu já considere Haruo e Kaede meus amigos. Enfim, percebi que consertar isso não vai ser fácil, ainda mais quando tenho que esperar Ino enquanto ela procura suas sandálias durante uns dez minutos. Quando finalmente ela as achou e podemos sair de casa, quase que eu tive um treco ao olhar no relógio e ver que já eram quase duas horas. Como pode o tempo passar tão rápido assim?

    Ino e eu saímos correndo até o campo de treinamento. Só espero que ela não pegue esse habito, claro que durante o caminho eu tropecei e caí algumas vezes... mas... sou eu né.  Não demoramos muito para chegar ao local marcado, só faltava esperar os meninos chegarem. Finalmente Kaede e Haruo vão conhecer a equipe dez, confesso que estou um pouco nervosa.

 

– Hey! Vocês chegaram! – disse Chouji ao nos ver.

 

– Seus companheiros estão um pouco atrasados hein Emi? – disse Shika enquanto jogava pedrinhas no chão.

 

– Pois é... deve ter acontecido algo no caminho – falei me sentando ao lado dele.

 

   Por que eu estou tão aflita de repente? É a prova Chunin que esta mais próxima a cada segundo? Do nada, comecei a me questionar se era realmente tão importante pra mim, não que eu estivesse com vontade de desistir... mas como será que vou me sentir se reprovar? Provavelmente decepção, mas de algum jeito estou me sentindo mais forte, como se mesmo que não conseguisse me tornar Chunin, isso não seria nada demais. O que me surpreende porque é estranho estar confiante, eu sempre vivi com medo de tudo. Quando foi que eu adquiri tanta resistência psicologia? Ontem, o Neji Hyuuga disse que eu fui uma oponente digna. Até agora eu não estou acreditando. Queria ter mais tempo para ter treinando meu Kekkei Genkai, mas fazer o que... Eu não levei aquilo como elogia, porque ele disse claramente: Até que... não disse você foi.

 

 

– Cheguei parceiros! – eu sorri. Haruo sendo... ele mesmo. Os dois deram um susto em Ino, já que chegaram por entre as arvores que estavam perto dela.

 

– Ei! Vocês não chegam na hora e ainda me assustam! – ela disse. Haruo coçou o pescoço envergonhado... Aff! Por que ele tem que ser tão fofo?

 

– Peço desculpas por isso – Kaede disse – É que o Zé ali decidiu parar no meio do caminho pra comprar salgadinhos.

 

– Já gostei de você! – Chouji disse indo pra perto do Haruo, provavelmente vai pedir salgadinhos à beça.

 

– Mas a gente vai almoçar agora – eu disse. Kaede assentiu.

 

– Pois é, eu disse isso pra ele – respondeu dando de ombros – Alias, estamos sendo mal educados. Sou Kaede e aquele é Haruo, ou Zé da praça, como preferirem.

 

  Nem preciso dizer que eles ficaram confusos com o apelido, mas resolveram ignorar.

 

– Sou Ino, esse é o Chouji e aquele é o Shika. 

 

   Haruo e Chouji se deram bem pelo menos, já que pareciam entretidos falando sobre suas comidas favoritas. Shika finalmente se levantou e foi cumprimenta-los.

 

– Então... quem é que cuida de equipe mesmo? – ele perguntou.

 

– Genma Shiranui, mas ele está em missão.

 

   Ah verdade! Ele disse isso ontem quando estávamos no restaurante.

 

– É mesmo! Ele volta amanhã não é? – falei.

 

– Isso, e disse que branquela esta no comando até lá! – exclamou Haruo. Ele não perde uma chance.

 

   Senti alguém me puxar pra longe deles, era Ino.

 

– O que foi?

 

– Relatório das garotas: o Haruo tem uma carinha de fofo que dá vontade de apertar as bochechas – ela disse rindo baixo – E eu não vou mentir, esse Kaede é um gato! Dá uns pega Emi!

 

  Ah lá em! Eles devem gostar de ver meu rosto vermelho, só pode. Quero saber por que a Ino sente necessidade de falar toda vez que acha que eu devo ficar paquerando alguém! Deus! Eu não mereço...

 

– Ino! Não diga essas coisas... – Aff! Como é que para essa queimação hein?

 

– Aí eu só estou brincando, mas sério agora Emi. Eu pegaria.

