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História Breathless - Novo sensei


Escrita por: AlyHatake

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 3 - Novo sensei


PDV Emi
Eu andava em círculos pelo meu quarto, estava eufórica. Ontem, havia visto as nuvens com Shikamaru e Chouji, estava animada em ter novos amigos. Esperava ansiosamente para vê-los hoje e olha que ainda eram 7:30, mas eu realmente queria conversar com eles. O fato de andar com eles, fazer piadas e ouvi-los dizer que também sou amiga deles era incrível. Agora eu tinha uma chance de não estar mais sozinha, ontem havia sentido uma adrenalina nas veias ao aceitar ver as nuvens.  Nunca havia ido fazer algo assim e foi bom. Devo dizer que também há chance de eles esquecerem que eu existo assim como todos fazem, mas tento não pensar nisso. Olhei no relógio novamente, 7:40. Quase dei um grito, mas minha mãe me mataria, então me segurei. Já havia tomado banho e me arrumado à tempos, devido a ansiedade. Peguei a bandana que estava na escrivaninha e entrei no closet. Havia um espelho na parede de lá. Fiquei me perguntando onde devia colocar aquilo, pensei em diversos lugares, mas queria ir logo para a academia e experimenta-lá demoraria tempo demais. Então enfiei dentro do bolso do casaco e sai correndo de dentro do quarto. Quando estava já no fim da escada, ouvi a voz que me fez gelar no lugar.

— Por que toda essa animação Emi?— mamãe perguntou. Ouvi seus passos se aproximando.  Tinha de pensar rapidamente em uma desculpa.

— É que eu quero saber quem será meu sensei! — disse me sentindo culpada. Eu odiei mentir. Mamãe apenas assentiu.

— Quero que você venha para casa o mais cedo possível. Vamos fazer uma limpeza — ela disse passando direto por mim. Essa não! Por que logo hoje? Ela não tinha que trabalhar?

— Mamãe, a senhora não trabalha hoje? — perguntei tentando soar o mais normal possível. Ela me lançou um olhar ferino.

— Hoje não. Por que Emi? Por acaso queria fazer algo?

Essa não!

— N-não mamãe! Não é isso!

— Esta escondendo algo? Saiba que se começar a se unir a gentalha, não precisa mais voltar! — suas palavras me machucaram. Será que era tão fácil assim para uma mãe se livrar de uma filha?

— Mamãe, me perdoe. Não estou escondendo nada.

Ela se virou para mim e sorriu.

— Vou leva-la para academia hoje — mamãe disse se virando para pegar seu casaco.

— P-podemos nos apressar? — eu digo com medo de sua resposta. Mamãe franziu o cenho, tenho certeza de que isso não era um bom sinal. Então apenas abaixei a cabeça. 
Tomei um copo de chá de camomila, estava quente e docinho. Sempre amei fazer e tomar chá. Era um dos meus passatempos favoritos. Porém, eu tomei apressadamente como um fugitivo. Tentava tudo para chegar mais cedo possível, mas isso não parecia dar certo, pois mamãe, ainda desconfiada, queria me atrasar o máximo que der.
Quase gritei de felicidade quando finalmente saímos de casa. Mesmo andando devagar, eu não me deixava abalar. Outra coisa ótima é que hoje seremos divididos em grupos para servir, é uma ótima oportunidade para conhecer novas pessoas e quem sabe fazer amigos, talvez eu até ficasse no grupo de Shikamaru. Tomara. Minha mão torcida estava um pouco dolorida, me amaldiçoei por ter esquecido de tomar remédios para dor. Pode ser que o osso estivesse até fora do lugar, mas mamãe não me levara ao médico por algum motivo. Durante o caminho, fui chutando umas pedrinhas no chão, fingindo que elas eram todos os meus pensamentos negativos. Tinha que sorrir, afinal eu era Gennin. O caminho todo da academia até minha casa e vice versa durava ao todo, uns dez a vinte minutos, isso caminhando. Claro que haviam uns que preferiam ir pulando de telhado em telhado, eu sempre quis fazer isso, mas não podia pois mamãe achava que isso era coisa de não civilizados e vândalos. Não que eu concordasse, mas era mamãe quem mandava e eu apenas obedecia. Tentei conversar com ela durante o caminho, mas tudo que recebia de volta eram respostas rápidas e frias. Então desisti.
Logo estávamos em frente à academia, por algum motivo eu me sentia vigiada, olhei várias vezes para os lados e nada.

