História Bring Back To Life - One last time

Passei a manhã inteira pensando em um jeito de distrair o Justin para fazer o que eu queria fazer desde que comecei a receber aquelas malditas mensagens. Eu precisava ir naquele casarão abandonado, precisava descobrir quem era e acabar com isso logo de uma vez antes de colocar ninguém que eu me importo em risco. Eu nunca me perdoaria se algum dos meus amigos se machucassem por causa de mim, não tem nem sentido na minha cabeça. Sou eu por eles e não eles por mim, nunca deixaria isso acontecer. Fiquei tão encucada com isso que acabei pensando em uma maneira de driblar o Justin para acabar logo com essa palhaçada: pra que existe boa noite, cinderela? Ou soníferos? Ele nunca desconfiaria. Pelo menos se eu não for a noite. Precisa ser a tarde para ele nem ao menos perguntar porque ofereci um suquinho pra ele. Aliás, ele está convencido de que vai encontrar essa pessoa custe o que custar. Mas não vai mesmo!

O pior de tudo isso é que eu não podia conversar com ninguém, senão me impediariam de fazer isso. Mas eu não ligo. Sei que posso sair de lá morta, mas é o risco que vou ter que aceitar. 

- Você parece um pouco tensa, Alli. O que está acontecendo? - Lizzie perguntou. 

- Nada.  - respondi. - Só estava pensando no pai do Justin e tudo mais. Acho que as coisas estão melhores assim, você não acha? - balancei a cabeça. - Nós nem ao menos sabemos se ele está do bem ou não. Claro que o Justin está certo de tentar encontrá-lo, mas... pode ser perigoso. 

- Justin não vai ser idiota. - ela disse colocando sua mão sobre a minha, parar enfatizar o que estava dizendo. - Amiga, pela primeira vez em muito tempo, vocês não precisam fazer algo perigoso. Só aproveite isso. 

Senti meus olhos aguarem só de imaginar que eu poderia nunca mais vê-la. 

- O que foi, Allison? - ela me perguntou, mas eu só chorei mais. 

A puxei para um abraço que a fez ficar confusa, mas ela me abraçou de volta. 

- Eu te amo, tá? Você é a pessoa mais importante do mundo pra mim. - ela tentou se afastar pra perguntar o que diabos estava acontecendo, mas não deixei. 

- Eu também te amo, mas o que você está fazendo?! 

- Eu acho que estou na TPM. - falei soltando um riso e me afastei, limpando o rosto. 

- Eu ia sair com o Chaz, mas vou ficar aqui em casa com você. 

- Não, Lizzie. Pode ir. - falei. - Eu vou fazer algumas coisas na rua também. Acho que vou visitar os pais da Lorrayne ou sei lá. 

- Eu volto antes das oito. - assenti e ela me deu um beijo na testa. Aproveitei para abraçá-la mais uma vez, o que ela estranhou novamente, mas eu relevei. 

(...)

- Você está estranha hoje. O que está rolando? - Justin perguntou. 

- Só porque estou carinhosa com você estou estranha? - me fiz de vítima. - Aliás, devíamos ficar felizes por aquela maluca ter cancelado o encontro de hoje. 

Peguei um dos celulares loucos da Kelsey e enviei uma mensagem anônima para o meu celular dizendo que como eu contei ao Justin, não ia me encontrar com a "K" e mostrei ao Justin para ele se convencer. Tive que ser ela por alguns minutos senão nunca conseguiria escrever do mesmo jeito que ela. 

- Achei muito estranho pra ser bem sincero. - disse. - Mas ela é maluca mesmo. Não me surpreende tanto. - ele balançou a cabeça. - Você está nervosa. Por que está balançando tanto a perna direita? 

- Você sabe que isso é um tique. - falei. - Vou pegar refri pra mim. Você quer? 

- Whisky, por favor. - revirei os olhos e levantei. 

Fui até a cozinha, coloquei o whisky no copo e despejei o sonífero rapidamente, e peguei a minha coca. Eram quase oito da noite, daqui a pouco todo mundo ia começar a chegar e eu não conseguiria sair. 

- Aqui. - entreguei pra ele. 

- Obrigado.

Ele tomou tudo em um só gole. 