 

  Que inveja do desapego dela em relação a garotos. Coisa que eu não consigo e nem vou conseguir ter um dia, por vários motivos. Mais o mais forte deles é aquele que eu não queria ter.

 

– Aí! A gente vai ou não? – Haruo chamou. Respirei fundo a fim de me livrar do rubor e então fomos.

 

  A gente, ou melhor, Ino tinha decidido ir naquele restaurante de sempre mesmo. Depois tenho que agradecer a ela, pois já estou sentindo o cheiro daquele peixe novamente. Ela realmente cumpriu o que disse sobre aderir a minha dieta. Ficou de olho no meu pedido. Não entendo muito dessas coisas, então deixei quieto.

 

– Foi o Iruka-sensei que formou a equipe, né? – Shika perguntou. Notei que ele fica sem graça quando puxa assunto, achei fofo.

 

– Foi. O cara é foda! – Haruo disse com a boca cheia.

 

– Olha a língua Zé! – Kaede repreendeu nos fazendo rir.

 

– Foi muita gentileza do Iruka-sensei nos recomendar – falei passando o vidrinho de sal para Chouji.

 

– Olha aqui, é melhor vocês cuidarem muito bem da Emi, viu? Ela é um poço de fofura raro! – me engasguei. É mania me constranger?

 

– Deixa com a gente! – Haruo disse rindo da minha cara.

 

– Não deixem ninguém insulta-la! – Chouji continuou.

 

– Não pode deixa-la sozinha por mais de vinte minutos, e ela cai umas trinta vez por dia – até você Shika? Fala sério!

 

– Lembrem-na das refeições diárias. Ah! E não deixem nosso bebê na beirada de um lugar alto em hipótese nenhuma!

 

   Alguém me mata depois dessa! Será que tem algum lugar pra eu poder enfiar minha cabeça por aqui? Pior é que eu não consigo parar de rir também.

 

– Ô Kaede! Pega um bloquinho aí que é melhor anotar – rimos mais ainda – Sério, eu não vou lembrar-me disso tudo.

 

– Não precisa disso tudo... – falei de cabeça baixa. Minha barriga doía de tanto rir.

 

– Tudo bem, a gente vai tomar conta dela direitinho. Não precisa se preocupar – Kaede entrou na brincadeira! Mas sinceramente, é ótimo ouvir isso. Significa que tenho amigos verdadeiros.

 

 

 

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– Aí caramba! – Haruo disse assim que estávamos a penas alguns metros da academia. Alguns Genins estavam parados nos portões.

 

– O que foi Haruo?

 

– Nada não, é só que me deu um nervoso agora! – ele disse respirando fundo. Kaede deu um tapa em seu ombro.

 

– Qual é cara? Nunca vi o Zé da Praça desse jeito – não ria Emi! Força, não ria!

 

– Ei Haruo, esta tudo bem. É só uma prova como qualquer outra – Ino disse. Ele assentiu.

 

– Tem razão, vamos lá.

 

 

   Eu nunca tinha visto a academia tão lotada. Tinha muita gente ali dentro, gente da aldeia da folha que eu nunca sequer tinha visto antes. Alguns tinham olhares assustadores, o que me fez relembrar do dia em que fui atacado por aquele ruivo estranho. Fiz o possível para não deixar transparecer o medo de reencontra-los, assim como reencontrar aquela equipe que atacou Chouji. De acordo com que estava no formulário, devemos ir para a sala 301. Foi meio difícil subir com toda aquela gente no caminho, mas ainda sim conseguimos. Só tinha um pequeno problema: Ninguém lembrava onde ficava a bendita sala.

 

 

– Eu acho que é por ali... – disse Ino alheia a sua fala.

 

– Você disse isso já disse isso umas três vezes mulher! – Haruo exclamou nervoso.

 

– Mas... sei lá... parecia que era! – ela rebateu.

 

– Talvez devêssemos perguntar a alguém – sugeriu Chouji. Não sei não.

 

   Olhamos em volta vendo um grupo de Genins, mas quando Chou ia perguntar a eles, os mesmos nos deram um olhar ameaçador. Tão ameaçador que fez com que nós nos afastássemos correndo.

 

– É... eu acho que não é uma boa ideia não – falou Kaede.

 

– Mas e se a gente... – Shika ia dizer algo, mas foi interrompido por uma barulheira vinda de um corredor próximo a nós.

