História Bring Back To Life - See you again

Jason Mitchell P.O.V

1 dia depois

- Ela vai ficar arrasada quando acordar. - Chris comentou de cabeça baixa. - Acho que ela deveria ficar assim por um tempo. 

Hayley ainda estava dopada, porque teve um surto quando acordou há algumas horas, deitada no colo da Lizzie em um dos sofás da recepção do hospital e apenas estamos aqui para ter a certeza do que tinha acontecido. Não estava acreditando que depois de tudo que passamos juntos, iria acabar assim. Eu não sabia que ficaria tão abalado com a morte dele. Nós passamos por tanta coisa desde o começo. E, porra, quem diria? 

- Não acredito que isso está acontecendo. - Lizzie disse balançando a cabeça e logo começando a chorar novamente. 

- Ainda não temos certeza de nada. - Chaz disse. - Parem de ter pensamentos negativos. - todos olhamos para ele. 

- O banco explodiu, Chaz. E Justin estava lá dentro. - Ryan disse com certa raiva na voz. Todos estavam abalados como eu estava. Ele era nosso irmão, como estaríamos diferentes disso? 

Chris ia dizer algo, mas Hayley acordou com os olhos arregalados e sentou rapidamente no sofá como se estivesse acordado de um pesadelo. Logo começou a perguntar "Cadê ele?! Cadê ele?!"

- Hayley, se acalma, ok? 

- Cadê ele, Jason?! - ela gritou se virando pra mim. - Por favor, me diz que ele está bem. Me diz que ele não... que ele não... - ela disse gesticulando o dedo enquanto falava. 

- Eu sinto muito. 

- Não. - ela disse ainda com o dedo levantado em forma de negação e começou a chorar enquanto colocava a mão na boca. 

- Hayley... 

Ryan se aproximou dela, a abraçando e ela tentou sair de seus braços enquanto chorava desesperadamente. Ela não podia ter falsas esperanças sobre Justin. 

- Vocês estão esperando notícias de Justin Drew Bieber, estou correto? - o doutor apareceu e Hayley cessou o choro, sendo abraçada por Lizzie e Kelsey, que também estavam chorando. 

- Sim! - respondi. - Alguma notícia? 

- Temos um corpo no necróterio. - Hayley soltou um barulho alto do choro. - Ele usava alguma corrente ou algo que dê para identificar? - ele perguntou. Ninguém respondeu. - Venham comigo. 

- Todos? 

- Sim. 

- Eu não quero ir! Eu não vou suportar... eu não... - minha irmã parou de falar balançando a cabeça rapidamente. 

- Hayley, tem uma esperança de que não seja ele. - Chaz disse. - Vamos. - ele a abraçou de lado e fomos seguindo o médico. 

Chegamos no necrotério, onde tinham muitos corpos todo cobertos e eu abracei a Hayley de lado enquanto o doutor não chegava até o corpo que ia nos mostrar. 

- Eu me lembro! - Hayley disse de repente, fazendo todos a olharem confusos. - Ele estava com um tipo de bracelete! Com... com um bracelete de ouro. - ela tremia enquanto falava. 

O doutor tirou o pano da cabeça de um dos corpos e todos soltamos suspiros aliviados quando vimos que não tinha nenhum bracelete. Bom, não dava para reconhecer, já que o cara tinha virado carvão. 

- Tem mais dois que estavam no acidente. - o doutor disse. 

Ele fez o mesmo processo com outros dois corpos e um deles estava na cara que não era Justin, porque não estava tão carbonizado, e o outro também não estava com bracelete nenhum.

- Ele não está aqui. - Hayley disse aliviada. - Ele não está aqui. - ela repetiu. - Mas ele pode ter sido explodido totalmente. - já começou a entrar em desespero. 

Nos retiramos do necrotério e seguimos para a área da recepção novamente. Não deu nem tempo de dizermos nada porque alguns enfermeiros entraram no hospital desesperados com alguém em cima da maca, mas também estava com o corpo todo coberto. 

- Ai meu Deus! - Hayley disse e saiu correndo até a maca, segurando no braço da pessoa e nós pudemos ver o bracelete de ouro ali. 