— Tome cuidado com os outros — alertou mamãe já se virando para ir.  Sorri, mamãe e suas preocupações.

— Sim mamãe, até mais tarde.
Me virei respirando fundo. Agora seria a hora de encarar os outros, não podia negar que sentia um medo imenso de que minha equipe me rejeitasse ou até mesmo me agredisse. Do jeito que todos me tratavam, nada era impossível.
Entrei na área vendo alguns filhos se despedindo dos pais, por alguma razão isso me deprimiu um pouco, mas logo levantei a cabeça. Acho que eu teria que mostrar uma atitude mais positiva se quiser que os outros gostem de mim, sair do meu canto escuro. Claro que seria algo difícil, foi comprovado que meu coração acelera só de pensar em conversar com alguém desconhecido, mas acho que eu posso aguentar. E também havia os professores. A idéia de ser vigiada vinte e quatro horas por dia por um adulto não me agradava muito, eu já havia ouvido nomes de Jounnins famosos, isso porque mamãe me contava. Ela trabalhava na organização dos arquivos do prédio Hokage, ou seja, três vezes por semana ela ajudava a organizar papéis o dia inteiro. Por isso ouvia ou até mesmo os via. Os Jounnins devem realmente ser incríveis.
Fiquei pensando tanto nisso que nem notei que já estava no corredor em frente à porta da sala. Suspirei novamente — nossa! Talvez eu suspire demais! — e entrei na sala. Mas paralisei ali mesmo, era como se meu corpo tivesse sofrido um choque muito forte que chegou a me paralisar. A cena que eu vi foi forte, talvez demais pra mim. Senti uma vontade enorme de rir, mas mordi o a boca, é sério! A cena foi cômica.

Naruto e Sasuke se beijaram.

Eu corri para a minha mesa, e olhei novamente para eles. Estavam cuspindo e amaldiçoando um ao outro, foi hilário. Tentei ao máximo segurar o riso, mas estava sendo quase impossível, ainda mais quando todos os outros alunos estão rindo como hienas, menos as garotas, ah estas estavam irritadas. E muito. Afinal, por causa da beleza, quase todas as garotas eram apaixonadas por Sasuke. Acho que nunca vou entender isso.

Elas partiram para cima de Naruto. Eu fiquei feliz, não por ele estar tomando uma surra. Mas sim porque ele de alguma forma passou. Estava até com a bandana. Depois do massacre que houve, o pobre Naruto estava vendo estrelinhas, havia apanhado de todas as meninas da sala. Fiquei com pena. Sei que é feio ter pena das pessoas, mas não pude evitar. Vi Shikamaru sentado ao lado de Chouji de cabeça baixa, dei um aceno para Chouji que acenou de volta, eu poderia ir lá dar um bom dia para Shikamaru, mas não queria interromper seu sagrado sono.  Alguns minutos mais tarde Iruka-sensei finalmente chegou.

— Bom dia a todos — ele cumprimentou — bom, agora que são gennins, vocês irão fazer missões em grupos junto com um jounnin, um ninja de elite. Eu vou ditar os membros dos grupos, a maioria é de três, mas esse ano teremos de quatro por causa do número de alunos esse ano.

