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História Brighton College - Interativa - Buying fights


Escrita por: obliquiaedissim

Notas do Autor


Oie oie oie lindos/lindas! Estou de volta com mais um capítulo, dessa vez eu mesma escolhi o P.O.V e acho que vocês iram gostar ( eu adorei escrever). Seguem-se alguns avisos: 1) Sintam-se a vontade para comentar criticas e elogios 3) O próximo capítulo não irá demorar muito!
Espero que se divirtam lendo como eu me diverti escrevendo! Boa leitura xoxo <3

Capítulo 4 - Buying fights


Margot Moonwod: Point of view

11h35min a.m.

– Você só pode estar de brincadeira comigo! – bufei grudando as duas mãos na mesa da diretora Campbell com raiva trazendo seus olhos curiosos para meu rosto.

–Não querida, eu não estou – ela respondeu arqueando a sobrancelha – Acho melhor você aprender a controlar melhor esse temperamento explosivo antes de se meter em problemas.

Ri alto e fiz uma expressão incrédula, ela só podia estar tirando uma com a minha cara. Após o tourzinho idiota que fomos obrigados a fazer por todo o internato voltei até o salão principal para confirmar se eles iriam mesmo fazer aquela idiotice. Graças ao cantorzinho famoso babaca e suas montanhas de dinheiro associadas a algo bem comum que apelidamos de suborno, ele conseguiu fazer a diretora me colocar para dividir o quarto com ele já que uma das suas exigências era que não tivesse nenhum garoto em seu dormitório. A principio ele queria um quarto apenas para ele, mas não possuía mais vagas, então teve que se contentar com a ilustre Margot para dividir o dormitório. Por sorte minha mãe já havia ido embora graças a seus compromissos, dessa forma poderia resolver meus próprios problemas sem mais uma pessoa para tirar minha paciência.

– Nem por cima do meu cadáver vou dividir o quarto com aquele riquinho nojento – reclamei um pouco alto – Você já percebeu a quantidade de seguranças que tem em volta dele? Eu não vou ter privacidade alguma!

– Senhorita Moonwod, os seguranças do senhor Jackson já foram embora, eles estavam apenas averiguando a segurança do local – ela respondeu suspirando cansada com uma voz calma extremamente irritante– Se você já terminou com seu showzinho, pode me dar licença que tenho coisas mais importantes para fazer.

Bufei e bati o pé, joguei minha mala por cima do ombro e segui corredor adentro. Não era possível! Eu realmente ia ter que dividir dormitório com um idiota rico de quinta que não deixa ninguém se aproximar por que é famoso?! Faça-me o favor! Margot Moonwod não é obrigada a aturar canalhas!

– Ai! – escutei uma voz feminina exclamar assim que meu corpo sofreu um grande baque jogando nós duas ao chão.

– Ótimo – reclamei procurando minha mala que caiu um pouco para a minha direita.

Me levantei e respirei fundo, eu estava perdendo a cabeça. Dei umas batidinhas de leve no meu uniforme e estendi a mão para a garota desnorteada, seu cabelo estava preso em dois rabos de cavalo baixo e ela me olhava irritada com um PSP quebrado na mão esquerda.

– Ótimo mesmo – ela resmungou aceitando minha mão e se levantando do chão. – Da próxima vez poderia olhar um pouco por onde anda pra não sair quebrando aparelhos eletrônicos e seres humanos.

Olhei incrédula para a menina irritada e já senti meu sangue subir. Pelo visto ela percebeu porque fez uma cara de “alerta vermelho” assim que eu comecei a abrir a boca para responde-la. Mas fui cortada antes de dizer algo.

– Quer saber? Esquece, eu também não estava prestando atenção por onde andava – ela balançou os braços no ar e me acalmei um pouco. Era o primeiro dia de todo mundo, nem todos queriam estar ali.

– Não, tudo bem, me desculpa – suspirei – estou com outros problemas na cabeça e ia descontar em você, nenhuma de nós estava prestando atenção por onde andava. Meu nome é Margot, prazer em conhecê-la.

