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História Breathless - Cumprindo a Tarefa


Escrita por: AlyHatake

Notas do Autor


Voltei!!! Bem melhor, graças à Deus!
N vou enrolar vocês! Boa leitura!

Capítulo 38 - Cumprindo a Tarefa


   Caminhamos calmamente até o hospital. Eu repassava as palavras de Genma-sensei mentalmente para garantir que eu não iria esquecer.

 

– Ele tem que pagar Dango depois! – disse Haruo. Acho que isso não seria muito certo.

 

– Ué? Mas não foi a gente quem aceitou a missão? Não seria justo Haruo – defendi. Ele rolou os olhos.

 

– Concentrem-se. Estão com o plano decorado né? – perguntou Kaede. Assentimos. – Beleza.

 

   O hospital de Konoha não deixava nenhuma visita entrar depois das quatro. Já eram 05h06min. Arquitetamos algo simples – bem, mais ou menos – Eu distraio a atendente da recepção, Kaede vai atrás da Hikari e Haruo vai com ele para o caso de alguém os pegar no meio do caminho. Eu os espero no portão de entrada. Vai ser mais fácil assim.

 

– Gente, que desculpa eu uso? – perguntei. Não sei fazer essas coisas.

 

– Fala que esta tendo uma emergência lá fora – respondeu Kaede concentrado em observar o grande estabelecimento.

 

– É Mimi. Diga que seu gato esta morrendo sufocado – eu ri da sugestão de Haruo. Eu posso tentar, mas não acho que os médicos irão parar o seu trabalho por causa de um – fictício – gato.

 

– Vou tentar – falei. Olhamos para o prédio durante alguns segundos. Mesmo não sendo oficial, era a primeira missão que fazíamos juntos. Por isso não queria falhar.

 

– Muito bem, vamos nessa! – fizemos nosso rápido toque e seguimos para o Hospital Principal de Konoha.

 

   Fiquei nervosa. Sempre ficava dentro daquele lugar, com aquele cheiro de produtos químicos e gente de branco andando pra lá e pra cá. Estava pouco movimentado, era o que esperávamos para um horário sem visitas, mas de todo o jeito agora deve ser a hora em que eles se dedicam ao maximo aos pacientes. Andamos lentamente até estarmos a uns dois metros de distancia da recepção, foi ai que meu coração começou a bater mais rápido.

 

– Vai Mimi, agora é sua deixa – cochichou Haruo. Alguns médicos passavam e nos olhavam de forma estranha.

 

– Mas...

 

– Emi, se você não for agora não vamos ter como encontrar Hikari – disse Kaede.

 

– Vamos Mimi! Você é uma Arai! – Haruo me empurrou em direção a recepcionista fazendo com que ela me notasse.

 

    Respirei fundo. A mulher sorriu de forma simpática, tentei retribuir, mas deixava obvio que estava nervosa. Aproximei-me dela, pense em gatos! Gatos!

 

– Olá senhorita, o que deseja? – tentei falar, mas parecia ter travado. Ela ficou esperando – Esta mal? Ou deseja ver alguém, porque se for isso, tenho que informar que o horário de visitas aca...

 

– Não! – essa não, falei alto demais chegando a assusta-la – Não sou eu, desculpa. É.. é o meu gato, senhora!

 

   A mulher apenas me olhou analiticamente e confusa também.

 

– Hã? O seu gato? – ela não acreditava em minhas palavras – Senhorita, nós não...

 

– Por favor! Ajuda meu gato! Ele esta sufocando lá fora! – fiz drama. Habilidades de atriz em ação – Eu fui dar um osso para ele e minha mãe disse: não dê isso pra esse! Mas eu não ouvi e agora ele esta morrendo lá!

 

– Sinto muito, mas não posso ajudar...

 

– O que?! Mas que tipo de hospital é esse? Que não ajuda quem precisa?! Eu vou fazer uma reclamação com o Hokage!

 

– Senhorita, por favor, se acalme.

 

– Eu não vou me acalmar coisa nenhuma! Não enquanto meu gato estiver morrendo lá fora!

 

– Tudo bem! Desculpe. Onde esta seu gato?

 

– Lá fora, do outro lado do portão! Ajude-o, depressa!  

