História Breathless - Sérios problemas

Kakashi estava vivo. Ele segurou os dois ninjas nos salvando.

— Oi — suspirei fechando os olhos. Uma onda de alívio me atingiu. Meu Deus, aquele susto foi com certeza a pior sensação que já tive na vida.

— Mas… m-mas — Naruto se embolou confuso. Olhei para o local da sua suposta “morte”. Havia troncos. Ele usou o Jutsu de Substituição.

— Naruto, desculpe não te ajudar de primeira, mas não sabia que você ia amarelar desse jeito. — era impressão minha, ou ele me esqueceu de propósito? — Bom trabalho Sasuke, mandou bem. Você também Sakura.

Sasuke havia lutado tão bem. Não parecia assustado. Como ele consegue? Mas e a Sakura? Ela se colocou na frente do senhor Tazuna. Se bem que eu também me coloquei na frente do. …..ah! Não importa, fui inútil como sempre!

— Hey, você não está machucado esta? Moleque medroso — Sasuke provocou Naruto.

— SASUKE!…

— Naruto! Não se mexa, você também Emi. Esse tipo de ninja tem veneno nas garras, temos que tirar o veneno. Se mexer faria ele se espalhar mais rápido — Kakashi disse. Tentei me manter imóvel — Ah propósito senhor Tazuna, temos que conversar.

Kakashi amarrou os ninjas numa árvore. Levantei a manga do suéter para ver o corte. Não parecia tão fundo, mas ainda tinha o veneno.

— Esses dois são Chunnins da Aldeia da Névoa. São conhecidos por continuar a luta não importa as circunstâncias.

— Como você adivinhou? — um dos Chunnins perguntou.

— Uma poça d'água. Num dia claro como esse, quando não chove à semanas.

— Se sabia disso, por que deixou os Gennins lutarem?

Também fiquei curiosa. 

— Bom, eu podia ter acabado com esses dois. Mas precisava saber quem era o alvo deles. 

— O-o que?!

— Eu queria saber se estavam atrás de nós, um ninja contra um ninja. Ou se estavam atrás de você. Nossa missão era apenas te levar para casa e proteger enquanto construía a ponte, proteção simples, contra ladrões. Se dissesse que estava sendo perseguido por Shinobis, teria sido formada uma equipe especial para leva-lo, e essa missão seria classificada como Rank-B, uma das mais caras. Entendo que o senhor deve ter suas razões, mas mentir para nós é inaceitável.

É difícil admitir, mas ele está certo. Poderia ter perigos maiores no meio do caminho, perigos que nós, Gennins não podemos dar conta, embora a idéia de voltar à Aldeia não me agrada nem um pouco.

— Somos Gennins, — disse Sakura — não podemos continuar essa missão. Devíamos voltar para a Aldeia e cuidar dos ferimentos do Naruto e da Emi. Lá nós podemos leva-los ao medico.

— Hum, os ferimentos deles podem se tornar um problema. — Kakashi suspirou — Acho que não temos escolha. Vamos voltar para a Aldeia. 

Naruto estava rosnando. Isso era mal sinal. Do nada ele pegou uma Kunai e enfiou na própria mão. Fiquei chocada com aquilo. O que ele estava fazendo?

— Por que eu sou assim? Por que eu sou. .. diferente. Droga! Eu devia estar mais forte! Eu treinei duro, dia e noite pra me tornar grande ninja!

— NARUTO! O que você está fazendo?! — Sakura gritou.

Naruto. ..eu entendo você.

— Eu não vou mais fraquejar! Não vou mais correr! Não vou mais perder pro Sasuke! Sob esta ferida, eu faço esse juramento. — então ele se virou para nós e sorriu — Construtor de pontes, eu vou continuar essa missão e te proteger com essa Kunai! Afinal, um grande ninja nunca desiste! Não é Emi?

Sorri. A determinação de Naruto era contagiante. Peguei uma Kunai e passei sobre meu corte, abrindo a ferida.

— Sim Naruto — falei fitando seus olhos azuis. Ele vai longe, com certeza. Aquela força, me fez esquecer completamente da dor e do sangramento em meu braço.