– Aiden – ela sorriu aceitando meu pedido de desculpas – prazer em conhecê-la também, vou terminar de arrumar as coisas no meu dormitório, até mais, te vejo por aí.

A garota seguiu caminho em direção oposta a minha, espera, eu estava indo pelo caminho errado esse tempo todo? Argh! Bufei e atirei os braços para cima arrumando a minha rota e seguindo a menina discretamente. Meus dias eram sempre assim quando eu começava eles tendo sonhos com meu pai, nada era fácil. Eu sou realmente muito sortuda por meu primeiro dia no internato ser um desses.

Eu havia perdido a noção do tempo procurando o salão principal para reclamar sobre meu dormitório, não queria fazer cena nem dar motivos para minha mãe ficar mais tempo do que devia. Nesse meio tempo muitos estudantes aproveitaram para conhecer alguns clubes e arrumarem seus dormitórios enquanto eu procurava o que queria que nem uma barata tonta. Eu posso ser uma ótima hacker e dominar muitas artes marciais inclusive ser uma excelente atiradora, mas quando o assunto era decorar caminhos novos eu era uma droga. Pior que uma bússola quebrada se orientando em um campo magnético alterado.

 Mas graças a Aiden eu não levei muito tempo para chegar na ala dos dormitórios, eu não entendo como a garota conseguia chegar aonde queria prestando atenção na tela de um PSP rachado. Mesmo eu com os meus dois olhos prestando atenção e tentando deixar algumas migalhas pelo caminho não conseguia chegar a lugar algum.

Os dormitórios não passavam de várias portas com os nomes dos dois estudantes em um quadro branco pequeno ao seu lado em um corredor enorme. No meio do caminho havia de cada lado o banheiro para cada um dos sexos, dei uma pequena espiada e eles eram enormes. Dava pra todas as meninas usarem ao mesmo tempo sem problemas, o que era um alívio.
Os primeiros quartos que podiam ser vistos era os das garotas, já  os mais ao fundo pertenciam aos meninos. Segui meu caminho vendo Aiden entrar com um muxoxo no seu quarto, pelo visto ela não estava muito feliz com a menina que iria dividir o dormitório com ela.

Comecei a avançar mais lentamente me dando tempo de ler os nomes até conseguir encontrar o meu.

– Isabela e Akemi... Charlotte e Catherine... Urla e Samira... – suspirei chegando à ala masculina, ótimo – Éron e Ethan...Matthew e Noah...Maxwell e Nathan...Jackson e Mar...

Bati o pé insatisfeita, ela ia mesmo me fazer dividir o quarto com um menino sem mais nem menos? Não que eu estivesse interessada no garoto nem nada, mas sei lá, não tinha receio de uma das suas alunas aparecer grávida por aí?

Respirei fundo soltando os ombros, eu não tinha muito que fazer mesmo. Meus materiais de decoração já deviam ter chegado e estavam só esperando para eu arrumá-los. Abri a porta com um suspiro encontrando um cantorzinho babaca lendo uma revista jogado em sua cama e sua assistente lendo algumas coisas que eu não sabia o que era do seu tablet. Assim que a mulher me viu veio correndo em minha direção e o garoto arqueou uma das sobrancelhas, pelo visto ele não sabia também que dividiria o dormitório com uma garota pela expressão de confusão que ele tentava disfarçar em seu rosto.

– Você é a senhorita Margot Moonwod, não é mesmo? – ela sorriu animada, se fosse um cachorro tinha certeza que estaria balançando o rabo. Lancei um olhar intimidador para ela e assenti com a cabeça.

– Eu vou ter que dividir o quarto com uma cabelo oxigenado? – Jackson falou da cama com ironia, já estava sentado com uma expressão séria e a revista fechada em suas mãos.

– Para sua informação, é natural – respondi tentando ignorá-lo ao máximo, a última coisa que eu precisava era passar o ano inteiro agüentando suas provocações.

