História Breathless - Capítulo único

It’s too much to get closer

It’s gonna make me breathless

Agarre-se em mim. Bem forte, como se você estivesse tentando se libertar. Não tenha medo de me machucar; arranhe minha derme, cravando bem fundo suas unhas em minhas escápulas. Deixe em minhas costas rastros rubros de prazer, mas apenas para que, na manhã seguinte, você consiga ver do que é capaz enquanto se contorce em busca de alívio.

Eu francamente não sei o que é mais bonito, Seungkwan: se é a forma como seus fios vermelhos grudam em sua testa úmida ou se é sua voz melodiosa cantando doces nadas em meu ouvido enquanto fecha os olhos com força, engolindo suspiros e concentrando-se em sentir.

Gosto da forma como envolve minha cintura com suas coxas grossas, possibilitando um melhor acesso para os meus dedos. Deixe-me apertá-lo com força, deixe-me sentir sua pele escaldante sob as palmas da minha mão; deixe-me marcá-lo até que chore e diga apenas o meu nome.

Entregue-se inteiramente a mim - pelo menos, este é o meu maior desejo: que você seja meu tanto quanto eu sou seu. Deite-se sobre os lençóis macios quando já estiver frágil e afetado pela lubricidade, as pernas perfeitas mais moles que macarrão, o suor de toda aquela lascívia escorrendo devagar por seu corpo esculpido e curvilíneo, cada nesga de nudez macia me fazendo ficar tonto.

Seu peito subia e descia descompassadamente, a boca de lábios rubros e inchados de tantos beijos e mordidas entreaberta, deixando que um fio de saliva vítreo escapasse e umedecesse aquela bagunça bela que era seu rosto.

E, francamente, saber que parte daquela bagunça eu quem havia criado melhorava a situação. Você era tão bonito que ainda não existia uma palavra correta para defini-lo com exatidão - nem o mais completo léxico conseguiria descrever o quão belo é, e o que mais me assusta é que permanece deslumbrante mesmo quando não está tentando. Acho que sua beleza é algo que está incrustado em seu âmago, algo que vem de dentro para fora, derramando-se por seu corpo através de seu sorriso magnífico.

Você não sabe o quanto dói quando ouso lhe dizer metade das coisas que gostaria e recebo de volta um “não seja bobo” hesitante, como se duvidasse da veracidade das minhas palavras.

Seungkwan, por favor. Jamais duvide do que eu digo, ainda mais se for sobre o fato de você ser perfeito ou não. No lugar disso, beije-me. Apaixonada, desajeitada e verdadeiramente. Abrace-me e peça para que eu te prenda contra o colchão, tomando-lhe o corpo com a mesma intensidade que te amo.

Sua pele é tão quente. Seus suspiros e gemidos são delirantes, e eu amo cada delírio seu: amo quando contorce os dedos do pé para se conter em se desmanchar em meus braços; amo como pressiona a nuca no travesseiro, olhando para o teto como se pudesse enxergar as estrelas dali mesmo, a garganta já enrouquecida transmitindo sons guturais, remexendo-se embaixo de mim para obter uma nova posição. Amo quando puxa meus fios em busca de redenção, entreabrindo a boca à procura de um novo beijo, mesmo que nós dois já estejamos sem fôlego algum.

Aperto a tez farta e branca de um de seus glúteos com a mesma força em que te apertaria num abraço, deixando que meu rosto se enterre em seu pescoço bronzeado e aromático, cada lufada minha de ar entrando em contato direto com a pele sensível de sua nuca. Um gemido delicioso derreteu de seus lábios, me transformando, novamente, num idiota obcecado. O aperto em meus fios se intensificou, sua pequena ereção entre nós dois molhada e latejando, carecida de atenção.