Lizzie Ross P.O.V

- Eu fiquei preocupada com a Allison hoje. - comentei com o Chaz. 

- Quem é Allison? - ele esquecia que o nome dela era Allison. - Ah tá! Mas por que? Ela está doente ou sei lá? 

- Não... - suspirei. - O Justin te contou sobre a pessoa que vem mandando mensagens anônimas para a Allison, né? Então, eu acho que ela ficou cismada com isso. 

- Lizzie, se você contar pra ela que eu te contei, eu mato você. - ele começou a dizer. - Ela me pediu ajuda para rastrear o celular dessa pessoa e ela encontrou. Quer dizer, mais ou menos. Ela deixou um papel pra trás que queria encontrá-la hoje a noite. 

- Claro que o Justin não vai deixar! 

- O Justin me disse a alguns minutos que a garota disse que não ia porqua a Hayley é fofoqueira, mas perguntei se ele realmente não vai, e ele não me responde mais. 

E aí, eu entendi tudo. 

- Chaz, vai pra casa! - falei desesperada. - Agora, vai! 

- Você acha que a Hayley foi sozinha? O Justin nunca ia deixar ela ir! 

- A Allison é esperta, Chaz! Ela poderia fazer qualquer coisa! Vai pra casa AGORA! - nós já estávamos no carro e ele pisou fundo no acelerador. 

No caminho, tentei ligar pra Alli, pro Justin, pro Jason, pro Ryan, pra Kelsey, para o Chris, para a Caitlin, mas ninguém me atendeu! Quer dizer, ninguém que soubesse de alguma coisa me atendeu. Ryan, Caitlin e Chris atenderam, mas nenhum deles sabia de nada. 

- Justin! - gritei assim que entrei em casa. - Justin! - fui até a sala e nada. 

- Lizzie - Chaz apontou para um copo vazio no chão e um de coca cola ainda cheio. Coca? Allison. 

- Filha da mãe.

Subi as escadas correndo, gritando o nome do Justin, mas ele não respondeu. 

- Justin? - ele estava deitado na cama, "dormindo" feito um anjinho. 

Fiquei ainda mais aflita. 

- Justin! - o chaqualhei, mas ele nem ao menos se moveu. 

- Mano, acorda! - o Chaz deu uns tapinhas na cara dele. - Ela deu um sonífero pra ele. - disse levantando e desceu as escadas correndo. 

- JUSTIN! Justin, pelo amor de Deus, a Allison foi encontrar aquela maluca e só você sabe onde ela está! - o balançava tanto, mas ele nem dava sinal de vida. 

O Chaz chegou com um copo de água e jogou na cara do Justin enquanto dava outro tapa na cara dele. E claro que dessa vez ele acordou, só pra bater no Chaz. 

- Ficou maluco?! - ele disse. 

- Justin, a Hayley foi encontrar com aquela garota! Ela mentiu sobre cancelar. - Chaz disse. 

E eu só sei que depois disso, nós fomos para onde ela combinou com a Allison. Mas também sei que o meu medo de perder a minha irmã foi o maior de todos quando percebemos que ela não estava lá. 

Hayley Mitchell P.O.V

- Sério que vamos ficar brincando de esconde-esconde? - entrei com a mão na minha arma, presa na calça de couro que eu usava. - Ninguém sabe que eu vim aqui, fiz como tudo você pediu. O problema é que eu acho que até agora, eles já sacaram tudo e estão atrás de mim. 

- Primeira coisa a fazer: pise no seu celular. - e um sentimento de alívio tão grande tomou conta de mim quando vi quem estava se aproximando de mim. 

- Eu conheço você. - falei tentando me lembrar quem era. 

E ela deu mais um passo pra frente. 

- Meu Deus, Kylie?! - perguntei inconformada. - Sério que isso é uma vingança por você não ter ficado com o Justin? 

- Joga o seu celular no chão e esmague-o. - ela aumentou a voz, apontando uma arma pra mim e admito que fiquei um pouco assustada. 

Não só por ela estar armada, e sim por sempre ter uma visão diferente dela. Ela estava vestida com roupas pretas, uma maquiagem pesada, cabelo comprido e preto (que ela nunca teve sempre foi loiro), com os lábios bem mais finos do que de costume e com os olhos castanhos. Eu quase não a reconheci, e não foi só pelo seu novo estilo e sim por ela aparentar ser bem mais velha do que de costume. 