Ela foi tirar o pano da cabeça dele, mas um dos enfermeiros a impediu. 

- Ele está vivo. Ele terá que passar por uma cirurgia de emergência. - ele disse, então entraram para a área de emergência. 

Hayley ficou com cara de tacho, mas logo começou a chorar e ao mesmo tempo a sorrir por saber que ele estava vivo. Mas o problema, era que ele ainda podia não sobreviver. 

(...)

Ficamos esperando por exatamente seis horas e nada de notícias sobre o Justin. A maioria do pessoal estavam dormindo, menos eu e a Hayley. Eu estava muito nervoso, embora não demonstre nada disso. Ao mesmo tempo que ele é o cara que a minha irmã ama, também é meu irmão, mesma família e não seria nada igual sem ele. 

- Ele está vindo! - Hayley disse quando viu o Doutor se aproximando. - Acordem! - ela acordou todos eles, que levantaram desesperados. 

- A cirurgia ocorreu tudo bem. - o Doutor disse. - Ele está com queimaduras de terceiro grau e por pouco não partiu dessa pra melhor. - falou. - Mas a má notícia é que ele não acordou depois da cirurgia e não está reagindo, está respirando com ajuda dos aparelhos.

- Ele está em coma?! 

- Infelizmente, sim. - disse. 

- Mas não tem chances dele morrer, certo? 

- Não podemos confirmar nada. - o doutor respondeu. - Mas talvez seja provável que... - ele nem precisou terminar de falar. Entendemos que ele poderia morrer. 

- Doutor, por favor, cuida dele! Pelo amor de Deus! - minha irmã disse desesperada. - Eu quero vê-lo! Me deixa vê-lo! Por favor!

- Tem certeza? Ele está com queimaduras...

- Ok. - Hayley o interrompeu. - Eu não conseguiria vê-lo assim. Eu iria desmaiar de novo. 

- Eu quero ir. - falei. - Posso? 

- Me acompanhe. - ele disse. 

O acompanhei até o quarto em que Justin estava e foi impossível não arregalar os olhos ou ficar boquiaberto quando o vi. As queimaduras estavam horríveis, principalmente em seus braços. Seu rosto era onde menos estava machucado, mas ele realmente estava horrível. Hayley não aguentaria vê-lo desse jeito, foi bom ela não ter vindo. 

- Caramba, quem diria, que com todos os aviões que voamos, as coisas boas que passamos, eu estaria aqui falando com você desse jeito? - comecei a dizer, quando o doutor se retirou do quarto. - Adorávamos pegar a estrada e rir, se lembra? Você teve que mudar, olhar as coisas de modo diferente, ver a coisa como um todo. Porque nós nos tornamos um todo, você não está mais sozinho. - me referi a todos. Hayley, Lizzie, os caras, Kelsey, Caitlin. - Como podemos não falar sobre família quando família é tudo que temos? Tudo que passei, você estava lá ao meu lado e agora... 

Os barulhos do marcador de seus batimentos cardíacos estavam me deixando nervoso pra caralho. 

- Primeiro, nós seguimos nossos próprios caminhos e a vibração estava forte. - continuei falando. - E o que era pequeno se transformou em uma amizade, uma amizade se transformou em um laço e esse laço nunca será desatado. - eu disse. - Você precisa acordar, cara. Minha irmã está esperando por você e você não pode deixá-la sozinha. 

- O tempo acabou. - o médico entrou. 

Assenti e sai do quarto, voltando para a recepção. 

- Como ele está, Jason?! 

- Foi bom você não ter ido, Hayley. - respondi a sua pergunta e ela abaixou a cabeça. - Mas ele vai acordar logo. Tenho certeza. - beijei sua testa. 

- Eu espero, Jason. Eu espero...

Mas o que não saía da minha cabeça era como ele escapou da explosão e como apareceu aqui um dia depois. Alguém o salvou? Ele conseguiu sair a tempo, mas foi um pouco atingido e desmaiou? Ou alguém conseguiu tirá-lo de lá ainda com vida? Não sabia nem o que pensar, mas sabia que íamos ter que investigar isso quando ele acordar. Ou melhor, quem provocou aquela explosão.