– Deixe de ser criança Jackson! – a assistente ralhou com ele como uma mãe briga com uma criança, ele se sentiu levemente envergonhado mas não retirou a cara emburrada irônica do rosto – Eu escolhi ela a dedo por um motivo!

– Ah! Então é culpa sua eu ter que passar o ano inteiro dividindo meu quarto com um cantorzinho metido babaca e não poder ter a vida de uma estudante normal em um internato com uma amiguinha inseparável? – perguntei sarcástica fazendo a mulher olhar para mim envergonhada soltando alguns risinhos baixos. Não que eu fosse ter uma amiguinha inseparável, provavelmente iria fazer muitas peças com a menina como fazer tranças em seu cabelo e prender na guarda da cama. Mas na hora da guerra qualquer argumento é válido, não é mesmo?

– Você irá ser recompensada! Irei te pagar! – a mulher falou afoita atraindo a minha atenção, eu não era pobre mas amava guardar dinheiro para meus planos do futuro.

– Estou ouvindo – falei cruzando os braços.

– O que uma baixinha oxigenada pode fazer por mim? – Jackson se levantou curioso.

– Se você abrir a sua boca mais uma vez juro que eu mesma garanto que nunca mais vai abrir ela de novo – lhe lancei um olhar cortante e vi um sorriso se formar no canto da boca, ele provavelmente imaginou besteira.

– Jackson, Margot irá cuidar da sua segurança – o garoto olhou rapidamente confuso pra ela esperando explicações – Ela possui grande conhecimentos em vários tipos de luta, manuseio de armas e ainda mais trabalhou para organizações importantes como hacker. Esse conhecimento será bem útil para tirar qualquer notícia indesejada sua dos sites.

– Ótimo! Você pesquisou minha vida inteira – respondi levantando os braços irônica – Não aceito nada menos que 10 mil dólares por mês.

– Fechado! – a mulher bateu palmas me fazendo a olhar incrédula.

Havia sido uma piada, eu realmente não estava esperando algo assim. Aquele bostinha valia tanto assim? Eu não pagaria nem 1 dólar por ele.

– Eu duvido que essa garota vá me proteger de algo, provavelmente irá me assediar no meio da noite e vender meus autógrafos por aí – ele resmungou voltando a se deitar na cama.

– Boa ideia, os autógrafos. – respondi cogitando a ideia, os estudantes do internato ficaram bem surpresos quando viram a fuça dele – Mas quanto a te assediar, você está seguro. Uma ariranha me parece mais sensual que você.

– Sua – ele ia falar algo quando a assistente o interrompeu ao olhar surpresa para o horário.

– Meu Deus! Tenho que ir! A propósito meu nome é Lindsay, irei lhe enviar um contrato pelo correio, mas você já fica responsável por ele desde agora, ninguém que ele não queira tem permissão para se aproximar dele, conto com você para executar esse trabalho, nada melhor que uma própria aluna, menos papelada com o colégio para colocar um agente – a mulher estendeu a mão para um cumprimento que eu aceitei revirando os olhos, pelo menos teria algo garantido para fazer.

A mulher saiu do quarto nós deixando sozinhos, soltei a mala do ombro e parei para finalmente observar o dormitório. Ele era consideravelmente grandinho, havia duas camas de solteiro uma em cada canto da parede, uma estante aérea com local para posicionar suas coisas próximas a cama de forma que cada estudante possuía um. Além disso, havia duas escrivaninhas e dois armários para as roupas de cada aluno. O lado de Jackson já estava todo decorado, mas eu duvido que tenha sido ele que arrumou alguma coisa, parecia algo retirado de um catálogo de revista, extremamente impessoal sem nenhum pôster, foto de família ou algo do gênero. Suspirei e fui em direção às caixas com o nome Margot no meu canto do quarto.

Abri elas ignorando a existência de uma alma perturbadora do outro canto do quarto e esperava que continuasse assim. Peguei meu iPod e coloquei os fones de ouvido o prendendo na cintura da saia do meu uniforme, ainda não compreendo porque tínhamos que usar isso se as aulas só iam começar em dois dias. Selecionei a opção de música aleatória na minha playlist e comecei retirar os objetos das caixas, por sorte o cantorzinho babaca continuou lendo sua revista.