Um grupo de quatro? Para mim esta tudo bem, contanto que trabalhemos como uma equipe, vou ficar feliz. Então Iruka começou a ditar os grupos, até agora eram só de três, talvez ele fosse deixar o de quatro para o final. A cada grupo, minha ansiedade aumentava, quando percebi já estava tremendo. Toda vez que ele iria falar um nome, eu me preparava, talvez pudesse ser o meu, mas já haviam se passado seis grupos e nada. Talvez ele tivesse esquecido de mim. Já estava quase perdendo as esperanças quando Iruka continuou:

— Time 7, Naruto Uzumaki, Sakura Haruno... — Naruto gritou de felicidade, ri com isso. E Sakura pareceu ter se esvaído — Sasuke Uchiha — dessa vez Sakura se animou e Naruto ficou vermelho de raiva. Não entendo essa competição dos dois — e Emi Arai. 

Suspirei. Estava em choque total. De repente comecei a sentir um mal estar repentino. Eu num time com Sakura? Estou acabada. Quando percebi, estava com a mão na cruz da minha correntinha. Tentei achar um motivo para sorrir, mas não consegui.

— Hey! Emi! Vamos estar no mesmo time! — ouvi Naruto gritar, mas não consegui olhar na sua direção, tenho a absoluta certeza de que meu rosto está escarlate. Vamos lá! Eu preciso de cinco segundos de coragem.

— I-Iruka-sensei, posso. .. ir ao banheiro? — perguntei. Não levantei a mão porque senão todos veriam a minha tremedeira.

— Ah claro Emi — disse meio confuso. Sai em disparada para fora da sala. Precisava de ar, e naquele momento, todo o ar daquela sala parecia ter sumido.

Corri pelos corredores até chegar na porta do banheiro. Entrei o encontrando vazio, agradeci mentalmente por isso. Me olhei no espelho vendo minhas bochechas vermelhas. Eu não posso voltar assim, não consigo. Joguei um pouco de água no rosto tentando melhorar a situação, mas não fez efeito nenhum. Tentei me acalmar, focando na minha respiração, em fazer o ar entrar em meus pulmões. Parecia funcionar, não me sentia mais tão trêmula, mas aquele mal estar ainda estava lá para me incomodar.

Resolvi tentar ignorar o máximo que der. Não queria me sentir tão triste, no entanto, Sakura estava no meu time e isso dificultava as coisas. E Sasuke? Oh Deus, ele humilhava qualquer um que desse lhe um mínimo “oi”. Realmente eu estava perdida. Pelo menos Naruto estava lá e isso era bom, eu acho. Sai do banheiro lentamente afim de atrasar minha chegada à sala, me achei ridícula quanto a isso mas não pude segurar. O banheiro ficava apenas a quatro salas antes da nossa. Okay, 1,2,3 e já estava de frente a porta. Abri logo de vez, não queria enrolar porque se não ficaria ali para sempre. Vi um Naruto emburrado, uma Sakura irritada e um Sasuke indiferente. Releve, apenas releve. Segui para a minha mesa sem que ninguém notasse, era a primeira vez que eu agradecia por ser invisível. Voltei a escutar Iruka-sensei como se não houvesse acontecido.

— Vocês encontrarão o seus novos senseis na sala de aula depois do intervalo — só foi ele dizer isso que ouvimos o típico som do sinal indicando que era hora do almoço. Quando fui pegar o dinheiro que estava no meu bolso, senti uma pontada forte de dor no osso. Meu pulso começou a latejar, tentei não fazer uma careta de dor.

— Emi você está bem? — ouvi a voz de Chouji perguntando. Me virei vendo ele e Shikamaru na frente da minha mesa.

— E-estou.

Shikamaru não parecia muito convencido com minha resposta. Ele estava olhando para meu pulso, o qual eu apertava firmemente na tentativa de diminuir a dor.

— O que aconteceu? — ele perguntou apontando para o machucado.

— Nada — respondi rapidamente desviando o olhar. Novamente mentindo, me sentia péssima.

— Tem certeza Emi? Seus dedos estão roxos! — Chouji disse. Olhei alarmada para minha mão e realmente estavam roxos, quase azuis!

— O que aconteceu com essa mão? — Shikamaru perguntou. 

— Eu torci — a dor parecia aumentar a cada momento, senti meus olhos arderem. Shikamaru suspirou. 