Joguei meu celular no chão e o quebrei. 

- Quem é você? - perguntei ainda inconformada em como ela estava diferente. O que me fez perceber que era realmente ela foi o seu sorriso, que mesmo com os lábios diferentes, era o mesmo. 

- Kristen Clark. Se nunca ouviu falar de mim, um dia irá. - ela disse passando por mim e tirando a arma da minha cintura inesperadamente. - E esse dia está chegando, sabia? 

- Por que você se passava por Kylie? Ou melhor, por que estava no meu colégio? Você é velha. - claro que não velha, mas uns vinte e quatro anos ela tinha. 

- Precisava tirar informações de você para alguém, mas agora ele quer vir pessoalmente... - disse. - Claro que ele vai ficar bem decepcionado quando descobri que seu amuleto está morto. - e ela gargalhou. 

- Ele? Ele quem? 

- Nathan. Dele você já ouviu falar, não ouviu, princesa? - ela pegou uma cadeira e me forçou a sentar. 

- Por que você? 

- Vou resumir tudo pra você. - disse enquanto amarrava os meus braços. Eu não podia lutar, estava em desvantagem. - Ele a acompanha desde que você fez dez anos de idade e como a sua filha bastarda - me engasguei. - Ele me mandou vigiar você, tentar ser sua amiga e descobrir o que você já sabe o que. Mas você não facilitou os meus planos, e admito que adorei voltar a ser a pessoa mais querida do colégio. - revirei os olhos. - Você estragou a minha vida, garota. Tem noção disso? - ela puxou meu cabelo pro lado e falou perto do meu ouvido, como uma ameaça. - O Nathan está obcecado, e eu quero acabar com isso logo de uma vez. 

- Sem conseguir a sua fortuna? 

- Isso eu vou descobrir sozinha. Eu não sou idiota como você, Haylz. - disse soltando meu cabelo. - E nem pense em tentar fugir. Estará sendo bem vigiada. - e ela subiu as escadas, me deixando sozinha. - Aliás, você quer ligar para o seu amado? Vou te dar essa chance. - ela voltou. - Diga adeus antes que seja tarde. 

- Eu só não entendi porque você me mandou mensagens me ameaçando. - falei. 

- Virou um passatempo pra mim. Principalmente porque meu pai sabia das minhas intenções, então nada melhor do que tentar fazer tudo as escondidas, certo? Pena que você, suas amiguinhas e seu amado conseguiram escapar. 

Ela me entregou um celular e eu disquei o número do Justin. 

- Não dá pra atender agora. - Justin disse. Parecia nervoso. 

- Justin, sou eu. - falei e ele soltou um suspiro aiviado. - Não, não suspire aliviado. Só estou te ligando uma última vez. 

- Hayley, pelo amor de Deus, me diz onde você está que eu vou te buscar.

- O celular é dela, Justin, nem adianta tentar rastrear. - falei e apoiei o cotovelo na perna, colocando a mão na cabeça. Eu estava começando a chorar. 

- Não, Hayley, eu vou te achar, e você vai estar viva pra ouvir como estou puto com você por ter batizado meu whisky. - disse e eu sorri enquanto uma lágrima escorria. 

- Cuida da Lizzie, tá? - minha voz quebrou em um tom de choro.

- Não! - ele gritou. - Não se atreva a desligar! - ele entrou em desespero. 

- Eu te amo. - sussurrei. 

- Hayley... não se atreva! - ele abaixou o tom, mas parecia que ia surtar a qualquer momento. 

- Eu te amo. - repeti, mas a Kylie ou Kristen, sei lá, arrancou o celular da minha mão com cara de nojo. Logo depois quebrou o celular. 

- Volto daqui a pouco. - e ela subiu as escadas. 

Pena que ela não sabe que eu consigo soltar esse nó frouxo que ela fez. Em menos de cinco minutos, eu estava solta. 

Peguei a faca dentro da minha bota e ia me preparar para sair daquele lugar, mas ouvi passos atrás de mim. E quatro homens maiores do que os pilares aqui apareceram, com um fuzil cada um. 

E eu rezei para pelo menos conseguir piscar mais uma vez.