 

   Soltei o ar que prendia assim que ela e os outros ninjas médicos da recepção correram para fora.  O caminho para os quartos e as salas de consulta estava aberto. Virei-me para Haruo e Kaede e fiz o sinal para eles irem. As duas criaturas fizeram meu cabelo voar de tão rápido que passaram por mim. Assisti a eles correndo como doidos hospital adentro. Agora eu devo sair e esperar, aliás, eu também não quero estar aqui quando os recepcionistas voltarem.

 

– Eles foram por lá... – ouvi vozes no momento em que ia ir embora. Eram médicos, eles corriam na mesma direção que os meninos. Essa não! Não me diga que os viram! Isso não é possível, não tinham ninguém aqui na hora... a não ser... que tenham visto pelas câmeras! Ah não, os meninos iam se meter em encrenca desse jeito. Tenho que ir dar apoio. Esperei que eles fossem primeiro e então fui.

 

    Andar por aqueles corredores me trazia adrenalina. O medo de ser pega a cada passo me fazia agir como criminosa fugitiva. Devo ter passado por uns vinte quarto e nada, sequer um som, ou qualquer sinal de que tivesse alguém ali, isso me assustava. Aquilo parecia mais um grande labirinto de paredes brancas, o que confunde mais ainda. De repente, ouvi umas vozes e me escondi na parede que dava acesso a outro corredor. Eram os meninos, sendo interditados.

 

– Devo pedir para vocês saírem. O horário de visitas acabou meninos – avisou um ninja medico. Haruo e Kaede se entreolharam fazendo um mínimo – quase imperceptível – aceno um para o outro.

 

– Moço! Ainda bem que você apareceu! – Exclamou Haruo – Estou com ... uma dor de barriga terrível! Caramba! Dói tanto! 

 

    Os médicos o olhavam com descrença.

 

– Garoto, você...

 

– Moço! Pelo amor de Kami! Esta doendo demais! Me ajuda! – ele choramingou alto pondo as mãos na barriga. Então se curvou ajoelhando-se no chão – Socorro! Merda! Acho que vou morrer por culpa desses incompetentes!

 

      Um dos médicos se ajoelhou ao seu lado e pôs a mão em seu ombro.

 

– Calma rapaz, me conta o que esta sentindo!

 

  Nesse momento, tirei a presilha dos meus cabelos e taquei em Kaede para chamar sua atenção. Ele me olhou e em questão de segundos entendeu que tinha que tirar aqueles homens dali. Nunca chegaríamos a lugar nenhum daquele jeito. Logo, ele também se jogou no chão.

 

– Ah santo Kami! Que dor é essa?! – quase gritou apertando o estomago. Os médicos se assustaram. – Minha nossa! Isso é horrível!

 

– Mas o que... O que vocês comeram?! – perguntou o medico perdido. Eu queria muito poder rir da cena. 

 

    O Kurosaki e o Amano estavam no chão gritando da falsa dor. Poxa, essa atuação com certeza foi melhor do que a minha.

 

– Vem Ryo, vamos levar esses dois antes que piore! – disse. Eles seguraram os meninos e começaram a leva-los por um corredor para sei lá onde. Fiquei preocupada, como eles sairiam dessa depois?

 

  Ok, agora não é hora para isso! Tenho uma missão para concluir – pelo menos, a primeira parte dela. A sala da Hikari, pelo o que eu me lembro, é quase a ultima deste lugar. Fica no final mesmo, então é melhor me apressar. Comecei a correr pelo lugar. Aquelas paredes brancas pareciam não ter fim. Eu tinha vontade de entrar em todas as salas que via pela frente para tentar achá-la, mas se encontrasse alguma outra pessoa já era a missão vai por água abaixo.

   Aff! Eu devia ter achado outra coisa para jogar no Kaede! Está muito calor e essa corrida me faz suar, ou seja, os cabelos ficam grudando no pescoço, isso incomoda muito! Mas da pra aguentar. Eu já podia contar vinte minutos correndo por aquele lugar, estava muito confusa. Quando vim para cá aprender jutsu medicinal, chegamos até a Hikari em um segundo e agora isso? Parei e encostei-me à parede para pegar fôlego. Sei que estava muito exposta e poderia ser pega ali, mas realmente, se eu não descansasse iria acabar caindo. Nunca imaginei que essa missão seria tão difícil, sério.