— Vem — ele disse pegando minha outra mão. Dessa vez senti meu rosto arder.

— P-pra onde?

— Ao hospital antes que isso piore — ele disse me puxando sala afora. Eu não podia. Além disso, eles iam perder a hora do almoço por minha causa.

— Não. Esta tudo bem, vocês vão acabar perdendo o almoço — falei tentando inutilmente me soltar. Chouji sorriu e pôs a mão em meu ombro.

— Os amigos são mais importantes! — senti um choque em meu corpo e me deixei ser levada sem oposição.
Durante todo o caminho até o hospital, a frase de Chouji parecia se repetir milhares de vezes em minha mente. Eu tinha amigos! Não poderia estar mais feliz! Agora eu não preciso mais ficar sozinha. Estava elétrica, mas tentava não demonstrar, embora meu sorriso denunciasse isso. Nunca fiquei tão feliz, ria ouvindo Chouji falar de comida e Shikamaru dizer que isso era problemático.

******** ****

— Isso acontece. As vezes as torções podem piorar com a falta de cuidado — abaixei a cabeça assim que a ninja médica disse aquilo, me sentia envergonhada. Ela estava curando meu braço com jutsu médico e eu estava como uma idiota admirando aquilo. O Chakra verde fluía de suas mãos e envolvia meu braço — porque não veio assim que se machucou?

— É isso que eu estou tentando descobrir — disse Shikamaru que estava apoiado na parede ao lado de Chouji. Lhe mandei um olhar de repreensão, mas ele não parecia se importar.
A médica afastou suas mãos de meu braço fazendo o Chakra desaparecer.

— Isso é incrível — murmurei baixinho. A médica riu e me entregou duas caixinhas de medicamentos.

— Tome esse pela manhã e esse pela noite, todos os dias até que se sinta melhor — ela disse apontando para os mesmos. Deixei que colocasse uma nova faixa em meu braço e desci da cama na qual estava sentada.

— Obrigada — agradeci. Ela sorriu

— Volte na semana que vem. Quero fazer alguns exames para ver se esta tudo bem mesmo.

Assenti, mesmo não sabendo se eu poderia mesmo vir. Nos despedimos dela e seguimos para a academia. Durante o caminho, Chouji reclamava do hospital.

— Não acredito que não dão comida para os visitantes, e lá também tem aquele cheiro horrível de hospital e também a água tem gosto estranho!… — Ele falava sem parar. Era incrível como ele começava e não parava mais, estávamos no portão da academia e ele ainda falava quando eu e Shikamaru resolvemos intervir:

— JA ENTENDEMOS CHOUJI! — nós praticamente gritamos juntos fazendo o pobre garoto se assustar. Quando já estávamos lá dentro, olhei para um relógio redondo que tinha na parede. 

— Ainda temos uns vinte minutos para o almoço — falei os olhando. Chouji sorriu. Então passamos na cantina e compramos uns bentos, logo depois fomos para uma torre, onde encontramos uma Ino extremamente irritada. Estremeci, aqui vamos nós.

— AONDE É QUE VOCÊS ESTAVAM?! TEMOS QUE ENCONTRAR NOSSO SENSEI DAQUI A ALGUNS MINUTOS SEUS IDIOTAS! NÃO PODEM SUMIR ASSIM! — e então ela me viu — E O QUE ESTA ESTRANHA ESTA FAZENDO AQUI?!

— Hey! Baixa a bola Ino — Shikamaru falou tranquilamente.

— E não fale assim da Emi! — disse Chouji. Sorri, ele era tão fofo. Ino bufou e cruzou os braços. Me sentei no banco e comecei a comer. 

— Não acredito que você, logo você ficou no time do Sasuke! E ainda tem aquela testuda!— ela disse irritada. Respirei fundo e resolvi abrir o verbo.

— Olha Ino, não tem que se preocupar comigo. Não gosto do Sasuke. 

Ela me olhou surpresa.

— Sério?