Subi na cama e coloquei os livros que a escola havia entregado que iríamos utilizar no ano letivo junto aos meus cadernos na estante aérea. O espaço que sobrou coloquei meu livro “Quem é você, Alasca?”, balancei o globo de neve que eu e meu pai compramos da reserva natural que íamos e coloquei na estante também. Por último apenas uma foto meio velha da nossa família. Não que eu fosse muito sentimental, mas ter algo deles não parecia ser demais para mim, eu posso ser durona mas amo meus pais.

Desci na cama em um pulinho e comecei a grudar os pôsteres pelo meu lado do quarto enquanto a música Creep de Radiohead explodia em meus ouvidos e eu cantarolava com ela. Sentia falta de cantar para um público imenso, mas não era algo que estava no topo da minha lista de desejos no momento. Por fim coloquei meu skate no canto da guarda da cama, atirei o único urso que me permiti ter na vida inteira que era um bob esponja e terminei para ver minha decoração orgulhosa. Agora só faltavam as roupas que estavam na mala.

Me dirigi até ela e consegui ver Jackson me encarando de canto de olho, revirei os olhos e tirei os fones.

– Algum problema no mundinho do senhor perfeito William? – falei irônica pegando algumas roupas dobradas e indo colocar no pequeno armário do meu lado do quarto.

– Nenhum, estava cansado de escutar você cantando – ele respondeu soltando a revista e se sentando girando seu corpo em minha direção – Fico feliz que tenha parado, não sabia quanto tempo mais ia agüentar.

– há há – fiz uma risada sarcástica – penso a mesma coisa quando suas músicas tocam no rádio, uma vez eu fui obrigada a ficar escutando a escutar a estação de ópera, era melhor do que sua voz de taquara rachada.

Jackson revirou os olhos e se levantou, caminhou até meu lado mesmo recebendo um olhar de “cai fora”. Deu uma leve risada e pegou meu Bob esponja na mão.

– Um Bob Esponja, sério? – ele perguntou forçando uma expressão surpresa – Estava esperando algo mais amedrontador que nem sua cara.

Pronto, foi a gota da água pra mim. Estufei meu peito e lhe lancei um olhar cortante, ele me olhou com receio não sabendo o que esperar quando me dirigi a todo vapor até ele e grudei meus olhos no fundo dos seus.

– Escuta aqui metidinho de merda, eu to pouco me fudendo se você é um cantor famoso, a única coisa que me impede de virar um soco nessa sua cara irritante é o fato de eu ser sua segurança, mas não pense que vou aguentar essas suas piadinhas ridículas e sorrisinho de canto de boca de quinta – falei irritada para ele cruzando os braços, ele pareceu surpreso por alguns segundos, mas depois soltou uma risada.

– Cresce primeiro antes de vir me ameaçar, loirinha – Jackson falou comparando nossas alturas – Termina logo de arrumar suas tralhas para irmos dar uma volta por esse internato, já li aquela revista umas mil vezes.

Ele me chamou do que?! Bufei e bati o pé voltando para minhas roupas, provavelmente eu iria achar algum local para enterrar o corpo de Jackson William no seu passeio pelo internato.

13h00min p.m.

Depois de monitorar o fresco almoçando na distância de umas dez mesas, o segui pelo internato, ele fazia questão que eu ficasse a uns 10 metros de distância de todas as suas ações. Enquanto eu andava pela praça onde foi a apresentação dos clubes mais cedo finalmente eu parei um pouco para admirar a vista e respirar o ar do internato. Não que eu gostasse do local, muito pelo contrário, estava odiando graças a um idiota. Mas eu não podia negar que o colégio tinha lá seu charme e conforto, merecia a reputação que tinha.

– Vamos ser amigas! – escutei uma menina gritando me chamando atenção.