 

– Emi? – espera aí... essa voz.

 

– Sasuke? – ele e Kakashi estavam ali. Já não bastava ficar correndo, agora que vou ter um infarto mesmo.

 

   Eu não sei como eu deveria agir. Por que sempre travo nessas horas? Ignore Emi Arai, apenas ignore tudo o que sente e foque nas coisas importantes no momento.

 

– O que você faz aqui? – o Uchiha perguntou. Reparei que ele ainda estava com a roupa de hospital. Ele estava fugindo? E Kakashi estava apoiando? Isso é loucura.

 

“Claro. Vindo da pessoa que conta mentiras sobre gatos!” cale-se consciência!

 

– O que você está fazendo? Não deveria estar de cama? – apontei para as roupas – Está fugindo é?

 

– Sasuke e eu resolvemos iniciar logo o treino, temos apenas um mês. É pouco tempo – ouvir a voz dele me deu arrepios, como se fosse a primeira vez que a ouvia. – Mas e você Emi? Como esta?

 

   Eu o encarei, sim. O encarei porque não queria vacilar, e tinha plena certeza de que se eu vacilasse agora nunca mais teria coragem para fazer qualquer coisa.

 

– Sim. Estou bem, obrigada por perguntar – foi nesse momento que me perguntei, como uma pessoa que sobreviveu a situações perigosas e viu um Nukenin de perto como eu ainda conseguia ter medo de uma pessoa? – Hãn... é melhor eu ir agora. T-tenho que ver alguém, tenha um bom treinamento Sasuke.

 

   Passei por eles agradecendo por meu cabelo formar uma cortina que me protegia de olhares. No final, deduzi que eu tinha muito medo sim, por isso eu ignorava e evitava tanto. Pelo medo de ser rejeitada de novo, aquilo doeu muito e querendo ou não, não afetou somente a mim. Afetou meus amigos, que tiveram que me aguentar daquele jeito. Não quero ser estorvo ou ser tratada como tal de novo. Fazer o que, ele não era uma simples pessoa, não. Quem dera que fosse, ele era o tão famoso Kakashi Hatake, o Ninja Copiador que tinha uma porção de admiradores e o único cara pela qual eu senti algo na vida. Talvez fosse apenas uma paixonite de adolescente que fosse passar com o tempo, mas meu coração dizia que não. Era o que me assustava.

 

 

 

 

 

 

 

   Depois de séculos, finalmente eu havia encontrado a porta que reconhecia ser da sala dela. Entrei sem nem pensar na possibilidade de Hikari estar com alguém, mas pela graça de Kami, ela estava sozinha.

 

– Hikari! Finalmente te achei! – falei suspirando de alivio. Será que Kaede e Haruo estavam bem?

 

– Oi, eu estava começando a ficar preocupada! Onde esta o Genma? – perguntou arrumando uns papéis em seu armário.

 

– Estávamos entediados com a falta do que fazer e Genma-sensei ofereceu de virmos aqui pegar os remédios e entrega-los ao Ren.

 

– Mas como vão entrar no prédio do Hokage? Vocês sabem que...

 

– Sim. O sensei explicou tudo. Mas aceitamos mesmo assim, parece um desafio divertido – ela sorriu concordando. Pegou uma sacola e pôs uns vidrinhos dentro, acho que devem ser os medicamentos que Ren precisa.

 

– Com certeza. Eu queria poder ir e entregar pessoalmente, mas temos que cuidar de pacientes agora. – ela explicou cabisbaixa.

 

– Não se preocupe aposto que ele entende isso.

 

– Você é mesmo um amor de pessoa. Mas, cadê o Kaede e o Haruo? – olhei para os lados pensando no que responder.

 

– Eles fingiram estar com dor de barriga para que eu pudesse vir te encontrar – eu ri relembrando a cena. Aquilo nunca vai sair da minha memória, foi épico.

 

– Entendo, mas não mintam mais em hospitais, viu? – assenti em obediência. Ela me entregou a sacola. – Aqui está. Muito obrigada por isso, vocês são incríveis.

