História Bring Back To Life - Drag me down

Acordei no dia seguinte não acreditando que era mesmo Justin que estava deitado ao meu lado, com aquela carinha de anjo sem maldade alguma e dormindo em um sono pesado. Fiquei com vontade de chorar por lembrar do desespero de nunca mais vê-lo assim, de nunca mais ouvir sua voz, ou nunca mais ter o prazer de amá-lo todos os dias. Dei um beijo em sua testa e levantei da cama para fazer as minhas higienes e trocar de roupa, porque o resto do pessoal já estavam acordados e fazendo o maior barulho lá embaixo. Lizzie estava praticamente morando aqui com a gente, e isso era bom já que ela tem tantos momentos difícies com a mãe dela. 

- Como é bom estar em casa. - ouvi a voz de Justin em um tom malicioso enquanto eu me trocava e eu dei um pulo devido ao susto. 

- Meu Deus, não faz isso! - falei colocando a mão no coração. - Que susto! 

Justin soltou uma risadinha enquanto levantava da cama e entrou no banheiro certamente para fazer suas higienes também. 

- Isso realmente não parece ser real. - sussurrei sozinha quando vi Justin saindo do banheiro sem camisa e arrumando o cabelo. 

Ele me olhou enquanto estava com a mão no cabelo e não sei porque, mas fiquei nervosa. Parecia naquela época quando ainda não éramos nada íntimos e tudo que ele fazia, me deixava nervosa pensando no que ele estava pensando. 

- O que foi? - ele perguntou vindo até mim. Colocou uma das mãos em minha cintura e com a outra afastou meu cabelo do rosto. 

- Não sei. O jeito que você me olhou, fiquei nervosa. - dei de ombros. Eu ainda ficava nervosa quando ele me olhava tão intensamente daquele jeito. Parecia que ele demonstrava que me amava apenas ao me olhar. - Parecia quando não tínhamos intimidade e eu ficava doida por qualquer coisa que você desmontrava carinho quando fazia. - ele suspirou e sorriu sem mostrar os dentes, enquanto colocava as duas mãos em meu rosto. 

- Eu amo você. - disse acariciando minha bochecha com o polegar e iniciou um beijo ali. 

Óbvio que o outro Justin estava ali, ficando todo animadinho quando começou a ficar mais quente. Ele me jogou na cama, mas ainda estava machucado. 

- Justin, você ainda está machucado! - falei o repreendendo. 

- To machucado, mas não estou morto. - disse e soltou uma risadinha maliciosa. É, ele realmente não mudou nada. 

- Justin! Ainda não, sério. Eu não quero que você fique pior. - falei me levantando da cama e ele bufou enquanto também levantava. 

- Vai me negar sexo agora? 

- Claro que não, amor. - falei com um pouco de sarcasmo e ele deu um tapa em minha bunda enquanto saíamos do quarto. 

Descemos as escadas e vimos todos espalhados pela sala conversando e rindo por algo que Chaz havia falado. A única coisa que precisaria acontecer para que tudo ficasse perfeito agora, era se parassem de infernizar minha vida com aquelas mensagens e que os meninos ficassem longe do perigo de uma vez por todas. Talvez se fôssemos embora daqui de Atlanta ou... não sei. Eles nunca fariam isso. Eu queria viver em paz, sem precisar me preocupar com perder as pessoas que eu mais amo em uma missão.

O fato daquela tal de "K" estar praticamente admitindo que foi ela que armou pra cima de Justin, para tentar machuca-lo simplesmente pra me atingir. Eu só não entendia o que ela queria de mim! Por que não me encontra cara a cara? Por que não diz logo de uma quem é para acabar com todo esse suspense, ou com essa menina que está brincando de séries de televisão. Claro que sempre sonhei em ter uma vida agitada, que não fosse comum e sim muito extraordinária, mas não que colocasse a minha família em perigo. E eu estava agindo como culpada cada vez que Justin chegava perto de mim, culpada por esconder um segredo tão grande dele. 

- Hayley, o que está acontecendo? - Justin perguntou e eu guardei o celular na mesma hora. O pai dele teve coragem de me mandar mensagem, perguntando se a gente se podia se encontrar pois ele sabia coisas sobre o incidente que aconteceu com Justin. 

- Nada. - respondi, mas ele pegou o celular da minha mão. - Justin, para com isso! - falei e tentei pegar o celular, mas ele colocou as mãos pra trás para me impedir de pegar. - Para com isso! Me devolve! 

- Quem é esse cara, Hayley? - ele perguntou já ficando puto e eu fiquei ainda mais com medo porque o pessoal tinha acabado de sair, ou seja. estávamos sozinhos. - Me fala agora, porra!