Eu sabia que você não duraria muito tempo e, francamente, eu também não - vê-lo em êxtase era o suficiente para que meu interior borbulhasse, meus dígitos marcando seus glúteos como uma fome que não me era comum, mas todas as noites que eu passava com você eram extraordinárias, e eu acho que estava fazendo um ótimo trabalho em não me acostumar, porque você tem mesmo o dom de me surpreender todos os dias, e imagino o quão entediante eu seria caso eu me acostumasse com a sua presença.

Enquanto olho para você, aqui e agora, as bochechas salientes e amáveis tão vermelhas, os olhos fechados em busca de concentrar todos os seus sentidos no prazer escaldante e arrebatador que assolava não apenas a você, mas a mim também, penso que jamais havia amado alguém tanto quanto eu te amo. Suas unhas curtas marcavam luas minguantes em meu bíceps, o som de nossos corpos colidindo, deslizando e se complementando enchendo o quarto. A melodia de seus gemidos desesperados e derretidos era a música que eu queria ouvir para sempre; a forma como sua nuca brilhava de suor, os cílios compridos e os lábios inchados espremidos sendo a obra de arte que desejava observar feito um perfeito leigo por uma eternidade, porque creio que nem o mais sábio crítico encontraria defeitos em você.

Inclinei-me, apoiando o antebraço acima de sua cabeça, conseguindo ter uma visão completa de seu corpo frágil e completamente consumido pelas ondas alucinantes de prazer que iam e vinham do meu corpo ao seu. Se você soubesse, Seungkwan, se soubesse metade do que eu sei, talvez você começaria a se achar a pessoa mais linda do mundo porque, oh, confie em mim, você é. Caso soubesse um pouco, nem que seja um terço, estaria ciente de que é desejado, é amado - eu desejo cada estria, cada ondulação corpórea, cada pedaço de pele farta e macia; amo cada sorriso, cada ação, cada detalhe, cada pintinha.

Na realidade, você era um pequeno raio de sol que iluminava minhas manhãs, o jeito simpático e o corpo curvilíneo e sedutor me atraindo como jamais antes.

Enquanto te beijo uma última vez, todo o ar dentro dos meus pulmões esvaindo-se à medida em que amo cada pedacinho seu com todo o meu coração, não perco a oportunidade de acariciar seu membro negligenciado, assistindo com prazer sua lamúria sendo engolida pelos meus lábios, as pernas moles voltando se movimentar enquanto o quadril arqueava-se, e tudo por conta do mais singelo toque.

Encosto minha testa à sua, assistindo com um sorriso idiota a forma como seu corpo se contorce de prazer, cada músculo se tensionando por conta do orgasmo enlouquecedor, cada pelo seu eriçando-se, os olhos revirando-se dentro das pálpebras, as costas arqueando-se como se estivesse flutuando em puro êxtase e uma última exclamação sua, muda e inacreditavelmente bela, os fios vermelhos esparramando-se pelo travesseiro.

Eu poderia gastar horas e horas apreciando toda sua existência, achando-me o cara mais sortudo do mundo por ter a chance de tê-lo em meus braços - e, por favor, não pense que eu já não faça isso -, mas, neste momento, prefiro sorrir para você. Prefiro dizer pela incontável vez num sussurro modesto perto de sua orelha que é lindo, Seungkwan, enquanto acaricio uma de suas bochechas, bem devagarzinho.

Queria saber o que se passa por sua cabeça quando sorri para mim, acariciando com ternura as luas minguantes em meus ombros. Queria saber se me ama como te amo e se um dia você será meu, assim como sou eterna e gratificantemente seu. Queria saber se sou o único a ficar sem fôlego - ou, por favor, responda-me: seu coração também bate mais forte quando me vê?

Talvez, como resposta às indagações que jamais te farei, você se inclina e me beija no canto dos lábios, empurrando-me para o lado com sua impaciência habitual, repousando suas bochechas ainda afogueadas no meu ombro marcado, desenhando com seu indicador círculos imaginários em volta do meu punho.

Seu coração batia mais forte, eu conseguia sentir.