 

– Não é nada.

 

– Escute, tem uma saída pelos fundos do hospital. Você disse que os meninos fingiram estar com dor de barriga, certo? – assenti em concordância – Então, provavelmente os médicos os levaram para a sala de medicação. Não é longe, vou com você. Dou um jeito de libera-los e aí vocês saem pelos fundos.

 

– Tudo bem, obrigada.

 

  Então voltei aos corredores, dessa vez com Hikari do meu lado. Era meio ameaçador estar ali, por mais que fosse idiota. Deve ser porque encontrei quem não esperava encontrar, mas ainda sim, não foi tão ruim. Agora sei que Sasuke esta bem. Pelo menos.

  Era incrível como andar com uma medica do lado fazia aqueles corredores parecerem menores. Agora, eu não via mais aquele caminho como um labirinto sem saída. Hikari sabia exatamente para onde ir, qual corredor seguir. Fez-me pensar em como foi quando ela era apenas uma novata ali, no inicio. Será que ela se confundiu? Com esses pensamentos, nem notei que estávamos em frente à sala de medicação. Ela respirou fundo e abriu a porta. Kaede estava vomitando em um balde e Haruo estava sentado em cima de uma maca o observando.

 

– Gente! O que houve? – corri até Kaede.

 

– Ele esta vomitando os remédios que nos deram. Eu sequer engoli – Haruo explicou vindo pra perto. O Kurosaki finalmente parou e levantou a cabeça.

 

– Cara, é pior que banha de porco... – falou com a respiração ofegante. Eu segurei o riso.

 

– Vamos. Temos que ir agora, geralmente eles não demoram a trazer mais medicações – advertiu Hikari.

 

   Kaede se levantou e seguimos para fora daquela sala. Corremos por uns três corredores, praticamente idênticos. Ou só eu achava que eram. Passamos por um onde tinha um telefone na parede esquerda e então vi as luzes de lá fora, eram os postes já ligados. Já estava de noite? A gente mal viu o tempo passar!

 

– Pronto. Vocês já podem ir agora, vou enrolar aqueles médicos. Não se preocupem.

 

   Assentimos e partimos a correr para a rua. Hora da parte final, nosso destino era o prédio Hokage. Que temia eu ser a parte mais difícil de toda aquela missão maluca.

 

 

 

 

 

 

    Agora estávamos parados em frente ao prédio do grande Hokage. Obvio que estávamos inseguros em entrar ali, afinal se nos pegarem, acho que passaremos a vida como genins.

 

– Invadir essa bagaça vai dar merda – Kaede comentou. Ele estava certo.

 

– Ah cara... por que não fomos comer Dango na esquina? – lamentou Haruo.

 

  De qualquer forma, nós é que aceitamos a missão. Meu maior medo é que se formos pegos, o Genma-sensei saia como culpado, mas talvez eu esteja pensando demais. É apenas uma missão boba, tenho que me acalmar.

 

– Então... vamos? – perguntei. – Quero dizer, vai dar tudo certo. Mesmo se formos pegos, é apenas uma missão não oficial.

 

– Er bem... – o Kurosaki começou – espero que você esteja certa, né?

 

   Haruo respirou fundo.

 

– Ok, vamos lá cambada. – ele deu um passou adiante – Vamos acabar logo com isso.

 

  Avançamos cuidadosamente até a entrada do lugar. Observei que não tinha ninguém mesmo lá fora. Pelo jeito, as coisas ainda aconteciam. Lembrei-me do tudo o que o sensei explicou.

 

  “– Então? O que precisa ser explicado detalhadamente? – perguntou Kaede.

 

– Como eu disse vocês irão a um momento onde a entrada é proibida. Uma reunião importantíssima com os participantes do exame chunin e seus responsáveis.

 

– Então o bagulho é serio. – comprovou Haruo.

 

– Muito. A reunião é sobre a estabilização dos forasteiros em Konoha, onde eles vão ficar, como vão treinar. Acreditem ou não, isso é muito importante.

 

– Por quê? – não segurei a curiosidade.

 

– Vamos supor que você acorde e vá treinar na sua área de sempre, mas chega lá e vê que esta tomada por estranhos. – agora entendi – Eles não podem sair por aí de qualquer jeito, tem que haver algumas regras para não dar problemas.