 

   Todos se entreolharam e naquele momento tive certeza de que estavam combinando de ir ver o que era aquilo, mas eu, com medo não queria ir. Só que eu não tive tempo de dizer isso para eles porque todos foram se aproximando de maneira cautelosa até as paredes da entrada do corredor, se escorando lá. Fui também né, fazer o que!

     Eu já havia formado uma teoria de que aquilo era uma briga, agora tive certeza. Tinham dois garotos mais velhos na frente da porta, provavelmente dava acesso ao andar da sala 301. Eles batiam em quem se aproximava....mas aquele era... não! Era o Lee! Ele estava apanhando daqueles brutamontes. Mas e Neji? Não vai fazer nada?

 

– Lee!  – antes que eu pudesse ir ajuda-lo, alguém me segurou. Aquele frio... com certeza era o Kaede. – Me solta!

 

– Emi! O que esta pensando? – ele perguntou aborrecido.

 

– Emi, se você for lá desse jeito, já era pra tu minha filha! – Haruo disse.

 

– Vamos mesmo o deixar apanhar assim? – perguntei me soltando.

 

 – Problemático... esse altruísmo deve dar um de um milhão – Shika disse.

 

– Hey? Você viu as habilidades do sobrancelhudo naquele exercício? Ele e o Neji poderiam muito bem acabar com aqueles otarios. Se não fazem isso, é porque não querem.

 

   Suspirei tentando acreditar, de alguma forma ele estava certo. O Hyuuga pode muito bem lidar com aquilo sozinho, mas o ruim era que ele não fazia nada. Por quê?

 

– Por que iriam querer ser derrotados? – preciso de uma explicação melhor pra não ir correndo lá agora mesmo.

 

– Talvez porque não é uma boa ideia arrumar confusão no inicio do teste – respondeu Shika. Chou concordou.

 

– E também eles devem querer esconder suas habilidades, isso é comum entre os ninjas. Não vamos adicionar lenha à fogueira Emi, ainda somos Genins e não conhecemos aqueles doidos – Ino adicionou. Ok, agora faz sentido. Mas eu ainda estava me sentindo mal.

 

– Tudo bem.

 

– Então vamos, não podemos nos atrasar. – Kaede disse. Assenti.

 

– Olha que ainda nem deu três horas, mas vamos né – Ino disse. Ouvimos mais barulhos vindos daquela confusão.

 

– Não quero gastar energia, temos que evitar aquela briga, alguém sabe outro caminho para a sala? – estranhei, pois tem pouca gente ali. Se for o terceiro andar, não deveria estar lotado de Genins se matando pra entrar na sala?

 

– Estamos mesmo no terceiro andar?

 

– Como assim? – Haruo e Ino perguntaram.

 

– É, se bem que... só subimos dois lances de escadas – Kaede analisou. Então aqueles meninos...

 

– Genjutsu. – constatou Shika. Por que aqueles garotos estavam tentando atrasar os outros?

 

– Mas por quê? – perguntou Chou.

 

– Não sei, mas temos que achar outro caminho urgentemente.

 

 

 A questão é: Qual caminho?

 

– Gente, acho que já sei – disse Ino olhando para a janela.

 

Ah não... por que tudo tem que ser tão difícil?

 

 

 

 

 

 

 

  Se não fosse apenas uma ilusão de pânico da minha cabeça eu diria que levamos horas pra conseguir subir até o terceiro andar, tivemos que sair pela janela, andar nas beiradas do lado de fora e entrar por outra janela para acharmos outra escada que nos levaria ao terceiro andar, ou pelo menos eu acho que levaria. Foi aterrorizante olhar para baixo enquanto estávamos lá fora, mas Haruo ficou me distraindo com suas piadas.

 

– Acho que agora estamos no caminho correto – Haruo foi o ultimo a entrar. Quase que se mata para pular a janela também.

 

– É sim, tem que ser – Ino respondeu já subindo. Nós a seguimos. Que silencio estava ali, ninguém dizia nada e aquilo me deixava nervosa.

 

   Logo no topo da escada vimos a porta da sala 301. Finalmente!

 

– Aí gente! Olha ali a bendita sala! Vamos nessa! – vi algo vindo do outro lado do corredor, levei alguns segundos para ver direito, mas assim que percebi puxei Haruo de volta para a escada.

 

   Era o garoto ruivo e os seus irmãos... porque vida? Por quê?