— É-é… claro que eu não o odeio, quer dizer, eu acho ele um bom ninja, mas só isso — Ino assentiu como se me entendesse.

— Que bom. Uma rival a menos — ela disse convencida. Sorri. — e por falar no Sasuke, cadê ele? Estava na janela agora pouco. Ai o Naruto apareceu e se jogou em cima dele. — engasguei com a comida. Então o caso deles é sério mesmo — depois o Sasuke saiu pela janela e sumiu!

— Aff! Como são problemáticos — Shikamaru disse.

— Tudo para você é problemático Shikamaru — falei brincando. 

— É isso aí Emi! Já gostei de você! — Ino disse. Não consegui conter o sorriso. Já Shikamaru, bufou.  Comemos em silêncio por alguns instantes até que Ino falou:

— Hum... Emi? — ela estava meio vermelha. Deus! Ino envergonhada! O mundo ja vai acabar? — Eu estava pensando, ja que você vai passar um tempo com Sasuke, você não podia... sei lá, jogar uma idéia para ele?

— Ahn? Eu não entendi.

— Ela quer que você fale bem dela para ele — Shikamaru disse terminando a comida.

— Eu não sei, nós nunca nos falamos — Ino abaixou a cabeça— ma-mas se houver uma chance, pode contar comigo! — falei tentando contornar a situação. Ino sorriu e fez o inesperado: me abraçou!
Deus! Eu não sabia que um homem podia mecher tanto com a sanidade de uma mulher. Ela apertava tanto o meu pescoço que me deixava sem ar, e também dizia “obrigada” repetidamente.

— Ah Ino, vai mata-la desse jeito! — Shikamaru disse. O sinal tocou me assustando.  Ino me largou e sorriu.

— Vamos nessa — ela disse com o sorriso contagiante.

Deixamos a torre com a lamentações de Chouji, que disse que queria mais tempo para comer, me senti meio culpada por tomar o tempo deles com a mão torcida, mas não falei nada, tinha que me esforçar para não ser um estorvo. Andamos pelos corredores até chegar na sala em que encontrariam o sensei deles. Shika — Que ele disse que era seu apelido e podia chama-lo assim se quiser— me desejou boa sorte, Chouji também e Ino me lembrou de jogar as "idéias". Eu não consegui conter os sorrisos, não acredito que Ino gostou de mim. Talvez agora eu teria uma amiga para fazer festa do pijama, ou comprar roupas. Não podia estar mais feliz. Logo cheguei em frente à sala e entrei.

— Nossa Emi! Pensei que você não viesse mais hehe! — disse Naruto sorrindo. O sorriso dele era contagiante. Apenas acenei, Sakura estava com as mãos na cintura me olhando irritada e Sasuke estava sentado na segunda mesa, em seu estado normal de ser. 

— Onde você estava? — Sakura perguntou. Andei até a primeira mesa da última fileira e me sentei. Eu não sei se devo dizer à Sakura o que estava fazendo.

— N-na torre — falei esperando sua reação. Ela ia dizer algo, mas um barulho chamou nossa atenção. Todos olhando a tragédia prestes a ocorrer: Naruto estava colocando um apagador em cima da porta.

— Naruto! O que pensa que está fazendo? — Sakura exclamou. Naruto deu uma risadinha malévola.

— Isso vai ensina-lo a não se atrasar mais! — Ele respondeu descendo da cadeira. Suspirei tentando contar uma risada. Só o Naruto mesmo.

Sasuke bufou.

— Ele é um Jounnin. Um ninja de elite. Acha que ele iria cair nessa?

Sinceramente, ele poderia. Mesmo sendo um Jounnin, uma irresponsabilidade dessas com horário é mal sinal. No entanto, o clique da maçaneta interrompeu meus pensamentos, mal notei que minhas pernas estavam tremendo, ansiedade. Para nossa surpresa, o Jounnin não desviou do apagador, deixando que sujasse os cabelos prateados. Fiquei atordoada. Ele cobria quase todo o rosto. Usava uma máscara e bandana, só deixando o olho direito à mostra. Senti meu rosto esquentar. Ele pegou o apagador do chão e nos olhou.