 

– Entendi.

 

– A reunião começa as seis, quando já estiver escurecendo. Recomendo ir quando der 6h30min. É quando estarão mais concentrados. Ren ficará na sala de arquivos, como ele esta doente, só será chamado se necessário. Vocês terão que ser o mais silenciosos possível, o prédio fica extremamente tranquilo nessas horas e qualquer mínimo vacilo não passará despercebido.

 

– Que horas termina a reunião? – perguntou Haruo.

 

– As sete em ponto. Precisam estar atentos a isso, eu recomendo serem rápidos. Existem passagens secretas para se infiltrar lá. Usam isso como saída de emergência.

 

– Espera! Sensei, vai mesmo nos contar isso? É tão confidencial...

 

– Conheço vocês, confio em vocês. Não irão fazer nenhuma besteira.

 

– Pô! Valeu aí sensei! – Haruo virou-se para a gente – Estão vendo? Esse cara é foda!

 

– Muito bem, agora vão. Quanto mais rápido vocês fizerem isso, mais rápido terminarão e eu vou poder ficar despreocupado”

 

   Essa não! Talvez tenhamos demorado tempo demais no hospital e agora teremos pouco para concluir isso.  Passamos pelos fundos do prédio, agradeci por estar mesmo deserto. Haruo usou a sua habilidade com a Haruka (nome dado à junção de uma Fumma shuriken com uma corrente. Essa se tornou a arma oficial dele, culpa de sua mania de brincar com yoyos). Ele deu um jeito de fincar a shuriken do lado da janela e subimos pela corrente. Já lá em cima, me assustei com o corredor escuro. Não tinha nenhuma iluminação mesmo.

 

– Ele disse a segunda porta a esquerda, mas eu acho que...

 

   Kaede não completou a frase, pois ouvimos vozes. Paralisei, elas vinham na nossa direção. Não era possível, ou era?

 

– Rápido! Aqui! – vi que Haruo apontou para uma grade do duto de ventilação que estava acima de nós. Ele quer que entremos ali? – Vai logo Mimi!

 

 Pelo jeito, era isso mesmo. Haruo deixou que eu pisasse em sua mão e me ajudou a subir como se eu não pesasse nada. Abri a grade com um empurrão e me impulsionei, entrando no duto. O Amano ajudou Kaede e depois tivemos que puxa-lo rapidamente. Kaede fechou a grade novamente e saímos de vista. As vozes eram de dois Jounins que passavam conversando animadamente pelo corredor, imaginei que eram aqueles que sempre pediam para ir ao banheiro no meio da reunião, ou os que saiam de fininho. Respirei aliviada assim que sumiram de vista.

    Aquele duto não teria sido minha primeira opção, mas fazer o que. Estávamos em situação de emergência. Só que lugares assim, pequenos e abafados me deixam em pânico.

 

– Tá. Eles já foram... – sussurrou Kaede. – Vamos seguir por aqui.

 

– Meu Kami, tenho que dormir e comer muito Dango mais tarde para esquecer isso. – Haruo murmurou frustrado.

 

   Quase ri, mas me segurei lembrando-me da situação em que nos encontrávamos. Tivemos que ficar engatinhando por aqueles dutos e ficava mais estressante a cada minuto, estávamos suando, eu já tinha batido minha cara no metal umas três vezes. E outra Haruo ficava irritado por não termos encontrado a sala de arquivos, tipo, se fossemos pela passagem que Genma-sensei disse já teríamos chegado lá. Kaede também não estava lá de bom humor. Ficar naqueles dutos era realmente sufocante, tanto que qualquer grade que eu via pela frente, tinha vontade de escapar dali.

 

– Talvez já tenhamos passado – disse Haruo.

 

– Até agora não vi nenhum arquivo através das grades – respondeu Kaede. Pude sentir Haruo revirar os olhos.

 

– Qual é branquela? Vamos sair daqui. Vou surtar aqui dentro.

 

– Aí iremos correr o risco de ser pegos? – perguntou com sarcasmo.

 

– Haruo, Kaede, por favor, né!  Não vamos discutir aqui dentro –  falei.