— Foi legal vocês terem abrido a ferida e tirado o veneno, — disse Kakashi — mas se continuarem sagrando assim, vão morrer.
Como ele pode falar isso assim? Naruto praticamente deu um treco.

— É uma boa idéia parar o sangramento agora não? — e ele ainda sorri?

— O QUE?! NÃO!! EU SOU JOVEM DEMAIS PRA MORRER! ! — ele gritou pulando. Foi impossível não rir. Sério. 

— Calma, me dá sua mão — Kakashi pediu. Fiquei curiosa com a sua expressão de surpresa  ao olhar o ferimento.

— Êi o que houve?  Você tá com uma cara muito séria! — Naruto disse amedrontado. Sinceramente, não acho que vamos morrer só por causa de uns cortes.
Tirei minha mochila das costas para pegar um rolo e bandagens e comecei e enrolar o corte. Quando terminei, guardei o rolo e puxei a manga para cobrir. Vi que Kakashi já tinha enfaixado a mão de Naruto também.

— Pronto. — Kakashi se virou para Tazuna — Vamos leva-lo até sua terra. Tenho certeza que deve ter uma explicação para tudo isso.

E então continuamos. Eu não acho seguro, sério. Acho que o próximo será um Jounnin. Corremos grande risco de fracassar nessa missão, mas estava curiosa sobre o senhor Tazuna, espero que tenha um bom motivo para ter mentido, estávamos colocando nossa vida em risco por ele. Comecei a pensar sobre o juramento da dor de Naruto, tenho certeza de que ele será mais forte. ..mas e eu? Serei? Tenho medo de fraquejar de novo, mas tenho mais medo ainda de ter que lutar. Vou ter que achar um jeito de superar isso, nem que seja contar até dez, prender a respiração, etc.  A qualquer momento podemos ser atacados novamente. E Kakashi? Meu Deus! Quando aquilo aconteceu, parecia que meu coração estava saindo do corpo. Se ele fizer isso de novo. ….acho que vou ter um ataque cardíaco e morrer! Espera! …esse é mais um sinal de que… eu estou. … por ele? Não! Não mesmo! Ponha-se no seu lugar Emi Arai! Isso é só uma rápida atração que vai passar com o tempo. ..não é? Aí, quem eu estou querendo enganar? Eu me preocupo, tipo, muito com ele. Tá legal! As circunstâncias me obrigaram, vamos ao questionário mental:
1) Eu acho ele bonito?
Oh Deus! Bonito é pouco! Eu preciso mesmo me controlar. 

2) Ele é legal para mim?
Claro que é! Ele nos protege, é engraçado e sério ao mesmo tempo, preza o trabalho em equipe. .. Entre diversas outras coisas.

3) Eu me importo?
Me importo muito. ….mas

Acabou que essa questão me fez ter uma confusão mental. Qual era meu nível de preocupação mesmo?  ….. ah não muito, eu só levaria uma Kunai no lugar dele e ….. Espera aí! O QUE? Oh raios, eu não consigo nem pensar direito! E por falar em pensar, fico pensando em por que estávamos indo direto para a direção do mar. Eu fiquei tão perdida que nem reparei no caminho, estava realmente na lua, ou como Ino diz: Ela está no modo “Off”. Ainda bem que ninguém repara em mim. Enfim, chegamos na borda do mar, onde um barco se aproximava. Parecia estar com o motor desligado.

— A gente vai de barco agora é? — Naruto perguntou.

— Como eu disse antes, o País das Ondas é cercado pelo mar. Não há outra forma de chegar lá — Kakashi respondeu.

Quer saber, eu decidi que vou lutar quando o próximo adversário vier, seja Jounnin ou não. Não vou deixar o Kakashi ficar arriscando a vida sozinho, somos uma equipe e temos que trabalhar como tal. O barco chegou e o senhor que o conduzia cumprimentou Tazuna. Ok, eu já mencionei que tenho uma pequena fobia de lagos e mar? Me senti nervosa, como se fosse a primeira vacina de injeção que tomava. E como a mania fala mais alto, esperei que todos que os primeiros entrassem para enrolar um pouco.