A garota de cabelos coloridos exclamava animada para uma menina de cabelos negros e olhos bem azuis sentada no chão que revirava os olhos nada animada. Aiden estava do lado da menina duas cores com uma cara incomodada, parecia meio forçada a estar ali e olhava para todos os lados no projeto de fuga iminente. Olhei pela última vez para Jackson que estava sentado na fonte observando o ambiente, ele me encarou no momento em que eu o conferia e fez um sorrisinho idiota, mostrei o dedo do meio arrancando uma cara de ofendido dele e segui até as três meninas.

– Oi Aiden – falei baixo me aproximando e observando o ambiente, eu não conhecia ninguém fora ela.

– Ah! Margot! Não é? – ela falou puxando o meu nome da memória e eu assenti com a cabeça chamando a atenção das outras duas garotas.

– Sou Charlotte! – a menina de cabelos coloridos estendeu a mão e abriu um sorriso mostrando seus dentes da frente separados. Apertei sua mão e sorri de volta, ela parecia ser simpática e bem original pelo seu uniforme customizado. Devia fazer algo no meu que estava ridiculamente igual a todo mundo. – Estamos tentando convencer essa menina a andar conosco, ela está sozinha desde que chegou.

– Eu estou bem – a garota revirou os olhos claramente incomodada.

– Você está sozinha! Isso não é estar bem! – Charlotte colocou as mãozinhas na cintura e bateu o pé como se fosse uma criança. Odiei admitir, mas isso me fez ter vontade de apertar as bochechas da menina.

– Lottie, acho que ela não quer nossa companhia – Aiden falou meio receosa – Não é melhor irmos nós sentar em algum lugar? Quero continuar meu jogo e está difícil com esse sol refletindo na tela.

A garota apontou para o PSP, agora eu sabia o motivo de ela querer dar o fora dali logo.

– De jeito nenhum! Eu quero ser amiga dessa menina – Lottie falou e apontou o dedo indicador pegando a garota de surpresa, ela não conseguiu conter algumas risadas.

– Ok, ok – a menina se levantou claramente contrariada mas desistindo de lutar contra a insistência da pequena cabelos coloridos – Meu nome é Catherine, mas você devia saber já que dividimos o mesmo quarto.

Agora estava explicado o porque da insistência da Charlotte com a menina, provavelmente a perseguiu o caminho inteiro.

– Ótimo! – ela comemorou com alguns pulinhos – O que vocês querem fazer?

As garotas se entreolharam e dirigiram sua visão para mim. Sério? Eu nem tava no grupo! Por que diabos eu tinha que escolher?

– Vamos jogar – falei apontando para a quadra de basquete onde alguns meninos estavam se reunindo.

Aiden e Catherine deram risadas incrédulas, a única que concordou e puxou as duas meninas pela mão foi Charlotte que levou minha ideia a sério, assim como eu. Já estava na hora de eu fazer alguma coisa de útil.

A quadra de basquete era cercada por uma cerca de ferro toda trançada pintada de verde,essa era a versão ao ar livre já que possuía um ginásio para jogos oficiais. Um garoto ruivo estava tirando a camisa e se preparando para jogar, eles haviam formado times com camisa e sem camisa. Do seu lado um garoto de cabelos castanhos falava sobre algo com um sorriso exibido no rosto, mas o ruivo apenas revirava os olhos e continuava a se preparar para o jogo.

– Ei! – gritei entrando na quadra e estralando as mãos – Eu quero jogar.

O ruivo arqueou a sobrancelha com curiosidade, mas o menino de cabelos castanhos ao seu lado deu risadas, sendo acompanhado por outros estudantes que estavam por lá, havia mais veteranos do que novatos naquela quadra.

– Sério? Uma garotinha? – o menino de cabelos castanhos soltou com deboche na voz.

– Na verdade duas – falei apontando para a Lottie que entrou saltitando na quadra, foi a única que quis me acompanhar enquanto as outras nós olhavam com as bocas abertas não acreditando no que estava rolando.

– Ótimo – ele riu e continuou – Só joga se ficar no time sem camisa.