 

– Mimi, diz pra ele que vamos acabar morrendo aqui dentro.

 

– Para de ser infantil seu Zé!

 

    Respirei fundo. Aquela situação já era ruim, mas com os meninos discutindo já era demais.

 

– Vocês dois calem a boca! – ficou um silencio estranho. Aí me dei conta do quanto fui grossa – Meu Kami, gente me desculpa!

 

– Velho, eu ainda quero ver  muita coisa na minha vida. Tipos aliens, unicórnios, mas já posso riscar a Mimi brava da lista.

 

     Como eu queria dar um tapa nele, mas como posso agir diante tanta fofura?

 

– Pois é né! Vou riscar também – Kaede adicionou rindo.

 

– Acho que isso é mais raro do que ver um Alien..

 

   Haruo não terminou a frase direito porque caiu ao engatinhar pra cima de uma grade mal fechada. Meu coração quase saiu pela boca no momento, minha cabeça chegou a doer com a crise de pânico.

 

– Haruo!

 

    Kaede também estava em choque. Ele se aproximou correndo até a grade, mas logo respirou de forma aliviada. Tentei me acalmar, se ele estava desse jeito quer dizer que o Amano estava bem. Por Kami... meus olhos já estavam ardendo.

 

– E-eu estou bem... – ouvi a sua voz fraca e atordoada. Eu e Kaede nos entreolhamos.

 

– Você esta bem mesmo? – perguntei. Ouvi um “sim”.

 

– Haruo, mas o que é isso?

 

   Meu coração acelerou de novo ao ouvir aquela voz conhecida. Não podia ser... Ren!

 

– Esta me zoando – Kaede disse pulando para dentro da sala. Fiz o mesmo logo em seguida.

 

   Ren realmente estava ali, ele estava sentado no canto da sala. Pela quantidade de lenços amassados no chão, ele não deveria estar nada bem.

 

– Zé! Levanta cara! – Kaede ajudou Haruo a se levantar. Ele ainda estava meio tonto pela queda.

 

– O que esta acontecendo aqui, afinal? – perguntou Ren, confuso. Tentei sorrir e lhe estendi a sacola.

 

– Seus remédios. A Hikari pediu para te entregar – ele assentiu, mas mantinha o semblante confuso. Claro né, a gente chegou pelos dutos de ar. Quem não estranharia?

 

– Ah entendi. Acho que... nem em um milhão de anos eu vou achar uma mulher assim – analisou os vidrinhos sorrindo. – Mas... eu posso saber por que vocês chegaram assim? Quer dizer, eu sei que esta tendo uma reunião mas porque não usaram a outra entrada?

 

– Digamos que a gente teve algumas complicações pelo caminho – disse Kaede.

 

– De qualquer forma, obrigado pessoal! – sorrimos.

 

– Não têm de que! – respondemos juntos.

 

 

 

 

 

   Depois de Ren tomar os remédios, deduzi que eram bons mesmo, por que passado apenas três minutos após tê-los tomado ele disse que sua dor de cabeça já havia passado. Ren insistiu em nos acompanhar até estarmos seguros do lado de fora, usamos a tal entrada secreta. Foi bem legal – diferente de quando entramos – entramos por uma porta debaixo de um móvel que levava a um andar secreto. Passamos por baixo para depois sair já fora daquele lugar. No caso, quando saímos a reunião já tinha terminado e víamos os  ninjas saindo. Vi o sensei do time da areia, aquele cara do Som. O único da equipe dele que passou, também uma equipe desconhecida que eu jurava ter-nos visto. Um garoto em especial, ficava olhando para onde estávamos, mas não comentei nada para não preocupar os meninos.

 

– Obrigada Ren, espero que fique bem! – falei assim que já estávamos longe do prédio.

 

– Que isso! Vocês me ajudaram demais hoje – sorriu simpaticamente.

 

– Temos que fazer mais missões como essa – comentou Haruo. Kaede rolou os olhos rindo.

 

– Bem, eu tenho que voltar antes que notem. – Ren disse – Depois eu visito vocês no treino.

 

   Acenamos. Ele se virou e foi pulando nos galhos na mesma direção na qual tínhamos vindo.