— Ô Emi! Vai ficar aí é? — Naruto praticamente gritou, o que lhe rendeu um sermão.

— Hey! Não grite. Estamos tentando ser silenciosos — o condutor disse em tom de irritação. Quando foi entrar, Sakura puxou meu braço me levando junto. 
Comecei a sofrer uma crise de talassofobia. Senti o suor nas mãos e coração batendo, tudo em que eu conseguia pensar era na imagem daquele barco virando e a gente se afogando. Todo aquele azul em volta me trazia pânico, como se um monstro fosse levantar daquela água a qualquer momento, tentei ao máximo controlar minha respiração para que ninguém desconfiasse que eu estava sofrendo ali.  E para piorar, eu acabei por me sentar entre Sasuke e Kakashi. Só de pensar em minha situação, comecei a sentir a familiar queimação nas bochechas. Aff! Por que será que eu fico corando com tudo?
Mantive meu olhar em minhas mãos, como se elas fossem a coisa mais interessante do mundo. Não estamos no mar, não estamos no mar, não estamos no…..

— Tudo bem com você? — ouvi a voz de Kakashi próxima de mim. Oh Deus, estava próxima até demais! 

— Si-sim sensei… — falei rapidamente sem o olhar. Me afastei ligeiramente indo um pouco mais pra perto de Sasuke. Aquela aproximação tinha me arrepiado. Acho que ele percebeu que eu estava querendo distância dele, porque suspirou pesadamente. Ah raios! Eu tinha feito uma burrada.

Quanto mais nos aproximávamos do País das Ondas, mais densa ficava a névoa. Me acalmei um pouco da crise devido a minutos controlando a respiração, isso me deixou um pouco mais relaxada. Chegamos a um ponto em que não dava para ver nada, só a névoa mesmo. 

— Essa névoa é tão densa que não dá pra ver nada — Sakura disse. Concordei.
Apertei minhas mãos tentando me concentrar em qualquer coisa que não me causasse pânico. Respirei fundo e levantei a cabeça. Realmente não dava para ver nada, mas minha crise já passou, eu acho. 

— Caramba! Que ponte enorme! — exclamou Naruto. Ah não, deveríamos fazer silêncio.

— Quieto, eu já não disse para fazer silêncio? Por que acha que estamos com o motor desligado. Não é para chamar atenção — o homem disse. Não podia culpar Naruto, a ponte também me causou surpresa. Era imensa. Quanto tempo será que ficaremos aqui? Quer dizer, isso se o Kakashi não abordar a missão.

— Senhor Tazuna, — Kakashi chamou — antes de chegar em terra firme preciso que me explique o que está acontecendo, do contrário, serei obrigado a cancelar essa missão. 

— Acho que não tenho opção senão falar a verdade. Você já sabe, essa missão é mais do que parece. Minha vida está em perigo por causa de uma sombra mortal.

Hein? Não entendi.

— Uma sombra mortal? 

— Sim. Acho que você já deve ter ouvido falar dele, seu nome é Gatou. — Quem será esse homem de nome estranho?

— Gatou? Das indústrias Gatou? Mas. .. ele é um dos homens mais ricos do mundo.

Provavelmente deve ser esse que está atrás do senhor Tazuna.

— Gatou tem uma empresa de transportes marítimos, mas não é só isso.  Secretamente, ele também está envolvido em tráfico de coisas ilegais, e contrata ninjas desonestos para conseguir o que quer. Gatou toma o dinheiro de outros países com esses negócios. É um vigarista. A um ano trás, ele chegou ao País das Ondas e através de seus capangas, ele tomou o controle dos navios do país e passou a mandar nos outros. Só que a ponte pode mudar isso, por isso ele me quer morto. Eu sou o construtor.

Não posso imaginar, viver em um país comandado pelo trafico e manipulação. Isso é terrível. 

— Então aqueles homens que nos atacaram. ..eram contratados por esse Gatou? — Sasuke perguntou.

— Eram.

— Eu não entendo. Se sabia que estava correndo perigo, por que não pediu uma missão Rank-B? Teria ninjas mais competentes — Kakashi falou.