- Ok! - suspirei. - Eu vou te contar, mas me prometa que não vai ficar bravo comigo! 

- Eu prometo, Hayley. Vai, fala! - disse. 

- O seu pai está vivo. - falei. - Não fale nada, me deixa terminar! - vi os olhos deles mudarem totalmente. Decepção. Por o pai dele estar vivo e não procura-lo. - Ele me procurou, dizendo para eu guardar segredo, mas que ele teve um motivo para tudo isso e parece que ele sabe muito sobre a sua vida. 

Justin me olhou do jeito mais frio o possível, então simplesmente subiu as escadas. Eu sabia que ele ia ficar bravo comigo, eu sabia! Como eu contaria de outro jeito? Tinha que ser assim, senão eu não ia conseguir contar mais nada!

- Justin! - o chamei e fui atrás dele. - Justin, me deixa entrar! - bati na porta do quarto dele, que na verdade era nosso, mas ele não me respondeu. - Justin, deixa eu explicar!! Você não quer saber nada sobre ele? Eu não fiz por mal, ele me pediu pra não contar e eu sabia que você ia ficar magoado por outra pessoa que você ama fingir estar morta... - me arrependi de ter falado isso. - Ok, eu vou deixar você sozinho. Só pensa bem com quem você deve ficar bravo, tá? 

Fiquei mais um tempo ali esperando que ele fosse abrir a porta, mas ele não abriu, então desci as escadas. Eu acho que também ficaria brava se fosse ao contrário, é algo muito sério e eu fiz a maior burrada de ter escondido dele. Imagina se ele estivesse escondendo que meu pai está vivo? Só estava com medo de que ele tomasse decisões precipitadas, tipo realmente matar o pai dele ou não querer mais ficar comigo.

- Hayley? - ouvi a voz de Vince e eu o olhei. O que ele estava fazendo aqui justo hoje? 

- Oi, Vince. - limpei os olhos e sorri pra ele. 

- O que aconteceu? Por que está chorando? - perguntou sentando ao meu lado e eu tentei ficar tranquila por um tempo, mas foi só ficar encarando o Vince que eu comecei a chorar de novo e ele me abraçou. 

- Primeiro: por que está aqui hoje? É domingo. 

- Jason disse para eu vir pra cá hoje para nós voltarmos a treinar. Você ficou um bom tempo fora, deve estar enferrujada. - disse. - Mas agora é a sua vez. O que aconteceu? 

- Eu escondi uma coisa do Justin. - falei. - Uma coisa muito importante, que poderia mudar a vida dele e ele descobriu, ou melhor, eu contei. 

- Mas se você contou, você não escondeu. 

- Eu escondi sim e por muito tempo. - falei já começando a chorar. - O pai dele está vivo... - falei. - Fiquei com medo de contar e ele fazer uma loucura, mas também sabia que ele ficaria magoado. Se ele soubesse ou não, não faria diferença pro pai dele porque ele é um canalha idiota que não liga pro próprio filho! 

- Você disse isso a ele? 

- Eu disse, mas ele ficou muito bravo! Ou melhor, ele nem ao menos falou comigo e isso foi o pior. Ele não gritou, ele não ameaçou me bater, ele simplesmente me olhou e subiu. O olhar dele me quebrou, Vince... 

- Ele precisa de um tempo. Não vai ficar bravo com você pra sempre. - disse. - Na verdade, acho que ele nem está bravo com você. Ele está magoado com o pai, e por você ter feito parte disso, mas ele vai entender porque você não contou. 

- Eu já entendi. - ouvimos a voz de Justin e ele estava parado na escada. - Agora tira as mãos da minha mulher. - óbvio que ele disse isso brincando, mas o Vince obedeceu. 

- Obrigada, Vince. - o abracei e ele se retirou. - Ainda sou a sua mulher, então? 

- Acha que vai se livrar de mim assim tão fácil? - ele começou a andar na minha direção e balançou a cabeça. - Não mesmo. 

- Ótimo, porque a última coisa que eu quero é me livrar de você. - falei o abraçando, passando meus braços por seus ombros. - Eu sinto muito, amor... não devia ter escondido de você. 

- Você tinha razão... eu realmente ia ficar magoado. Eu estou magoado. - me afastei para poder olhá-lo. - Me conta direito. Ele te procurou do nada? Falou o que pra você? 

- Ele apareceu um dia que eu fui... - puta merda. 

- Que você foi fazer o que?! - ele perguntou me olhando. - Sem esconder nada, Hayley. Por favor. 