 

– Cara.. minha vida zerou depois desse dia – disse o Amano assim que seguimos caminhando calmamente pelas ruas. Eu ri.

 

– A minha também – concordei.

 

 

   Conversamos um pouco enquanto andávamos. Claro que, tivemos que parar a comprar Dango. Quer dizer, eu e Kaede compramos já que Haruo sempre perde a bendita carteira. Depois, fomos ao parquinho e ficamos no balanço. Durante esse tempo, pensei que minha vida não poderia estar mais perfeita. Só tinha uma falha, uma coisa que dominava meus pensamentos e me fazia ter que fingir que estava ativa. Se eu pudesse controlar meus sentimentos... o que eu faço para me livrar dessa tristeza?

 

    Fiquei uns bons minutos convencendo os meninos de que eu não precisava que me escoltassem. Queria que eles fossem para a casa, descansar, amanhã vamos iniciar o treinamento e querendo ou não, hoje foi um dia cheio! Kami, se eles acordarem se sentindo mal eu vou me culpar pelo resto da vida! Demorou, mas eu finalmente os convenci. Confesso que queria que eles ficassem por perto, mas tenho que ter responsabilidade e cuidado com os outros. Seria muita maldade ter que fazê-los me acompanhar até a casa. Despedimos-nos e segui meu caminho.

    Estava tudo tranquilo, até eu começar a sentir algo estranho. Como se tivesse algo me seguindo. Meu pânico começava a dar as caras, mas tentei me manter calma e tranquila, para não demonstrar. O que eu faria? Chegou a um ponto em que eu ouvia claramente os passos atrás de mim. Fiquei confusa, que tipo de ninja se deixa descoberto assim?

 

– Senhorita Arai? – congelei ao ouvir a voz. Virei-me lentamente sentindo o corpo tremer. Era aquele garoto, eu sabia. Tinha algo errado. Fiquei em silencio – Finalmente nos encontramos pessoalmente.

 

   Ele era mais velho. Era muito estranho, tipo, estranhamente belo. Ele era pálido, tinha cabelos negros e olhos azuis. Eram muito claros, eu podia ver de longe.

 

– Q-quem é você? – me amaldiçoei por vacilar assim. Minha voz saiu como um sussurro.

 

    Foi como se minha pressão caísse quando ele começou a se aproximar de mim.

 

– Você logo saberá, amor – QUÊ?! Do que ele me chamou?! Eu não conseguia me mexer! Era como se meu corpo estivesse travado e ele estava muito perto!

 

– O que você quer...? – por que eu não conseguia sequer falar direito?! Os olhos dele pareciam hipnotizar, estava muito perto. Muito mesmo.

 

  De repente, o cara levou os dedos até meu rosto. Meu Kami, a mão dele era fria. Por que eu não consigo me mexer?! O que ele fez?!

 

– É tão linda ... logo estaremos juntos, querida – ele era louco, ou o que?

 

– Não encoste em mim! – tentei me afastar, mas ele segurou meu braço. No entanto, uma esfera roxa cresceu em sua outra mão e ele aproximava de mim. Kami-sama, não me deixe morrer aqui...

 

– Não se preocupe, você não sentirá nada...

 

 

    Fechei os olhos esperando a  dor, mas ela não veio. Abri os olhos vendo que ele fora surpreendido por uma shuriken que passou a milímetros de distancia seu rosto. Ele se afastou com o susto. Só vi um flash antes de sentir meu corpo sendo pego no colo por alguém e me tirar de perto do estranho. Não pode ser verdade... não é possível!

 

   Kakashi!

 

– Kakashi-sensei!

 

  Ele me soltou delicadamente e se virou para o garoto. Tive medo, por alguns segundos vi seus olhos. Ele tinha o Sharingan à mostra, seus olhos carregavam a mesma raiva de nosso primeiro encontro com Zabuza.

 

– O que mais tenho que fazer para deixar claro... – eu nunca tinha o visto assim – que eu não gosto que toquem nela...

 

 Essa não..

 

 


Notas Finais


Kakashi, meu crush. meu lindo, meu Deusu kkk parei!
Bem, espero que tenham gostado! Até o próximo, fiquem com Deus! Sayonara!
P.S. Se preparem porque lá vem treta maligna, só digo isso.


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