— Bem, a minha primeira impressão de vocês é.… são todos idiotas — sua voz me causou tanto arrepio que nem notei que havia nos insultado. Desviei o olhar — Quero todos no telhado agora. 

E em seguida desapareceu numa nuvem de fumaça. Um jutsu de teletransporte? Talvez.
Sakura deu um cascudo em Naruto dizendo que era culpa dele e logo depois se virou para Sasuke com um sorriso doce e o chamou para ir. Franzi o cenho. Era estranho!

— Hey! Não ouviu o que ele disse? Vamos logo! — ela gritou para mim. Me levantei lentamente sentindo aquele horrível mal estar de novo. Eu não queria subir, queria ficar aqui e não ter que encarar aquele homem de novo. Mas ainda sim éramos uma equipe, então fui.
A cada passo que dava para subir os degraus da escada era um sacrifício. Meu coração já estava tão acelerado que eu podia ouvir o bombear do sangue nos ouvidos, era torturante. Logo estávamos em frente à porta de acesso ao telhado, esperei todos irem primeiro para ganhar tempo, mas Naruto, por algum motivo, me chamou agarrando meu braço e me puxando. Então o vi novamente, estava sentado no corrimão de proteção na beirada do local. Na luz do sol deu pra ver direito, seus olhos eram cinzentos, quase negros. Seu cabelo, praticamente, desafiava a gravidade, e de alguma estranha maneira, ficava legal nele. Eu não sabia o que pensar…. ele era… lindo. Espera! O que?! Emi o que você está pensando?
Não tive tempo para me xingar mentalmente por que Naruto me puxou para o chão, só então vi que todos haviam se sentado nos degraus da pequena escada. Me sentei  degrau acima de Naruto e mantive meu olhar no chão. 

— Bom, agora que estão todos aqui, por que não se apresentam? — sua voz fez em mim o mesmo efeito que uma brisa gelada faria. Continuei fitando o chão e ignorando a queimação nas minhas bochechas. 

— Apresentar? Mas o que devemos dizer? — Sakura perguntou. Deus! Como ela podia continuar gostando do Sasuke quando um homem desse aparece em sua frente? Espera!… Ah! Meus pensamentos impuros de novo!

— Ah vocês sabem, o que vocês gostam, o que não gostam, hobbies, sonhos para o futuro. Essas coisas — Essa não! O que eu ia dizer!

— Ahn por que você não vai primeiro? Aí a gente vê o que dizer — sugeriu Naruto. Fiquei ansiosa.

— Eu sou Kakashi Hatake, o que eu gosto e não gosto… ah não to afim de falar pra vocês! Sonhos pro futuro, bem eu nunca pensei nisso. Quanto a hobbies, eu tenho poucos hobbies. 

Eu não chamaria isso de apresentação.

— Isso foi inútil, tudo o que ele nos disse foi o nome! — Sakura disse baixinho. Eu assenti, ela não poderia estar mais certa.

— Eu sou Naruto Uzumaki! Eu amo Lamen, ainda mais quando o Iruka-sensei me leva no Ichiraku! Mas eu odeio os 3 minutos que tem que esperar depois de por a água! Meu sonho é ser Hokage, o maior de todos! Assim a vila inteira vai me respeitar! — Naruto se apresentou. Sorri, ele era tão determinado.

— Próximo — Kakashi disse indiferente.

— Eu sou Sakura Haruno, o que eu gosto… bem a pessoa que eu gosto é. .— Sakura corou e deu uma risadinha — meu hobbie é .. .— mas uma risada — e meu sonho é ….HÁ! — terminou com um gritinho. Tive vergonha por ela.

— E o que você odeia? — Kakashi perguntou.  Diria que estava entediado, mas o que eu podia dizer afinal! Eu acabei de conhece-lo. 

— O Naruto e a Emi! — ela gritou. Finalmente tive coragem de tirar os olhos do chão, olhei para Naruto que ficou pálido com a confissão de Sakura.