 

– Não vão ainda – falei.

 

– Emi, já vai dar três horas – Ino alertou. Olhei novamente para os estranhos, por que eles não podiam simplesmente parar de falar e entrar na sala?

 

– Não enquanto aquele cara não sair dali. Emi tem razão, ele é perigoso – Kaede disse me deixando chocada. Ele atacou Kaede também?

 

– Você também? – perguntei.

 

– Infelizmente, aquele maluco com a cara pintada tentou me atacar com as marionetes dele.

 

   Haruo espiou cautelosamente eles.

 

– Estão entrando e... meu Kami! Aquilo de maquiagem roxa é homem ou mulher? Que baitola velho...

 

   Tentamos segurar o riso, com muito suor e esforço conseguimos. Mais ou menos. Ficamos ali por só mais uns dez segundos até Haruo anunciar que entraram então todos criamos coragem e fomos. Confesso que quase gritei de susto ao entrar naquela sala.

   

   Estava cheio de pessoas que nem de longe eu adivinharia que são Genins, e por falar em de longe... lá estavam as duas equipes que mais me amedrontavam naquele exame. Os ninjas que atacaram Chouji e a equipe do ruivo. Meu Deus será que o examinador deixa a gente ir ao banheiro antes?

 

– Ai. Meu. Deus – Ino disse pausadamente.

 

– Não se deixem abalar, se não iremos nos tornar alvos fáceis – Kaede disse. Eu tenho que me lembrar de pedir para ele a receita pra conseguir se manter calmo em horas como essa!

 

– Falar é fácil! – respondeu Ino.

 

– Vamos ficar lá no canto? Me parece mais seguro – Haruo disse sugerindo. Concordei de imediato.

 

– Vamos – Kaede concordou. Antes que pudéssemos ir, Ino deu um gritinho do nada e correu para a porta novamente.

 

   Essa não! O time 7 chegou... o que eu vou dizer meu Kami?!

 

– Mimi, esta tudo bem? – perguntou Haruo. Meus colegas estão aqui, não posso decepciona-los com nostalgia agora.

 

– S-sim. Eu estou... é só que... aqueles são a minha antiga equipe – falei baixo. Mas tenho certeza que ouviram.

 

– Quer se afastar? – disse Kaede. Neguei. Não vou ficar fugindo, e seria falta de educação não cumprimenta-los.

 

– Não. Vamos lá.

 

  Fomos para perto deles vendo Ino pular nas costas de Sasuke.

 

– Sasuke! Onde você estava? Nossa, você não tem ideia do quanto eu desejei que você viesse! Eu estava com saudade de olhar pra sua cara séria!

 

   Como ela consegue? E parece que irritou Sakura.

 

– Sua nojenta! Dá um fora daqui! Ele é meu! – Sakura gritou com uma veia saltada na testa.

 

– Senhorita Testuda! Deixaram você entrar? Ainda tem uns franzidos nessa sua testa de marquise pelo visto! – eu não sei o que é ciúme, mas deve ser uma emoção muito forte pra fazer com que elas esquecessem que estamos diante de uma plateia mortal.

 

– Deixa a minha testa fora disso! – a Haruno rebateu. Não vou mentir, não gostei que Sakura chamasse Ino de nojenta. Embora seja por causa dessa paixão maluca pelo Sasuke, ela ainda era minha amiga.

 

– Ah são vocês – Shikamaru disse chamando a atenção deles para nós – Eu sabia que isso ia ser complicado, mas não achei que fosse ser tão careta.

 

– Então os três patetas vieram?

 

– Aí, quer saber idiota... Ah esquece, você é perda de tempo.

 

   Gente pra que isso? Não somos todos amigos? Quer dizer, fomos colegas na academia, cadê a cumplicidade?

 

– Ora ora! Quem diria! Parece que a gangue toda se juntou de novo! – me virei vendo Kiba ali com Hinata e Shino. Agora sim, só os novatos.

 

– Ah.. oi Naruto... – Hinata disse desviando o olhar. Que fofo!

 

– Vocês também hein? Cara estamos todos aqui para essa estupidez – Shika comentou.

 

–Pois é! Estamos aqui, os dez novatos, com adição daqueles estranhos ali – Kiba disse apontando para Haruo e Kaede. Hoje todo mundo resolveu insultar todo mundo né?