Todos os meninos, com exceção do ruivo, entraram em um coro de risos fazendo uma veia do meu pescoço saltar. Ah, esses garotos não conheciam Margot Moonwod nem suas façanhas!

– Tudo bem por mim! – falei me aproximando e desabotoando a camisa do uniforme – vai ser cinco contra cinco?

Os dois me olharam assustados e apenas concordaram com a cabeça, se deram por vencido afinal. Após eu estender minha camiseta nas grades junto às outras blusas e ter insistido para Lottie ficar no time com camisa, o jogo iniciou e eu conseguia sentir o vento passando pela minha pele descoberta. Ainda bem que eu estava usando um sutiã preto de renda apresentável. Vamos combinar que mulher só coloca lingerie velha se não for mostrar ela pra ninguém.

A organização dos times ficou a seguinte: eu fiquei no time do garoto ruivo que se apresentou para mim como Noah e mais três veteranos totalizando cinco comigo. O time oposto a mim ficou Lottie que demonstrava estar animada e Éron, o garoto que duvidou de mim mais cedo. Eu podia sentir seus olhos correrem pelo meu corpo enquanto ele dava um sorriso safado. Ele não perdia por esperar.

Assim que o jogo começou todos se espalharam pela quadra, Noah dominou a bola primeiro e fez algumas passadas aos outros veteranos, avançamos para a cesta do time oposto e eles atiraram a bola pra mim. Peguei velocidade e passei Éron que estava esperando para me marcar e marquei uma cesta para nosso time. Voltei com um sorriso vitorioso e alguns aplausos.

– Muito bem loirinha – escutei a voz de taquara rachada gritar, eu achei que tinha me livrado daquele panaca! Jackson sentou próximo de onde Catherine e Aiden estavam vidradas no desenrolar do jogo.

Lottie não era o que eu diria boa no basquete, mas ela se esforçava ao máximo para acompanhar os garotos e conseguia executar alguns passes. Isso me deixou mais aliviada, pelo menos a garota também estava aproveitando o jogo.

Quando o jogo já estava no final e o placar estava favorável para o meu time percebi o quanto de gente estava do lado de fora observando, todos vidrados na partida. A maioria das cestas foram executadas por mim e por Noah, eu tenho que admitir que esse garoto fazia cestas perfeitas. Era encantador como seu corpo pegava velocidade e saltava enfiando a bola na cesta. Ele executava todos os movimentos com perfeição e assim que voltava para o nosso lado da quadra sorria de leve pra mim. O que me deixava altamente constrangida, algo que não era fácil para alguém que já estava sem camisa na frente do internato inteiro.

Éron me encarava, não mais com um sorriso safado, mas com raiva. Pelo visto ele não aguentava perder feio para uma garota, pensamento triste para alguém que estava vivendo no século XXI. Revirei os olhos e me preparei para a última cesta do jogo, porém assim que avançava senti minha saia ser puxada por uma mão que eu já sabia a quem pertencia. O puxão não me fez perder a saia no meio da partida mas me rendeu um belo tombo, um corte que começou a sangrar na testa e uma raiva que começou a subir pelo meu corpo.

– Isso foi trapaça – Noah falou com calma na voz, mas claramente indignado como todos que estavam assistindo. Veio até mim e me ajudou a levantar.

– Não foi proposital, foi apenas um acidente, pega leve – Éron ria baixo e gesticulava com as mãos.

Aceitei a mão de Noah e me levantei, não deixando de notar a quantidade de calos que ele possuía na mão. Pelo rosto envergonhado ele deve ter notado que eu percebi pois retirou ela da minha rapidamente. Voltei meu olhar com fúria para aquele filho da puta. Ele ia pagar, ah como ia.

– Está tudo bem – falei por fim tentando deixar minha voz o mais calma possível, raiva amedronta, mas calma é capaz de aterrorizar muito mais.

Era oficial: Éron Montagner acabou de comprar briga com Margot Moonwod e ninguém naquele internato seria capaz de salvar sua pele.



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