— Okay, a próxima — ele disse. Não pude evitar o olhar, mas rapidamente desviei sendo que ele estava me olhando. Ah Deus me ajude! Só tinham eu e Sakura de garotas ali. Então estava falando comigo, não estava?

— Argh! Como você é lerda Emi! Nasceu assim ou foi ficando retardada com o tempo?! — Sakura gritou comigo. Toda essa pressão não está ajudando em nada.

— S-sou Emi Arai, eu… — suspirei. Cinco segundos de coragem Emi! — eu gosto de ler, cozinhar, entre outras coisas simples. Tem poucas coisas que eu detesto, eu faço chá quando estou entediada, não sei se isso é hobbie, mas conta. E… des-desculpe mas eu acho que meus sonhos são algo muito pessoal pra contar.

Ficou um silêncio desconfortável por alguns segundos. Eu tremia e quase não estava mais conseguindo ignorar a forte ardência em minhas bochechas.

— Entendo. O próximo — ele disse enigmático. Então fiquei com uma leve ansiedade, tentando descobrir o que ele achou da minha apresentação, por que eu me achava uma estúpida. Me bateu uma angústia. De repente tudo que eu queria era ir embora dali, o que ele ia achar de uma garota horrorosa, com as bochechas vermelhas e cabeça abaixada?

— Sou Sasuke Uchiha, eu odeio quase tudo, e sinceramente, não gosto de nada. O que eu tenho não é um sonho, por que eu vou torna-lo realidade, eu vou restaurar meu clã e destruir um certo alguém — senti um arrepio com a frase final. Não pude negar que Sasuke me dava um pouco de medo com aquele jeito dele.

— Legal. Todos vocês tem personalidade própria, isso é bom, manhã teremos uma tarefa — ele disse se levantando.

— Que tarefa sensei? — Naruto perguntou.

— Algo que nós cinco poderemos fazer juntos — Uma tarefa em que o sensei participa? Só poderia ser um exercício de sobrevivência.

— O que? O que? O QUÊ?! — ri baixinho. Ah Naruto.

— Um exercício de sobrevivência — Naruto e Sakura ficaram surpresos, bom, e frustrados.  Eles até tinham um pouco de razão, fizemos vários exercícios de sobrevivência na academia.

— Mas sensei, nós já fizemos exercícios de sobrevivência na academia! — Sakura exclamou.

— Esse é diferente — Kakashi disse. Algo não me cheira bem nisso.

— Como assim diferente? — Kakashi começou a rir feito um psicopata. Minha tremedeira voltou, o que ele queria de nós? Um ataque cardíaco?

— Se eu disser vocês não vão gostar —  Respirei fundo umas três vezes chegando a me sentir um pouco tonta. Kakashi começou um discurso dizendo que dos poucos graduados no teste gennin, a minoria se tornaria um gennin de verdade e o resto seria mandado de volta para academia. Ou seja, o teste que ele daria amanhã é o que realmente nos tornaria gennin — Viu? Eu disse que vocês não iam gostar.

— Mas o que foi o teste final da academia? — perguntou Naruto indignado. 

— Ah aquilo era só para determinar os qualificados para gennin. Eu decido se vocês se tornan gennin ou não — ele disse friamente. Senti meus olhos arderem, mas pisquei para disfarçar — Estejam no campo de treinamento 7 amanhã as cinco. Tragam suas armas ninjas e estejam prontos — armas ninjas? Deus, então seria sério mesmo? — Ah e não tomem café da manhã ou irão vomitar — ele disse sumindo numa nuvem de fumaça novamente. 
Senti um vazio quando ele se foi, como se houvesse eu e ele ali, e quando se fora, me deixou sozinha também. Eu sei que é estranho e eu não posso ter esses pensamentos, mas não consigo evitar. É como se surgissem pensamentos do nada e me trazendo também um arrepio estranho e …. bom? Acho que sim. Talvez. 


Notas Finais


Crítica e opiniões são bem vindas! !!


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