 

– Olha como fala hein Inuzuka! Não esquece que sem seu cachorro você não é nada – Kaede retrucou irritando-o.

 

– Quem são vocês? E porque esta aqui Emi? – Naruto perguntou.

 

– Naruto, esses são Kaede e Haruo. Minha equipe.

 

   Foi um baque para ele de certa forma, eu esperava que fosse. Só não queria que ele pensasse mal de mim.

 

– S-sua equipe?

 

– É...

 

 – Me desafiando hein? Isso vai ser divertido! – continuou Kiba quebrando aquele clima – Pelo menos para quem é bom o suficiente pra vencer, certo Sasuke?

 

– Kiba, cuidado pra não ficar muito confiante.

 

– Espere só, nós vamos acabar com vocês. Nós treinamos feito loucos.

 

   Eu não queria ficar ali naquela discussão, eu sabia que ver eles novamente iria me atingir. Só que agora me sinto forte, o melhor a fazer é ficar longe e evitar aquilo.

 

– Vamos lá para o fundo agora? – falei chamando a atenção de Kaede e Haruo. Eles assentiram.

 

– Vamos, por que esses caras estão me tirando do sério.

 

   Saímos sem sermos notados pelos outros. Foi um pouco trabalhoso para chegar nas mesas do fundo, mas conseguimos. E era legal, porque ficava do lado da janela. Então ficamos observando o lado de fora.

 

– Você teve algum tipo de briga com eles? – Haruo perguntou, percebi que ele tentou ser o mais sutil possível.

 

– Não. Não foi bem isso...

 

– Então o que foi Mimi? Acha que a gente não notou aquele clima tenso lá? – ele insistia – Pode nos contar qualquer coisa.

 

  Eu não sei por que exatamente, mas foi o que fiz. Resolvi abrir o jogo e contar tudo que tinha acontecido desde que fui designada para a equipe 7. Somos amigos, então temos que ser honestos uns com os outros, era nisso que eu pensava. Falei até sobre meu surto e o que aconteceu depois, tinha medo do que eles iam pensar de mim, mas acreditava que não ia ser nada de mal. Sei lá, essa coisa de autoconfiança é algo novo pra mim.

 

– E foi isso.. – finalizei analisando suas reações.

 

– Mimi, eu sinto muito.. mas

 

– Mas nada – olhamos pare Kaede – Você não tem que ficar triste se eles não te aceitaram. A única pessoa na qual você necessita de aprovação é você mesma.

 

– Só não sei como... – Haruo sorriu.

 

– Esta certo Mimi, eu te digo como. Fazemos essa prova, damos duro, nos tornamos Chunin e mostramos nossa força! Prometo que sempre iremos lutar uns pelos outros, ou eu não sou o Zé da Praça!

 

  Ri, é simplesmente impossível não ficar alegre perto deles. Haruo e Kaede me fazem me sentir aceita, isso é algo indescritível.

 

– Ele esta certo. Somos companheiros, mais que isso, somos amigos. Não vou deixar vocês chutarem o balde.

 

– Ta vendo? A branca de neve ama a gente! – rimos – Somos a Aliança Chunin?

 

   Ele disse erguendo o punho. Kaede e eu também erguemos os nossos fazendo um toque com ele.

 

– Somos Zé da Praça. Claro que somos.

 

 

–AÍ! MEU NOME É NARUTO UZUMAKI! E EU VOU DERROTAR TODOS VOCÊS!

 

   Nós batemos a mão na teste. Sério! O que ele tem na cabeça? Esta colocando não só a sua vida, como a de sua equipe em risco!

 

   Mas o que estava?... Ah não! Aquele grupo do som de novo.. estavam atacando eles.

“Não se envolva Arai! Eles têm que arcar com as consequências de seus atos, não posso ficar salvando as pessoas sempre!”

    Lutei para me manter sentada e não ir até lá. Por que tão difícil?

De repente me assustei com um estrondo forte. Uma nuvem de fumaça estava no meio da sala agora. Chegaram os examinadores... é isso?

 

– Muito bem seus degenerados com cara de bebe, relaxem e escutem – ouvimos uma voz em meio a fumaça que logo se dissipou revelando não só um, vários examinadores – Vamos começar. Sou Ibiki Morino, seu sensor, e a partir de agora, seu pior inimigo.

 

    Só que que arrepiei? Ou esta morrendo de medo?