— O País das Ondas é um país muito pobre. Mesmo os nossos nobres tem pouco dinheiro, não conseguiríamos pagar por uma missão Rank-B. Eu entendo se quiserem desistir,
provavelmente serei morto antes de chegar em casa, — ah não! Ele está tentando nos manipular emocionalmente — e o meu querido netinho vai chorar muito. E a minha filha vai viver odiando os ninjas da Aldeia da Folha por ter abandonado o pai dela. 

Será que ele sabia que é pecado ficar manipulando as pessoas desse jeito?

— Bom, acho que não temos escolha.  Vamos continuar a protege-lo.

— Ah eu fico muito agradecido — é claro que fica.

Logo entramos em um túnel. Eu queria sair daquele barco, as minhas pernas estão ficando dormentes desse jeito, além do mar, é claro. Por ironia do destino, fomos logo para uma missão no País das Ondas, que grande ironia! Vou ter que perder esse medo mais cedo ou mais tarde, pra falar a verdade vou ter que pedir todos os meus medos, porque esse não é o único. Enfim, no fim do túnel tinha uma luz brilhante, nossa! Uma luz no fim do túnel, hoje a ironia tá que tá!
Ri com meus próprios pensamentos, o que me rendeu um olhar confuso do Kakashi. Desviei os olhos e mordi o lábio tentando me controlar. Deve ser por isso que acham que sou doida. Quando passamos pela luz, que me cegou um pouco, chegamos a um lugar lindo. Realmente, o sorriso foi involuntário. Eram casas, casas lindas sobre o mar.  A paisagem era calma.

— Que lugar lindo — falei ainda fascinada. Naruto assentiu.

Paramos em frente às casas. Acho que agora é hora de seguir andando. Saímos do barco, fui a primeira a sair daquela coisa.

— Vou ficando por aqui Tazuna, foi sorte ninguém ter nos visto — o barqueiro disse depois que todos estavam fora.

— Muito obrigado por ter se arriscado — senhor Tazuna agradeceu.

— Boa viagem — ele respondeu e então se foi. 

— Ok, agora me levem para casa em segurança — nosso cliente exigiu. Bem que ele podia ser um pouco mais simpático. Tudo bem que ser caçado por ninjas assassinos não te deixa nem um pouco feliz, mas….deixa pra.

Andamos por uma meia hora até alcançar a floresta. Naruto e Sasuke estavam competindo novamente. Dessa vez era quem ficava na frente, parecia uma corrida. Nunca vou entender essa rivalidade. Eles não tinham motivo para competir, tinham? No entanto, Naruto correu e jogou uma kunai na mata. Fiquei chocada, podia ter pegado em alguém.

— AH SEU ANÃO IDIOTA! PARE DE ME ASSUSTAR ASSIM! — gritou o senhor Tazuna. Olhei ao redor, não havia nada ali além de nós. Por que Naruto fez isso?

— Naruto, as kunais são perigosas, não faça isso — repreendeu Kakashi.

Mas o loiro não parecia ouvir.

— Ali — e jogou outra kunai, acertando numa árvore. Sakura perdeu a paciência e lhe deu um cascudo.

— Seu idiota! Você não ouviu que é pra parar?!

— Mas..mas tinha alguém nos seguindo! Eu juro!

Alguém nos seguindo? Que estranho. Fui até a árvore para recolher a kunai de Naruto e vi um pequeno coelho branco lá, assustado. Coitadinho. Deve ser ele que Naruto viu.

— Olha só o que você fez Naruto! — Sakura disse apontando para o coelho, o que fez Naruto correr e abraça-lo.

Espera aí! Esse coelho . .ele é branco? Mas os pêlos dos coelhos só ficam brancos no inverno. O que será que isso significa? Será que estamos mesmo sendo seguidos?

— Se abaixem! — me abaixei rapidamente após o grito de Kakashi.

Ouvi um barulho. Como algo cravando na madeira da árvore na qual eu estava próxima. Quando me levantei, todo o ar daquele lugar parecia ter sumido.

— Ora ora, se não é Zabuza Momochi, ninja renegado da Aldeia da Névoa.

O-ou, agora sim temos problemas sérios.