- Tá bom... - engoli em seco. - Eu fui na fármacia sozinha, comprar um... - me enrolei de novo. 

- Comprar o que, Hayley? 

- Um teste de gravidez! - ele arregalou os olhos e começou a tossir. - E deu negativo, relaxa! - ele se aliviou. - E enquanto eu estava saindo, ele se aproximou e perguntou "Será que vou ter um neto?" e eu achei estranho, mas o reconheci de algumas fotos que a sua mãe me mostrou... - falei. - Eu bati nele, eu juro! - Justin riu. - Eu não entendi o real motivo dele me procurar, mas ele pediu pra eu não contar você. Supus que ele estava aprontando alguma coisa.

- E ele não te procurou mais? - perguntou. - Ele estava machucado? Com alguma sequela, sei lá? 

- Não. - falei. - Ele estava bem. Muito bem. - respondi. - Eu perguntei porque ele fingiu estar morto, porque desapareceu e ele disse que tinha pessoas que, se descobrissem que ele estava vivo, iam realmente matá-lo. Era tudo para proteger a si mesmo. 

- Eu queria entender o que aconteceu, saber o motivo. Mas sinceramente? Agora eu quero fingir que ele continua morto. - falei. - Porra, eu o idolatrava e ele sabia disso! Fiquei perdido quando ele "morreu". 

- Eu sei... 

- Se ele te procurar novamente, fale comigo, tá? - assenti. - E por favor, não esconda mais nada de mim, Hayley. Tá bom? 

- Tá... - falei meio apreensiva já que eu estava escondendo que estava recebendo mensagens de uma pessoa que assinava como "K". 

- Vai treinar com o Vince? - ele perguntou. 

- Vou. - respondi. - Preciso entrar em forma novamente. Engordei lá em Nova York, e não fiz academia. - falei indo subir as escadas para me trocar. 

- Continua gostosa mesmo gordinha. - ele disse me olhando mordendo o lábio inferior e eu soltei um riso enquanto subia. Pera, gordinha???? 

- Você devia malhar também. Seus quadradinhos estão sumindo. - impliquei com ele e continuei subindo. Mais rápido dessa vez. 

- Fala sério...

- To falando! - gritei lá de cima. - Você ainda precisa se recuperar totalmente óbvio, mas depois... vamos malhar, amor. - acho que ele nem estava mais prestando atenção. 

- E que história é essa que você achou que estava grávida? - Justin apareceu do nada lá em cima e eu me assustei. 

- É que eu estava vomitando, lembra? E senti vontade de comer umas coisas estranhas, aí a Lizzie ficou insistindo pra eu ir comprar um teste, então eu fui. 

- Por que você não me disse? Eu iria com você. 

- Eu estava com medo. Vai que você surtasse! - falei. - Mas deu negativo, não quero ficar grávida tão cedo! Vamos usar camisinha sempre, tá? Quase tive um ataque do coração. - ele levantou as sobrancelhas e começou a rir. - Que foi? Estou falando sério! 

- Eu teria um ataque do coração com você, patricinha. Seria tão ruim assim ter um filho comigo? - arregalei os olhos, mas sabia que ele estava brincando. 

- Se eu engravidasse, nós íamos parar de fazer isso. - falei. - Meu filho não ia crescer perto do perigo assim. E se você não parasse, eu ia fugir com ele sozinha. 

- É claro que pararíamos, né Hayley? - disse. - Íamos ralar de Atlanta.

- Assim que se diz. - dei um selinho demorado nele e entrei no quarto. 

Fiquei aliviada por saber que ele não ficou bravo comigo. Ele parecia bem, mas eu tenho certeza que era tudo fingimento. Ele deve estar quebrado por dentro, mas não o culpo por esconder isso de mim. Eu também esconderia... na verdade, escondo todos os dias. A morte de meus pais e do Rob ainda estão muito marcadas em mim, não tem um dia sequer que eu não penso nisso e eu tenho certeza que Justin pensava em seu pai todos os dias também... e isso é o que me deixa mais triste por ele e brava com o pai dele! Se os meus pais ou o Rob estivessem vivos, mas se escondendo de mim, eu ficaria tão magoada! Seria muito egoísmo, meu Deus! O pai de Justin foi muito egoísta em relação a tudo! Tem pessoas sofrendo pela morte dele até hoje e ele não deu a mínima pra isso. Pattie, Justin, Jazzy, Jaxon e a esposa dele... é muito egoísmo não pensar nem um pouco na dor que a família dele deve estar sentindo, e eu só sei que quero distância desse cara!